Como sonhar uma marca? Carlos Coelho
Fazer uma marca é mergulhar fundo na organização que a carrega. É por isso tudo menos cosmética. Sim, a cosmética […]
A publicidade está em constante evolução – mas quais são os segredos de uma campanha bem-sucedida? Desde o neuromarketing ao storytelling, passando pelo impacto dos anúncios digitais, exploramos as estratégias que captam a atenção e geram impacto. Com insights de publicitários e especialistas, esta categoria mergulha no mundo da criatividade comercial.
Fazer uma marca é mergulhar fundo na organização que a carrega. É por isso tudo menos cosmética. Sim, a cosmética […]
Fazer uma grande campanha de comunicação exige criatividade, narrativa e saber como se conquista um público.
As marcas procuram sempre ser bem-vistas pelos consumidores e opinião pública.
Vamos falar dessas marcas. E de agências que criam as suas histórias.
Guiados pelo nosso convidado Pedro Diogo Vaz, que cria anualmente o concurso SuperBrands, vamos descobrir alguns segredos das melhores marcas.
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Contar uma boa história é sempre um mais fascinantes exercícios de comunicação.
E contar essa mesma história dentro dos 30 segundos de um anúncio de televisão, de forma bonita, apelativa e que consiga espalhar felicidade e vontade de comprar alguma coisa, é toda uma arte.
Edson Athayde mostrou-nos nos últimos 30 anos como se contam grandes histórias.
E algumas das dicas podem ser usadas por todos nós.
Num tempo em que a guerra voltou ao continente europeu e a ameaça nuclear regressou ao vocabulário político, comunicar tornou-se tão decisivo quanto negociar, tão estratégico quanto deter armamento. A forma como entendemos o conflito — e a forma como os líderes o explicam — determina a capacidade de uma sociedade se proteger, se posicionar e, sobretudo, de construir paz.
Nesta conversa profunda com um dos mais atentos analistas de geopolítica e segurança internacional, exploramos não apenas o que acontece nas frentes militares, mas aquilo que raramente chega ao espaço público: a lógica das decisões, o medo que move líderes, a propaganda que molda percepções e a fragilidade das democracias perante um mundo multipolar, competitivo e cada vez mais turbulento.
A guerra do século XXI já não é apenas feita de tanques, artilharia ou drones. É feita de comunicação, de opinião pública, de gestos diplomáticos e de ameaças que pairam mais do que disparam.
O conflito na Ucrânia tornou visível uma realidade que muitos preferiam não ver: o regresso do imperialismo territorial, a competição entre grandes potências e a erosão lenta da ordem internacional construída após a Guerra Fria. E, como explica o especialista entrevistado, esta realidade é o resultado direto de um mundo onde já não existe uma potência única capaz de impor regras — e onde vários Estados procuram afirmar a sua posição, mesmo à força.
Esta frase, dita logo no início da nossa conversa, resume uma das grandes preocupações: a paz tornou-se um bem adquirido, quase dado por garantido, e deixou de ser pensada como projeto político.
Hoje discutimos armamento, sanções, alianças, ofensivas e contra-ofensivas, mas muito raramente discutimos planos reais de paz.
A diplomacia parece muitas vezes refém de hesitações, cálculos eleitorais e receios de perder posição. Faltam líderes com visão e coragem para assumir compromissos difíceis. Falta clareza estratégica. Falta, em suma, o que sempre faltou antes dos grandes pontos de viragem da História: vontade de mudar o rumo.
A propaganda moderna não opera através de falsidades grosseiras — opera com ângulos, omissões e narrativas cuidadosamente organizadas.
Divide sociedades, instala ruído, confunde consensos. E, como lembra o convidado, é um mecanismo estrategicamente desenhado, não um acidente.
Hoje, qualquer conflito é também uma batalha pelo centro emocional das populações. A pergunta já não é “quem dispara primeiro?”, mas sim “quem controla a interpretação do que acabou de acontecer?”. E esta disputa é tão séria como qualquer avanço militar.
Num ambiente onde autocracias investem fortemente em desinformação, países democráticos só sobrevivem se investirem tanto em educação mediática quanto investem em equipamento militar.
Há uma década, a maioria das sociedades ocidentais consideraria inaceitável ouvir líderes políticos falar com leveza sobre o uso de armas nucleares. Hoje, essa retórica tornou-se comum.
A ameaça nuclear voltou a ser utilizada como instrumento de coerção psicológica — não necessariamente para ser usada, mas para moldar decisões, atrasar apoios, dividir alianças e impor limites invisíveis.
E, como explica o analista, esta ameaça não é apenas militar: é emocional. Desestabiliza, silencia, intimida.
Perante isto, a resposta das democracias deve ser equilibrada, firme e prudente. Nem ceder ao medo, nem alimentar a escalada.
A União Europeia confronta-se com uma verdade desconfortável: não tem poder militar proporcional ao seu peso económico. E num mundo onde a força voltou a ser a linguagem dominante, esta assimetria torna-se perigosa.
Apesar disso, a Europa tem vantagens únicas:
Mas falta ainda algo fundamental: coragem política para agir antes de ser tarde.
No final, chegamos ao ponto mais difícil: a ética.
O que separa uma guerra justa de uma guerra injusta?
O que é aceitável negociar?
Que compromissos violam princípios fundamentais?
E como explicar a uma criança porque é que um país decidiu invadir outro?
A resposta do convidado é simples e trágica:
as guerras deixam sempre lições — mas as sociedades nem sempre as aprendem.
A história mostra que a Europa só foi corajosa em momentos de desespero. É urgente quebrar esse padrão.
Num tempo de ruído, medo e incerteza, precisamos de vozes que consigam explicar, com clareza e rigor, como funciona o mundo — e o que depende de nós para que esse mundo não se torne mais perigoso.
É isso que esta entrevista oferece: contexto, profundidade e, acima de tudo, um convite à responsabilidade cívica.
Se este artigo o ajudou a compreender melhor o que está em jogo, partilhe-o.
Deixe o seu comentário, traga as suas dúvidas, participe na conversa.
Só uma sociedade informada consegue resistir ao medo — e escolher a paz.
Esta transcrição foi gerada automaticamente. Por isso, ela pode não estar totalmente precisa.
0:00
Como comunicar a guerra de hoje e a paz de amanhã?
A guerra é tão natural quanto a paz, faz parte da imperfeição da natureza humana.
0:19
Pessoa 2
Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação?
Hoje falamos de guerra, de paz e, acima de tudo, de como se comunica um mundo que já não é estável.
Um mundo onde a diplomacia hesita, onde a propaganda acelera e onde a ameaça militar, incluindo a ameaça nuclear.
0:39
Volta a moldar as decisões políticas.
O meu convidado é Manuel pués de Torres, analista geopolítico e investigador em segurança Internacional.
Alguém que conhece por dentro os bastidores da nato, a lógica da dissuasão, o Tabuleiro da diplomacia e aquilo que raramente se explica ao público.
0:57
Que a guerra não é apenas força, é também narrativa, psicologia e comunicação estratégica.
Nesta conversa, vamos tentar perceber o que está realmente a acontecer na Ucrânia, o que está em jogo nas negociações.
Porque é que falamos tão pouco de paz?
Como funciona a propaganda Moderna?
1:13
Que riscos esconde a ameaça nuclear?
E como é que tudo isto mexe com as democracias, com a opinião pública e com a vida de cada um de nós?
Se esta conversa vos fizer pensar e vai fazer, subscrevam o canal.
Deixem o vosso comentário.
E partilhem com quem precisa de ouvir estas explicações.
1:34
Manuel pues de Torres, posso apresentar te como um especialista em estratégia militar, em guerra híbrida, em diplomacia, em política Internacional, em comunicação também, porque a comunicação está aqui no meio disto tudo.
Longa experiência junto da nato.
1:50
Como é que nós conseguimos conversar e comunicar sobre um tema tão difícil?
Como a guerra, que é o sítio onde morrem pessoas.
2:01
Pessoa 1
É verdade, são tudo perguntas simples de resposta, muito complexa.
Mas acima de tudo e em primeiro lugar, um agradecimento pelo convite, por estar aqui contigo e para podermos falar de algo que é fundamental não apenas à política Moderna, mas também à forma de se fazer a paz no futuro.
2:18
E começo por dizer fazer a paz e não fazer a guerra, porque falamos muito de guerra e pouco de paz.
2:24
A imperfeição humana e a competição no sistema internacional
Porquê?
Porque a paz foi adquirida depois da queda do do muro de Berlim e a própria influência da paz Moderna Na Na nas relações diplomáticas.
2:39
Tornou a 11 bem garantido e, portanto, não se fala tanto da continuação da paz, mas da ausência da paz em prol daquilo que é naturalmente o conflito, o conflito das palavras, o conflito da política e, por último, contra tudo e contra todos, a ressurreição da do grande conflito convencional no continente europeu e, portanto, isto é um é um tema que preocupa qualquer governante.
3:06
É um tema que tem que preocupar qualquer estadista.
É um tema que tem que preocupar garantidamente as populações, as sociedades, aquelas que se dizem, aquelas que vivem e aquelas que pensam ser ainda sociedades democráticas e abertas.
3:22
Pessoa 2
Mas no tempo em que nós estamos, a ideia de guerra ainda faz sentido.
3:28
Pessoa 1
A ideia de guerra?
Faz sempre sentido.
3:30
Pessoa 2
Porque é que acontece a guerra, no fundo, é um bocadinho essa a pergunta que que eu tenho para te fazer?
3:34
Pessoa 1
A guerra é tão natural quanto a paz, faz parte da imperfeição da natureza humana.
E enquanto que o ser humano, enquanto o ser humano for um ser imperfeito que sempre seremos, nunca, nunca seremos divinos divinos, está no está em Deus, Deus nosso senhor, e portanto, enquanto existir essas incapacidades humanas.
3:55
A imperfeição vai nos levar sempre ao conflito.
E desse conflito nasce a guerra.
O problema é que no mundo que nós criámos, no mundo do século 21, que não é igual ao mundo do século 20, não é o mundo do século, historicamente do século 19, nem ao século 18.
4:11
A criação do direito Internacional e a criação da política Internacional, a criação das relações entre estados, a construção de um mundo que se defende do conflito.
É um mundo que está neste momento em risco e a guerra aparece.
Precisamente por fruto daquilo que é a competição, por uma posição de liderança no novo sistema Internacional.
4:34
E isto acontece de forma até um pouco natural daquilo que as pessoas possam pensar.
O multilateralismo é importante na relação entre os estados e é importante entre as democracias.
Mas a falta de um grande estado que lidera o sistema Internacional.
4:50
Ou seja, o que nós chamamos em ciência política.
O grande momento de unipolaridade leva à competição entre estados.
Competição a que o mundo multipolar a competição entre os diferentes estados emergentes, que querem ganhar um lugar supremacia em função dos outros, querem conseguir liderar.
5:08
Pessoa 2
Até agora, tínhamos as tínhamos os Estados Unidos.
Agora aparece a China, agora aparece a Rússia, agora aparece a união europeia, agora aparecem os brics.
5:16
Pessoa 1
É, e daí?
E dessa competição de estados nascem?
Os conflitos num momento de grande unipolaridade no o conflito está distante.
5:26
Pessoa 2
É melhor este estado porque aquele aquele que é o que é o que é o irmão mais forte pode chegar aqui e acaba já com isto e, portanto, na dúvida, não faço.
5:33
Pessoa 1
Isso é precisamente isso, a partir do momento que os Estados Unidos da América façamos este exercício, que os Estados Unidos da América desaparecem como grande potentado militar, económico e político e outro estado se a leva como um grande detentor do poder e do monopólio da violência no mundo.
5:49
Então, nesse momento será não será contestado e não sendo contestado, o conflito vai contorná lo e esse estado pode impor a sua lei, a sua matriz de direitos, a sua matriz de valores, ao ao restante sistema Internacional.
6:07
Foi o que, o que, o que os Estados Unidos da América fizeram durante a grande competição durante a guerra fria e mais tarde.
Na queda do muro de Berlim, tentando imprimir aquilo que seriam as regras do xadrez Internacional.
No entanto, nós vivemos agora um momento de grande transformação.
6:23
Os Estados Unidos já não são a potência económica que foram no passado.
Essa transferência de poder fez para a China e para a Índia.
E ainda é, embora ainda seja um grande poder militar, o maior poder militar do mundo.
6:39
Rapidamente existem entre as nações que entram nesse conflito ou que entram nessa competição.
E agora aqui a questão é, então isso não existe um momento de unipolaridade e que caminhamos para maior multipolaridade, então está de facto encerrado o destino.
O destino será o conflito e a guerra?
6:56
Não, o destino não está encerrado, mas a guerra vai persistir e vai se multiplicar.
O que nós não podemos permitir é que os limites à guerra justa sejam ultrapassados.
7:08
Pessoa 2
O que é que é uma guerra justa?
7:10
Pessoa 1
A guerra justa é aquela que se faz em prol de uma injustiça.
Uma guerra simétrica, por exemplo, promovida pela Rússia para anexar ilegalmente território que não lhe pertence.
É uma guerra injusta.
Uma guerra justa é a guerra que os ucranianos travam para conseguir reconquistar o seu território, para defender a sua população, a sua dignidade, os seus valores e a sua soberania.
7:34
O amadorismo diplomático e a traição nas negociações de paz
Como é que nós?
Explicamos a uma criança de 5 anos porque razão a Rússia um dia decidiu entrar na Ucrânia e começar a reivindicar território e até se conseguisse tomar conta da Ucrânia.
7:48
Pessoa 1
Tal como no passado, existem sempre estados, nações, países, governantes, pessoas que anseiam por conquistar mais poder.
E tendo via aberta, sem impedimentos para que outros estados e outras pessoas e outros exércitos o bloqueiem, então nada o impedirá de continuar a conquistar território até estar verdadeiramente satisfeito.
8:13
Mas aqueles que têm a sede do poder, os grandes imperialistas, dificilmente ficam contentes com as suas vitórias momentâneas.
Querem sempre mais.
E, portanto, a Rússia, neste momento, vende que não tem qualquer tipo, ou vende em 2022 que não tinha qualquer tipo de impedimento.
8:29
Porque o teste já tinha sido feito em 2014.
8:32
Pessoa 2
Na Crimeia, na.
8:32
Pessoa 1
Crimeia e já tinha sido feito em 2008 e 2009, na Geórgia, na apcásia e na Ossétia do Sul, sabendo que ninguém se impôs à sua campanha de terror na tchachénia, nas 2 grandes guerras, sabia que ninguém iria, em princípio, em defesa do povo ucraniano.
8:54
Olha neste enganou, se enganou, se neste.
8:56
Pessoa 2
Momento AAA Europa, obviamente.
Mexeu se também os Estados Unidos na era pré Trump.
Agora vamos ver o que é que está a acontecer, mas neste momento em que nós estamos a falar, está a acontecer uma espécie de conversações diplomáticas em busca da paz, isto é, para levar a Sério.
9:15
Ou estamos ainda num momento retórico em que cada um vai mantendo a parada o lume, mas na realidade ainda ninguém está verdadeiramente preparado para parar esta guerra?
9:27
Pessoa 1
A guerra só para Jorge, quando uma das partes tem mais a perder do que a outra, quando uma desiste de combater, sai derrotada, ou quando a outra já não quer combater, não pode não ser derrotada, mas não sai vitoriosa.
E neste momento, tanto a Rússia como a Ucrânia ainda têm muito por perder e muito por ganhar e, portanto, como não existe um grande momento de fratura deste.
9:56
Potencial de combate a guerra vai perdurar durante o tempo necessário.
10:00
Pessoa 2
Quando?
Só quando existe uma espécie de empate negativo, em que nenhuma das partes tem nada para ganhar, é que se consegue esse ponto de equilíbrio.
10:07
Pessoa 1
Só no momento em que uma das partes estiver mais a perder com a guerra é que essa guerra termina e neste momento, tanto a Rússia como a Ucrânia, ambas ainda podem perder muito, perderem muito ainda sob seu domínio.
10:23
E, portanto, podem continuar a perder.
Olha, a Ucrânia pode continuar a perder território que para já não é suficiente.
Vai continuar no encalço de uma campanha que que lhes vai possibilitar ou não ganhar mais território ou não.
A Rússia sabe que, se continuar a guerra, o número de mortos não afeta o sentido de voto.
10:40
O número de feridos não afeta o sentimento de impopularidade contra si.
Manifestado que não existe, não é?
A continuação da guerra dá lhe mais força política e centraliza o poder de estado na sua pessoa.
10:56
Tem muito a ganhar com a guerra.
Vladimir Putin, jáz lensky, tem pouco a ganhar com a guerra, mas não pode desistir de batalhar.
11:03
Pessoa 2
Porque tem muito a perder, porque?
11:04
Pessoa 1
Tem muito a perder neste momento.
Se não tivesse tanto a perder, provavelmente dava o caso por encerrado, se fosse só uma Crimeia.
Mas a verdade é que, conversando com soldados ucranianos, eu tive essa, tive essa possibilidade.
Nenhum deles.
Nenhum deles por uma ilha desistiriam de continuar a lutar.
11:23
Nós estamos a falar de um povo que foi invadido, invadido por alguém que lhes deram garantias de segurança.
Se a Ucrânia entregasse o seu armamento nuclear antigo, soviático de volta para para a Rússia entregar ao armamento que os defendia.
11:42
As garantias de segurança que receberam de nada lhes valeram.
E agora veem se invadidos por aqueles que juraram defender a Ucrânia.
Portanto, parece me que está tudo dito e uma criança de 50 IA conseguir perceber que a esta Rússia Moderna como a conhecemos é uma Rússia mentirosa.
11:59
É uma Rússia que não não olha a meios para atingir os seus fins profundamente imperialista.
E infelizmente, fez um divórcio total com a com as poucas ligações que ligaram a jovem federação russa.
Ao concerto de nações europeias e, infelizmente, estou a tentar devolver à vida isso é que eu posso dizer assim, muito das grandes ambições soviéticas que marcaram grande parte do século.
12:27
Pessoa 2
20 olha, estão em curso essas negociações, entretanto, nós que estamos aqui e que não percebemos o que é que se passa verdadeiramente nessas negociações.
Mas vamos ouvindo, por um lado, sair à própria pública, que há 28 pontos para discutir que é ABEC depois os outros que são um contra.
12:47
Depois o senhor Putin, que aparece a dizer de uma forma ameaçadora, se querem prolongar a guerra, nós prolongamos depois o Trump do outro lado, que ora diz uma coisa, ora diz outra.
O que é que tu lês disto tudo?
O que é que tu ouves daquelas conversas que se calhar não são públicas e que tu vais acompanhando e que tens seguramente mais dados para entender estas conversas diplomáticas?
13:10
Pessoa 1
Existe, Jorge, um grande nível de amadorismo, as relações internacionais e a diplomacia Internacional é uma área muito importante.
Da vida dos estados.
13:23
Pessoa 2
Isto não é para entregar a profissionais, os negociadores não são profissionais os.
13:26
Pessoa 1
Negociadores staff to staff são profissionais, são pessoas que atingiram os seus postos de dicionoridade face ao ao mérito que demonstraram ao longo da sua vida profissional aqueles que negociaram e que os, portanto, o ator político que está em negociação direto entre a da Casa Branca e do Kremlin, são atores.
13:49
Políticos que podem ter ou não ter a experiência adequada ao momento que estamos a viver.
E como é que?
13:54
Pessoa 2
Isto é, numa mesa das negociações.
Quando nós estamos numa mesa dessas de alto nível, certo?
Há uma cara e ela pode ser mais experiente ou menos experiente.
Mas depois atrás de ti tem pessoas que percebem muito disto.
Tu és uma dessas pessoas que no fundo vais dizendo, vais treinando.
Vais explicando aos políticos e aos negociadores o que é que está em causa.
14:11
Como é que isto funciona?
14:13
Pessoa 1
Ninguém vai para uma reunião de negociação de alto nível como aquela que.
O senhor whitkoff e o senhor Kushner tiveram com os seus homólogos no Kremlin e com e com Vladimir Putin, sem que primeiro seja enviada uma documentação que vai guiar grande parte da conversação.
14:29
Há um.
14:29
Pessoa 2
Trabalho preparatório há um trabalho.
14:30
Pessoa 1
Preparatório de Secretaria que é feito entre as equipas de um lado e do outro.
14:34
Pessoa 2
É um negócio de diplomata.
14:36
Pessoa 1
Absolutamente EE.
No momento em que essa argumentação encontra um ponto de sustentação, dá se início então ao convite para que as delegações se encontrem, no entanto.
A Rússia aqui, neste, neste, neste jogo, joga sujo porque Vladimir Putin, quando toma a palavra e isto está documentado, recorre sempre a revisionismos históricos para educar, para treinar, para brifar os seus AA delegação de outro país sobre aquilo que é a visão de Putin para o mundo, para a Europa e para a Rússia.
15:11
E isso é preocupante, porque foge àquilo que está agendado.
Acaba por contrariar a mensagem e o objetivo da reunião e acaba por ocupar tempo dialogando contra o próprio propósito e objetivo desta destas negociações.
15:29
Pessoa 2
Mas numa negociação, não é suposto que as partes tenham no fundo uma visão e que ela pode ser profundamente divergente do outro lado.
15:37
Pessoa 1
Sim, e isso é natural que aconteça como nós estamos a falar de 2 poderes beligerantes.
Que se encontram no teatro de operações.
15:45
Pessoa 2
E que têm, lá está esses interesses divergentes.
15:49
Pessoa 1
E que têm interesses divergentes, o que é?
15:50
Pessoa 2
Que se faz para se aproximar posições em coisas que estão completamente irredutíveis e completamente.
15:55
Pessoa 1
A mediação aqui deve ser profissional e deve tentar encontrar concessões de parte a parte, e essas concessões custam muito aos 2.
No entanto, a Rússia já mostrou que não está disponível para aceitar.
16:11
Para aceitar reduções ao seu teto máximo para o exército ucraniano, não vai aceitar qualquer tipo de concessão nesse sentido, diz que obriga e que não aceita retirar da mesa de negociações o reconhecimento das províncias ilegalmente anexadas por parte da Ucrânia, por parte da união europeia e dos Estados Unidos da América.
16:33
E diz que não aceita qualquer entrega ou adesão da Ucrânia à organização.
Do, do, portanto, do anato e isto coloca um ponto e trava muito daquilo que são as grandes negociações suspeito com o.
16:49
Pessoa 2
Negociador não tenha grande caminho para fazer quando quando uma posição de base é é essa.
16:54
Pessoa 1
A posição de base é esta, mas a forma como se oferece um momento negocial é, oferecendo força ou fragilidade às 2 ou a uma a um dos beligerantes.
17:04
Pessoa 2
Como é que isso se faz?
17:05
Pessoa 1
Isso faz de forma muito simples, os Estados Unidos e a Europa têm o poder.
Para oferecer mais material militar à Ucrânia?
Para que a Ucrânia de facto tenha ganhos operacionais no terreno, mostrando que fica por cima nas operações estáticas.
Operações essas com resultados e efeitos estratégicos.
17:24
Ou colocar mais sanções à Rússia e oferecendo mais material de guerra à Ucrânia, mais sanções à Rússia vai aumentar o poder negocial dos ucranianos.
Mas também pode fazer o contrário, pode retirar o apoio militar à Ucrânia.
17:40
E pode oferecer negócios vantajosos à Rússia.
E é isso que me preocupa nestes negociadores, witcofe custnar.
E eu explico porquê, porque tudo isto é uma questão de comunicação.
E a comunicação aqui neste caso, embora seja a porta fechada e a opaca do ponto de vista daquilo que nós conhecemos do witcoft custner.
17:59
É bastante transparente o que está a acontecer.
O itkov, durante os anos 90 esteve ligado ao grande setor do imobiliário, com grande investimento russo.
Empírico esta ligação, mas o senhor Kushner, que durante o primeiro mandato de Donald Trump sempre foi conhecido e reconhecido por embaixadores de outras nações em Washington, por ser um indivíduo que, quando em negociação diplomática, só estava interessado numa coisa.
18:26
Fazer negócios e, portanto, quando queixo não era, acompanha o itkof à Rússia.
É para fazer negócios.
E como nós falamos, Jorge, da grande traição, a traição à negociação, a traição à mediação, a traição aos ucranianos e aos europeus.
18:43
A grande traição materializa se não por virar as costas aos ucranianos, mas através de negociações ad hoc.
Daquilo que deveria ser uma negociação de paz, tentar galvanizar a posição económica dos destes novos Estados Unidos da América para celebrar acordos económicos com a Rússia.
19:02
Num momento de fragilidade económica da Rússia, o senhor está a perceber o que eu estou a tentar dizer.
Eu vos explico.
Para outras palavras, a grande traição materializa se no momento em que os Estados Unidos se aproveitam da fragilidade económica russa para tentar canibalizar aquilo que resta ainda dos seus recursos, minérios.
19:20
E isto é uma grande traição para todos, mas não para os Estados Unidos da América.
E por isso é que Marco Rubio aqui é um ponto tão importante porque tem uma posição, é o chefe máximo da diplomacia Americana.
19:32
Pessoa 2
Com grande experiência.
19:33
Pessoa 1
Com grande experiência e que tem uma posição mais mais balanceada em relação ao à Ucrânia, que pelo menos ouvem os ucranianos e sabe que se for naquilo que é a postura do itkof e do crushner os interesses dos Estados Unidos.
19:49
Que estarão assegurados, certamente, mas em prol daquilo que seria um acordo com os russos, podem perder muito mais do que o valor minério ou do que o valor económico revertido.
19:59
Pessoa 2
Portanto, o que tu estás a dizer é que, além de uma negociação na mesa com os beligerantes, também existe uma tensão dentro do próprio mediador em relação ao caminho que se pode seguir, claro.
20:10
A Europa e a necessidade de poder militar no século XXI
Claro que sim.
E a petexet o vice presidente Vance.
Foram apanhados em conversas no Signal, chamado Signal Gate, no início do do ano 2025, logo no início do mandato de Donald Trump, e expressavam se de forma bastante hostil relativamente à posição da relação entre os Estados Unidos e a Europa.
20:32
E viam a Europa com poucos, com com com pouca simpatia, e mostravam bem que viviam.
EE dividiam um ódio àquilo que era a posição do da Europa.
Face ao preteturado americano e que se os europeus de facto puderam investir os seus dinheiros em vez no orçamento de defesa para a sua segurança social e na evolução dos seus estados sociais.
20:57
Isso é porque Os Americanos estavam preparados para os defender e de acordo com o avance e de acordo com except e todos os outros.
A base de apoio MHA tensão aparece quando existem republicanos mais moderados.
21:14
Republicanos ligados a John McCain, republicanos que antigamente seriam ditos como de grande repúdio ao partido democrata e que hoje nos nos revemos nas suas palavras.
Tentar fazer 111 contra um contra debate ou um contra fogo àquilo que é a posição irredutível de Donald Trump, Vance e de ecset.
21:34
Portanto, sim, existe tensão interna no partido republicano.
Essa tensão tem efeitos diretos sobre as negociações e nós vimos bem nas últimas imagens que que passaram há pouco tempo, soube numa reunião entre americanos e ucranianos.
21:50
Estava de um lado da mesa sentado Marco Rubio, witcofic Kirchner.
Marco Rubio estava a liderar as negociações e os seus 2 atores políticos, os 2 camaradas políticos, estavam ambos com ar de caso, muito preocupados porque Marco Rubio estava a conseguir dialogar com os ucranianos.
22:10
Os negócios não se fazem com a Rússia conseguindo aproximar os Estados Unidos da Ucrânia.
É precisamente necessário a fazer se um afastamento e um distanciamento político e institucional.
Dos Estados Unidos da América da Ucrânia, para que se possa de facto conseguir materializar negócios com a Rússia.
22:28
Eu espero estar verdadeiramente enganado e não ser surpreendido pela pela realidade dos factos daqui a mais uns meses, porque se de facto os Estados Unidos da América celebrarem acordos económicos com o grande estado agressor do século 21, então isso vai certamente levar a grandes tensões no seio da Aliança.
22:50
Pessoa 2
Atlântica na nato.
A Europa ainda conta para este campeonato.
22:53
Pessoa 1
A Europa que conta sempre este campeonato, a Europa o que não tem.
E a pergunta está bem colocada, a Europa, o que não tem é a expressão militar.
E no novo século 21, no novo século 21 ou na partida para o segundo quartel do século 21, a força militar e a expressão de do monopólio da violência, eu hoje tão ou mais importante que o controlo e influência económica e financeira.
23:16
Deixámos de falar sobre competição de do bloco europeu do motor europeu com a China e com os Estados Unidos.
Passámos a falar da preparação da Europa para a guerra.
Isto tem que preocupar garantidamente todos aqueles que que estão envolvidos na política, todos aqueles que estão envolvidos profissionalmente no setor da da informação e da comunicação, porque aquilo que as pessoas querem saber, aquilo que o que o mundo do eleitor quer saber é o que é que vai acontecer amanhã.
23:44
Tenho um negócio, tenho investimentos, tenho empresa, tenho colaboradores, tenho que pagar salários, vamos ter garra amanhã, porque senão não, não farei determinado tipo de investimentos.
E isso para as pessoas querem saber e as pessoas querem saber.
O que a união europeia oferece é 1 + 1 camada de proteção face àqueles que não fazem parte da união europeia.
24:01
A nato também oferece uma camada de proteção acrescida.
A Irlanda, por exemplo, faz parte da união europeia, não faz parte da nato.
No entanto, quem conseguiu ver à distância o perigo que se.
Que começava a emergir por parte no leste, por parte da Rússia e por parte da China e do seu bloco de aliados.
24:20
Entendeu que era necessário dar um passo em frente na integração na nato e teria custos estratégicos para estes 2 estados.
Estou a falar da Finlândia e estou a falar da Suécia, que estrategicamente e de forma histórica.
Sempre quiseram ser estados neutrais e que, embora estados da união europeia, não eram estados da nato.
24:40
Pessoa 2
E, no entanto, mudaram a sua posição.
24:41
Pessoa 1
Mudaram a sua posição face ao reposicionamento estratégico e à abertura e demonstração e transparência deste deste novo imperialismo russo.
E o que é interessante é que a própria Suíça pensa neste momento.
Começaram a fazer algumas consultas parlamentares sobre aquilo que seria a necessidade da Suíça um dia.
25:02
Entrar e aderir à nato.
Portanto, o mundo está a mudar e os países tradicionalmente neutrais compreendem que existe uma ameaça e que a força é resultado de um coletivismo integrado de um concerto de nações que se estão a preparar para defender as suas sociedades.
25:19
Mas existem outros perigos, e os outros perigos dizem respeito ao tipo de governos que vamos eleger no futuro, se forem governos que emitam e copiam o modelo Maga na Casa Branca.
Então teremos na Europa governos que vão preferir defesas nacionais em prol daquilo que é uma defesa coletiva.
25:39
Mas isto tem um custo económico que um estado como Portugal não pode suportar.
Portugal faz por algum motivo.
Durante o estado novo, Portugal aderiu imediatamente à nato como membro fundador, porque nós sabíamos, Salazar sabia.
Que havia uma necessidade imediata de Portugal assegurar uma posição no concerto das nações que querem que se querem defender contra os novos imperialismos.
26:01
Pessoa 2
Ainda por cima, Portugal, com um mar que tem o tamanho que tem, nós estamos a olhar para leste, mas de facto, hoje com no mundo global, na realidade não há Fronteiras e, portanto, nós temos que defender esta parte.
É a nossa, faz parte do nosso, do nosso trabalho, do nosso papel.
26:15
Pessoa 1
EE Portugal tem aqui uma missão, Portugal é um, é um, é um estado oceânico e tem que garantir.
Que grande parte da sua plataforma continental e que grande parte do seu triângulo estratégico está defendido de ameaças futuras, ameaças ao nível do mar, ameaças subaquáticas, ameaças no seu espaço aéreo.
26:34
Porque Portugal não?
3 defesas quando quando falamos destas questões da política e da defesa nacional e da defesa coletiva da Aliança Atlântica, algumas pessoas esquecem e ignoram que Portugal, de facto, é um país Atlântico.
E como é um país Atlântico, temos que não podemos ignorar os portugueses na madeira.
26:51
E os portugueses Na Na região autónoma dos Açores?
E isto é fundamental, porque se Portugal quer de facto defender a sua soberania, tem que ter plataformas no mar com competentes e com marinheiros e soldados treinados para conseguir executar todo o tipo de missões.
27:08
Portugal deu agora um passo tremendo, fruto daquilo que é um mecanismo de investimento na defesa patrocinado pela união europeia e não pela nato.
E, portanto, quando me pergunta, a união europeia ainda é relevante?
Não tem poder militar, mas tem um poder económico que pode ajudar as nações a investir na sua defesa.
27:25
Portanto?
Resposta afirmativa, sim.
A união europeia é fundamental e Portugal, com acesso ao programa safe, teve agora direito a 5.8 1000 milhões de euros.
A um acesso a um crédito, teremos que o pagar, mas uma taxa de juro muito abaixo do mercado, e isto é fundamental.
27:43
Olhe o orçamento para a defesa, em média são 4000 milhões de euros.
Tem dado a crescer, embora durante 10 anos tivesse a decrescer, e 4000 milhões de euros.
É muito dinheiro e nós vamos ter acesso a quase +6000 milhões este ano.
28:01
O que Portugal fez e o que o Ministério da defesa fez foram estudos de gabinete com indústrias, estudos que começaram em julho deste ano para preparar aquilo que eram as propostas das indústrias.
Mas isto também tem tem uma questão interessante, não bastam ser uma indústrias quaisquer, tem que ser indústrias da própria união europeia.
28:18
Porquê?
Para promover a criação de capacidades multinacionais para promover o mercado de armamento e o mercado tecnológico intra europeu.
E para começar a dar o tiro de de partida aquilo que tem que ser uma competição da base industrial militar aos Estados Unidos da América.
28:38
E, portanto, quando falamos de uma Europa preparada, uma Europa não lhe chamaria militarizada, mas uma Europa mais poderosa do ponto de vista militar do que há uns anos atrás.
Não nos podemos esquecer do efeito estratégico que isso poderá ter nos Estados Unidos da América.
28:54
Estivermos a falar de um Estados Unidos da América liderado por um republicano moderado.
Um profissional, alguém com escola política ou por um democrata moderado?
Não temos nada a Temer.
Mas se continuarmos nesta senda da dinastia Donald Trump, então essa próxima dinastia, esses próximos herdeiros de Donald Trump, provavelmente vão ver uma Europa mais poderosa do ponto de vista militar.
29:21
Não como um aliado, mas como um competidor direto.
29:24
Pessoa 2
O que é capaz de não ser também uma boa notícia neste?
29:26
Pessoa 1
Neste bloco, isto não é necessariamente desejável.
29:28
A desinformação como arma estratégica e a resiliência civil
Olha, uma das coisas que eu que eu tinha trazido para esta conversa é falarmos da propaganda, daquilo que acontece sempre quando há estes choques, sejam guerras, sejam o que for.
Porque a minha sensação é que hoje em dia, no mundo em que nós temos, no mundo das redes sociais, a propaganda já quase não precisa de mentir.
29:46
Só precisa de organizar os factos e dar uma determinada.
A matriz de ângulo para conseguir inclinar Oo campo a seu favor.
A propaganda é levada tão a Sério como a compra de um Submarino ou a organização de umas forças armadas.
30:04
Pessoa 1
Não, não é do meu ponto de vista.
Não é porquê?
Porque não fechamos o seguinte, vamos ver isto do ponto de vista da educação.
Porque a comunicação tem muito a ver com a educação e a propaganda também tem que ver com a educação.
30:22
Nós, quando treinamos forças armadas, estamos a treinar as forças armadas com base numa ideia do nosso inimigo, do nosso adversário, a ameaça.
Ou seja, para se treinar forças armadas devemos conhecer quem é o inimigo, quais são as nossas armas de guerra, qual é a nossa doutrina, qual é a nossa estratégia.
30:40
Portanto, conhecemos o mundo, conhecemos o mundo, que que que é bem, que é bem plausível.
Mas quando nós falamos da ausência de uma ameaça bem definida, então nós não podemos treinar ninguém, nós temos que conseguir educar.
30:57
E, portanto, por isso é que eu digo que nós treinamos as nossas forças quando conhecemos o inimigo, mas nós somos obrigados a educar as nossas forças para nos protegermos de um inimigo que ainda não conhecemos.
E como é que isso faz?
E a propaganda é precisamente esse.
O problema é.
31:13
Algo que a sociedade civil trabalhou no passado é algo para o qual as sociedades estavam preparadas para lidar ideologicamente com propaganda soviética, comunista e que hoje as sociedades não estão preparadas.
Aliás, alimentam se da propaganda que é gerada artificialmente para atingir um objetivo, dividir, criar clivagens sociais.
31:36
E promover o caos político.
31:38
Pessoa 2
Isso não é um acidente.
O que tu estás a dizer é que isso é uma estratégia.
Acontece.
Há um desenho de uma propaganda que tem como intenção criar uma divisão, imagino que nas sociedades ocidentais modernas e democráticas.
31:51
Pessoa 1
Sim, e normalmente isto é promovido por grupos de interesse, atores estatais ou não estatais.
Isso quer dizer que vem de agências.
De informações estratégicas que com compilam este tipo de de materiais e subcontratam empresas para injetar certas narrativas.
32:09
As narrativas são estudadas certas narrativas em determinadas plataformas sociais para atingir.
Certas classe etárias para atingir certa população, população que fala português ou população que fala castiano ou outra coisa qualquer e, portanto, existem narrativas com objetivos concretos.
32:27
Não se faz por acaso no que diz respeito ao combate a este tipo de desinformação.
32:33
Pessoa 2
Como é que se faz?
Qual é a vacina?
32:34
Pessoa 1
Esse combate tem que ser feito pela educação direta das forças armadas, da população AEOA criação de resiliência nacional advém necessariamente da criação de uma ideologia de.
Deputado, onde as pessoas compreendem que são tanto um ator como um alvo de desinformação externa?
32:52
A Singapura, a Suíça, a Finlândia, a Suécia, a Dinamarca e a Noruega e a Estónia desenvolveram conceitos de defesa total para proteger o estado, mas acima de tudo, a população de ameaças civil visíveis defesa civil.
33:10
EEE.
33:10
Pessoa 2
Fazendo o quê e?
33:11
Pessoa 1
Potenciação e potenciação daquilo que são os os assades de um estado.
O objetivo aqui é declaradamente assumir que um determinado estado está sob ataque.
Ataque esse que não é visível, está na, na, está na, no domínio cognitivo e que as pessoas têm que compreender que determinado tipo de narrativas existem para promover a falta de apoio entre o eleitorado e os seus governantes.
33:37
Para promover a discórdia entre os valores nacionais de um determinado estado e precisamente para semear o caos.
E esse caos é operável, porque quanto mais dividido estiver a Europa, mais fácil será um grande potentado militar atingir os seus objetivos através de anexações ilegais.
33:56
Pessoa 2
Dividir para reinar.
33:57
Pessoa 1
Dividir para reinar.
33:59
Pessoa 2
Olha, nós estamos numa olhamos por um lado, para para a guerra enquanto militar, tanques, aviões, submarinos, por aí fora.
Mas hoje é um conceito da guerra híbrida.
É, é guerra híbrida, é o quê?
Inclui esse, inclui essa, esse tipo de guerra de informação, inclui ataques informáticos do que do que é que estamos a falar?
34:18
Pessoa 1
Esse é um tema muito interessante, eu eu fiz um doutoramento precisamente sobre esta, sobre esta área, e embora eu não possa falar muito sobre sobre ela.
Porque existem aqui questões que são um bocadinho mais técnicas e mais e mais sensíveis.
Acima de tudo, a guerra híbrida da forma como nós a conhecemos.
34:36
Porque não está escrito em Pedra, ou seja, não, não há uma definição fixa.
Estas.
34:42
Pessoa 2
Qual é a tua?
34:43
Pessoa 1
Tendem a mudar o que?
O que é de conhecimento académico é de que a guerra híbrida é uma fusão entre 2 formas de guerra, a guerra convencional.
A guerra entre exércitos e as guerras assimétricas e as guerras assimétricas são guerras de guerrilha, guerra com envolvimento da desinformação do ciberespaço, guerras que contornam exércitos para atingir o que nós chamamos o coração e as mentes dos próprios estados.
35:16
E quem é o coração e as mentes dos estados é a própria população, é o centro de gravidade de uma nação, é a sua população, e portanto, a guerra híbrida tem estas capacidades.
É mutável, é mutável na sua forma de guerra, na sua gramática, utiliza diferentes instrumentos de poder para atingir os seus objetivos, mas é extraordinariamente difícil de se de se conseguir gerir.
35:37
O planeamento não é linear, requer múltiplas iterações ou requer múltiplas formulações, requer diferentes atores envolvidos.
Que quer redes de sabotagem.
O que se passa na Polónia é é um é um dos domínios de guerra híbrida também.
35:52
E a grande dificuldade para um analista ou para um planeador é conseguir identificar uma determinada atividade de sabotagem da desinformação de de, por exemplo, de de destruição de infraestruturas críticas através de detonações ou ou por via de de hacking.
36:13
Como uma atividade associada a uma campanha de guerra híbrida.
Na minha perspetiva, a guerra híbrida não pode ser uma fusão de 2 guerras, porque eu sou um closeviciano puro e em closevitse, acredita se que a natureza da guerra é eterna e portanto, se é eterna, não pode haver 2 naturezas, existe só uma natureza.
36:32
E essa natureza de que guerra é guerra e a e a verdade é que a guerra híbrida pode ser mais do que aquilo que nós pensamos.
Pode ser precisamente uma interpretação newtoniana que nós, seres lineares, fazemos sobre algo que é extraordinariamente complexo, que, embora tenha sido desenhado e orquestrado, pode não necessariamente dizer respeito direto àquilo que nós estamos a observar, porque um planeador só pode observar os seus efeitos, não sabe, sem observação direta, se uma campanha de guerra híbrida está a acontecer ou não.
37:05
Podem, através de mapeamento, conseguir identificar contornos de uma guerra híbrida?
Não temos.
37:09
Pessoa 2
Radares para isso e nós?
37:11
Pessoa 1
Não temos radar para isso, para isto, porque para já não temos uma compreensão total sobre aquilo que é o que não é a guerra híbrida.
Existem múltiplas interpretações e o grande desafio aqui é encontrar uma que satisfaça todos os requisitos e que consiga ajudar o planeador e as nações que estão mais importante.
37:31
A travar os efeitos da guerra híbrida.
E isso só se faz numa não não entender de uma forma a criação de imunidade de sistema, ou seja, a criação a perceção pública real de que este tipo de ameaças existem, quais são os seus domínios, quais são as suas valências tradicionalmente, com que tipo de gramática é que apresentam e como é que elas se apresentam?
37:53
E depois, o que é que cada população, o que é que cada nação tem que fazer para a combater?
Portanto, e a nato e a união europeia celebraram de forma conjunta porque isto é também uma é uma ameaça política e militar.
Criaram um centro de excelência no estudo da guerra híbrida em Helsinki e na Finlândia.
38:10
E porquê na Finlândia?
Porque Finlândia, antes de de 2014, estava na linha da frente as ameaças híbridas vindas da Rússia, portanto, aquilo que é o os moldavos.
Os georgenos EAE, os ucranianos sofreram a Finlândia o convívio com essa realidade desde o início do século 20 e, portanto, é compreensível que tenha sido em Helsinki.
38:32
Mas estes centros de excelência multiplicam se porque as ameaças são cada vez maiores e são tão vastas que são necessárias várias equipas de pessoas, de economistas, atores políticos a diplomatas, a militares, para se conseguir compreender todos os contornos.
38:47
É, de facto, uma grande ameaça e é certamente um grande desafio.
Para este século e para as próximas décadas?
38:53
Os exercícios militares da NATO e a ativação do Artigo 5
Há uma curiosa expressão, não sei se curiosa desgraçada, depende de ir me aste que são jogos de guerra, que é quando, por exemplo, no nato, não só se juntam forças multinacionais, vai tudo para um palco real ou imaginário de ir me aste tu combater um determinado inimigo.
39:13
O que é que acontece no nos jogos de guerra?
Estou a perguntar te porque tu acompanhas muito de perto este?
Este tipo de de atividades de treino militar que é disto.
39:23
Pessoa 1
Que estamos a falar eu, eu, eu já há alguns anos que acompanha os jogos de guerra da nato.
EE é público, portanto, não, não vou fazer grandes revelações.
39:32
Pessoa 2
E podes partilhar o que é que tu fazes, qual é o que é, qual é o teu papel?
39:35
Pessoa 1
Eu, eu, portanto, eu integrei o joint workfer center em 2015 e desde 2015 que tem estado envolvido com os com os grandes exercícios estratégicos multinacionais de alta visibilidade da nato.
E tive o privilégio de poder ser o autor político e estratégico de um grande exercício que foi, na altura, em 2017, considerado o maior e a mais desafiante exercício de sempre da nato, o Trident chavalin 2017.
40:07
E a nossa, a nossa necessidade e a nossa função e a nossa missão era oferecer ao, portanto, a nossa, a nossa audiência, que estava em treino, ao nosso training audience.
Um desafio extraordinariamente complexo que treinasse uma série de requisitos que os obrigasse a pensar de forma crítica e a solucionar os problemas operacionais que estariam montados à à sua espera.
40:30
Os exercícios fazem se de forma por simulação em computador ou de forma com fogo vivo.
Portanto, temos os CPXE, os livex e a verdade é que.
Ao longo dos últimos anos, assistimos a um aumentar da frequência dos exercícios militares da nato, mas também há um aumentar da graduação do próprio exercício.
40:56
São cada vez mais complexos e mais desafiantes, uns a seguir aos outros, quase de forma exponencial, porque desde 2014, com a invasão da Crimeia, que a nato, a Aliança Atlântica e as nações acima de tudo das nações.
41:12
Parece terem acordado para para 11 Mundo Novo, do qual não estariam à espera.
41:16
Pessoa 2
Isso pode ser uma preparação para uma guerra real?
41:19
Pessoa 1
E os exercícios normalmente são feitos para capacitar as nações para treinar os próprias operacionais que estão sentados nos diferentes comandos da nato.
Para garantir que num dia em que o artigo quinto seja.
41:32
Pessoa 2
Ativado, o artigo quinto diz que?
41:33
Pessoa 1
O artigo quinto é a forma como a nato se defende, é o é a grande, é a grande fórmula do tratado do Washington e diz que o ataque contra um é um ataque contra.
41:44
Pessoa 2
Todos ou obriga, portanto, a uma, a uma resposta, a.
41:46
Pessoa 1
Resposta de todos, mas só posso ser ativado por consenso.
Isso foi ativado uma vez na história foi ativado depois do 11 de setembro e a pergunta fica, quem é que ativou o artigo quinto?
É quando o ataca.
As Torres gémeas não foram os Estados Unidos.
42:00
Pessoa 2
Não foram os estados.
42:01
Pessoa 1
Unidos foram os Estados Unidos, não é segredo, mas quem ativou o artigo quinto foi o conselho do Atlântico norte, de forma consensual.
42:08
Pessoa 2
Do lado de cá?
42:09
Pessoa 1
Foram foram todos os membros da nato que em 2001, de forma solidária, a ativar o artigo quinto em vez dos Estados Unidos.
Porquê?
Por uma questão de comunicação estratégica, por uma questão de postura.
Estratégica, os Estados Unidos não queriam dar o flanco fraco, embora fossem atacados no coração económico do seu estado.
42:29
Não quiseram dar o flanco fraco, não queriam mostrar mais fragilidade.
42:34
Pessoa 2
Pedir ajuda no fundo aqui aos europeus deste.
42:36
Pessoa 1
Lado e não iriam pedir ajuda.
E, portanto, o que a nato fez que naturalmente que existiram negociações e conversações para isto à porta fechada?
O que Oo que a nato fez foi utilizar o seu concelho máximo, o concelho do Atlântico norte, para fazer esta esta ativação e portanto, quando falamos destes articulados e quando falamos destes posicionamentos da nato, a nato e as suas nações são obrigadas a exercitar aquilo que são as suas diferentes capacidades em diferentes missões e operações.
43:05
E neste momento os exercícios contemplam praticamente toda a Geografia aliada toda a Geografia aliada, portanto, quase desde o havai.
Até ao flank leste, com a Rússia e a são cada vez maiores e mais exigentes.
43:20
E isso obriga também a uma exigência por parte de quem treina, de de quem desenvolve os exercícios, de quem treina e de quem os executa.
E à medida que avançamos, estes são exercícios cada vez mais definidores de postura estratégica da Aliança Atlântica.
43:36
Porque é que isto é importante, Jorge, porque no final de contas, todas as nações que querem mostrar dissuasão.
Têm que mostrar que fazem os seus exercícios com competência todos.
43:47
Pessoa 2
Isto é uma prova de força, é EEEE.
Os outros atores internacionais estão a pensar na China, na Rússia.
43:54
Pessoa 1
Todos observam, estão todos a observar EE são avisados que os exercícios vão acontecer.
São avisados, são todos avisados.
44:00
Pessoa 2
É a guerra do seu lado, não?
44:01
Pessoa 1
Têm que têm garantidamente que ser avisados porque movimentações de tropas em continente europeu pó?
Movimentação de tropas Russas para a para a Fronteira com a Europa.
44:10
Pessoa 2
Só podem ser uma ameaça.
44:11
Pessoa 1
São consideradas imediatamente uma ameaça e isso vai obrigar a mobilização de forças de reação rápida da nato e mobilização dos exércitos nacionais.
E, portanto, os exercícios são anunciados, são planeados e os russos comprometem se a fazer o mesmo.
Os exercícios à PAD russos, que acontecem de 4 em 4 anos, também foram anunciados aos países da nato.
44:31
Toda a gente sabia que este exercício iam acontecer, os exercícios que levaram depois.
À ao blitzkrieg e à invasão.
Em 2022, foram comunicados aos parceiros internacionais da Rússia.
Mas quando a monitorização a essas mobilizações Russas começaram, identificou se imediatamente que o tipo de mobilização não era condizente com aquilo ou não estava de acordo com aquilo que se veria.
44:57
Um exercício militar puro e duro seria algo mais com o exercício militar, portanto, começaram as dúvidas e começaram as.
45:03
Pessoa 2
Dúvidas olha o que é que?
É um cenário impossível de treinar.
45:10
Pessoa 1
Aparentemente é um cenário onde a nato perde.
Isso é extraordinariamente difícil de se treinar.
É curioso porque eu vejo mais valias quando os quando as audiências, os soldados, os comandos, porque é o que nós estamos a treinar.
45:29
São comandos e não e não soldados.
Quando perdem um cenário muito exigente, mas politicamente, a perda de um exercício de guerra tem custos políticos, tem custos políticos, tem custos para o para a hierarquia e para o comando e controlo de uma de umas forças armadas.
45:46
Pessoa 2
Portanto, quando se tenta fazer determinada coisa e é tão difícil que se chega à conclusão de que aquela unidade, aquele departamento, aquela determinado exército, não consegue resolver o problema.
45:56
Pessoa 1
Esse normalmente, esse tipo de esse tipo de de vinhedos são normalmente ignorados ou ultrapassados.
Porque a tentativa de aceitação, de incapacidade para resolver um determinado cenário de uma grande ameaça, quase impossível de se resolver, não é aceitável do ponto de vista político.
46:16
Os exercícios são feitos para treinar, não são feitos para que a nato falhe.
No entanto, existem várias Correntes metodológicas que veem grande valor e valor acrescido e também vejam.
Quando um estudante, quando um soldado, quando um comando não consegue ultrapassar o desafio que que lhe é proposto, porque não está capacitado para isso ou porque, de facto, é demasiado exigente.
46:39
Pessoa 2
Aprender com os erros, aprender.
46:41
Pessoa 1
Com os erros, e isso é algo que a este nível de grandes exigências, de grandes demonstrações de poder, onde todos os observadores estão atentos.
É algo que as nações ainda não estão preparadas para fazer, mas existem outras formas de fazer este tipo de exercício, de se fazer este tipo, de retirar estas mais valias.
47:00
A verdade é que nem os chineses nem os russos também perdem os seus.
Os seus exercícios de guerra ganham sempre.
Portanto, faz parte do cenário e faz parte do desenho institucional que foi criado, o batok.
47:11
Pessoa 2
Que faz parte da retórica, é assim que funciona.
47:14
A retórica nuclear e a dissuasão no cenário geopolítico
E eu estava a pensar especificamente na ameaça nuclear.
Isto, género de exercícios treina também.
O uso e a resposta a ataques nucleares sim.
47:26
Pessoa 1
Embora não sejam tão comuns quanto os exercícios de comando que são feitos, existem exercícios de que, especialmente no diz respeito ao planeamento do grupo militar e a ou o planeamento do grupo nuclear, e, portanto, são são sempre executados e na verdade são mais revistos agora do que no passado, porque a ameaça nuclear é agora algo que se utiliza com com tanta leveza.
47:51
Mas na comunicação pública entre diferentes estados, nós recordamos bem as palavras de Medvedev quando diz claramente se os europeus assim o desejam, a Rússia está preparada para a guerra nuclear e, portanto, este tipo de retórica não deveria existir.
48:07
No passado, era evitável.
Ninguém falava sobre ameaças nucleares.
Era uma conversa que, embora toda a gente reconhecesse a ameaça e a minha, a ameaça é incrível, não era algo que fosse utilizado.
Com tanta leveza.
E agora, infelizmente, chegamos ao ponto onde armas nucleares táticas são colocadas na Fronteira com a Polónia, nomeadamente na Bielorrússia, onde a retórica nuclear aumentou e onde aumentou também, claro, o medo e a coerção daquilo que poderá ser uma guerra nuclear, e por isso o treino tem que ser feito, mas não do ponto de vista da destruição nuclear.
48:48
A nato não tem qualquer tipo de pretensões de guerra nuclear.
Aliás, é precisamente o oposto.
A nato tem como objetivo travar qualquer guerra, qualquer guerra de agressão.
48:58
Pessoa 2
Dissuasão.
48:59
Pessoa 1
Não travar guerras de agressão através da sua dissuasão.
E a guerra nuclear não chama se guerra nuclear, mas não é uma guerra.
O elemento nuclear aqui é uma arma política.
Não deve ser utilizada nunca em guerra e a própria forma de se fazer a defesa contra este tipo de empenho de de armas se atacada se o.
49:24
Portanto, se a nato ou os territórios da nato forem atacados com uma arma nuclear, a resposta a esse ataque não é ele nuclear, é uma resposta convencional.
E porque é que isto foi desenhado desta forma?
Porque durante os anos 50 e durante durante os anos 60.
49:41
A resposta a um ataque nuclear com outro ataque nuclear levaria à Escalada do da ameaça nuclear e potencialmente à materialização de um cenário de destruição mútua.
E o objetivo foi sempre fazer a redução da ameaça nuclear, nunca potenciando atingir um cenário de destruição mútua.
49:59
Então os vários países aliados resolveram reformar a própria doutrina nuclear.
Para respondendo a um ataque nuclear com um ataque convencional, tentando quebrar aquilo que era a iniciativa nuclear de um estado agressor.
Mas se o estado agressor continuasse a utilizar e empenhar armas nucleares, então a resposta por fim já não seria uma resposta convencional e, portanto, o objetivo aqui é que a resposta seja flexível e que seja ponderada e que não nos leva todos para o abismo, mas uma nação que decide empenhar uma arma nuclear contra um estado não agressor, decidiu.
50:35
E solou o seu destino.
50:37
Pessoa 2
Hum, achas que o uso de uma arma tática nuclear num sítio muito específico é uma possibilidade real?
50:46
Pessoa 1
Claro que é, especialmente se for uma arma de hidrogénio.
Se for 11 bomba de hidrogénio não tem radiação, a explosão e a detonação.
A destruição é pela pressão do do do movimento do ar.
Não existe radiação porque não é uma arma de de fusão.
Mas isso não quer dizer que seja passível do seu do seu empenho.
51:04
O objetivo é anão utilização de armas nucleares.
A utilização deste tipo de armamentos vai levar imediatamente a uma resposta muito agressiva por parte de todos os estados, estados esses que pertencem à nato e potencialmente vai arrastar para o conflito de estados que não pertencem à nato e que não estão envolvidos no conflito.
Porque aquilo que pode acontecer num estado é um descontrolo político, emocional, de uma de uma grandeza de tal ordem.
51:25
Que já deixam de existir limites a este empenho e a esta utilização.
Um estado que empregue armamento nuclear é um estado e um governo que já não pode estar sobre sobre, já não pode liderar um determinado uma determinada nação é deve ser removido.
51:38
Pessoa 2
Rapidamente é um ato irracional no.
51:40
Pessoa 1
Fundo é um ato de irracionalidade política.
E eu não creio que a Rússia, neste momento, se veja obrigado, obrigado a uma coisa dessas.
Pelo contrário.
O que a Rússia quer fazer é garantir que atinge todos os seus objetivos.
De forma não.
Nuclear de forma não violenta, não violenta, tentando não provocar aquilo que é uma Europa ainda um pouco adormecida, mas tentando atingir os seus objetivos, fazendo a guerra ou levando a guerra até outras paragens a estados que não têm a capacidade de reação, como têm a Europa.
52:14
Uma guerra, como aconteceu entre a Rússia e a Ucrânia, se acontecesse entre a Rússia e a Europa, seria francamente muito diferente.
Especialmente porque os europeus, em comparação com os russos ou em comparação com os ucranianos, conseguiriam garantidamente fazer 11 controlo do espaço aéreo EE garantir um controlo aéreo e, portanto, operações terrestres com supremacia do ar são muito diferentes de operações ucranianas sem suplomacia de força aérea, os caças f 16 que estão na linha da frente.
52:46
Os caças f 16 que foram entregues à Ucrânia não estão na linha da frente.
Porque os sistemas de defesa antiaérea russos protegem as forças e protegem o posicionamento russo em pokrossky na e na restante linha da frente e, portanto, não me permita que a força aérea ucraniana possa voar em em Liberdade e em segurança para atingir os seus alvos.
53:06
Pessoa 2
Se isto é preocupante, se até agora nós tínhamos estado dos nucleares, os Estados Unidos, a Rússia, a China, mas subitamente a Coreia passou, a Coreia do do norte passou a ser um estado nuclear, o irão, provavelmente também há um conjunto.
De países aqui à volta, olho sempre para os indianos e para os paquistaneses.
53:24
Que voltem a meio esses anguam nas suas Fronteiras.
Isto cada vez quanto mais salarga este leque, mais difícil de nós podemos controlar esse.
53:32
Pessoa 1
Fator?
Absolutamente, absolutamente.
E quem controla este fator são aqueles que ainda têm monopólio da violência mundial, os Estados Unidos da América.
Quando deixarem de ser os Estados Unidos da América e passar a ser outro grande patrocinador, outro grande big Brother?
Então, esse controlo e essas relações de interesse vão ser reformuladas e só Deus sabe o que é que poderá acontecer.
53:53
A verdade é que os ucranianos estão muito atentos àquilo que é o poder da dissuasão nuclear.
Mas os russos também.
Por algum motivo, os russos em 2009, estavam tão interessados em remover aramamente nuclear da Ucrânia sabendo que poderiam ser utilizados como um mecanismo de dissuasão aos seus interesses.
54:10
Passados quase 15 anos e, portanto, é óbvio.
Que a Ucrânia, que tem uma larga experiência com a indústria de energia nuclear, garantidamente que já pensaram que a arma nuclear poderia ser um, garante.
54:27
Pessoa 2
De paz, portanto, não tem uma limitação tecnológica porque o sabem fazer.
Obviamente é apenas 11.
Limitação política.
54:36
Pessoa 1
Uma limitação política que os Estados Unidos dificilmente aceitariam, que a Rússia nunca aceitaria.
A Rússia nunca aceitaria.
Seria, aliás, precisamente contra ele.
Seria motivo de maior, de maior expressão militar se a ukremlin de conseguisse atingir maturidade deste tipo de armamento.
54:55
Porque não basta desenvolver a ogiva, é preciso garantir que funciona, é preciso garantir que os testes foram todos feitos.
Olhe se o irão, com tanta experiência nuclear, não a desenvolver um a tempo antes de de fora dele ter sido bombardeado e portanto, tudo isto leva muito tempo e dá muito nas vistas.
55:11
É difícil fazer isto em segredo.
Para ser Franco consigo.
No entanto, existem ainda aqui algumas questões que dizem respeito à multiplicação.
Jorge como falavas do atores do clube nuclear, que são 9 EEA forma como rapidamente esta questão se pode descontrolar e, em boa verdade, à medida que a multipolaridade cresce, será cada vez mais difícil garantir que este tipo de armamento não cai nas mãos erradas.
55:37
E enquanto que irem em estados organizados.
Politicamente, ativos, tentativamente, democráticos, está tudo bem.
O problema é quando este tipo de material cai em mãos de terroristas para a criação de bombas sujas que possam ser introduzidas em qualquer espaço populacional e detonadas com imensas, com imensas consequências para todos os estados e para todas ou para toda a população desse desse mesmo estado.
56:03
Pessoa 2
E isso torna isso mais difícil?
56:05
As lições da história e a defesa da democracia contra autocracias
Olha, uma pergunta final para ti.
Se tu fosses o negociador designado para tentar dar uma ajuda neste conflito Na Na Ucrânia de seguirias, porque via?
56:17
Pessoa 1
Essa é a pergunta menos simples delas todas, mas que?
56:21
Pessoa 2
Opções tem o negociador no fundo, é, é, é isto, num, num, num caso que é obviamente muitíssimo complexo.
56:27
Pessoa 1
Eu penso que tentando não dar uma resposta complexa, tentando simplificar aquilo que é extraordinariamente difícil.
O que falta neste momento a todos?
Aqueles que não são a Rússia é coragem.
Há falta de coragem.
Há falta de coragem por parte dos republicanos moderados americanos em combater aquilo que é uma expressão anacrónica de poder na Casa Branca.
56:51
Há falta de coragem dos governantes europeus que, sim, mostraram solidariedade e empenho e determinação na ajuda aos ucranianos.
Mas a comunicação.
Militar e a comunicação do poder faz se pela demonstração de plataformas de guerra, pela comunicação da mobilização dos dos diferentes exércitos, porque é uma comunicação que a Rússia compreende muito bem, se a Rússia encontrasse nos europeus e nos Estados Unidos da América uma consolidação estratégica e ideológica, um empenho.
57:34
Um empenho total de esforços na reconstrução da Europa, como potentado militar para ser para fazer face à posição da Rússia.
Provavelmente as negociações seriam mais lineares, digo lineares, e não digo simples, porque elas nunca são simples, mas tentativamente seriam 2 grandes blocos, Unidos, preparados, equipados e treinados para conseguir dar uma luta e para conseguir dar um sinal de força.
58:04
Àquilo que neste momento faz pouco dos europeus, porque encontra mais fraquezas do que fortalezas e, portanto, como negociador.
O objetivo não era negociar com o agressor neste momento, que o momento de fragilidade institucional, de fragilidade estratégica, é capacitar a Aliança Atlântica, garantindo que os europeus dão o próximo passo de coragem, especialmente naquilo que é a articulação da política com a defesa, que neste momento é um caso complicado.
58:33
Porque a defesa não dá votos e a lógica do eleitorado continua a ser soberano, vota se apenas e investe, se apenas naquilo que dá votos.
Mas o futuro devia dar votos.
E o futuro não é apenas feito de hospitais e de segurança social, é feita de estratégia e investimento em segurança social e em saúde, para mim e em educação, é tão importante quanto o investimento na defesa da sociedade.
58:59
E, portanto, capacitação dos europeus para mais tarde, numa posição de força, podermos garantir que a Rússia aceita as condições que lhes são impostas.
59:09
Pessoa 2
Como é que nós tomamos boas decisões desta ética da guerra?
Isto é, como é que nós sabemos a Fronteira entre o que é que é militar e estrategicamente correto versus certo ou errado moralmente?
59:23
Pessoa 1
Através do estudo da história, através do estudo da da diplomacia Internacional.
Através do estudo das lições aprendidas porque os europeus gostam de identificar muitas lições, mas não aprendem, raramente aprendem realmente e conseguem fazer algo melhor com isso.
59:41
EE garantir que que deixam um futuro em paz para os seus filhos e para os seus netos, porque neste momento a forma como a política está a ser conduzida é uma política estratégica.
É uma política com razão, com determinação, cheio de slogans, mas não se encontra aqui.
1:00:01
Estratégias europeus têm mostrado ao longo da sua história que só são bravos e corajosos quando estão à beira da derrota.
Isto aconteceu durante a primeira guerra mundial, durante a Segunda Guerra Mundial.
Certamente.
Espero que essa lição seja aprendida rapidamente e que se possa tomar as decisões certas na altura certa, porque isto é também uma questão de timing.
1:00:22
E no que diz respeito à moralidade, que é a parte provavelmente mais importante, não podemos esquecer que as democracias desaparecem quando seduzidas por aquilo que são princípios autocráticos, adotam instrumentos iliberais em prol daquilo que é a tentativa de se de defenderem os seus interesses.
1:00:47
Eu dou lhe um exemplo.
Em 2019, a Rússia criou algo chamado ronet criação da soberania do ciberespaço, rompendo completamente com a tradição da Liberdade e circulação de informação em no ciberespaço, criou a internet da Rússia chamemos lhe assim simplificando a Europa, pensa precisamente imitar o modelo fazendo fazendo a mesma coisa que a China e que a Rússia limitar o seu espaço.
1:01:13
Isto é uma violação total daquilo que nos liga da Liberdade de pensamento, da Liberdade de circulação, da informação.
Da privacidade e estes mecanismos de controlo informacional, estes mecanismos de defesa do ciberespaço são mecanismos autocráticos que nunca deveriam ser adotados por parte das democracias e, portanto, moralmente falando, devemos fazer tudo aquilo que as autocracias.
1:01:39
Pessoa 2
Não fazem.
Ao longo desta conversa, ficaram claras para mim várias lições que vale a pena fixar.
A primeira é que a guerra não desapareceu do mundo moderno.
Ela renasce sempre que a competição pelo poder supera a capacidade da cooperação.
A paz foi uma Conquista, mas nunca um estado garantido.
1:01:55
A segunda lição é que a diplomacia só avança quando existe coragem política, coragem para enfrentar agressões, coragem para fazer cedências, coragem para não adiar decisões difíceis.
E essa coragem.
Que tem faltado nos Estados Unidos, na Europa e em demasiados momentos onde deveria ter sido clara.
1:02:12
A terceira é que a propaganda já não vive só de mentiras.
Vive de ângulos, organiza factos, distorce e emoções, divide sociedades.
O ataque não é apenas militar, é também cognitivo.
E a defesa não é apenas armamento.
Em educação e resiliência civil, a quarta lição é sobre a ameaça nuclear, não é ficção, não é tabu e não é um detalhe.
1:02:35
É uma arma política que condiciona cada passo, cada decisão, cada negociação, a sua leveza no discurso atual.
É um sinal do tempo, é um alerta para todos nós.
Finalmente, a quinta lição, as democracias são mais frágeis.
Quando tentam imitar as autocracias, quando restringem liberdades, quando fecham Fronteiras internacionais ou quando sacrificam valores em nome da segurança, a defesa da democracia faz sempre pela verdade, pela transparência e pela coragem moral.
1:03:03
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