Uma apresentação com impacto começa com uma narrativa que envolva e que capte a atenção do público desde o início.
TEMAS DE CONVERSA NESTE EPISÓDIO
Compreendendo o público (00:03:46) Dicas sobre como compreender o público-alvo de uma apresentação e adaptar o conteúdo para atender às suas necessidades e expectativas.
Contando uma história cativante (00:04:46) A importância de começar uma apresentação com uma história interessante que envolva emocionalmente a audiência e crie empatia.
Tendo um objetivo claro na comunicação (00:05:04) A importância de definir um objetivo claro para a apresentação e comunicar de forma persuasiva, informativa ou inspiradora, dependendo do objetivo desejado.
Linguagem acessível e tempo de apresentação (00:07:27) Dicas sobre como utilizar uma linguagem simples e evitar termos técnicos em apresentações, além de gerir o tempo de forma adequada.
Enfatizar benefícios e quebra de expectativas (00:08:45) A importância de enfatizar os benefícios do que está a ser apresentado e utilizar a quebra de expectativas para surpreender a audiência positivamente.
Chamada à ação (00:09:53) A importância de encerrar a apresentação com uma instrução clara sobre o que a audiência deve fazer a seguir, como visitar um site, comprar um produto ou refletir sobre um tópico.
Estruture o seu conteúdo de forma clara, dividindo-o em partes distintas com uma introdução cativante, desenvolvimento coerente e uma conclusão memorável.
Utilize recursos visuais, como diapositivos ou gráficos, para ilustrar pontos-chave e tornar a apresentação mais visualmente atrativa.
Alguns de nós somos mais auditivos, outros mais visuais.
Mas todos, sem exceção, gostamos de variedade.
Depois há a linguagem.
Mantenha uma linguagem acessível e evite jargões excessivos, garantindo que a sua mensagem seja compreendida por todos.
Se falam com linguagem técnica ou encriptada está a criar uma barreira à comunicação. Está a excluir os outros da conversa.
Finalmente há o treino.
E treine. Treinar. Treinar. Treinar.
Pratique a sua dicção e os seus gestos, para transmitir confiança, e esteja preparado para responder perguntas.
Finalmente, encerre com uma chamada à ação, incentivando a participação e a adesão do público.
Vamos por partes:
A pergunta é: COMO FAZER UMA APRESENTAÇÃO CATIVANTE?
Compreensão do Público
Entender o seu público significa conhecer quem está na audiência, quais são as suas necessidades e expectativas. Isso ajuda a personalizar a sua apresentação para ser mais relevante.
Compreender o público é saber que problemas tem ou o que desejam. No fundo, falar para um público é responder às necessidades daquele público.
E todos os públicos têm necessidades diferentes.
Antes de lhes falar tente compreendê-los.
Se não conhece o seu público, pergunte a quem conhece.
Conte Uma História Cativante
Começar com uma história interessante envolve emocionalmente a audiência, criando um vínculo e tornando a sua apresentação mais memorável.
Uma história real. Com pessoas reais. Em sítios reais.
Pessoas com dores, problemas e desejos.
E isso gerará empatia no público.
Exemplo: Se está apresentar sobre inovação, pode sempre contar a história de uma startup de garagem que se tornou um gigante da tecnologia, como a Apple.
Já agora: quanto mais próxima for a história da sua audiência, melhor ela funciona.
Se ela for portuguesa, já ganhou uns pontos extra.
E se for uma história pessoal: UAU, é um bingo!
Tenha Um Objetivo Claro
Ter um objetivo claro significa que deve saber exatamente o que deseja alcançar com a sua apresentação,
Só conheço três tipos de objetivo: persuadir, informar ou inspirar.
No fundo, comunicar para que alguém seja convencido, se sinta informado ou inspirado pelas suas palavras.
Exemplo: Se o objetivo da sua apresentação é persuadir investidores a financiar o seu projeto, deixe isso claro desde o início.
Vale para negociar o empréstimo da casa, renegociar os juros ou convencer o patrão a aumentar-lhe o salário.
Diga ao que vem. E isso permite uma conversa honesta e direta.
Estrutura Lógica
Organizar a sua apresentação de forma lógica ajuda a manter a clareza e a compreensão para a audiência, seguindo uma sequência natural.
Pelo menos nas sua primeiras apresentações, use este método. Consegue sentir-se mais seguro e garantir um fio lógico para a conversa.
O exemplo típico de uma estrutura de apresentação é o clássico: introdução, desenvolvimento (com tópicos principais) e conclusão,
Mas há outras estruturas lógicas que funcionam também bem.
Incluindo a que usam os jornalistas: primeiro a conclusão ou facto mais relevante e só depois o contexto. Podem escolher. E eu deixo um conselho: experimentem coisas diferentes e vejam o que funciona melhor convosco.
Apresentem com recursos Visualmente Atraentes
Recursos visuais, como gráficos e imagens, ajudam a ilustrar os seus pontos de forma mais impactante e mantêm a atenção da audiência. Os seus ouvintes mais visuais vão adorar.
O exemplo mais básico e direto são os gráficos. Se está a apresentar dados de crescimento de vendas, mostre um gráfico de barras que destaque o aumento nas vendas ao longo do tempo.
Mas imagens ou fotografias intrigantes, ou belas funcionam sempre bem.
Convém que elas tenham sentido na lógica da sua comunicação.
Um dos tópicos mais importantes é o da linguagem:
Regra: simples, simples, simples
Linguagem Acessível
Use uma linguagem simples e evite jargões técnicos para que todos na audiência possam entender a sua mensagem.
Se é médico e está a falar sobre medicina, evite termos complexos e explique conceitos de maneira simples para pacientes leigos. Isto partindo do princípio de que não está a falar para os seus pares. Se for uma conversa aberta, há que evitar palavras ou conceitos que nos impeçam de compreender o que diz.
Ou, se for inevitável falar de algo complexo, tem que explicar o que quer dizer.
As analogias e simplificações são sempre boas portas de entrada para que nos entendam.
Além da linguagem, há o tempo.
Nem demasiado curto, nem demasiado longo.
Gerir Tempo
Respeitar o tempo designado para a sua apresentação mostra consideração pela audiência e evita a exaustão. Quem nunca levou com um palestrante daqueles que adoram ouvir-se e falam 3 dias 3 noites sem parar.
Eu fico desesperado..
O contrário também não funciona.
Imagine ter 20 minutos para falar e decidir resumir tudo em 2 minutos.
Uma catástrofe. Em tempos muito curtos não temos o chamado tempo de instalação. E verdadeiramente estarmos a ouvir e a entender.
Mesmo resumos ou declarações fortes podem não ter um bom efeito se forem ditas de forma rápida e demasiado sucinta.
Já agora, tempo, também quer dizer ritmo.
Um bom ritmo é meio caminho andado para boa comunicação.
Enfatize Benefícios
Em vez de apenas listar características, destaque como o seu produto ou ideia beneficia a vida, ou trabalho da audiência. No fundo: para que raio serve o que está a dizer.
Se tiver dúvidas, pergunte a si mesmo: Isto resolve um problema da audiência?
Se a resposta for negativa, mude de ramo.
Quebre de Expectativas:
Isso! Surpreender a audiência mantém positivamente o interesse e a atenção.
Imagine que fala de um dos temas da moda: a sustentabilidade ambiental.
Se mostrar o exemplo uma empresa que poluía muito antes, mostrando como se conseguiu tornar mais limpa, pode garantir esse efeito,
No fundo, explorando uma aparente contradição e alimentando o ceticismo inicial do seu público. Funciona quase sempre bem.
Chamada à Ação
Termine a sua apresentação com uma instrução clara sobre o que a audiência deve fazer a seguir, seja visitar um site, comprar um produto ou refletir sobre um tópico.
Aproveitando o exemplo do ambiente:
Se está apresentar uma campanha de consciencialização sobre reciclagem, feche com um apelo: “A partir de hoje, comece a reciclar na sua casa e influencie os seus amigos a fazerem o mesmo.”
Espero que estas dicas tenham sido úteis e que as possa usar nas suas comunicações futuras.
TRANSCRIÇÃO AUTOMÁTICA COM TODAS AS VANTAGENS E IMPERFEIÇÕES DAS MÁQUINAS QUE SE DIZEM INTELIGENTES.
JORGE CORREIA (00:00:12) – Ora vivam! Bem vindos ao Pergunta Simples o vosso Podcasts sobre Comunicação. Estamos a caminho dos 200 episódios e, como sabem os ouvintes mais regulares, tenho privilegiado gravar conversas com pessoas, ora comunicadores profissionais, ora profissionais que têm de comunicar no seu dia a dia. E as conversas são sobre comunicação, mas também são e muitas vezes, sobre a vida e sobre a maneira como cada um de nós se vai desenrascando. A poucos dias do novo ano de 2024 e depois de alguns pedidos da comunidade, decidi enriquecer e diversificar o conteúdo. Pergunta simples como? Gravando alguns episódios com dicas de comunicação, além dos episódios que gravo com outras pessoas. Estas dicas podem ajudar, principalmente quem não é profissional de comunicação a pensar, a fazer e a melhorar a sua forma de comunicar e por isso, um conteúdo simples e útil, mas despretensioso não é nem pretende ser um curso avançado de comunicação nem um tratado académico. São episódios em que mistura alguma pesquisa, dicas e exemplos pessoais de como resolvi alguns dos meus dilemas de comunicação ao longo dos anos.
JORGE CORREIA (00:01:21) – Espero que gostem e aguardo as vossas respostas ou pedidos específicos. Têm necessidades, dúvidas ou precisam de ajuda? Estou mais do que disponível para ouvir e para poder ajudar a comunidade. Basta ir ao site. Pergunta simples como tem lá todas as maneiras de me contactar Telemóvel, WhatsApp, email, redes sociais, Todas, praticamente todas. Até sinais de fumo, se for caso disso. Para começar bem este novo tipo de conteúdo, decidi escolher um tema fascinante e tão vasto que daria para fazer dez programas a saber como fazer uma apresentação cativante. Todos queremos fazer grandes apresentações, daquelas de encher o olho, de sermos aplaudidos de pé ou simplesmente recebermos os parabéns de amigos ou colegas de trabalho. Por isso, encontrei dez dicas para que possa melhorar as suas próximas apresentações para um público. Uma apresentação com impacto começa sempre com uma narrativa que envolva e que capta a atenção do público desde o início. Estruture o seu conteúdo de forma clara, dividindo o em partes distintas com uma introdução cativante, um desenvolvimento coerente e uma conclusão memorável.
JORGE CORREIA (00:02:34) – Utilize recursos visuais como slides ou gráficos para ilustrar os pontos chave e tornar a apresentação visualmente mais atrativa. Alguns de nós somos mais auditivos, outros mais visuais, mas todos, sem exceção, gostamos de variedade. Depois, a linguagem. Mantenha uma linguagem acessível e evite jargões excessivos, garantindo que a sua mensagem seja compreendida por todos. Se falam com uma linguagem técnica ou encriptada, então estão a criar uma barreira à comunicação. Estão a excluir os outros da conversa. Finalmente, o treino é treinar, treinar, treinar é a boa regra para se atingir a perfeição. Pratique a dicção, pratique os gestos para que consiga transmitir confiança à autoridade e esteja preparado para responder a perguntas. Finalmente, encerre com uma chamada de atenção, incentivando a participação e a adesão do público. Vamos por partes. A pergunta é como fazer uma apresentação cativante? Ora, para começar, há que compreender o público. Entender o público significa conhecer quem é que está na audiência, quais são as suas necessidades e as suas expectativas. Isso ajuda a personalizar a sua apresentação para ser mais relevante.
JORGE CORREIA (00:03:46) – Por exemplo, se estiver a apresentar um produto para uma audiência de idosos, então adapte a sua apresentação, destacando os benefícios mais importantes para essa faixa etária, Por exemplo, a facilidade de uso ou então a segurança. Compreender o público e saber que problemas têm ou o que desejam. No fundo, falar para um público e responder às necessidades daquele público específico. E todos os públicos têm necessidades diferentes. Antes de falar, tente compreendê las. E se não conhece o público, pergunte a quem conhece. Segundo, conte uma história cativante. Começar com uma história interessante que envolve emocionalmente a audiência, cria um vínculo e torna a sua apresentação mais memorável. Uma história real, com pessoas reais em sítios reais, pessoas com dores, com problemas, com desejos. E isso vai gerar empatia No público, por exemplo, está a apresentar uma inovação. Pode sempre contar aquela velha história de uma startup que começou numa garagem e se tornou no gigante da tecnologia. Estou a falar da Apple, mas se não quiser ir para estas histórias, enfim, mais do mundo lá fora ou da tecnologia, quanto mais próxima for a história que tiver para contar, mais próxima da sua audiência melhor ela funciona.
JORGE CORREIA (00:05:04) – Se ela for portuguesa, já ganhou os pontos extra. Se for uma história pessoal e intransmissível, uau! É um bingo! Terceiro, tenha um objetivo claro na sua comunicação. Ter um objetivo claro significa que deve saber exatamente o que deseja alcançar com a sua apresentação. O que acontece no fim, quando acabar de falar o que é que quer que aconteça? Só conheço três tipos de objetivos persuadir, informar ou inspirar. No fundo, comunicar para convencer alguém, para que essa pessoa se sinta informada ou se sinta inspirada pelas suas palavras. Por exemplo, se o seu objectivo de apresentação é persuadir, convencer os investidores a financiar o seu projeto, então deixe isso claro desde o início. Vale para negociar um empréstimo da casa, para renegociar os juros ou convencer o patrão a aumentar o salário. Diga ao que vem e isso permite uma conversa honesta e direta desde o início. Quarto crie uma estrutura lógica. Organizar a sua apresentação de uma forma lógica pode ajudar a manter a clareza e a compreensão para a audiência, seguindo uma sequência natural, pelo menos nas suas primeiras apresentações.
JORGE CORREIA (00:06:17) – Use este método Consegue sentir se mais seguro e garantir um fio lógico para a conversa. O exemplo típico é uma estrutura de apresentação clássica, introdução, desenvolvimento e conclusão. Mas há outras estruturas lógicas que funcionam também muito bem, incluindo a que usam os jornalistas. Eles primeiro contam a conclusão ou o facto mais relevante e só depois o contexto. Vocês escolhem, Mas eu deixo um conselho experimentem coisas diferentes e vejam a que funciona melhor convosco. Quinto apresentem com recursos visualmente atraentes, recursos visuais como gráficos e imagens ajudam a ilustrar os seus pontos de vista de uma forma mais impactante e mantêm a atenção da audiência. E os seus ouvintes mais visuais vão adorar. O exemplo mais básico e direto são os gráficos. Estiver a apresentar dados de crescimento de vendas, usar um gráfico de barras que destaque desde logo, o aumento das vendas ao longo do tempo funciona sempre bem. Mas não só os gráficos, imagens ou fotografias intrigantes ou belas também funcionam bem. Convém que elas tenham de qualquer forma, sentido dentro da lógica da sua comunicação.
JORGE CORREIA (00:07:27) – Um dos tópicos mais importantes que existe é o da linguagem. A regra é simples, simples, simples. Sexto Linguagem acessível Use uma linguagem simples e evite jargões técnicos para que todos na audiência possam entender a sua mensagem. Por exemplo, se for médico e estiver a falar sobre medicina, evite termos complexos e explique os conceitos de maneira simples para pessoas leigas na matéria. Isto partindo do princípio de que não está a falar para os seus pares. Para outros médicos, se for uma conversa aberta, há que evitar palavras ou conceitos que nos impeçam de compreender o que diz o. Se for inevitável falar de algo complexo, então há que explicar o que quer dizer. As analogias e as simplificações dão sempre boas portas de entrada para que nos entendam. Além da linguagem, há o tempo, nem demasiado curto nem demasiado longo A que. Sétimo gerir o tempo, respeitar o tempo designado para a sua apresentação mostra consideração pela audiência e evita a exaustão. Quem é que nunca levou? Quando aqueles palestrantes que adoram ouvir se falar e estão ali três dias e três noites sem parar, sempre a falar? Eu fico desesperado.
JORGE CORREIA (00:08:45) – Mas o contrário também não funciona. Imagine que tem 20 minutos para falar e decidiu resumir tudo a dois minutos. Isto pode dar uma catástrofe porque a audiência nem sequer tem tempo de instalação. Mesmo resumos ou declarações muito fortes podem não ter um bom efeito se forem ditas de forma rápida ou demasiado sucinta. Já agora, tempo quer dizer também ritmo. Um bom ritmo é meio caminho andado para uma boa comunicação. Estamos a entrar nas três últimas dicas. Oitavo, enfatize os benefícios. Isto quer dizer que, em vez de fazer apenas uma lista das características, é melhor destacar na sua ideia o produto, aquilo em que beneficia a vida, o trabalho da audiência. No fundo, para que raio serve? O que está a dizer? Se estiver com dúvidas, pergunte a si mesmo Isto resolve um problema da minha audiência? Se a resposta for negativa, mude de ramo ou arranje uma outra estratégia. Nono a quebra de expectativas. Isso aproveita esta tática para surpreender a audiência de forma positiva e manter o interesse e a atenção.
JORGE CORREIA (00:09:53) – Imagine que está a falar de um dos temas da moda a sustentabilidade ambiental. Um tema importante para se mostrar o exemplo de uma empresa que antes poluía muito e depois se conseguiu reconverter e passar a tornar se mais limpa, pode garantir este efeito, no fundo explorando uma aparente contradição e alimentando o cepticismo inicial do seu público. E depois uma resposta que vai de encontro àquilo que quer dizer. Esta tática funciona quase sempre bem, porque cria um efeito de surpresa e depois a confirmação da mensagem principal. Para fechar, garanta uma décimo chamada à ação. Termine a sua apresentação com uma instrução clara sobre aquilo que a audiência deve fazer a seguir, seja visitar um site, comprar um produto ou refletir sobre um tópico, aproveitando o exemplo do ambiente. Se está a apresentar uma campanha de consciência pública sobre a reciclagem, feche com um apelo dizendo A partir de hoje, comece a reciclar em sua casa e influencie os seus amigos a fazerem o mesmo. No fundo, queremos que a audiência faça alguma coisa e este é um bom fecho.
JORGE CORREIA (00:11:01) – Espero que estas dicas tenham sido úteis e que as possa usar em comunicações futuras. Deixe um comentário, Partilhe a sua experiência ou faça perguntas em perguntas simples como Pode subscrever gratuitamente, partilhar com algum amigo interessado em comunicação ou dizer qualquer coisa? Volte para a semana. Nós voltamos também.
Triângulos amorosos: por que nos metemos nisso? José Gameiro
byJorge Correia
Por que amamos quem amamos?
Porque é que, mesmo amando, desejamos outro?
E porque é que, tantas vezes, aquilo que devia aproximar-nos acaba por nos separar?
Quis saber tudo com o psiquiatra José Gameiro e especialista em amores e casos mau parados, separações e ressurreições relacionais
A comunicação é o fio invisível que sustenta o amor — e também o primeiro a romper-se quando a relação se gasta.
O tom muda, as palavras rareiam, o silêncio instala-se.
E, no entanto, é aí, nesse vazio, que o coração humano tenta reinventar o diálogo — consigo próprio e com o outro.
O episódio de hoje mergulha nesse território onde razão e emoção se confundem.
O nosso convidado é José Gameiro, psiquiatra, especialista em relações de casal e autor do romance O Outro — uma história que fala do desejo, da culpa e da busca impossível por completude.
Um romance sobre o que acontece quando o amor não chega, quando o quotidiano se torna demasiado previsível e o coração, insatisfeito, decide procurar sentido fora de casa.
Mas “O Outro” não é apenas uma narrativa sobre infidelidade.
É uma reflexão sobre o ser humano moderno — fragmentado, dividido entre o que sente e o que deve sentir.
E, sobretudo, sobre a forma como comunicamos dentro das nossas contradições: o que dizemos e o que calamos, o que confessamos e o que escondemos.
Porque os triângulos amorosos, no fundo, são também triângulos de comunicação.
Há sempre três vozes em conflito: a da verdade, a do desejo e a do medo.
Uma pede liberdade, outra pede pertença, a terceira tenta salvar a imagem que temos de nós próprios.
E é nesse campo minado que o amor contemporâneo tenta sobreviver.
Há quem pense que comunicar é escolher as palavras certas.
Mas comunicar é, acima de tudo, ter coragem para expor as nossas incoerências.
É suportar a nudez emocional de dizer “já não sei o que sinto”, e ficar ali — em silêncio — à espera que o outro não fuja.
Primeira lição:
O amor é uma língua que se fala com hesitação.
Não há gramática perfeita, nem tradução fiel.
As palavras envelhecem, os gestos mudam de sentido.
O que ontem significava amor, hoje pode soar a tédio.
Comunicar bem é aceitar que o idioma da intimidade tem de ser reaprendido todos os dias.
Segunda lição:
As relações não se quebram por causa do conflito, mas por falta de diálogo.
O não-dito é o verdadeiro veneno.
A omissão, o silêncio, a ausência emocional: são eles que corroem a ligação entre duas pessoas.
Gameiro recorda que não há pior solidão do que a de quem vive acompanhado, mas deixou de ser ouvido.
Terceira lição:
Amar não é possuir, é compreender.
Cuidar do outro é compreender o seu medo, a sua fadiga, a sua necessidade de espaço.
É saber rir no meio do caos, escutar sem interromper, aceitar que o amor também precisa de ar.
No fundo, esta conversa é sobre os dilemas universais da comunicação: o que acontece quando o discurso íntimo se esgota, quando o desejo se transforma em culpa, quando o humor desaparece e o silêncio se instala.
E é também sobre a redenção possível — o reencontro entre dois seres que aprendem a falar de novo, com menos certezas e mais ternura.
Porque o amor, como a linguagem, só existe enquanto é praticado.
Não há manual de instruções, mas há uma ética: a de tentar compreender o outro antes de se defender de si próprio.
E talvez seja essa a lição maior do episódio de hoje:
que comunicar é, sempre, um ato de amor.
E que o amor, quando se comunica mal, transforma-se num espelho estilhaçado — onde cada pedaço reflete uma parte de nós que ainda não aprendemos a escutar.
Neste episódio do Pergunta Simples, José Gameiro — psiquiatra, especialista em relações de casal e autor de O Outro — ajuda-nos a decifrar o amor, o desejo e o silêncio.
Falamos de triângulos amorosos, de empatia e das palavras que podem salvar uma relação.
Uma conversa sobre o que nos une, o que nos separa e o que ainda vale a pena tentar compreender.
0:13 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação. Há perguntas que atravessam séculos e resistem às respostas mais fáceis. Porque amamos quem amamos? Porque é que mesmo amando, desejamos outro? E porque é que tantas vezes aquilo que deveria aproximar nos acaba, afinal, por nos separar? 0:32 Quis saber tudo sobre isto com o psiquiatra José gameiro, um especialista em amores e casos malparados, em separações e em ressurreições relacionais. É tudo isto que vai poder ouvir uma pergunta simples desta semana, a comunicação é o fio invisível que sustenta o amor e também o primeiro a romper. 1:00 Se quando a relação se gasta, o tom muda, as palavras rareiam, o silêncio instala se. E, no entanto, é aí. Nesse vazio que o coração humano tenta reinventar o diálogo consigo próprio e com o outro. O episódio de hoje mergulha nesse território onde a razão e a emoção se confundem. 1:17 O nosso convidado é José gameiro, psiquiatra especialista em relações de casal, autor do romance o outro, o seu novo livro, uma história que fala do desejo, da culpa e da busca impossível. Pela completude, um romance sobre o que acontece quando o amor não chega, quando o quotidiano se torna demasiado previsível e o coração insatisfeito decide procurar um sentido fora de casa. 1:40 Mas o outro, o título do livro, não é apenas uma narrativa sobre infidelidade. É muito mais do que isso. É uma reflexão sobre o ser humano moderno, fragmentado, dividido entre o que sente e o que deveria sentir e, sobretudo. Sobre a forma como comunicamos, dentro das nossas contradições, o que dizemos e o que calamos, o que confessamos e o que escondemos. 2:01 Porque os triângulos amorosos, no fundo, são também triângulos de comunicação. Há sempre 3 vozes em conflito, a da verdade, a do desejo e a do medo. Uma pede Liberdade, outra pede pertença e a terceira tenta salvar a imagem que temos de nós próprios. 2:19 E é nesse campo minado que o amor contemporâneo tenta sobreviver. Há quem pense que comunicar é escolher as palavras certas, mas comunicar é, acima de tudo, ter coragem para expor as nossas incoerências é suportar a nudez emocional de dizer já não sei o que sinto e ficar ali em silêncio, à espera que o outro não fuja. 2:41 Tenho por isso 3 lições que aprendi ao longo desta conversa. À primeira é que o amor é uma língua que se fala com hesitação. Não há gramática perfeita, não há tradução fiel. As palavras envelhecem, os gestos mudam de sentido. O que ontem significava amor hoje pode soar a tédio. 2:58 Comunicar bem é aceitar que o idioma da intimidade tem de ser reaprendido todos os dias. A segunda lição é que as relações não se quebram por causa do conflito, mas por falta de diálogo. O não dito é o verdadeiro veneno ou emissão, o silêncio, a ausência emocional. 3:14 São eles que corroem a ligação entre 2 pessoas. José gameiro recorda que não há pior solidão do que aquela de quem vive acompanhado, mas deixou de ser ouvido. A terceira lição é que amar não é possuir, é compreender. Cuidar do outro, é compreender o seu medo, a sua fadiga, a sua necessidade de espaço. 3:32 É saber rir no meio do caos, escutar sem interromper, aceitar que o amor também precisa de ar, de oxigénio no fundo. Esta conversa é sobre os dilemas universais da comunicação. O que acontece quando o discurso íntimo se esgota, quando o desejo se transforma em culpa, quando o humor desaparece e o silêncio se instala. 3:51 E é também sobre a Redenção possível, o reencontro entre 2 seres que aprendem a falar de novo, com menos certezas e mais ternura. Porque o amor como linguagem só existe quando é praticado. Não há manual de instruções. Mas há uma ética, a ética de tentar compreender o outro antes de se defender a si próprio. 4:09 E talvez esta seja a lição maior deste episódio, que comunicar é sempre um ato de amor, que o amor, quando se comunica mal, transforma se num espelho estilhaçado, onde cada pedaço. Reflete uma parte de nós que ainda não aprendemos a escutar, psiquiatra, psicólogo, agora escritor, romancista. 4:29 Sou psiquiatra ou sou psicólogo? Psiquiatra, mas mas é doutorado em psicologia. Sou doutorado em psicologia, mas sou psicólogo, sou psiquiatra, sou médico. E agora, como é que se meteu AA escrever um livro a escrever um a escrever um romance? Eu acho que não quer dizer. A editora chama lhe um romance formalmente. É porque não é um livro técnico, quer dizer, quando com o juíz, com o outro. 4:46 Descobri até agora sobre casais. Tinham muita técnica, de trapeia de casal, o que é que acontecia, como é que era, como é que não era, como é que ele fazia, como é que os casais faziam? Este não tem nada de técnico, rigorosamente nada. Isto são 3 personagens que se cruzam ao longo da vida e é uma história de um diário. São 3 diários íntimos de 3 pessoas, um casal EE uma terceira pessoa, que é o outro, que é. 5:06 O que é o título ao livro, não é? Que é o outro não é uma outra não. É o outro de propósito, é o outro, porque a gente está muito habituados à outra e eu achei é pá. Temos um preconceito de lavar a cabeça. Temos algum preconceito? Não é um outro, é um outro. É um homem que está sozinho e que ainda na altura se apaixona por uma mulher que é casada. 5:24 E é muito típico no. Por um lado, não é técnico, não tem nenhuma intervenção técnica e é típico no sentido em vários sentidos, no sentido em que ela entra e sai de casa várias vezes, como é habitual, não é? O marido tem uma aceitação na medida do possível, como é evidente, não é porque não fica, para mim satisfeito, não é, mas em relação a entrar e o marido. 5:48 Mantém se e os filhos mantêm se a níveis de tensão aceitáveis, apesar do que está a acontecer. E depois é uma altura em que eu vou contar a história, não é? Há uma altura. Isto decorre ao longo para aí de 1 ano, não decorre mais tempo que isso. E há uma altura em que ela ela nunca se sentiu muito confortável na relação fora do casamento, não provavelmente por razões éticas que que as tinha também, como é evidente, não é, mas não provavelmente por isso, mas porque nunca se sentiu, nunca se sentiu capaz. 6:17 De de desejar e viver com com aquele lá meu esta vida. Então, porque é que nós nos metemos nestas coisas? É pá? Uma boa pergunta. Pá. Mas mais bem, a das razões. Não é porque se afinal, é uma razão ética, não deve ser. Todos sabemos isso. Podemos ter a Liberdade de ir, de partir, de ir encontrar um novo amor. 6:35 Porque é que criamos sempre há. Há 1000 triângulos amorosos aí pela. 1000 triângulos e alguns e alguns duram dezenas de anos. Dezenas de anos. Sim, sim. Eu conheço casos, tive casos. 45 anos. Isso é outro casamento. Não é uma família, não, não são 2 famílias, porque não se porque é. 6:52 É suposto que não. Se não se conhecem, não é, mas, mas são, é. São 2, são 2, são 2 vidas completamente paralelas, não é? Tive mais que um. E o que é que lhe diziam? Diziam que não, que não conseguiam largar. Muitas vezes eram pessoas que tinham relações conjugais, digamos oficiais, digamos assim, estáveis. 7:16 Mas que também gostavam de outra pessoa. Eu tenho 2 amores. Iam conseguindo aguentar aquilo. Já dizia a já dizia a canção exatamente. E o outro. E o outro. Não o outro, o outro. Também tinha um casamento, muitas vezes outra vez não tinha também conhecido pessoas que tinham que eram um diamos a outra ou a outra e que não queriam deixar de o ser. 7:34 Era mais confortável. É pá. Não queriam, queriam, queriam ter aquela pessoa que gostava muito daquela pessoa, mas não queriam de modo nenhum ter o dia a dia com com a vida de conjugal, não queriam ter, não queriam ter filhos, não queriam nada disso. Algumas já tinham filhos dantes também, pá, já, já vi, já eu acho que já vi tudo e mais alguma coisa, não é porque é que as pessoas cometem nisso. 7:54 A ideia que há já existe 1000 vezes, é que as pessoas cometem nisso, porque as relações que têm são insatisfatórias e estão más, é verdade. Que o casamento ou o acasalamento é um dos pontos de maior procura de Felicidade pessoal atualmente nem sempre foi assim, como sabe, mas atualmente é de facto. 8:12 Também é verdade que um casamento infeliz ao longo dos anos, de uma forma que se comunifique é, não digo meio caminho andado, mas é uma das causas da separação e da procura de outra pessoa e depois da separação eventual. Gasta se. Gasta, se cansa a pessoa ser insatisfeita. 8:30 Começa a ficar AA pensar, mas eu tenho que tenho que viver com isto, não quero viver com isto. Entre o pensar e o decidir, há um longo percurso entre o pensar e falar com outra pessoa e falando com a pessoa com outra pessoa, que é o marido ou a mulher. 8:46 Também há um percurso relativamente longo. Normalmente, as pessoas pensam entre muitas para si próprias, não é? Depois há a questão dos filhos e das famílias, que são umas dificuldades das separações, como é evidente, não é? Quem tem filhos separa. Se com muito mais dificuldade do que não têm filhos, não é porque acha que os filhos vão sofrer com isso, não é? 9:04 E depois há. Depois há casos que acontecem que são são provavelmente imprevisíveis, não é, quer dizer, qualquer de nós, e o ouvi isso dezenas de vezes, pode estar sujeito numa semana circunstância. Coisa de trabalho ou uma coisa de conhecimento social, seja o que for ligar se a uma pessoa. 9:23 Eu digo isto também muitas vezes em em trípias individuais, não em casal. Eu fui procurado algumas vezes por pessoas que me disseram assim, eu sou casado, sou bem casado, tenho uma família que está tudo bem. Não tenho nenhuma razão de queixa, mas conheci uma pessoa e gosto muito de conversar com ela e sinto que me custou a aproximar cada vez menos da mais dela. 9:45 Mas tenho a noção que isto é arriscado. É uma afinidade ou uma epifania? É mais uma afinidade. Pode ser a epifania também, mas é. Mais uma encontramo nos aqui. Essa coisa do amor instantâneo existe, mas amor instantâneo não. Erotismo instantâneo existe. Amor instantâneo depois é mais, é mais e já. 10:02 Estamos a separar aqui as as águas do que é, que é erotismo, do que é que é o amor. Exatamente. Começa outra vez começa com erotismo, outra vez não começa com erotismo outra vez, começa com uma com um ombro. Dá me atenção? Consigo falar contigo e lá em casa não consigo tanto falar porque a minha mulher ou o meu marido não estão muito disponíveis para falar, apesar da gente se dar bem. 10:23 E a coisa começa a avançar no sentido de chamada amizade depois da amizade amorosa, para as vezes as pessoas verem me perguntar, o que é que eu faço isso? A única coisa que eu posso dizer, eu não vou dizer o que é que faz, não é como é evidente. Não digo, não dá conselhos. Não dá. Não dou conselhos como os treinadores. É em relação a isto, não dou conselhos. 10:38 Nenhum. Então como é que isso? Como é que isso se faz? Tecnicamente, o que eu digo é, o que é verdade? É. É assim, você é. Decide aquilo que ainda me fui a decidir, a única coisa que eu lhe digo, que é a minha experiência clínica. E é verdade. A partir do momento em que você lhe deram um passo, você não sabe o que é que vai acontecer a seguir. 10:54 Não é controlável. Não é controlável, pode ser controlado. Depois de uma noite, aquilo um tempo acabou. Como diz alguém, é como beber um copo de água. E está feito, não é? Acabou ali. Não, não deixou, não deixou lá uma cicatriz emocional. Deixou nada, não deixou nada. E isso acontece às vezes hoje em dia, as pessoas viajam muito ou congressos homens e mulheres, pá. 11:14 É um acidente? É um é um incidente ou um acidente? Depende. Como na aviação há os acidentes e os incidentes, não é, depende dos feridos. Outras vezes, não. Outra vez ficam com uma relação que começa pá e a partir daí começa a confusão. Isto, isto, do do do amor ou do erotismo é uma questão ética, como como estava a dizer, ou é um instinto? 11:37 Não há um instinto hierárquico, não há umas pessoas mais Fortes, uma pessoa menos forte. Mas há um instinto hierárquico. Não é que quem disser eu não estou a dizer que toda a gente é assim, mas quem disser que ao longo da vida, sendo casado, nunca sentiu nenhuma atração. 11:53 Erótica, ou pelo menos próxima disso, por outras pessoas. Não é o ser humano. Não, não está a fazer. Não está. Quer dizer, pode acontecer, pode acontecer? Não. Está a dizer a verdade. Não está ou não ou não está a reconhecer que isso já deve ter acontecido, considerado algumas vezes, mesmo que para ele próprio, não seja mentira. 12:09 Mas quer dizer, agora, nós conhecemos da vida dezenas de centrais de pessoas e há muita gente. Não estou a lembrar de uma pessoa que conseguiu. Deve muito tempo. Muito casada, já tem netos, neste momento é um é um. Agora já não é o meu doente e ele dizia me uma coisa que é, ele sempre só conheceu a namorada e depois mulher dele, com quem teve uma família é pá. 12:31 E durante a vida a isto teve uma profissão que viajava muito, portanto a vida teve n oportunidades e decidiu sempre que não se metia em nada porque queria conservar a família e tinha a noção que se avançasse para alguma coisa que o risco era muito grande, portanto não quis correr o risco. É quase que Oo alcoólico, o anónimo que está a recuperar e sabe que. 12:50 Só que este nunca foi alcoólico, não é bem uma coisa, porque este nunca ele nunca provou do álcool. Os os amores podem ser viciantes ou ou essa sequência de de. Os amores clandestinos são, têm muito, têm muito. Têm alguma coisa de viciante que os alimenta, não. É é culpa? Não, a culpa também existe. 13:07 É a repressão, eu desejo. Não é o é o é o que é a própria clandestinidade. É que é é Oo Romero, que já morreu, é um filme, um filme muito interessante chamado 1 hora às 3 da tarde, que é, é, é a fuga, é o bocadinho, é aquela coisa daquela hora, 2 horas, em que se está com uma pessoa de vez em quando para estudar ou quisida e fazer o que for. 13:25 É a clancinidade. Dá força a estas coisas, percebe e aumenta muito o último nessas pessoas. E, portanto, é mais atrativo. Há um filme em inglês que eu não me lembro. Era o nome, já com uns anos, muito interessante sobre isto, que é um casal que se conhece fututamente quase que não falam e se encontram uma vez por semana num hotel. 13:46 É onde é onde e aquilo é um erotismo daqueles. Caixão à cova. Caixão à cova, pá e aquilo começa a estragar se quando ele ou ela já não me lembro quem é, que é que começa a fazer perguntas sobre a vida do outro? E estragou se tudo. 14:01 E estragou tudo. Aquilo vivia daquilo. Vivia só daquilo. Passou, passou a ser uma relação. E passou. Se uma das pessoas que trouxe uma relação e outra não queria relação nenhuma, queria para a cama com a outra. Ponto Final, tinha afeto eterno para a pessoa. 14:17 Agora, não queria saber da história de todo. Portanto, esta ideia da fantasia, além de ser uma fuga, pode ser uma necessidade. Nalgumas pessoas é uma necessidade. Eu costumo, eu costumo chamar alguns, conheci alguns e algumas conheci os chamados infiéis profissionais. 14:36 Profissionais, o que é que define? Até tem algum algum número, mais de uma vez mais 2 vezes, todas as todas as semanas. São aquelas pessoas que, ao longo da vida, têm necessidade de regularmente arranjar uma nova história. Normalmente são histórias curtas, não são histórias. 14:52 Não constroem histórias muito Fortes da levação amorosa. Mas são pessoas que têm uma necessidade erótica, que até têm muitas vezes, como eu volto a dizer, casamentos ou relações com os gajos muito aceitáveis, boas, mas sem a necessidade de fazer umas saltar acerca de vez em quando. 15:11 A precisam disso para viver, precisam disso para se sentirem atraídas para. Se se eu queria ser um bocadinho psíquica, é uma coisa que eu não gosto muito de ser. Apesar de ser psiquica, eu diria que há alguma necessidade de narcísica. Quase nisso percebe ser encostadas fisicamente que é. Uma questão do ego. 15:26 É um bocadinho, uma questão do ego, uma questão do. Ego, eu faço isto para provar que que ainda gostam de mim. Ainda sou capaz? Ainda sou desejado. Eu tenho um, tenho um amigo, colega que tem pá ainda até mais 1 ano ou 2, que eu, portanto deve ter para aí 78. E o gajo dizia, me há pouco tempo assim, assim é pá. 15:44 Eu olho para o espelho e o resto toda a vida foi 11, saltou a cerca eu acho que ele não saltou a ser que ele saltou 50 cercas EEA mulher provavelmente percebia, não fingia que muitas vezes as outra pessoa percebe, mas finge que não percebe, não é? 16:03 E ele dizia, me é pá, é pá. Eu olho para o espelho de manhã e assim, será que o Enzo capaz pá, será que o Enzo capaz de arranjar uma? Uma história para darem uma voltinha assim não sei como é, que sabes. E vai em frente ou não, conforme o que, o que quiseres? Mas são lesões que não, que não, que raramente se transforma em relações estruturadas. 16:23 São coisas que são fugazes. São engates, são engates, são engates. Os 2 são casados. Nenhum deles quer acabar com o com o casamento e aquilo duram os meses, depois acaba. Escrever sobre o desejo neste neste livro, o outro. Foi libertador ou incómodo? 16:42 Nem uma coisa, nem outra. Eu estou tão eu. Eu acho que estou tão habituada a pensar sobre estas coisas ao longo destes anos. Todos com as pessoas percebem. Eu faço isto de uma forma quase quase espontânea, percebe? 17:06 Eu trabalhei estudar vida. Com 3 ou 4 coisas, não é não especificando depois a parte psiquiátrica, com diagnósticos, et cetera, com o sofrimento, é a principal razão para que se procura um técnico destes. Não é como eu o desejo e depois um incómodo meu já há muito tempo que não existe eu eu já ouvi tudo, não me quer dizer, pode me incomodar algumas coisas, sei lá, eu lhe deixo me dar um exemplo. 17:38 Que que histórias que eu conheci casais que eram amigos dos 2 casais e havia 2 elementos do casal que tinha uma noção clandestina há muito tempo. Isso incomoda me um bocadinho, não há necessidade, como diria outro, não é. Acho que é um bocadinho perverso. 17:53 Isso incomoda me o incomodar me não, não implica que eu não possa trabalhar com eles, não é? Pode trabalhar com alguém desse, desse, desse esquema, mas não há necessidade, incomoda me. E nesses momentos dizem essa pessoa que esse seu sentimento, não. 18:10 Não, não, não digo, não digo eu só não consigo, eu longo da vida. Eu só não consegui tratar de pedófilos, não consegui e não tenho jeito nenhum para as drogas nem para o álcool. Tive. Tive que trabalhar em em droga. 18:26 Quando fiz a tropa, já já era psiquiatra, depois estive à espera de um concurso para o hospital e tive que assentar um trabalho durante um ano numa consulta de toxicodependência e não gostei nada. Não gosto, não gosto de droga, nem de álcool, nem não, disse. A pedofilia também não tive que ver algumas situações desse tipo por imposição judicial. 18:45 As pessoas são pessoas que não veem espontaneamente, não é e é pá e é muito difícil de dar a voz. Nós somos treinados para ser neutros, não é? E eu acho que ao fim dos anos, nós conseguimos ter uma certa neutralidade na relação com pessoas complicadas. Não quer dizer que não deixamos de sentir coisas muitas vezes sentida. 19:02 Mas eu não. Não gosto desta pessoa, não. E. Depois, o que é que se faz quando, quando, quando foi para casa? Quando para casa não acabou. Toma banho do que do do que eu a. Situação até muito grave que ao longo da vida teve algumas de suicídio, por exemplo, medo de suicídio, risco de suicídio, aquilo de facto. 19:20 Ir me para casa a pensar nisso, não é? Que havia a possibilidade de que aquele doente se suicidasse? Exatamente, e isso preocupava me naturalmente e vinha para casa a pensar nisso, não é? E um. Médico psiquiatra consegue de alguma maneira controlar isso, isto é, sabendo que há esse risco, minimizar ou viver com a ideia de que aquilo é uma possibilidade? 19:39 Consegue? Consegue. Se não tinha que mudar a vida, não é? Eu cheguei a telefonar, eu contei a estudar algumas vezes. Na altura, não havia telemóveis. Eu cheguei a telefonar para casa de uma rapariga que era um homem não relativamente jovem. Vivia sozinha, se bem se ela estava viva ou não, não dizia quem era. 19:58 Só telefonava a ver se ela me respondia. Se atendia o telefone? Exatamente, estava cheio de medo que ela se matasse. Que que sinais verdadeiros. Porque nós conhecemos algumas pessoas, ou pelo menos algumas histórias de pessoas que volta e meia verbalizam ou ameaçam, diamato me ou façam. 20:16 Isto é, sempre levar a Sério. Sempre. Sempre a regra. Eu não sou propriamente um aquilo que se chama um suicidologista colega. Há colegas que se dedicaram toda a vida ao suicídio, não é? Aliás, há uma associação, não, mas estive ao longo da vida muitas depressões graves, não é? 20:35 Tive 3 suicídios na vida 3. Um já não era meu doente, portanto posso considerar que não é bem um suicídio. Tive 2 de facto que eram meus doentes e é pá e é uma dor. É uma dor e é uma culpa, não é uma culpa. 20:50 Será que eu fiz tudo como deve ser? Será que eu fiz tudo como devia ter feito para evitar o suicídio? Um gajo põe se em causa não. É e é EE é sempre para levar a Sério qualquer qualquer. Ameaça é sempre para levar a Sério, até porque às vezes as pessoas suiciam se por engano. 21:07 Ou seja, fazem uma coisa para vos chamar a atenção, é pá. E podem morrer, não é? Os medicamentos não são todos inóculos, não é? E, portanto, as pessoas No No fundo, não querem mesmo suicidarem se fazem alguma coisa para demonstrar que têm que que é os. Medicamentos são muito mais inóculos atualmente do que já foram, não é os medicamentos psiquiátricos? 21:26 Mas para alguns eu não vou dizer quais. Como é evidente, em quantidades DeX, podem matar por um lado, por outro lado, se a pessoa já tem algumas patologias de algum tipo. Podem desequilibrar se e podem mesmo. E podem, não. O problema é que podem não ser apanhados a tempo. Tu é apanhado a tempo, foram para o hospital, fazem 11 coisa, uma que se chama se manitop para eliminar as substâncias e normalmente safam se agora se não forem apanhados a tempo. 21:48 É pá, quero voltar ao amor embora, porque é que evitamos as conversas difíceis. Está a falar de quem, dos? Casais, por exemplo. Sim, ou ou melhor, posso fazer a pergunta que é, como é que? Qual é a forma mais inteligente de começar uma discussão? 22:05 É fora do problema isto peço, peço estúpido dizer isto. Eu explico lhe se vocês é um problema com a sua mulher que que tem que gera uma possibilidade de uma discussão. Uma das regras era um discutir naquele momento. Quando tudo está quente? É pá, senão não há nada a fazer. 22:22 Volta os argumentos? Não se não se mudam. Percebe AA regra? Se é possível dizer falar de regra, são 2, são 22. Digo eu, é muito mais uma. É esperar que as coisas acalmem 12 dias e ver se ainda faz sentido discutir a coisa, porque muitas discussões com os reais são completamente torradículas e não fazem sentido 2 dias depois. 22:45 Que. São. São quase efeitos contrários de outra coisa qualquer, não são coisas pequenas. Muitas vezes, uma maneira, uma coisa a outra é muitas vezes a aproximação após uma situação de crise ser muito mais eficiente, muito eficaz ser não verbal do que verbal. 23:02 Ou seja, você está chateado com a sua mulher, está cada um para seu lado, praticamente não dizem o mínimo indispensável pá. Você tem 2 hipóteses, ou vai discutir aquilo que deu as chatices? O risco existe, ou então faz lhe 2 ou 3 festinhas e ela também lhe faz 2 ou 3 festinhas. 23:21 Não estou a falar de cama, estou a falar de aproximação, de a ternura. Usar a ternura como como solução. Se é um problema muito importante, os casais têm problemas importantes e problemas quando têm. Quais são os importantes? É pá, sei lá se é uma. Chatice com a família, origem, pá, os sógrafos e as. 23:38 Sogras são. A família origem são um dos problemas. Se há uma crítica violenta, se a sua mulher lhe faz uma crítica, violente que eu atinjo como pessoa, pá, és mesmo à tua mãe ou o teu. Pai, tu és, tu és. Tu és um gajo incrível porque não és capaz de perceber nada daquilo que eu te digo. 23:53 Coisas desse género. Pronto. Uma das coisas importantes nos casais, acho eu, é a pessoa estar disponível para ouvir o outro. Mesmo que ache uma tonte isso. E aí aí eu acho que não estou a ser machista quando digo que é mais complicado para um homem ouvir uma mulher do que uma mulher ouvir um homem. 24:14 Os homens não sabem. Ouvir mulheres os homens não têm. Paciência para ouvir as mulheres. Eu explico porque é que, porque, porquê? Porque as mulheres a falarem falam quase em discurso direto. Em geral, muitas, não estou a dizer todas. E depois eu disse e depois ela disse, e depois eu disse e depois ela disse, depois ela disse, é para aí um gajo para dar paciência. 24:32 Faz me um resumo. Lá está tudo a arder já e os homens são muito mais. Sintéticos a falar. Imagina uma situação. Eu dou muito este exemplo. Se a mulher chega a casa, teve uma chatice do trabalho dela, bem, quer falar consigo, é natural, não é? Começa lhe a contar a história, quer despressorizar. 24:49 Exatamente, começa lhe a. Contar a história. E a história nunca mais acaba, que é uma história da da da micas que existe EAO Isa disse, e aquilo. E o Manuel, Cris e aquilo. E eu estou me a rir. Mas é dos. Nervos é pá, mas. Não, mas acontece a todos os casais percebes. A pior coisa que pode sim, pode fazer é desligar da história, ou seja, você tem que levar com aquilo. 25:09 É tão fácil desligar, é pá, você faz parte, você tem que levar com aquilo. A segunda pior coisa que pode fazer é dizer assim também, o que é que tu queres com o teu feito, eu que lhe estava à espera? Isto acontece? Criamos um incêndio. Numa coisa que nós, em princípio, não temos nada a ver com a forma como tu és o que? 25:26 É que estavas à espera. Quer dizer, é pá. Ela fica sem chão, diz me, mas se tu és uma besta, é só agora estás AAA redar razão aos gajos com o que me chatearam a vida, portanto, queria transformas. Um problema em 2 é? Pá EE é uma deslealdade, num certo sentido. 25:45 É uma obviamente que há muita coisa com a sua mulher e conta, por exemplo, em termos de trabalho, não é uma coisa. É uma coisa muito diferente de outros casais, não é? Você pareceu próprio. Peço é pá. Se calhar se tivesse outra atitude, isto não era tão complicado. Agora, não convém dizer não é. Portanto, o silêncio também pode. Ser o ser, diz depois. Calmamente passar dos tempos, percebem? 26:02 E já? Pensaste desta maneira, já pensaste, olha aqui não. Sei não é em cima do acontecimento. Quando ela chega a casa com o que aconteceu, vai ser, diz. Mas o que é que tu dizes? Eu tive muitos assim, percebe? Eu tive muitos assim. EE pode Oo. Que é que faz? 26:17 O que é que faz uma conversa de rapar? Dessas conversas tensas, dessas que em que se estão, se está a discutir, Oo núcleo é. É, é a é a, é anão solidariedade. E é aproveitar essas conversas para para tirar mais pedras do bolso que estão guardadas. 26:34 Todos os casais têm pedras no bolso, ou seja, todos os casais tiveram situações que acharam que foram injustas, que que que são, que são. Criticam outra pessoa. E muitas vezes não, não, não dizem, mas muitas vezes metem pedras no bolso, não é? Portanto, EE, nessas alturas, aproveitam ter umas, mandam mais pedadas, percebe e não se arrependem, passar um tempo para se arrepender. 26:55 Mas o mal está feito, não é? E, portanto, há uma grande diferença entre a pequena crítica. Não tem significado. Especial ou sei lá que há as coisas da casa de banho? Vê lá se arrumas a toalha. Vê lá se não se lixas a com o banho no chão. 27:11 Esse tipo de coisas clássicas. Não sou a tua mãe, não. Sou exato, não sou a. Tua mãe, não sei quê, estás mal, pois isso depois pode partir para a sogra, não é? Estou bem. Aí tocou de maus julgas que eu não sei quê, e depois há a grande crítica, que é a crítica à pessoa, tu és uma besta, tu nunca fazes nada de jeito uma desvalorização do. 27:29 Outro exatamente que se. Aguentam uns tempos e depois é uma altura. Se aguenta, portanto, essa, essa. Crítica sistemática. Mesmo de coisas muito pequenas, pode corroer aquela relação, pode. Pode corroer a relação se a pessoa começa a sentir, se uma não pessoa, uma não pessoa, no sentido neste sentido de sente isso, uma pessoa que é. 27:52 No fundo, é, é. É, entre aspas, destruída pela pessoa que lhe é mais próxima, efetivamente e, portanto, dói mais. Dói mais, como é evidente. E pá. E uns casais, ao fim de um tempo, conhecem se muita bem. Contudo, para o bem e. Para o mal, não é porque a gente conhecem, se muito. 28:07 Bem, nunca se conhecem completamente, até porque nós nunca nos conhecemos completamente, nem nem sequer se calhar. Muitas vezes mostramos tudo nós ou outra pessoa. Ainda bem que não que o fazemos, porque às vezes não há coisas que não têm que saber. A outra pessoa não tem que saber, não tem que saber que coisas. Não tem, não tem, há coisas. Que não têm que saber um dos erros que os casais fazem, alguns casais fazem. 28:29 É, ou nunca tiveram nenhum casamento antes. Tiveram só namorados e namoradas. Mas já lá vamos ou tiveram um casamento antes. É para pôr um bocado a coisa a zeros, contar as coisas que se passaram no passado. Oh, diabo. Mas isso parece me uma Bela lista de compras para as tais pedras, que é um dever a seguir, não é? 28:46 É isso depois cheio. É que mais cedo ou mais tarde ou há um grande bom senso. Ou vem uma história de mas tu pensas que eu sou como amigas, que fazia isto daquilo e IA com outro porque você vai se queixar, você vai lhe dizer, pode ir puxar uma pessoa a outra, mas vai me dizer, mas eu prefiro te a ti porque tu és melhor que ela quer, não sei quê e ela fez me isto fazer aquilo pode vir dar as maneiras mas o que é que tu dizes? 29:06 Como é que tu deixavas que ela te fizesse isso? Fez um banana, és o percebe, mas depois depende dos casais. Bom, então, então, e os. E os as receitas para que as coisas corram bem? É pá eu receitas. Cá em casa, quem faz os bolos é a minha mulher, sabe? 29:23 Se não sou eu que sei, sabe se que há 3 ou 4 coisas muito importantes na, na, na, no bem-estar dos casais. Há uma coisa que não tem interpretamente possível e que não vem sempre da corrosão do casal, que é o amor. 29:40 Existir ou não existir? O amor é um sentimento que eu não trabalho. Eu acho que. Ninguém pode trabalhar, o amor não há, não há trabalho em relação. Eu trabalho em. Relação não há maneira de de o. Recriar nem de o matar ele existe, está lá há anos, tem a tem. A tem a capacidade do recriar. 29:56 Não é no sentido de provavelmente recriar o amor, mas no sentido do avivar de vez em quando. E conseguem ter uma relação que de vez em quando é mais exaltante, vão passear, vão para aqui, vão para acolá. Não é preciso ir muito longe muitas vezes, mas tem, por exemplo, é uma das coisas que eu acho que é importante ter muitos casais. 30:12 É as rotinas de casal, não é? Ter uma rotina de casal Hum ou seja ela qual for a rotina não No No aspeto. Mau No No aspeto de fazer coisas com regularidade, tomar café os 2, por exemplo. Todos os dias. Bem, acho que cada hoje ir trabalhar coisas, coisas desse tipo, ou vão, sei lá, vão fazer coisas, vão fazer compras juntos. 30:31 Os homens não devem ir aos aos, aos, aos supermercados, porque as mulheres nunca mais se despacham. Sabem o que é que querem comprar. Agora é mais isto, depois é mais aquilo. Pronto, lá temos mais uma tensãozinha. Convém perceber se. Funciona ou não? Porque essas coisas do supermercado já já apanhei também algo, portanto, escolher alguma coisa que. Os 2 se sintam bem a fazer uma coisa que pá. 30:48 Ou vão andar os 2 a pé, juntos, junto, junto ou qualquer coisa. Pronto não interessa. Mas há cá tive ou 4 coisas que se sabe que são com o tempo, podem ser. A primeira coisa que um casal tem que negociar é as diferenças. E há diferenças. 31:04 Então não há somos. Somos todos divertidos, pá. Somos adultos. Pá tem uma história, cada um tem uma história, cada um tem uma história infantil, juvenil, a família, portanto, a gente trans para a gente, quando casa, não casa com uma pessoa, casa com um rebanho. Desculpem a expressão isso era de. 31:19 Importante que soubéssemos, claro que casa com um rebanho. Portanto, nós apaixonamo nos. Por aquele ser que está ali até atrás dele, uma. História e o rebanho traz a mobília e a família. EE, nós também, o rebanho é é um tema. Horrível mas mas há famílias que são rebanhos, há outras que são mais pequenas. 31:39 Não levem a mal, mas também um gajo tem que cuidar com uma pessoa com quem está mais tempo, obviamente, mas com uma família que tem modelos de estar em família, que são muitas vezes ou, para não dizer quase sempre muito diferentes dos nossos. 31:55 Sei lá a questão da da, da forma de discutir coisas, por exemplo. Há família em Portugal, nós não somos italianos, mas há família em Portugal. Peço lhe são porque são da Cecília. Desculpem, eu era daqueles almoços de família que é tudo amarrado, tudo aquilo não tem nenhum significado pronto, ninguém está chateado com ninguém, é cultural, é cultural e você está nessa família, mas em sua casa não se falava quase e você fica onde é que eu, onde é que eu meti? 32:21 É que eu meti, isto é tudo? Doido é tudo maluco. Eu estou a dar um exemplo ridículo, não é? Há famílias para quem o dinheiro é de uma forma, porque depois a pessoa casa com a com outra pessoa. Para quem é a gestão de dinheiro de outra forma, a questão as questões de dinheiro às vezes são por acaso. É engraçado porque não é. 32:37 Não eram questões que os que os casais falassem muito entre a perda de casal, mas eles falavam a questão do dinheiro. A questão do dinheiro hoje em dia mudou muito, porque a igualdade. Nem sempre existe, mas a igualdade financeira é muito maior entre o homem é melhor do que era antigamente e, portanto, é mais gerível. 32:55 E mais de? Facto de me dizer isto, eu acho que mais cedo ou mais tarde nós caminhamos pela situação de separação total de bens logo no casamento como estado do normal, o que resolve logo o. Problema do conflito do dos recursos é muito mais fácil no. Futuro porque há separação que a vida dá, mais separações. 33:13 Agora estabilizaram, mas há muitas reparações e, portanto, é muito mais fácil se você não tiver património para dividir do que se tiver património. Dividir que muitas vezes é usado para chatear e para os filhos, e para a questão dos filhos é usado como moeda de troca. Eu lembro me de uma vez que temos. Falado os 2 sobre sobre uma mediação de um casamento de muito, muito rico de milhões. 33:33 Milhões, milhões e até até. Nesses casos, foi cá em Portugal, foi fora eu. Fui lá fora fazer o eles tinham sido meus clientes enquanto trip de casal. É o estrangeiro, é o lado português. Depois aquilo, ele já. Tinha metido no pé de Angola, tinha sido apanhado já em ele era uma figura pública, já tinha sido apanhado uma fotografia assim em cima de uma senhora de biquíni pronto, e depois aquilo rebentou EE depois andavam metidos com advogados para aqueles advogados franceses que soavam os 2 para não sei aquilo anda, era para a frente, nem para trás. 34:09 No, no, no. No país onde eu fiz isto a lei e penso que continua a ser a mesma, há divórcio de culpa. Em Portugal já não há, portanto, quem teve a culpa. Paga, paga as favas, quer dizer, paga as favas. E é, e é e é obrigatório o divórcio de culpa, que quem teve a culpa mantenha a pessoa de quem separou, que neste caso havia filhos, filhas, o nível de vida que ela havia antigamente. 34:37 É pá que neste caso. Era um grande a nível de vida. Só para lhe dar uma ideia, a. Renda de cada eram 50000 EUR. Ainda bem que. Parece me um valor bastante simpático. Eu fui lá e senti me perdi a. Cobrar a cobrar 100 EUR à hora foi barato, foi barato. 34:52 Não, então o preço que eu levo, provavelmente. Pagar uma viagem precisa, claramente. De um advogado para para lhe tratar da das contas, porque, mas pronto, lá chegámos. E depois o problema é que eu queria dar lhe uma pensão. E ela, esperta, disse, não quero pensar nenhuma. 35:08 Eu quero dinheirinho, quero quero fazer a minha vida porque eu dei lhe uma pensão. Se ela voltar a casar, a pensar, bué à vida, não é? E queria ficar com património. Claro, porque é. Assim podia fazer a vida dela, não é? Havia um compromisso verbal, porque eu não sou advogado dos 3 de que se gássemos a acordo. 35:24 O acordo era respeitado e o divórcio depois seria feito. Os advogados, mas de acordo com aquilo que tinha sido Combinado, mas foi, foi foi fazer de. Árbitro? Não percebi. Foi fazer de árbitro. Eu fui. Eu não sou árbitro. Que o árbitro é um, é um, é um alguém da justiça, não é? Eu fui fazer mediação. 35:39 Eles estavam vão fartos da da da guerra e como tinham me conhecido algumas vezes, e confiavam em mim e na minha neutralidade. Faço as dicas, que era verdade, eu gostava. Gostava e eu gosto muito dos 2, isso é um grande elogio. Dia, isso é um grande. Elogio. Não é pá um gajo um. Gajo habitua se à naturalidade não, não eu gostava dos 2 e ainda hoje, de vez em quando, tenho contactos contos com os 2, bem infelizmente, e portanto, convidaram me para dizer e eu fui lá fazer. 36:06 Só que os advogados depois para tentaram tropedir a tudo, não é porque aquilo era um grande negócio. Pá, eram milhões, eu já não sei quantos eram milhões. Pá, aquilo para mim era sei lá o quê. E depois, passado uns meses, conseguiram fazer com o acordo que tínhamos feito comigo, conseguiram fazer a separação. 36:23 E a separação está feita já há muito tempo já. E, portanto, ela conseguiu dinheiro que queria ou próximo do que queria. E isso são divorciados sempre. A família, sempre uma. Curiosidade que é, há diferenças reais na forma como os homens e as mulheres amam? 36:40 Há diferenças? Reais e às vezes significativas, e é um e é uma. Pode ser uma fonte de problemas. Da forma como expressa o amor. Mais do que da forma como. Amo, ou seja, o estereótipo clássico masculino feminino que a mulher é muito mais expressiva na sua ternura física, na sua proximidade física, nas palavras que diz, do que o homem. 37:06 Não sendo já como era antigamente, em que os homens eram à figura autoritária. Seca não é igual. De facto, os homens foram obrigados a mudar. Eu já explico, já explico como é que foram obrigados a mudar. Continua a ser um bocadinho diferente. 37:22 Os homens são mais, têm mais dificuldade em expressar, em dizer meu amor, em fazer coisas desse tipo, daquela história clássica das mulheres que lhe dizem é pá, se queres conversa, se queres vir, cada um à noite, começa de manhã a dar me beijinhos, porque senão não levas nada, não é? EE foram obrigados a mudar. Mudaram o quê? Porque elas começaram a. 37:38 Dizer lhe eu tive nos últimos anos que eu fiz para este casal primeiras vezes. A maior parte das vezes eles iam para as orelhas. Não é que elas diziam arrastados? Era impressionante. Mudou de facto, mudou. Eu estou, eu estou aqui mais. Contrariada? Eu estou aqui, eu estou aqui. Porque ela disse me que se eu não viesse cá, não punha nada, não é? 37:56 Não é pá, desculpa lá, acabou. Quer dizer, eu eu quero, não quero passar os fins de semana sozinho com as crianças e tu vais ver o Benfica ou vais ver o Sporting ou vais jogar golfe ou vais fazer o que quiseres, não sei quê, eu fico aqui sozinho e ele não ter que chegas a casa à noite, às 9:30 da noite. A questão dos horários em Portugal é terrível, é de alguns trabalhos, não é? 38:16 E está tudo já pronto, os miúdos estão na cama e tu jantas sozinho e não sei quê nós tem que mudar o casamento, não é isto? E elas começaram a ser muito mais exigentes. E isso forçou. A mudança e isso forçou a. Mudança e eles já, já agora esta. Esta, no fundo, renovação de papéis ou de reajustamento pode de alguma maneira estar AAA, tornar algo que era claro de alguma maneira, hoje ser mais fluido e volátil. 38:44 Por um lado, por 11 boa razão que é, nós aprendemos a fazer melhor e a sermos melhores, mas, por outro lado, anão saber bem. Qual é o nosso papel num momento e com e naquela relação com aquela outra pessoa, é verdade? Isso o que é que se espera que tu faças? 39:00 Nesta relação, no fundo, ou que tu que tu te comportes ou que os papéis são mais. Mexíveis do que eram antigamente. Talvez os mais os que se tornaram mais parecidos são os papéis parentais. Pai e mãe pai e mãe. 39:17 Mas isso não é uma má notícia de todos estarmos uma excelente notícia. Estamos numa relação mais de antigamente, antigamente. O homem, na melhor das hipóteses, era o ajudante da mãe. Passa me aí o sabonete do banho da criança. Tu não sabes, tu não. Sabes? Aliás, eu assistia vários separações com crianças pequenas em que as mães invocavam que os pais não tinham capacidade para ficar com bebés, desde que não tivessem a mãe mentar naturalmente com bebés de 1 ano. 39:44 E havia juízes que alinhavam a essa conversa. E eu dava sempre o mesmo exemplo que às vezes que eu fui a tribunal, uma vez ou outra defender clientes meus, dizia, eu sou eu fui. Eu fui casado e sou com 2 médicas. A primeira é a mãe. 39:59 Da minha filha, que tem 48 anos, estava de urgência uma vez por semana. Nós procurávamos ter urgência. Em dias diferentes e eu ficava com ela à noite, não podia dar a mama, mas era capaz de tratar dela. O mais novo, que é deste casamento atual, que tem 28 anos, é uma história que a minha mulher também é médica, agora está reformado, mas era médico numa cena, eu ficava com ele sozinho, nunca aconteceu a mão nenhum, quer dizer, portanto, o homem é perfeitamente capaz de de, de de ficar pronto. 40:24 Os papéis parentais, você hoje em dia vem muito mais pais, por exemplo, ao fim de semana, a passear os miúdos nos parques, aqui, nos cinemas, infantis, et cetera, percebe? É muito mais do que via antigamente, aquele pai distante, autoritário, quando o teu pai chegar, vais ver como é que é, várias vezes. 40:41 Não acabou. Continua a haver uma certa diferença. Eu não sou sociólogo, portanto, não tenho que ser o que estou a dizer. A mãe é apenas uma coisa impressionista, mas a ideia que eu tenho é que, apesar de tudo, o pai ainda continua a ser a figura, um bocadinho mais autoritária que a mãe. 40:58 Mas quem lá as lambadas sempre foram a mãe? No fundo, quem era o pai e o chinelo que às vezes voava. E o chinelo EOX lambadas? Não é era a mãe, não é estas. Gerações enquanto casal. Enquanto casal, a igualdade é muito maior do que era. O que é uma boa notícia? Estas estas gerações mais novas, lá está eu agora estou velho. 41:19 Olho para elas e vejo que há uma maneira de de eles gerirem os afetos que, por um lado, me parece mais aberta e mais próxima e, por outro lado, pouco empenhados, menos. Próximos menos, mais livres, mais autônomos, mais autônomos. 41:36 Portanto, uma boa notícia. Eu acho que sim, acho que o. Caminho foi sido esse quer dizer, você antigamente não via grupos de mulheres a jantar fora sozinhas. Muitas delas são casadas. Isso era impossível, praticamente não é. E os homens vão ser vios. 41:52 Nem todos, aquele que é um poeira, elefante branco, todos os. Vios. Na noite não é pronto, eu, o meu pai, que hoje teria 100 e poucos anos. IA bué de género, ó pá. 42:08 À noite, depois do jantar, saía todos os dias. Ninguém perguntava, onde é que é o dia? Chegava a casa de madrugada? Nem respondia ele, provavelmente. Nem nem porque não. Existia essa questão, essa pergunta não existia, não é pá, IA ter com os amigos, IA para os copos, IA para não sei quê, IA para as estruturas, IA para, IA para onde fosse, não é? 42:26 E depois voltava a minha mãe não, não saía sozinha à estava uma senhora, saía sozinha à noite. Eu tive um Alentejo, há um exemplo muito interessante, eu tive um Alentejo, foi o primeiro grupo. E para o Alentejo fazer o chamado serviço médico à periferia, que, aliás, vai comemorar agora 50 anos, no dia 30, com a prensa do Marcelo, até que é para aqueles que não sabem. 42:47 Todos os médicos em Portugal recém formados e eu de periferia para a frente com. 7 ou 8 anos. Nós fomos o primeiro grupo em 75, mas depois de mais até servir o até aparecer OSNS. Portanto, nós fomos precursores do SNS. Foram os primeiros médicos de. Zonas remotas do país é pá. Fui para o Alentejo. 43:02 Para com a vida grande? Não, não. Isto para lhe dar um exemplo que nessa altura é no Alentejo, as primeiras mulheres. A entrar numa tasca. Alentejana para para almoçar ou para jantar. Foram as minhas colegas, que eram 2333 colegas, 3 médicas. 43:19 As mulheres não entravam numa tasca. Estavam lá atrás a mulher do dono a fazer a comida. Mas não havia mulheres nas tascas não podiam usufruir, mas. Não, não fazia. Sentido, quer dizer, não, não. Quando elas entram, ficou como éramos médicos, éramos uns. São muito respeitados, não é? E foram muito bem tratados. 43:34 E foi uma experiência que ainda hoje. A minha mulher que é que é mais nova que eu e que não fez isso, já não posso ouvi falar da p fria. Vocês quando se juntam se a falar da p fria, marcou, me marcou muito, percebe? Marcou. Você não tem. Agora não vamos falar disso, mas mas dá para para para mangas, mas podemos falar sobre isso. 43:50 Porque porque isso foi isso, foi uma experiência emocional também, completamente emocional. Vivíamos todos juntos numa casa. Muito, foi muito interessante. Eu eu fui marcado por aquilo e as pessoas não tinham nada. No fundo, quer dizer, primeira vez que que alguém aparecia para. Austeridade. Na vidigueira. 44:06 Havia um médico que teve o bom senso de o conselho todo da vidigueira. Havia só um médico que teve o bom senso de retirar quando nós chegámos que não sabia nada de medicina. Porque, para lhe dar uma ideia, ele, para ter o seu negócio, dizia que as senhoras com menopausa, ele tinha que uma vez primeiras ires tirar sangue, porque elas não perdiam sangue naturalmente. 44:23 Percebe? Pronto. Nós pesamos a fazer consultas nas aldeias, todas dos concelhos de Cuba, Vieira, nalgumas, aldeias com mais gente 2 vezes por semana. 2 vezes por semana com. 2 médicos e, portanto, ouvi Los? 44:40 Éramos um grupo 12. Cuidar deles, responder lhes imagina hipertensões tudo, completa. Loucura completes completes controle, não é? E nós já tínhamos alguma experiência de hospitais cá. Portanto, quando nós fomos, já tínhamos 3 anos de medicina, com experiência dos hospitais, hospital de São José, serviço de urgência. 45:00 Nós, num num ano que lá estivemos, mandamos outras doentes para Lisboa e tínhamos depois os os colegas mais velhos, nossos chefes de serviço, que iam ao fim de semana ajudar nos muitas vezes quando eram. É uma situação. Podemos um dia falar sobre isso com calma, porque foi uma situação. É dia 30 No No iscste, uma comemoração dos 30 anos. 45:18 EEO Marcelo, que foi meu colega de escola, eu convidei o eu acho que ele está doido para falar de família, para falar de saúde e, portanto, vai lá, vai ser essa, essa. Oportunidade, essa é a oportunidade. Zé gameiro, como observador do mundo, quando nós falamos para para combinar esta conversa, a primeira coisa que disse é, eu não vou para Lisboa que estou farto do trânsito. 45:36 Isto do trânsito já me aqui a aborrecer está, o mundo está ruidoso, o mundo está agressivo, o mundo está apático. Eu acho que as pessoas. Estão mais no mundo. Não sei porque eu vou muito ao mundo, mas também não tenho assim uma experiência. 45:53 Eu sinto na aqui na sociedade portuguesa mais tensão e mais agressividade, mas posso estar completamente enganado. Isto é uma sensação de OK, eu tenho. Sempre eu tenho, sempre aquele medo. Dos meus 76 anos, que é é pá, será que eu estou a ser um velho do restelo? 46:11 IA dizer que no meu tempo as coisas eram melhores. E agora nunca sei muito bem se isso é verdade ou não. O que é facto é que no eu de facto, eu andei de moto de toda a vida, até há 4 ou 5 anos que achei. Então correu alguma coisa mal? Não. Não, nunca caí na. Vida, mas é pá. Comecei a ter preguiça de vir ao meio dos carros. 46:28 Também não precisa de ir ao tanto a Lisboa e na chuva e no mau tempo e tal vender a moto. E é me de carro antessmart que é para para. Não é uma boa transição, é uma. Boa tradição. EE voou menos possível a Lisboa pá, mas veio já a 5 que não era assim. 46:45 Está cheia de carros ou a pandemia. Os caras aumentaram imenso e a Malta está mais agressiva, está mais irritada, está mais. Faz mais vezes isso uns para os outros. Pá. Agora, isto é um grande coisa impressionista minha. Eu posso estar enganado, não é? Eu não tenho nenhuma razão de queixa pessoal de me de ser maltratado, mas estamos com um défice de. 47:03 Empatia em relação ao outro, eu acho que estamos muito. Irritados com o que se está a passar mais no mundo do que em Portugal. Em Portugal há pessoas que provavelmente estão irritadas porque isto não passa a ser para a torta, não é economicamente, enfim. Sim, nós não, não. Evoluímos, não evoluímos nem. 47:18 Nem se pensa que a gente vai evoluir, porque a Europa está como está e nós andamos atrás da Europa. Agora, esta história, pelo menos é mim pessoalmente. A história da Ucrânia e a história de Gaza, de Israel e de Gaza e do Hamas, pá. Apesar de nós já termos passado pelos Balcãs, pelo pelo, pelo Ruanda, por por coisas horríveis também. 47:39 Mas não sei porque esta tocou me, eu, eu, eu. Neste momento tenho muita dificuldade, por exemplo, em ver algumas primeiras televisão e isso deve ter a ver com a minha idade, não é crianças, é pá e com o sofrimento é pá e. Depois. Desculpem o que eu vou dizer, sim. 47:56 Com que direito é que estes filhos da mãe, para não dizer outra coisa, dos neta iOS e dos trumps e dos gajos do Hamas, pá, usam as pessoas desta maneira? Percebem com que direito é que um gajo está na mão? Está na mão. De cliques para sempre houve, não é? 48:11 Sempre houve e sempre houve isso tudo, não é? Mas quer dizer, em 2025, com a idade que eu tenho, eu às vezes digo uma coisa muito clássica, que é, será que o mundo que eu vou deixar os meus filhos, apesar do mundo não ser o que o deixo não é. É o é o mundo, é o é o mundo que me deixa. 48:28 Isso é o contrário. É o contrário, será que é que? É que é uma coisa boa para eles. É pá. Será absoluta que vai ser boa para eles, porque eles são porreiros, são saudáveis, mas quer dizer. Faz me impressão mais que isto. Não sou eu, não sei dizer. Estamos a fechar. Eu, eu tenho, eu, eu tenho. 48:44 Eu tinha aqui 2 perguntas que na realidade estou aqui numa Encruzilhada sobre qual é que posso fazer? Porque dá para aí mais 2 programas, é, o primeiro é para que é que serve o amor? E o segundo é o que é que dá sentido à vida. Sei se é. Então, o que dá sentido à vida? 49:00 Não vai sairmos daqui. Há alguma alguma coisa que a gente? Olha e diga assim, não, isto, isto faz sentido. É para isto que é para isto que eu acho que cada pessoa tem que. Encontrar um sentido para a vida, percebe? Não é uma coisa geral. Não é fazendo perguntas. Pá perguntando se. O que é que quer fazer? 49:16 De que forma quer fazer? Como é que quer gostar dos outros? Como é que quer gostar dos outros? Não? É como é que quer ser gostado? Não, não. Como é que quer gostar dos? Outros a relação com os outros é muito importante, muito importante sim, já agora. Ou passam, falam num estudo enorme que houve que saiu há 1 ano e final 2 anos de Harvard, com uma amostra brutal. 49:39 Não sei se são 100000 pessoas ao mesmo pá em que os gajos acompanharam, ao longo de dezenas de anos, as pessoas e a influência das suas relações na sua saúde mental e na saúde de saúde física. E chegaram conclusões espantosas que é qualquer pessoa que tenha solidão, completa. 49:57 Corre imensos riscos de saúde mental e de saúde física também o simples facto, se você estiver sozinho e ver sozinho, de ir todos os dias ao café, beber um café e trocar de 2 dedos de de conversa com o gajo que lhe ser o café, ou com a senhora que lhe ser o café, ou ir a mercearia todos os dias e fazer a mesma coisa, percebe? 50:15 Já é ajuda a manter o nível de saúde física e mental. E isto é uma coisa espantosa, porque nós pensamos que a saúde mental e a saúde física são de coisas diferentes, não são. Separamos a coisa a. Relação. O isolamento é fatal, portanto, precisamos de quem cuide de nós. 50:31 Precisamos de quem às vezes? Precisamos de quem cuide de nós, mas precisamos de cuidar da nossa relação com os outros. Eu, eu, por exemplo, toda a vida pesei imensa amizade e cultivei imensa amizade. As pessoas que vêm hoje, que vêm um dia cá, a casa, jantar, ou nos meus anos, ou fora dos meus anos, são as mesmas. 50:50 Há 50 anos pronto. Não tenho amigos novos, nem quero ter, nem quero ter. Outro dia, a um amigo meu, não vou dizer o nome, mas que é muito expansivo e conhecido. Dizia me assim, é pá coçado nós que vai morrer. O primeiro disse, é pá, não sei. Pode ser. 51:05 Que raio de pergunta é? Uma pergunta o gajo? Mas é um gajo da minha idade, o meu colega desde a escola, mas não há bem médico também é pá. E quando deixou de trabalhar, ficou deprimidíssimo. Eu tive que o medicar. Eu não sabia fazer mais nada. Se eu. Trabalhasse. Assim e eu disse assim, tu ainda não pensaste? 51:23 Aquilo lá não tu trabalhavas pá que estavam desejosos se tu se tivessem embora para abrir uma vaga, eh pá tu, tu és horrível, é verdade, é Além da vida, eu fui chefe de serviço do hospital quando eu formei, houve um gajo que subiu a chefe de serviço do pesado uns meses, pá é assim, é a vida, pá pronto, é a renovação, é a renovação. 51:45 Portanto, a pergunta era, qual é o sentido da vida? É pá. Eu acho que as pessoas de encontro é muito diferente. Eu, eu, por exemplo, vou muito à Índia. Nós nós ainda adoramos a Índia. Fomos, já fomos 6 vezes à Índia a. Última das quais. Recentemente, EE gostamos muito, somos meio meio tratados. 52:02 Vamos para si, são, não há muito turismo, pá pronto, e aquilo marca nos muito, é pá. O sentido da vida lá é outro completamente diferente. Não tem nada a ver connosco, não tem nada a ver com isto, não é? É muito menos materialista. Claro que há o estátua, os gajos, podres de ricos, é os gajos que agora vingança do do colonizado, agora até os mais e até essas coisas todas. 52:21 Mas quer dizer, mas AA calma daquelas pessoas, AA simpatia deles, a proximidade deles, não sei, não sei, não sei responder mais que isto, este episódio do pergunta. Sempre com José cameiro, psiquiatra e especialista em relações de casais, autor do livro o outro ajuda nos a decifrar o amor, o desejo e o silêncio, falamos de triângulos amorosos, de empatia. 52:41 E das palavras que podem salvar uma relação, uma conversa sobre o que nos une e o que nos separa e aquilo que ainda vale a pena tentar compreender. Até à próxima semana.