Será que o jornalismo dos tempos em que vivemos está a ser demasiado snob?
Uma forma de ser e estar em que aqueles que servem para testemunhar o mundo se demitem da sua função social primordial.
Pode ser essa uma das bases da crise dos media clássicos de hoje?
TEMAS & TÓPICOS DE CONVERSA:
📺 Televisão e Rádio: Bastidores Revelados Descubram comigo as ‘nuances’ de trabalhar em frente e atrás das câmaras. Aprenda sobre a adrenalina de entrevistar grandes nomes como Saramago sem um guião pré-definido e como a confiança na equipa é crucial na TV, enquanto na rádio, o peso das responsabilidades é imenso e mais individual.
🌐 Redes Sociais e Tecnologia: Uma Espada de Dois Gumes Debatemos a dualidade das redes sociais, que tanto nos conectam quanto podem nos expor a riscos. E não deixem de ouvir a visão de Joana Latino sobre a importância de educarmos as novas gerações para um uso consciente e responsável da tecnologia.
👀 A Imagem na Televisão: Conteúdo ou Aparência? Como uma “mulher real” que desafia os estereótipos da TV, compartilha as suas reflexões sobre a transição da rádio para a televisão e como a imagem pode tanto atrair o público quanto desviar a atenção do que realmente importa: o conteúdo.
📚 Educação e Tecnologia: O Papel dos Adultos Discutimos a responsabilidade dos adultos em orientar os jovens, comparando o uso da tecnologia com as lições de vida que experimentámos.
🎙️ Jornalismo com Coração Por fim, mergulhamos na arte de contar histórias que tocam o coração, e como um bom jornalismo deve sempre buscar a verdade que ressoa com a emoção e a empatia.
CAPíTULOS:
(00:03:07) A experiência televisiva Joana e o entrevistador discutem sobre a falta de perguntas escritas em entrevistas e momentos de pânico.
(00:04:32) Trabalho em equipa na televisão e na rádio. Joana compara a dinâmica de trabalho em equipe na televisão e na rádio, destacando a vantagem da televisão.
(00:07:15) A influência das redes sociais e da tecnologia na sociedade atual. A discussão aborda a fama, a construção imagética, e a influência das redes sociais na sociedade.
(00:09:25) A responsabilidade dos adultos na educação sobre o uso adequado da tecnologia Joana fala sobre a responsabilidade dos adultos em educar as gerações mais jovens sobre o uso adequado da tecnologia.
(00:14:45) A importância do conteúdo e da imagem na televisão. A importância do conteúdo e da imagem na televisão é discutida, ressaltando a relevância do embrulho e do conteúdo.
(00:15:23) O início da carreira na televisão. Joana fala sobre a sua entrada na televisão e a sua experiência no Passadeira Vermelha.
(00:17:03) A importância das boas histórias no jornalismo. Joana discute os princípios de uma boa história e a falta de foco no jornalismo atual.
(00:19:14) A transformação do jornalismo e a influência das audiências. Joana aborda a transformação do jornalismo devido a interesses comerciais e a importância das emoções.
(00:20:07) A representação do Portugal profundo na televisão Joana destaca a importância de retratar o Portugal mais verdadeiro na televisão.
(00:22:17) A influência dos influenciadores e opinion makers Joana comenta sobre a influência das personalidades públicas e a mudança na forma como são chamadas.
(00:24:25) A interação com pessoas no programa. Joana fala sobre a interação com pessoas no programa e como conquista a atenção delas.
(00:26:19) A curiosidade e aprendizagem com as pessoas mais velhas. Joana destaca a sua humildade e curiosidade ao interagir com pessoas mais velhas no programa.
(00:27:15) A importância da autenticidade Joana fala sobre a importância de capturar a autenticidade das pessoas ao contar histórias.
(00:28:59) Momentos marcantes na carreira. Joana compartilha uma experiência marcante ao entrevistar mineiros numa mina desativada.
(00:31:29) A festa de São João d’Arga. Joana descreve a experiência única da romaria de São João d’Arga, uma festa comunitária e espiritual.
(00:38:32) A curiosidade como motor. Joana discute a importância da curiosidade e do olhar renovado na sua abordagem jornalística.
(00:40:39) O desafio da seleção de imagens. Joana fala sobre o desafio de decidir quais imagens violentas devem ser mostradas no jornalismo.
(00:40:57) A importância da linguagem visual Joana discute a importância de contar histórias visualmente e como a linguagem visual pode impactar emocionalmente os espectadores.
(00:42:56) O poder das imagens Joana fala sobre a responsabilidade de apresentar imagens chocantes e como essas imagens podem afetar o público.
(00:43:54) A narrativa emocional Joana explica como construiu uma peça jornalística emocional, destacando a importância de transmitir emoções através das histórias.
(00:48:26) A assinatura do jornalismo. Joana discute como a sua forma de escrever e contar histórias é sua assinatura no jornalismo, e como isso influencia suas peças.
(00:51:37) O futuro do jornalismo Joana e o entrevistador debatem sobre o futuro do jornalismo, incluindo a narrativa, a proximidade e a reinvenção do jornalismo.
(00:53:38) Horários de televisão Joana discute a falta de consideração das emissoras pelos horários normais das pessoas.
(00:54:22) Visibilidade na televisão O entrevistador fala sobre a visibilidade e fama de certas personalidades na televisão.
(00:54:46) Afastamento dos jovens Joana questiona por que a televisão afasta os jovens e como atrair a atenção deles.
(00:55:59) Porosidade da informação Discussão sobre a porosidade da informação entre televisão e redes sociais.
(00:56:47) Importância das redes sociais. Joana destaca a importância das emissoras estarem presentes nas redes sociais para atrair o público jovem.
(00:57:14) Vantagens do podcast Conversa sobre as vantagens do podcast em comparação com outros meios de comunicação.
(00:58:29) Entrevista e perguntas .Joana fala sobre a realização de entrevistas e a importância das perguntas feitas.
(01:00:53) Reportagens inusitadas. Joana fala sobre a busca por reportagens inusitadas e a transmissão da verdade na televisão.
(01:05:02) A explicação de uma claquete. Discussão sobre a definição e uso de uma claquete.
(01:05:05) Brincadeira com a claquete. Momento de brincadeira com a claquete.
TEXTO DE ABERTURA
Regresso trinta anos atrás no tempo.
Estamos ambos na Rua do Quelhas em Lisboa.
Divididos entre o número 10, onde vivia a redação e o número 2, onde criávamos as manhãs da telefonia.
Tenho a sorte de receber Joana Latino no seu primeiro dia de trabalho como jovem jornalista.
Trinta anos volvidos, mantém aquilo que já era óbvio por esses tempos: uma insaciável curiosidade pelo mundo, uma rapidez de raciocínio com as palavras e um delicado instrumento de tradução simultânea entre as complexidades do mundo e a exigência da simplificação radical da realidade em poucos segundos.
É nessa escola da rádio pública, à altura mais RDP, hoje mais Antena 1, 2 e 3, que Joana Latino decanta a sua forma de ver e contar histórias.
Os ingredientes da culinária desta forma de fazer jornalismo são agora bem conhecidos pela sua voz, na SIC.
Ora a contar as dores da guerra, ou a última alegria da polis; ora a viajar pelo país em modo de investigação etnográfica, contando a forma de ser portuguesa pela voz dos nossos mais puros guardiões dos segredos dos sabores e sons de Portugal.
Esta edição, com Joana Latino, jornalista, é uma viagem pelo jornalismo em que sempre me revi: o das boas histórias. E o da liberdade permanente para fazer perguntas.
As escritas ou simplesmente pensadas e mantidas na cabeça e prontas para ser postas ao serviço de cada ouvinte, de cada leitor, de cada espectador
O jornalismo é uma forma de ver o mundo.
E de criar uma narrativa que nos permite entender melhor o presente.
Os jornalistas são testemunhas profissionais e criadores de histórias baseadas no real.
Mas são principalmente curadores e mediadores. Escolhem factos, ângulos e vozes.
São vitais como contrapor nas sociedades modernas.
Por isso, as notícias do jornal, rádio, televisão ou ‘internet’ serão sempre mais do que conteúdos. São contextos. São perguntas. São alertas e espantos.
O contrário é anestesia social.
É melhor não adormecer.
LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIOTRANSCRIÇÃO AUTOMÁTICA (COM TODAS AS MARAVILHAS E ERROS DAS MÁQUINAS)
0:12
Ora, vivam.
Bem-vindos ao pergunta simples o vosso podcast sobre comunicação, bem-vindos ao primeiro episódio de 2024 e olhando o Horizonte, os tempos não estão a ser nada fáceis para o jornalismo.
As dificuldades públicas na rádio TSFE nos jornais JNDNE jogo.
0:30
Merecem preocupação.
O jornalismo livre é um dos pilares das democracias modernas e o bom jornalismo está a ser desafiado por formas de comunicação que se abstêm de ter juízo crítico, curadoria ou sequer valores éticos.
É o peso das redes sociais do rumores sobre a verdade do acessório sobre o fundamental.
0:51
No ano em que celebramos os 50 anos do 25 de abril, este é um tema de grande relevância e jogam papel chave no nosso futuro comum.
Por isso, escolhi uma jornalista e o jornalismo como?
O tema principal desta edição de 2024.
1:16
Será que o jornalismo dos tempos em que vivemos está a ser demasiado snob uma forma de ser e estar em que aqueles que servem para testemunhar o mundo, se demitem da sua função social primordial?
Pode ser essa uma das bases da crise dos media clássicos de hoje em dia.
1:32
Regresso no tempo atrás 30 anos atrás, estamos ambos na rua do quelhas, em Lisboa, divi.
O número 10, onde vivia a redação da rádio pública e o número 2, onde criávamos as manhãs da telefonia.
Tenho a sorte de receber Joana Latino no seu primeiro dia de trabalho como jovem jornalista. 30 anos volvidos mantém aquilo que já era óbvio por esses tempos, uma insaciável curiosidade pelo mundo, uma rapidez de raciocínio com as palavras e um delicado instrumento de tradução simultânea entre a complexidade do mundo e a exigência da simplificação radical e quase absurda da realidade.
2:09
Em muito poucos segundos.
É nessa escola de rádio pública, altura mais RDP, hoje mais antena 1, 2 e 3 que Joana Latino decanta a sua forma de ver e contar histórias.
Os ingredientes da culinária desta forma de fazer jornalismo são agora bem conhecidos pela sua voz e imagem.
2:26
Na sic, ora a contar as dores da guerra, ora a contar a última Alegria da pólis, ora a viajar pelo país em modo de investigação etnográfica, contando a forma de ser portuguesa pela voz dos nossos mais puros guardiões.
Dos segredos dos sabores e sons de Portugal.
2:43
Esta edição com o jornalista Joana Latino é uma viagem pelo jornalismo, em que sempre me revi o das boas histórias e o da Liberdade permanente para poder fazer perguntas as escritas ou simplesmente pensadas e mantidas na cabeça, mas prontas para serem impostas ao serviço de cada ouvinte, de cada leitor, de cada espectador.
3:07
Olha, eu nunca escrevo perguntas, não, eu nunca tenho papelinhos com notas.
Sabes que eu eu escrevo para.
E eu escrevo perguntas quase como, como, como os alunos que copiam no exame.
Ah, para.
Como processo de memorização e de.
3:22
Mas eu não.
E sabes que a única vez que eu entrei em pânico com isso foi foi entrevistar o Saramago de quem eu era a maior fã e 3 minutos de começarem A Entrevista com 23 câmaras.
Não sei quê tendo-me sido dito, se tu conseguires bons 45 minutos, nós pomos isso na íntegra no ar.
3:41
O repórter de imagem pergunta-me, então, e tu, não tens nenhum papel?
Eu não.
Até não escreveste perguntas, perguntas escritas escritas para fazer ao homem.
E naquele momento, bateu-me um grande pânico, tipo, foda-se, eu não tenho perguntas escritas.
O que é que eu vou fazer agora à minha vida se não há perguntas estão-me a.
3:56
Dizer que é tudo não é?
Tinha tudo na minha cabeça, o que é que eu queria sacar entre aspas do Saramago e claro que depois acabou por correr tudo bem, porque é o meu método, cada um tem o seu.
Olha, estamos a gravar já, já.
Percebi todas, claro, já estamos a gravar, vou lá para testes.
Estamos a falar para 123, quer dizer, fazemos sempre aquilo, não é ver não, não tens o pânico lá.
4:15
Está nessas entrevistas importantes de estar a gravar com alguém e depois assim olhe, não gravou nada.
Olha.
Não ficou só.
Que eu eu fico.
Eu fico.
Sempre com a responsabilidade, não é a minha, sabes?
É de alguém?
Exato.
Olha para para quem é pior.
Ainda porque tu não controlas.
EE dás-te mal com essa ideia de que não controlas, não controlamos nada, não.
4:33
Sou ótima para equipa, gosto muito dessa coisa, do confiar nos outros.
É uma vantagem da televisão sobre a rádio, porque não se faz nada sem ser em equipa.
Logo a margem de erro acaba por ser menor, porque cada um tem a sua tarefa.
4:49
Eu na rádio, lembro-me que era tanta coisa em que tinha que pensar que qualquer coisa destrambelhada como eu sou IA ficar para.
Trás era preciso clicar no botão, era preciso ver ali se aquilo estava a funcionar.
Tinha pilhas que eu ainda sou desse tempo, não é?
Agora é bateria mesmo na altura.
Por por acaso é giro, porque nós estamos a gravar com a mesa de mistura, funciona a eletricidade, mas o gravador funciona.
5:09
Há pilhas, de facto, ainda funciona a pilhas.
Portanto, tu estás ainda no paleolítico, mas já no século a caminho do século 20 e. 2, portanto, é um podcast que é do século 22, mas depois de facto, tudo o resto, toda a traquitana é, é quase paleolítica, olha para para quem não te conhece.
5:26
Qual das joanas é que está comigo a conversar hoje aqui?
A Joana que eu tive o prazer de receber na redação da rádio pública como jovem estagiária, acabada de chegar.
Nem precisas de por mais hipóteses, é?
Essa.
Eu continuo a ser essa.
5:42
Porque depois há a Joana que aparece nas notícias da sic a fazer coisas sérias, a falar de assuntos sérios.
A Joana que viaja pelo país numa coisa chamada olha a festa que todos vemos no jornal da sic e que e que a mim me diverte muita.
5:58
Vamos falar sobre isso seguramente, e depois a Joana, que decidiu também aparecer na passadeira vermelha.
Hum, o quê?
O que também é, é um programa.
Assuntos variados no fundo, depois as posso chamar-lhe frívolas ou achas que ficam zangados comigo?
Ninguém fica zangado contigo, mas não concordo que sejam.
6:15
Não concordo.
Achas que aquilo é mesmo?
É importante porquê, mostra-nos a natureza humana.
Precisamente, é uma espécie de recolha etnográfica sociológica, cultural, daquilo que realmente preocupa o nosso país.
Porque é engraçado eu trabalhar nesses 2 mundos, o da informação, que é o que nós, jornalistas, acreditamos.
6:37
Seriamente e piamente que é o interesse público.
E a passadeira vermelha que tem de facto a outra vertente que é o interesse do público, os assuntos que nos movem todos os dias sentados no café.
Olha como é que ela vai vestida?
6:53
Agora já não namora com aquele trocou de marido, et cetera, et cetera.
Agora temos que utilizar por nomes diferentes daqueles que nos habituámos a conhecer enquanto crescemos et cetera, et cetera.
O comportamento humano.
Das celebridades, evidentemente, das pessoas que movem o mundo atual, as pessoas que são famosas e a fama vem de 1000 maneiras, porque tens redes sociais ativas, porque és uma Estrela da televisão, porque és um escritor, porque és músico, porque és coisa alguma, mas por alguma razão, tens um holofote em cima de ti, porque fizeste uma grande estupidez normalmente.
7:35
E isso deu-te de fama e.
Portanto, é aqueles.
Fâmia.
É aqueles que são aqueles que são.
Naqueles que são virais pelas más razões, ou porque tu fazes uma coisa extraordinária e, portanto, és reconhecido.
Olha o Saramago, lá está, ganhou o Nobel.
Portanto, isso é extraordinário.
7:51
Olha, não.
Esta pessoa simplesmente caiu na rua E tornou-se 11 risota geral nas redes.
Sociais um vídeo sexual que alguém pôs a circular ou que o próprio pôs a circular precisamente para ter notoriedade esse tipo de coisas.
E esse pensamento é quase sinistro.
8:07
Portanto, o que tu me estás a dizer é que aquela realidade, se calhar todas as realidades correspondem quase a uma construção imagética da daquilo que nós todos imaginamos que pode ser aquilo que é famoso.
Precisamente.
Arranjamos pretextos para que os outros falem de nós.
Eu acho que no fundo, estamos a falar de propaganda, que é uma noção muito antiga e que é muito interessante também.
8:27
Já não me lembro quem é que disse isto.
Penso que foi um político britânico.
Não me vou, não me vou tirar para para fora de pé, vão ao doutor Google e pesquisem.
Alguém disse que jornalismo é o que alguém não queria ver, publicado propaganda é tudo o resto e nós vivemos no tempo da propaganda e cada um de nós tem uma ferramenta.
8:49
Aqui está ela.
O telemóvel.
Fazer a sua própria propaganda.
Que tem uma Câmara, tem um microfone, podemos apontar para nós, podemos apontar para os outros.
Precisamente.
Não te choque aqui, os miúdos todos estejam a usar esse telemóvel precisamente quase como uma arma permanente para ir documentando pequenos pedaços da vida dos outros, claro, com com esse fito que é às tantas mostrar, muitas vezes ridicularizar, às vezes até fazer bullying, porque quer dizer.
9:14
Eu acho que a culpa é nossa, da geração antes da deles, porque nós é que estamos a permitir que isso aconteça, não lhes tendo dado se calhar os valores corretos para eles saberem lidar.
Com isto, que é uma arma.
Pareceu a ferramenta primeiro do que do que a capacidade de de trabalharmos com ela.
9:30
E apareceram as aplicações dentro da ferramenta antes de nós, próprios, adultos responsáveis por essas crianças, termos a capacidade de perceber efetivamente o poder dessas aplicações que estão dentro desta arma.
As balas que estão, as munições que estão dentro deste revólver, digamos assim, metralhadora às vezes, porque às vezes o tir é numa direção, às vezes é metralhadora dispara-se para todo o lado, portanto, eu.
9:57
Acho que.
Nós achamos sempre que a geração, cada sociedade acha que a geração que aí vem é à rasca, está?
Não.
Presta para nada.
Precisamente, e a verdade é que há uma minoria que presta, há uma grande maioria que as grandes maiorias têm.
10:15
Sempre esse problema são alinhadas por baixo.
A nossa responsabilidade é sempre educar a geração que aí vem e não sei se não nos estamos a demitir desse papel, porque tu vais a um restaurante e o que é que vês famílias inteiras em que estão todos nesta.
10:30
Nesta arma, no telemóvel.
Olhar para lá.
Esquecem-se de conversar, esquecem-se de partilhar experiências, seja contando o que lhes aconteceu, seja vivenciando aquele prato, aquela decoração, aquela mesa, os talheres, o que quer que seja.
10:46
Portanto, a desgraça das desgraças é que nós abandonamos ao mesmo tempo, uma curadoria para escolher aquilo que é mais importante ou menos relevante no mundo.
E abandonamos os olhos nos olhos e a conversa que temos uns com os outros.
Precisamente.
Porque é que eu tenho a sensação de que, sim, isso é verdade, mas que se calhar agora nós já estamos.
11:04
Dar a volta a começar, já temos um pique e agora já vimos até não deixa-me desligar isto que eu agora vou aqui fazer uma coisa que que, que que tenho que fazer?
Eu própria, evidentemente, com o advento das redes sociais, mergulhei nelas.
Tudo o que podia com a minha curiosidade natural, até para perceber o que é que eu podia daqui retirar.
11:25
Já cheguei às minhas conclusões e efetivamente isto, quem me dera a mim voltar a ter um telefone que fosse mesmo só para chamadas.
Só com teclas, sim.
Porque de facto. 90% da utilização que eu dou ao telefone é essa.
É uma questão da minha vida pessoal para falar com os meus queridos, com os meus entes queridos, sejam eles relacionados comigo, através do sangue ou não, escolhidos por mim, amigos, companheiros, a minha enteada, et cetera, seja por razões profissionais, não é falar ao telefone.
11:56
Sim.
Ah, como é que tu estás?
Queres alguma coisa?
E para nos irmos encontrar, não é?
Não é só para às vezes, dá jeito.
Olha, durante a pandemia, deu imenso jeito até.
A tecnologia?
Sim, precisamente a questão é, lá está tem 11 pau de 2 bicos que permite-nos, por um lado, ter contacto.
Por outro lado, há um excesso de de exposição.
12:13
Também é uma espada de dâmú em cima da nossa cabeça e presa com um fio muito pouco forte para o peso que a espada tem.
E nós a construção tem que ser fortalecer essa corda, essa suspensão, para que não levemos com a espada em cima da cabeça.
12:29
Ela tem que estar lá para nos avisar.
Atenção, a tecnologia é muito útil, mas tem lá muito cuidado com o que fazes.
É isso que eu tento fazer lá em casa com a minha de 12 anos, a minha enteada, que é isto é fantástico, efetivamente a minha vida teria sido completamente.
12:45
Diferente e se calhar, um bocadinho mais interessante, se no meu tempo houvesse estas ferramentas, quando eu tinha a idade dela, 12 anos.
Mas há muitos perigos também.
E é preciso explicar porque, assim como a minha mãe me dizia, eu prefiro que tu vás sair à noite em vez de vires às 3 da manhã, prefiro que venhas depois do pequeno-almoço.
13:02
Tomado no mercado da Ribeira já durante o dia de transportes públicos, sem te meteres em trabalhos do que voltes para casa naquela hora assassina chamemos-lhe assim, em que tudo acontece de mau, porque andam os bêbados todos na rua, as pessoas mal intencionadas atrás dos bêbados que estão frágeis et cetera, et cetera.
13:21
E nós temos que fazer isso mesmo também em relação a isto.
A isto, ou o que se passa nos telemóveis não tem mal nenhum sair à noite e apanhar uma grande bebedeira.
Tens é que ter cuidado pelos caminhos em que te metes depois no.
Regresso para casa e não fazer asneiras.
Olha tu, nós estamos na numa casa da televisão.
13:36
No caso, é Na Na tua casa, Na Na sic e na sic e na sic notícias ainda tens saudades da rádio?
Sabes que há dias em que eu ainda digo.
Vou para a rádio, vou para a telefonia.
Sim. 24 anos depois, o que é?
E eu estive 6 anos na rádio, portanto, vê a marca que deixou em mim.
13:55
Na verdade, eu quando sonhei o jornalismo sonhei-o na imprensa ou na rádio, jamais em televisão.
A televisão para mim é um bicho completamente.
Inalcançável, porque eu não tenho as características.
14:15
Acredito eu, então que.
Características.
Da televisão, eu sei lá, alta, loira, magra.
Alta, loira, pá, para começar.
Da revista muito bonita corpo não sei quê.
Sem celulite.
Maminhas a apontar para o teto, aqui podem-se dizer estas coisas.
14:32
Não tenho nada disso.
Sou, sou aquela a mulher real que hoje em dia tanto se celebra, não é?
Eu jamais faria uma passagem de modelos para a Victoria secret, não é?
Mas isso é um papel de é, é assim, tu estás.
Estás a descrever, lá está um a.
Televisão tem tipo, não, mas a televisão tem.
14:48
Tenho noção disso.
Tem um embrulho muito importante.
Sim, o conteúdo.
É fundamental, se ele não prestar as pessoas, não o comem, evidentemente.
Embora não querem.
Saber, mas o embrulho é muito importante.
Portanto, o que quer dizer é ter uma imagem que seja uma imagem de que as pessoas gostem.
15:07
Que não causa ruivo, estou a falar agora do jornalismo, não é?
Eu.
Eu só tinha camisolas com bonecada quando vim trabalhar para televisão.
Era um jornalista de televisão, está a aparecer com uma coisa a dizer, Jesus, isso sou sexy.
I with fuck é uma ou qualquer coisa à noite está género.
15:23
E ninguém está a ouvir nada das perguntas que eu estou a fazer ao presidente da República ou ao senhor que teve.
Foi vítima de cardjacking, o que quer que seja, não é, portanto, esse.
Esse embrulho é muito difícil para mim.
É uma neutralidade.
É uma neutralidade precisamente, e depois há outra coisa que é porque eu estou nos 2 lados da televisão, na informação e no entretenimento, porque a minha entrada para o passadeira, então, foi eu fiquei abismada com a ideia que o Daniel Oliveira Oliveira teve e fiquei, mas tens a certeza?
15:58
E ele tinha, e não sei se funcionou, se não, mas a verdade é que estou lá quase há 10 anos.
Há 10 anos?
Precisamente.
Eu.
Eu IA dizer que tu tinhas desaparecido na passadeira.
Mais ou menos há 2 anos e meio e que. 10 anos, há 10, tem sido uma construção também.
16:13
Eu jamais uso saltos altos.
A lista sempre de saltos, eu jamais penteio o meu cabelo, anão ser com um secador apontado à cara.
Não é?
Fazendo até lá aqueles efeitos que eu sou uma brincalhona e agora está ali com com coisas mais sofisticadas.
16:29
Isso é tudo muito estranho para mim ainda, porque eu continuo a ser a estagiário e tu recebeste e tu lembras-te como eu era.
Só tinha calças de ganga, t-shirts EE camisolões e casacos de ganga e sabia lá o que era uma gabardino, sobretudo uma calcinha de fazenda e.
16:47
Desempoeirada, e era para fazer no fundo é vai, vai.
Ali EE resgata uma história e vem contar-nos a história para para.
Contar histórias, que é o que eu adoro e é o que eu, o que eu acho que faz sentido nisto do jornalismo, o.
17:02
Que é que é uma grande história.
Uma grande história.
Temos aqueles princípios do sangue, da proximidade, do dinheiro, da uma série de coisas que, de facto, puxam as pessoas.
Aconteceu na casa ao lado da tua interessa te muito mais do que se aconteceu do outro lado do mundo, a.
17:19
Teoria do morto ao quilómetro.
Precisamente se mete imenso dinheiro, falcatruas e não sei quê ou pessoas a ganhar euromilhões também se tem sangue, obviamente, et cetera, et cetera, et cetera.
Mas eu acho que uma boa história tem que passar pelo coração de quem a conta para chegar ao coração de quem a ouve.
17:40
E eu acho que o jornalismo há muito tempo que está um bocadinho frio de morte, porque os jornalistas trabalham uns para os outros em vez de trabalharem para os telespectadores, ouvintes, leitores.
Como é que é isso?
Como é que é isso?
Sim, tu tu na realidade, tu és uma jornalista, EEE é a é a segunda vez neste nesta conversa que nós estamos a ter que tu que tu matas, o jornalismo que tu dizes, olha que isto olha que esta coisa não está não está a funcionar muito bem, olha que isto ou Malta tenha lá e contraste isto com a imagem de que que nós temos hoje em dia, quer dizer as as notícias, por exemplo, sobre as dificuldades da TSF ou do jornal de notícias, que são 22 importantíssimos meios de de de comunicação nacional.
18:21
O que é que o que é que está destruído?
O que é que ATSF tinha na sua génese que, aliás, que com 111 light motivo, uma frase apenas de promoção que era absolutamente maravilhosa e que acho que toca no coração de toda a gente, não é que é?
18:38
Vamos ao fim do mundo, vamos como é que é?
Vamos ao fim da rua, vamos ao fim do mundo.
Mas a rua acho que vinha no fim, não é?
Sim, eu não sei qual é, qual é a versão exatamente.
Vamos a qualquer lugar e trazemos aí a história que conta para para as pessoas que.
Sejam uma frase que nos tocava absolutamente no coração e.
18:55
Até sf nunca perdeu isso.
Só que o debate em torno do jornalismo transformou numa coisa das 21 ou há interesses comerciais de audiências, que é uma coisa, é uma Batalha para mim, eternamente perdida, porque o que é que define a qualidade das audiências?
19:14
Discutível a quantidade para ti é, é um, é uma, é apenas um dos dos parâmetros.
Há outros parâmetros, há outros.
Parâmetros sim, senhores, que são esses da emoção, e eu acho que às vezes, dentro do próprio jornalismo, discute-se tanto essa história de, mas nós somos e agora?
Perdoem-me aqui a discussão.
19:30
Mas temos que ir por aí para entender para que toda a gente entenda de que é que estamos a falar.
Somos CMTV ou somos BBC.
Estão a gostar do pergunta simples, estão a gostar deste episódio, sabia que um gesto seu me pode ajudar a encontrar e convencer novos e bons comunicadores para gravar um programa?
19:52
Que gesto é esse?
Subscrever na página perguntasimples.com tem lá tudo a informação de como pode subscrever pode ser por e-mail, mas pode ser ainda mais fácil subscrever no seu telemóvel através de aplicações gratuitas como o Spotify.
O Apple ou o Google podcasts?
20:10
Assim, cada vez que houver um novo episódio, ele aparece de forma mágica no seu telefone.
É a melhor forma de escutar a pergunta simples.
Estás nos 2 limiares entre a televisão dita mais séria de matriz de serviço público até ao mais popular ou eventualmente tablóide entre uma coisa e outra.
20:35
Eu não sou tablóide, eu não tenho nada de tablóide no meu trabalho se estás a falar do passadeira ou passadeira, não é jornalismo.
O jornalismo, mas é assim quando quando eu ligo.
Olha, a festa não é o olho, a festa também não é tablóide, também não é CMTV.
O que é que eu olho uma espécie de olho?
É uma recolha etnográfica das nossas tradições, das nossas bases, da daquilo que daquilo que não é Lisboa, daquilo que não é Braga, daquilo que não é o Porto, daquilo que não é a urbanidade, é o.
21:03
Portugal profundo.
Precisamente, e o Portugal mais verdadeiro, porque nós não nos podemos esquecer que 80% das pessoas não estão nas cidades em Portugal.
É isso, é isso.
O segredo daquele daquela, daquela rubrica, daquele programa.
Também, porque nós ainda temos muitas pessoas que vieram.
De algum sítio em Lisboa?
21:20
Pelo caso de Lisboa, só vamos só pelo exemplo de Lisboa, que, que então é o maior melting POT de de eu.
Eu vou-lhe chamar nacionalidades porque as pessoas vêm, vêm de outros países dentro de Portugal, não é?
É um grande melting para o aqui.
Ninguém é propriamente de Lisboa, não é eu própria, o meu pai era da zona de Aveiro, a minha mãe era da zona de évora.
21:40
Eu venho de Viana.
Portanto, também exato, alentejano, em outro beirão anda tudo aqui e de facto, quando tu vais falar da dos daquelas dos bilharacos que eu me lembro de de comer em casa da minha avó, tu vais ter uma série de pessoas, do Algarve ao Minho.
21:57
Que por alguma razão, têm.
Essa memória no seu, no seu ADN.
Há uma.
Há uma ligação emocional, é isso, é isso.
Provoca sempre o coração e ou então tu estás-te a lembrar daquela velhota que está a fazer os bilharacos AA fazer-te lembrar a tua avó que fazia outra coisa qualquer noutra Terra qualquer.
22:18
Noutro ponto qualquer do país, mas que tinha aquela tradição também, ou da noite de Natal ou de do fim de semana.
Antes de receber os netos nas férias grandes, et cetera, et cetera.
E portanto, aquilo é.
A alma portuguesa coração nacional é.
É, é patriótico, se quiseres, é uma coisa nossa, tu mostrares desgarradas que é uma coisa que só se conhece de Braga para cima há o resto do país e isso agora já fazer parte até da programação normal do fim de semana dos canais generalistas é muito interessante.
22:48
Portanto, tu no fundo vais fazer etnografia de uma espécie de vírus a que podemos chamar portugalidade e vais pegar essa doença ao resto.
Isso é influência também.
Sim, de outra forma, não é?
Os influenciadores de que tanto se fala hoje em dia, não estão só nas redes sociais, eles também estão antigamente chamavamos-lhes opinion.
23:09
Makers?
Era o nome mais mais pomposo do que influencer, que é um chapéu de chuva bastante mais.
Horrível a palavra.
Horrível mesmo, mesmo influenciador.
Não sei se é influenciar, não.
E quem é que?
23:24
Quer ter no currículo?
Olha, eu sou influenciador e eu apetece-me dizer, mas eu não quero ser influenciado por amor da Santa, sai daqui.
Precisamente isso porque tens personalidade própria, não é?
Não, mas.
Mas não é isso.
Quer dizer, se alguém chegar assim.
Olá, Joana.
Olá, sou influenciador, não quero.
Obrigado, obrigado, não sou vidente.
23:42
Também não quero.
Depende, depende, não.
Eu.
Eu não quero, eu não.
Quero, está bem, pronto, mas é assim.
Eu olha, eu sou cartumante está bom, mas agora, de preferência a gente dispensa de de boa vontade.
Olha quando quando tu vais por esse Portugal fora e tu estás a dizer.
Ai a questão aí é o embrulho?
23:57
Não é a questão do olho à festa é o embrulho, porque no fundo tu tens ali 2 pessoas com características pessoais diferentes, mas com características profissionais muito semelhantes.
Porque nós a.
Trabalharmos.
SIM, 1 relógio suíço.
Vocês são casados?
Claro.
Com o trabalho?
24:14
E somos casados 3 meses por ano, mas dormindo em quartos separados.
Sim, isso é muito engraçado, porque as pessoas acham mesmo que nós somos um casal.
Em no Portugal profundo, em Lisboa, em Braga, o que quer que seja, às vezes a família vai-nos visitar a mulher do Nuno ou o meu marido e nós andamos os 4, cada um com com o seu, a sua respectiva, pela mão e as pessoas ficam muito que modernos, que eles são a olhar para aquilo.
24:43
É uma coisa quase quase estranha.
Olha, tu encontras 2 tempos de pessoas nesse.
Nesse Portugal profundo e na e no e no programa, que é por um lado, tu encontras pessoas que de alguma maneira já têm uma visibilidade pública.
Eu estou a pensar o Quim Barreiros, por exemplo, na recente edição, mas depois também vais estar com pessoas que, objetivamente nunca falaram para a, para a televisão.
25:05
E que, no momento nem percebem que estão a falar para a televisão, é?
Isso que me interessa, porque tu estás num sítio, há um que é o microfone.
É mais ou menos discreto, mas está lá uma Câmara ou está lá, 2 câmeras?
Ou 43, ou 4 câmaras, 2 ou 3 repórteres de imagem e um realizador e uma produtora.
25:20
Como é que a dona Maria não, não fica?
Quase condicionada, com tanta parafernália.
Ela não sabe o que é aquilo.
Tu sabes o que são câmaras?
E elas eventualmente intimidam-te, porque tu sabes o que elas são agora.
25:35
A dona Maria não sabe, ela não sabe o que é aquilo, ela sabe que estão ali uma data de pessoas com uma data de coisas para ouvir, falar.
Algumas ficam um bocadinho intimidadas pela quantidade.
Normalmente são mulheres.
Entrevistamos mais mulheres que homens e ficam.
A olhar, a ver o que é que é.
25:51
Precisamente.
Até ao momento em que tu as hipnotizas, porque isso vê-se.
Obrigado por.
Não sei, eu tento.
Não, porque há há há um momento é tu, tu é muito claro ver que há determinados momentos em que há uma.
Tensão não é a palavra, há um resguardar no fundo, as pessoas estão ali.
26:10
Mas esse é o meu papel, esse é o meu trabalho, é conquistar as pessoas, não para mim, mas para o programa.
Para quem está lá em casa a ver, sendo que eu nunca me esqueço do de quem está lá em casa a ver.
Está sempre a pensar nisso, para que é que eu estou a fazer?
26:27
Isso.
Isto é para, é para eu absorver a experiência, porque eu faço-me da estagiária que eu que acabou de chegar à RDPE que.
Foi recebida por um Jorge super sorridente, de braços abertos, e eu estou ali para beber e para aprender.
26:44
E é isso que eu é, essa Joana que chega ao pé da dona Maria e que quer beber.
Da experiência que aquela pessoa tem, da sabedoria que aquela pessoa tem, porque normalmente são pessoas com mais de 60 anos e.
Tu transmites isso através do quê?
26:59
Do olhar do gesto.
Da humildade, não sei.
Explico-me, quero saber tudo abraço-as.
E tu queres mesmo saber?
Quero mesmo.
Saber?
Uma coisa que tu finges que tu não é mesmo um.
Ato de querida que não faz sentido para mim, eu.
27:17
Quero experimentar, eu quero provar.
Eu quero ver como é que se.
Faz por as mãos na massa, eu e eu faço perguntas, porque depois também, como já aprendi a fazer muitas coisas com muita gente, mas porque é que não põe alho?
Mas isto não é açúcar a mais, mas a minha avó fazia não sei quê, mas olhe aquilo lá no sul é não sei que mais e essa para elas me dizerem, mas isso é assim, porque é assim, porque é que é muito interessante.
27:43
Essa, essa certeza absoluta, às vezes sobre um simples cozinhado fascina-me.
Eu adoro pessoas, o.
Que é que vem aqui esta pessoa fazer aqui dizendo que dá-lhe uma coisa que faz dizer tempos ancestrais e eu gosto?
Também dessa quando dessa.
Jornalista desse pequeno, não é?
27:58
Sim, adoro eu, de facto, e.
Adoro.
Porque também sei que isso depois vai passar melhor lá para casa.
Eu gosto dessa coisa de.
Isto é um termo profissional que que tu entendes e que eu espero que as pessoas que nos estão a ver e a ouvir não levem a mal.
28:15
É sacar o melhor das pessoas, é fazê-las, é ir mesmo lá ao interior, é fazê-las estar como se estivessem em família ou sozinhas ou com o filho ou com a mãe fazê-las estar como elas são exatamente.
28:31
E no fundo, quase usar essa chave para encontrar.
A autenticidade mais íntima.
Daquela pessoa que te está a contar uma história precisamente e que aceita abrir a sua precisamente.
Respeitando porque às vezes as pessoas dão um bocadinho demais, ou.
Despem-se um bocadinho demais.
28:48
Um travão também.
Para muito, não podes essas coisas às vezes no ar.
Editas, obviamente algumas coisas que tu te te tiras da do.
Isso é uma coisa muito, muito curiosa, porque lá está esse, esse quase ser galifão a ver, não agora.
Isto aqui quanto pior, melhor, também não faz sentido para ti aquilo.
29:05
Não aquilo.
Tem.
Parece que seja uma boa história para contar.
Tem que ser só uma boa história para contar, mas não algo que eu saiba que depois de ir para o ar, pode ferir aquela pessoa, ela não ter noção de que disso ou fez qualquer coisa que não é bom mostrar a toda a gente.
29:21
Eu protejo as pessoas.
O Nuno também faz isso, é aquilo, é, é para ser o melhor jornalismo, feliz, digamos assim.
O que é, o que é um critério diferente destes anos todos?
Que que andaste por aí a recolher coisas?
Quer aqui, quer no outro lado?
Que grande histórias te estão Na Na cabeça que pessoas e que e que grandes momentos.
29:40
Tu, guardas que te marcaram.
Essa é como perguntar, qual é a tua cor preferida?
Ou se eu tivesse 10 filhos, de qual é que custava mais várias, qual é o teu livro preferido?
É, é, são várias, são diárias, é quase tudo.
Claro que há momentos absolutamente marcantes, às vezes, porque têm uma envolvência física muito particular.
30:00
Vou pegar numa história mais a sul e numa mais a norte, mais a sul.
Os Mineiros de aljustrel.
Nós fomos entrevistá-los na mina.
Numa mina que está desativada e que agora é museu, lá em aljustrel, é um corredor muito comprido que vai descendo, vai ficando cada vez mais frio.
30:17
Nós fomos lá no verão e propusemos lhes eles virem a cantar aquele lindo mineiro completamente às escuras, no túnel com as suas lanternas de Mineiros na cabeça.
Aquele grupo de canto é particularmente profissional e encorpado que são.
30:34
Tem homens jovens, homens menos jovens.
Muito bem ensaiados.
De facto, quase todos foram mesmo Mineiros, portanto, aquilo estão a cantar, mesmo com o coração.
Tínhamos planeado aquilo, era o fecho da peça quando eles chegassem ao pé de nós, de mim e do Nuno.
30:51
Fazer até uma brincadeira, porque aquilo tem lá uma coisa até para nós.
Rebentarmos EEOEA, peça fechava em estrondo, mas aquilo foi tão teve tanto impacto em nós emocional que nós ambos ficamos sem palavras.
31:08
No fim a mim escorriam umas lágrimas pela cara abaixo, nós estávamos de costas para a Câmara porque eles vinham pelo túnel e as câmaras estavam viradas para eles.
Tínhamos que nos virar e dizer qualquer coisa, fomos incapazes.
E pusemos isso no ar, porque aí estávamos a despir a nós, não a outras pessoas.
31:27
Não havia voyeurismo nenhum sobre outras pessoas.
Era sobre sobre aqueles 2 que, como espetadores, como as pessoas que estavam lá em casa, não não conseguiram aguentar aquela emoção.
EEE soltaram-na sob a forma de lágrimas e de agradecimentos.
31:44
E isso ficou-me marcado e eu demorei muito tempo a recuperar ali daquela emoção.
Eles são amorosos e.
EE foram muito companheirões connosco a perceber a nossa emoção e a agradecer o facto de nós lhes estarmos a transmitir essa emoção.
31:59
Essa é uma história.
Desculpa do sul histórias do norte também interessantes.
Eu tinha-me lembrado de uma, mas passou-me desculpa lá, fiquei tão vivi outra vez que o interior da mina.
O que é, o que é que o que é que.
Ah, São João darga, São João de arga.
32:16
É uma coisa de.
De 28 para 29 de agosto.
Precisamente.
Onde vamos todos fazer a Romaria, beber água ardente com mel China chiripity.
É muito difícil explicar.
São João de arga ao resto do país.
Mas isto.
Isto é um podcast e portanto.
32:32
Se tão bem contas-te a história dos Mineiros que sobem a mina cantando canto alentejano.
Transporta-nos agora até ao seu pé da Serra de arga, concelho de caminho entre caminho e Viana do castelo, por onde os romeiros vão fazer a Romaria.
Há 9 anos, no primeiro olho à festa, o Nuno, a Joana Latino, o Nuno Pereira, o Miguel Cabral, que era o repórter de imagem, Tiago Martins, editor.
32:57
Subiram no carro da sic uma Montanha durante. 45 minutos de caminha até lá acima para descobrir no meio Do Nada, simultaneamente, lá no alto, mas num num Fundão.
33:14
Um mosteiro.
Pequenino, com uma.
Muralha baixinha com umas casinhas onde tu entras, mas tendo que baixar a cabeça com 2 curetos, nós ainda chegámos durante o dia.
Onde nos disseram que iam estar milhares e milhares e milhares e milhares de pessoas.
33:33
E tu disseste sim, claro, como não?
E a verdade é que isso aconteceu para cada um dos coretos.
Foi uma banda filarmónica de Malta, jovem, tocar ao desafio como as desgarradas, mas tu não imaginas com com fogo a sair dos trombones e com uma coisa a tocarem.
33:52
Música dos Scorpions e metálica EE só não tocaram Carolina deslandes porque foi há 9 anos e ele ainda não tinha a.
Quebrar as convenções todas que podia haver para quebrar.
E depois, de facto, efetivamente, milhares de, mas milhares e milhares de pessoas em comunhão, uma coisa quase como se fosse 11 festival hippie dos anos 60, mas, mas não porque tens senhores de bigode e não.
34:22
É, e velhotas e criancinhas e tudo tudo com o mesmo espírito.
Tu não te consegues mexer, não consegues dar 2 passos daqui por ali, mas os copos vêm-te parar à mão, copinhos de plástico com água ardente com mel.
Saímos.
34:37
Nós fechamos a festa.
Aquilo foi tão interessante para nós.
E depois, isto passa-se durante horas.
As pessoas todas cantam e gritam e torcem por uma banda e torcem pela outra e saem para ir comer lá fora e voltam.
E aquilo anda ali e há pessoas de capacete de Mota na cabeça a dançar, porque sabem que vou apanhar, bebedeira tal que vão cair para não baterem com a cabeça numa Pedra e sei que há filhos que são feitos ali, porque as pessoas eu vou a um restaurante cá em Lisboa, tasquinha do lagarto, cujos donos.
35:11
Os pais não é são de caminha e que sempre foram a essa.
A Romaria de são Maria.
De São João darga e que para lá tiveram a sua primeira experiência.
De encontro bíblico, se é que me estou a fazer entender.
35:27
Portanto, convém que aquelas sítios onde os monges dormiam, aquelas células que ali rodeiam aquilo, não falem muito sobre aquilo que que lá está a conter.
Há uma espécie de energia.
É o que tu sentiste ali também.
Aquilo é fora do tempo e fora do espaço físico.
35:46
É.
É uma outra dimensão.
De seres humanos realmente em comunhão aquilo.
Aquilo é the ultimate festival?
É é aquilo é Romaria.
Aquilo não tem nada de religioso tendo, mas acaba por ser mais religioso do que muitas procissões que já testemunhei, porque é, é pelo bem.
36:10
Estamos aqui a divertir-nos.
É uma sensação espiritual.
Foi isso que tu conseguiste encontrar.
Não é espiritual, é de.
É.
É.
Aquela saída com amigos, mas tu não conheces as pessoas que te leva algum, mas.
Passaram a ser teus amigos, porque tu estás lá com elas para a vida naquele momento.
36:28
Nunca mais os vende outra vez, não é?
Aquilo é uma experiência única.
E quando eu encontro alguém aqui em Lisboa que me diz, São João de arga, hã?
Tu dizes o que, tipo?
Não, porque as pessoas é porque não dá, não dá para explicar, não dá para explicar o que é estando frio.
36:49
Mesmo assim, agosto, estando muito frio à noite. 28 de agosto de de de.
De resto, diz-se no alto Minho, primeiro de agosto, primeiro de inverno.
Precisamente.
Antes, já já fica, já fica fresco.
Qual é o teu segredo?
Nós estamos em em época de de passagem de ano.
Qual é o teu segredo para correr?
37:06
Portugal de lés a lés, com 1000 iguarias oferecidas.
E tu garantires que consegues manter a linha ou consegues recusar à dona Maria, que, obviamente, fez aquilo com grande amor e carinho e imagino que não tolere sequer a possibilidade de que tu enfardes aqueles bolos ou aquela comida?
37:23
Como tudo, a questão é que depois, no almoço ou não janto, ou sou mais.
Detox ao pequeno-almoço, ou seja, eu estou lá mesmo para viver a experiência, completa.
Portanto, eu não vou negar o medronho.
37:39
Às 8 da manhã.
Não vou negar o Chiri PT às 4 da manhã vou comer chanfana cataplana e estou a fazer.
Estou a fazer norte e sul, não é vou provar vinho verde, vou provar cerveja.
Tudo porque, precisamente a experiência também é essa é inconcebível para mim.
37:59
Não provar as coisas que a dona Maria fez com todo o carinho.
Senão as pessoas desenham-se contigo, obviamente com.
Com toda a razão, todas as razões, com toda a razão.
Como é que tu consegues depois conciliar esse essa maneira de contar histórias, de perceber, de ir à procura da alma portuguesa e num dia como hoje, por exemplo, em que tens como missão na redação, olha, faz coisas tão terríveis no sentido que estão a acontecer, não é?
38:22
Não é do teu trabalho.
Olha, conta-me aí.
Gaza em 2 minutos, olha como é que tu consegues conciliar?
Eu adoro isso.
Essa, aliás, é AA, minha génese.
Como jornalista, eu não sou jornalista de uma editoria, por exemplo, tu fizeste saúde.
38:38
Muito tempo.
Durante muitos anos, isso para mim é inconcebível.
Acho tenho medo da cristalização.
Achas que era asficiante dizer sim ou agora?
Só há este tema e eu e eu tenho que fazer outras coisas.
Porque eu tenho medo quando no quando fazemos só uma coisa de nos tornarmos de tal maneira.
Especialistas que nos tornamos ininteligveis e.
38:56
A falar cada vez, para nós.
Não profissional e anão não nos fazermos entender.
E o interessante de fazer coisas novas e diferentes, não todos os dias, porque o olhar festa ocupa-me 3 meses do ano.
Mas mudando de 3 em 3 meses, é isso de conseguir ter sempre um olhar novo e portanto, assim como eu, passo a maior parte do meu ano a falar de guerras.
39:21
Nos últimos anos, a Ucrânia, a hamasi Israel, et cetera, et cetera, porque eu faço Internacional, depois vou para os antípodas.
Quando estou a fazer o olho à festa e então consigo sempre ter essa.
Esse Encanto, essa visão, primeira, essa virgindade a olhar para as coisas de novo, a deixar-me surpreender, e maravilhar.
39:44
Como é que se ensina as pessoas?
A curiosidade é possível ensinar?
É.
Difícil.
É difícil, é muito difícil, porque o ser humano tende para o conforto, para, para se aburguesar.
Não é.
Nós somos todos de esquerda.
Aos 15 anos e depois aos 80, já somos todos de direita.
40:00
Percebes esta simplificação?
Ou de esquerda, com carro bom e com uma casa boa.
Não é esquerda.
Cá, Vieira, exatamente precisa aborguesamo-nos e eu o meu AA minha.
Não sei se isto é um defeito de fabrico, mas de facto eu não consigo não.
40:18
Tentar sempre olhar para as coisas como se fosse a primeira vez, porque há sempre lá qualquer coisinha que me escapou da outra, ou há qualquer coisa que eu já vi, mas que pelo facto de ter mais 1 ano +10 ou por pelo facto de ter pintado o cabelo de outra cor, me faz verde de maneira diferente.
40:35
Portanto, há sempre qualquer coisa a descobrir sempre, sempre, sempre.
E é essa descoberta que te faz lá está a brilhar os olhos e dizer OKE eu agora posso contar esta história com esta pessoa e aquilo que me intrigou, que me fascinou.
A mim pode dar.
Para para contar aos outros uma espécie de catalisador.
40:52
Sim, como é que tu te defende?
Por exemplo, num dia como hoje, em que tens que editar uma peça sobre guerra entre Israel e o Hamas, tendo acesso antes de nos mostrar essas imagens.
A coisas terríveis?
Não editadas.
Primeiro, porque tu depois vais selecionar.
41:09
EEE tens que decidir entre o que é que é necessário e suficiente e aquilo que é demasiado forte e que e que nos poupas a todos ver.
Esse é o exercício mais complicado do jornalismo.
41:24
Eu não gosto muito daquela do aviso.
Das imagens violentas, nem da da do desfocado.
Sobre as?
Imagens que toda a gente sabe o que é que lá está no.
Precisamente, acho que, ou mostramos ou não mostramos e avisar que é violento, quer dizer, acho que é um bocadinho tratar o público como pouco inteligente, porque se estás a falar de uma guerra, de um bombardeamento e das consequências do bombardeamento, claro que é violência, é evidente.
41:51
É, quer dizer, não é preciso estar a reforçar EE.
Se calhar, eu acho que é a tal.
Falha que estamos a ter na educação da geração Futura.
É essa coisa do do avisar-te.
Quer dizer, qual é, qual é a primeira coisa que nós fazemos em casa, quando ouvimos aviso, imagem, aviso que estas imagens podem fugir, suscetibilidades toda a gente vai sangrar.
42:11
Vai olhar, vai, vai funcionar como um alerta.
Mas em pior do que se de facto, as imagens forem chocantes só por si e tu, ao ver atentamente 11 telejornal, te chocares com aquilo.
Portanto, calma, também temos que deixar as pessoas.
42:28
Eu sei que às vezes a banalização pode levar à.
Vulgarização?
E é só mesmo quase que IA.
Contrariar No No sentido em que às tantas estamos de tal maneira, expostos a imagens radicalmente dramáticas, que é uma espécie de uma anestesia, uma espécie de OK é isto, olha.
42:45
Depende da maneira como tu contares a história, porque se tu próprio jornalista deixares que aquilo seja banal, já estiveres habituado e não te chocares com as imagens, eu não estou a falar em sensacionalismo, estou a falar em, efetivamente haver empatia e tu deixares-te tocar por aquilo.
43:03
Vou-te dar o caso de uma peça que eu fiz que deu muita polémica para aí ao fim de 6 meses ou 3 já não me lembro de guerra na Ucrânia que me foi pedido para fazer uma espécie de Balanço com as melhores e melhores do caso.
Piores não é?
Imagens dos últimos meses da guerra e foi a partir dessa minha peça que entrou em todas as televisões.
43:26
Não foi necessariamente por causa da minha peça, mas calhou ali no momento em que Ela Foi para o ar, sem aviso de atenção.
Conteúdo sensível foi a partir daí.
Não foi por causa da minha peça, só, mas também.
Havia um contexto e criou-se um debate público à volta da questão da das imagens Fortes.
43:44
Sim, eu.
Eu optei por não pôr legendas, tratando-se de uma peça onde toda a gente fala ucraniano ou russo, não é porque achei que a minha sensibilidade, que os gritos das pessoas em relação à situação não precisam de tradução.
44:00
Aquilo é universal e eu imaginei-me lá no terreno.
Anão precisar de um tradutor, não falando, eu nem ucraniano, nem russo, para perceber exatamente o que se estava a passar.
Portanto fizeste.
No fundo, um fresco, uma fotografia emocional, apesar de não percebermos a linguagem daquilo que são imagens profundamente.
44:19
Violentas, deixei respirar o que estava a acontecer.
Eu enquadrava a situação nos hospitais.
Meio destruídos reconhecem-se cadáveres, tenta-se evitar a morte de crianças coisas factuais e nas imagens tu tinhas um bebé a ser reanimado.
44:40
Eu só optei por um plano que, se calhar, até acaba por ser mais chocante do que tu Veres o as mãos do médico no peito do miúdo que era era percebias que estava a ser feita reanimação e tu só vias assim um bocadinho do da maca com o pezinho do miúdo a abanar.
Depende perfeitamente.
44:56
O que é que se estava a passar e os médicos com a sua linguagem médica, AAA, fazer a reanimação?
Outra história, o aproveitamento.
Completamente imoral por parte de certas pessoas que ao ver uma cidade bombardeada, pilham as lojas, os saques e tinhas uma senhora claramente.
45:16
Proprietária de uma loja, aos gritos AA.
Dar com uns sacos nuns tipos que lhes estavam a querer roubar coisas, e eles acabam por largar Oo que estavam a pilhar e ela chora e.
EE não pus legendagem para o que é que aconteceu, na verdade.
45:33
Eu senti-me tão chocada com as imagens em bruto que vi eu tinha para aí 3 horas de brutos, não é de brutos terríveis.
Escolhi só momentos muito particulares como estes 2 casos de que te falei e.
O que é que aconteceu?
Muito chocante, demasiado chocante e nada daquilo.
45:53
Portanto, eu fui utilizar o mesmo material que tinha sido utilizado nos últimos meses para fazer as peças.
Até utilizei menos imagens gráficas do que cada uma das peças que tinha sido feita sobre cada uma daquelas situações.
46:09
Mas a forma como eu embrulhei com o meu coração, aquela que foi uma peça emocional, sendo que eu no meu texto só.
Mas a televisão tem essa dupla.
Dupla linguagem, ai, peço desculpa, senhor microfone, microfone dupla, linguagem que é tu podes ter o teu texto.
46:26
Mas a imagem também tem também conta uma história.
Um texto e um subtexto.
Tu podes fazê-las ir em paralelo, podes uma sublinhar a outra, podes ir completamente em direções opostas.
Tudo tudo funciona, depende da circunstância.
Portanto, se eu bem entendi tu, na realidade, montaste de tal maneira a história que a sua potência emocional foi de tal de foi tão avassaladora que alguns dos.
46:51
Dos espectadores ficaram atónitos, os outros ficaram emocionados, outros sentiram necessidade de de de protestar.
E curiosamente.
Que isso não foi por causa dos telespectadores, foi interna a discussão.
Interna na redação.
Interna, que é que ela peça?
Estava demais.
47:08
Essa.
Essa é uma da.
Essa é uma das coisas que que normalmente.
Era o peça, como é que eu hei de explicar?
Há peças muito mais cruas que aquela, mas como são feitas?
Por jornalistas que vetem vestem batas brancas e estão em laboratório a fazê-las sem qualquer tipo de emoção.
47:26
Elas não são tão chocantes do que uma em que e tu sabes que passar emoção é uma coisa que é é subliminar.
No texto eu não digo coitadinhos das crianças, não, eu digo hospital de Mário Paul.
47:44
Metade.
Do material bombardeado, metade do estoque inexistente pela necessidade de tratar de tantos frios.
E simples facto de tu contares os os factos que são tão dramáticos e ao mesmo tempo dires, pincelando com pedaços da da realidade mais negra humana que lá está, que é na morte de crianças que é mais assustadora.
48:05
Todas elas fez com que isso tivesse potenciado EE as redações discutem sempre os temas.
EE já agora, são muito acaloradas.
Para quem não conhece os ambientes das redações jornalistas.
Os jornalistas, quando discutem matérias editoriais.
Literalmente, exatamente.
48:21
O insulto é uma, é uma.
É uma boa maneira de de definir aquilo.
Hoje tu terias feito a mesma.
Peça exatamente a mesma peça, exatamente a mesma peça.
Aliás, o meu estilo, eu não ando cá há 3 anos.
Ando há 30 e o meu estilo é um estilo já muito particular.
48:39
Nesse lado do jornalismo Sério.
E obviamente, quando me é pedida aquela peça é porque é para ser feita.
Como eu faço aquele tipo de peça.
É a tua assinatura, no fundo.
É a minha.
Os meus textos são muito particulares.
Eu, por exemplo, não dou textos, não dou voz a textos de outras pessoas, porque a minha forma de escrever e a minha forma de dizer são a minha assinatura efetivamente, independentemente de estar lá o meu nome ou não, que agora a sic também teve esse grande debate.
49:08
Agora já temos assinatura há 1 ano de há 1 ano para cá, assinatura.
Esta?
Peça esta peça.
Geralmente os repórteres, o que fazem é fazem o talvim, olham para a Câmara e dizem qualquer.
Coisa feita na redacção.
Não, não tens.
Isso não é.
Portanto, era.
Muitas das peças a maioria das peças até é feita em redação Internacional, et cetera.
49:25
Agência, nós sabemos quem é que fez aquela peça.
Que até responsabiliza, acho eu, mas no meu caso não é.
Quer dizer, há anos que as pessoas, a minha voz ainda por cima, é muito característica.
Há pessoas que ainda se lembram de mim na rádio, há pessoas que ainda hoje, 20 e tal, anos depois, eu lembro-me de si na antena 1 a tua.
49:42
Voz é uma voz característica, não tu falas e não podes dizer olha, eu sou a Maria Júlia, não dá, quer dizer.
Tu mesmo.
Durante a pandemia de máscara e vigor, porque estava muito frio no inverno, não é?
As pessoas olhavam.
Por causa da voz, a minha voz de facto, também me identifica.
49:58
Portanto, tu entras numa padaria e dizes, olhe, queria, por favor.
Sou Joana.
Joanatino, precisamente conversaste de apresentar histórias.
Joana, estamos a falar da estamos, estamos a fechar aqui aqui, esta esta nossa eterna converceta, não é?
Já é isto.
Temos algum tempo, sempre.
Falamos muito, na verdade.
50:14
E isso é um.
É um facto.
Não é?
Tenho uma memória de belíssimas conversas contigo, precisamente sobre como fazer jornalismo.
Como contar a história, não é?
Porque é que fazemos assim?
Porque é que não fazemos assado?
Porque é que isto resulta?
Porque é que não resulta já experimentaste isto, já experimente EE na rádio é muito interessante, pelo menos naquela altura havia muita.
50:34
Generosidade.
Por parte de todos, para partilhar, saber e havia muita humildade da parte de todos para absorver o saber dos outros.
Porque há uma colmeia no fundo, aquilo é, e é muito engraçado.
Há menos egos, televisão, os egos são muito mais espaçosos.
Mas tem a ver com o quê?
Com o com o com, o com?
50:50
O que apareceram na pantalha com a.
Fama.
Está de fama, não OKE, portanto, aparece lá.
Está, olha, está.
Joana no prédio EE ficas muito contente.
Mas eu.
Eu percebo o.
Pano, até.
Não, mas, mas, mas o facto é que, quer dizer, é curioso porque esta tendência de dizer, Ah, antigamente é que era bom.
51:10
Eu acho que não.
Eu acho que os miúdos de hoje em dia são francamente melhores do que nós éramos naquela altura, não tenho, não tenho nenhuma dúvida sobre isso.
Melhores tecnicamente, melhores da maneira de fazer e depois não pode ter pernas, pedras como, como como nós demos.
Não se pode saber, mas.
51:26
E só dando pontapés nas pedras é que.
Pena, isso é que.
Porque não é cuidado que se fizeres, não sei o quê vai-te acontecer.
Não sei que mais por isso não me fáceis não.
Eles têm que fazer para perceber, não é?
Quando nós dizemos um a um bebé, olha, não subas para aí, que vais cair EE vais-te magoar.
51:44
Ele não percebe sobe à mesma, cai EEA seguir já não vai, não é?
Não ponhas aí a mão que isso está quente.
Ah, então significa que não temos que salvar o jornalismo, que ele já se salvou o.
Eles estão-se a reinventar.
E há muitos velhos do restelo a resistir muito à reinvenção do jornalismo.
52:02
Como é que vai ser o jornalismo novo, este do futuro que vem aí é o jornalismo do ChatGPT, é um jornalismo.
O ChatGPT mais.
Narrativo?
É um jornalismo que tem que ser para mim, tem que ser menos frio, menos cinzento, menos.
BBC não tem que ser CMTV, embora ACMTV tenha espaço.
52:20
Evidentemente sempre teve.
O mais proximidade.
O sensacionalismo, sim, tem que tem que ser uma coisa mais.
Eu acho que e estou estou a falar.
Contra o meu próprio canal, mas acho que já tenho o.
Teu canal, o teu canal é um canal BBC claramente de serviço público e estou a falar de acordo.
52:39
Não é o meu canal para mim, continua a ser a sic notícias.
Eu vim para a sic para fundar a sic notícias.
Eu agora sou da pull, do jornal da noite, da sic, mas o meu canal é a sic notícias.
É muito tempo de comentário, análise e dissecação da realidade.
52:54
E muitas vezes, política, economia, economia, política e futebol, nem precisaria por aqui.
Os tons são.
Estes não é monotemática, mas.
Mas anda por.
Aí?
E isso cansa muito, e eu.
Vou muitas vezes para ACMTV, porque há hora a que eu acordo com o tempo disponível que tenho para me informar de manhã, eu não posso ficar naquele naqueles 2025 minutos que tenho com a televisão ali ligada, que é uma espécie de telefonia para mim, continua a ser.
53:22
Estás a ouvir, ela está lá ligada, mas não no.
Carro, ouço rádio, queres?
Ouvir aqueles 30 segundos de uma forma muito simples, muito diretamente dizer.
Olha o que é que se passa, sim, que tempo é que vais estar?
Como é que está?
O trânsito se permitiu mais alguém errado?
E precisamente precisa.
Se permitir mais alguém, nenhuma em Belo, uma pele.
53:40
Então, como é que é?
E hoje alguém se demitiu.
Como é que está?
Como é que estão as guerras, et cetera, et cetera.
Não quero ficar aqueles 2025 minutos a ouvir alguém e explicar-me o Pedro, Nuno Santos.
Não queres ouvir o no fundo, há momentos em que nós precisamos do contexto para entender ou para especular sobre o mundo, mas há momentos em que precisamos de saber que aconteceu alguma coisa que nós não podemos ignorar de maneira nenhuma.
54:02
Sim, e acho que às vezes as as televisões, sobretudo se estão AA esquecer um bocadinho do que são os horários normais das pessoas.
Nós já não trabalhamos todos das 9 às 5, mas evidentemente de manhã as pessoas andam mais à pressa, a ir até ao meio-dia à tarde praticamente não terão disponibilidade para ver televisão e se forem lá, são 2 minutos ou 3, portanto ainda mais rápido, se faz favor.
54:23
Obrigado, obrigada e depois então à noite.
Ou vou ver Netflix, ou vou ouvir expliquem-me lá.
O Pedro Nuno Santos, outra vez pela 48ª vez já sei, mas pronto.
A visão de outra pessoa.
OK, admito.
Ou deixo sempre por interessantes explicações do milhares e do rogeiro sobre a guerra ou o que quer que também lá está.
54:43
Mais. 2 personalidades que ganharam fama, não é?
Ganharam uma visibilidade e ganharam uma visibilidade.
É uma boa, quase tudo.
Tu defendes quase um modelo em que a senhora, telespectadores, agora durante os próximos 7 minutos e meio, vou contar-vos tudo o que importa deste dia aconteceu isto e isto, e isto e isto e isto e isto muito obrigado.
55:01
E agora vamos falar sobre estes sistemas todos durante as próximas próximas 2 horas.
Para mim era uma forma bastante económica, até de tentar entender o mundo.
É que é que às vezes eu eu penso, porque é que a televisão afasta os jovens?
O jogo não tem habituado, pois estou habituados a coisas.
55:17
Nos telemóveis de 15 segundos e tu dás-lhes 15 minutos de um só tema já estão embora, claro.
Mas depois é muito engraçado.
Tu, tu estás a citar exatamente, mas.
Por exemplo, o olho à festa, que é toda emocional e com música e barulho e pausas, imagens bonitas e coisas que eles nunca viram ou que eles já viram a garra, porque nós temos o público a.
55:40
Estratificação.
Do público a gratificação da audiência e aquilo de facto, vai dos 8 aos 80.
Então, mas depois, e isto é quase surpreendente, ficasse surpreendente, se calhar a pura ignorância minha, que é às tantas, as coisas passaram no canal generalista.
55:55
As coisas passaram No No, no cabo, parece que ninguém sabe nada, mas subitamente as nossas crianças, os nossos miúdos, os nossos mais jovens dizem, olha, eu, eu vi isto, ouvi aquilo e assim, mas viste aonde?
Na televisão não, não vi aqui no TikTok, vi aqui no Instagram, portanto, há há aqui uma porosidade da informação que quando ela interessa, quando ela tem.
56:17
Acerta no alvo e no canal.
Eles estão alerta para, para, para se ligar num, portanto.
Eu acho que o trabalho das televisões tem que ser das televisões, das rádios e dos jornais, é estar onde o público jovem também está.
Nós tivemos.
56:36
Com a Diana umas redes sociais da sic notícias, ela agora está Na Na RTP, na prova oral e tudo mais.
Um 111 canal.
Completamente diferente online nas redes sociais da sic notícias, sic notícias.
56:52
Que era muito visto pelo público, mas como era um esforço individual, porque ele era muito original e muito própria, muito com características muito próprias a fazer aquilo, ela captou a tensão de Malta muito jovem, porque ela, de facto, punha ali em stories, em detesto dizer, coisas em inglês, mas pronto, faz parte.
57:12
Pequenas histórias, pequenos trechos.
Histórias do Instagram, por exemplo, da sic notícias.
Ela, ela explicava as coisas como se eu tivesse 6 anos, que às vezes é uma coisa que nós, jornalistas nos esquecemos de explicar que o tal jargão.
Profissional que às vezes então, os jornalistas especializados ainda mais têm que o jornalista.
57:31
Todo o terreno.
Às vezes, é preciso simplificar, nós, nós também temos que ir.
O som está ainda aí.
Está ótimo, está o som está aqui, as pessoas estão aqui.
As pessoas estão aqui, estão aqui.
Nós foi o seu passeio um bocadinho.
E a vantagem do podcast?
Elas podem se ir embora desligar.
57:47
Não vão, não vão.
Fiquem, não depois.
Voltam, depois voltam e ligam outra vez.
Dá para ver as estatísticas também.
Olha isso é uma coisa.
Gira, eu é que já não estou aqui não.
Ter no sonho não estão a ouvir pronto então, mas não sei o que é que se passa.
Já está, já está, como eu pronto, puxei o cabo se.
Calhar no fundo é isto, nunca, nunca, nunca.
Explicar o miúdo que é um pichais.
58:03
O que é um picha velho?
No fundo é alguma.
Coisa?
Tal e qual?
Eles também têm pinchavelhos, mas chamando-lhe, outra coisa já é aqui, coiso.
Isso é um picha velhos, picha, velhos e que e que e campilhas, liga-me lá e a cavilha.
Ah, estou a ouvir, estou 123.
Jack, não é, diz lá, vamos testar o microfone 123123 porque é que é 123?
58:21
Porque é que não pode ser?
Olá?
O tempo está bom saber.
Que quando nós estivemos a olha, por exemplo, com a dona Maria, eu não vou dizer, ó dona Maria, enquanto meia até 3 coisas, estar aqui, o nível do microfone, nunca na vida, não é.
E digo sempre aos repórteres de imagem, não digas alto, estamos a gravar.
58:37
Não, porque não é, fica toda a.
Gente, não é?
Só me piscam, só tenho que me piscar.
A dar a dar 15.
Porque eu é preciso testar o microfone, então, dona Maria, o que que almoçou hoje?
Só isso?
Então, magie, então, mas não me disse que tinha diabetes?
Então, como tanto açúcar, qualquer coisa e.
58:53
Tu e tu, estás AE.
A senhora fala, fala e eles estão a testar e eu também estou a falar, eles também me estão a testar a mim e aquilo está, continua e eles só me fazem assim.
E tu sabes que a partir daqui, estás a gravar.
Então, e agora, para fazer as rabonadas, pomos o quê aqui nesta taça ou é preciso outra e tal?
59:10
E a coisa começa.
E flui.
Sim.
Olha qual é a reportagem que ainda te falta fazer?
Eu gostava imenso, imenso, imenso.
Imenso.
Imenso, imenso, imensa paprika, imenso, imenso, imensa.
Paprika?
59:28
Que essa pergunta não me fosse feita porque é como o livro preferido, a cor.
Mas tu sabes.
Todas, Jorge, todas.
A única que eu já fiz, as que eu ainda não fiz, as que eu já fiz 15 vezes as que eu só fiz uma.
Eu.
59:45
Eu aprendi com os jornalistas que a pergunta a pior pergunta para se fazer e que dá os melhores efeitos é, então como é que se sente?
Que é uma pergunta supostamente proibida, mas que eu acho uma pergunta super válida, porque ela funciona, claro.
Como é que eu sinto mal?
Sinto-me bem.
1:00:01
Mas há.
Há aquele.
Aquele coisas que acontecem, não é na vida aqui na sic, no praça pública, que era um programa que IA aos sítios onde as pessoas tinham problemas, que alguém pergunta a uma senhora ou um senhor, como é que se sente?
Dói-me aqui.
Interpretou aquilo como uma consulta no centro de saúde quando o problema era o esgoto que não, que não chegava a casa, qualquer coisa tem muita graça.
1:00:28
As a reportagem que eu ainda não fiz e que eu quero fazer todas, mesmo as que já tenha feito.
Percebes?
É, é, gira, é agora vais ter que fazer uma conferência de imprensa da CGTP, que é a coisa mais chata, ou da UGT, que é para que é para ir aos 2.
Fiz várias.
Que é tão chato, social concertação social, ou vais ouvir o debate parlamentar não é o quinzenal que, se ainda acontece qualquer coisa, os os diários normais não é.
1:00:52
Se continuarem normal, o que não.
Acontece quase nada de de muito relevante e que se estão a discutir temas.
Mas às vezes é muito giro, não é?
Eu lembro-me uma vez também de ter.
Revistas parlamentares, também.
Aconteciam e comissões.
Lembro-me de ter feito um Congresso do CDSE pá.
Já não sabíamos o que é que havíamos de fazer.
1:01:08
EE até foi o Pedro Cruz que me pediu eh pá, fazem uma peça assim, uma coisa um bocadinho diferente sobre aqueles tipos que vão discursar àquelas horas em que não está ninguém na sala de.
Amanhã?
Ou não, às 2 da tarde está tudo a almoçar, não é?
E a peça foi AA que teve lá está mais uma vez uma coisa.
1:01:29
Se quiseres, a emoção será talvez o que está fora da caixa.
Não é que é.
Transmitiu a no fundo, transmitiu uma verdade.
O que é que realmente se possa num Congresso não é só aquilo que nós vemos do discurso final do líder super inflamado para toda a gente a aplaudir e os com cara de derrotados não é super enervados.
1:01:44
E nesse tempo, lá está o tempo morto.
O discurso que já não tem interesse.
As pessoas que bocejam.
Precisamente, eu lembro-me que era alguém a dizer, e eu sou um tipo que dá cá.
Na cara, não que dou a cara e dou na cara, se for preciso.
1:02:00
Assim, com um espanto do norte e que nós ponhamos um plano de um de um congressista que estava para lá sentado com um lanho na cabeça.
Portanto, da.
Linguagem televisiva pura e dura.
Pura e dura EOPS era só isto era só os discursos e era e não foi preciso muito esforço, aquilo era foi passar ali 2 horas a só tomar a Câmara, sempre a gravar e tomar nota do time code, ou seja, da hora aquilo acontecendo as coisas para depois ir buscar aqueles bocadinhos que sozinhos não têm assim tanta graça.
1:02:30
Mas todos juntos mostram uma outra realidade, de um Congresso do CDS ou do PS, ou do chega ou do do iniciativa liberal, ou do livro, ou do pan ou do bloco de esquerda.
Portanto, tu estás sempre à procura do inusitado da vida real.
Eu não ando à procura, eu não sei, eu eu pareço.
1:02:46
Preço, eu sou atraído, sou.
Atraída, não.
Tenho culpa isto que desaparece nas coisas e eu tenho que as contar.
Mas é, eu sabes que nós estamos aqui nesta sala.
Eu não sei se tu reparaste, mas eu.
Entro nesta sala das primeiras coisas que eu faço.
1:03:03
É.
Ver como é que é a mesa por baixo.
Eu faço muito isto.
EEE tenho pena lá estou a bater no jornalismo outra vez.
À procura do que é que está por baixo de de é.
Para saber, para saber o.
Para ver o que é que lá está?
Porque agora, quando movimento aqui, eu sei que se cruzar a perda para este lado, vou bater aqui nesta chapa.
1:03:22
Pumba.
Pumba, não é?
Mais não seja para fazer reconhecimento espacial.
Sim, no fundo, o que é que está aqui à minha volta?
O que é que eu posso contar?
Como é que eu posso estar?
Nós entramos aqui à procura de tomadas e tal.
Eu vi todas as que existiam.
Eu pensei, aqui, aqui vai dar à não é tipo e às vezes acho que o jornalismo está um bocadinho snob, anda de nariz no ar e já não vê daqui para baixo.
1:03:45
Traga-me.
Tragam-me a ficha elétrica, traga uma tomada também isto.
Eu sou fulano de tal, cheguei, cheguei, sou.
Bonito, apareço e, portanto, o mundo mostre-se, que eu estou aqui para vos contar a.
Verdade, vista pelos meus altivos olhos de cima para baixo.
1:04:02
E depois acabei, morreram todos.
É verdade, é verdade, também não deixa de ser verdade.
No fundo, no fundo também é uma frase que.
Atualmente está correta.
Confirmou-se, confirmou-se isso.
1:04:17
Rodapé é uma Questão de Tempo.
E está resolvido, Joana, obrigado.
Eu é que te agradeço.
Tinha muitas saudades de.
Ti, e eu também.
E é tão bom conversar.
1:04:34
É esse é que é o bom.
Por isso é que eu adoro podcasts, acho eu levo os podcasts comigo para todo o lado.
Com esta ferramenta, é.
Bem, lá está a.
Pessoa vai para o ginásio, está a ouvir o podcast.
A pessoa anda nas compras, aquelas coisas, não é?
Salta sequentras ovos, leite, farinha, pão.
Levas o podcast, olha só me falta fazer uma coisa, que que me esqueci de fazer no início, não é que é claro que é dos pobres, para sincronizar lá está a imagem e o som que é.
1:04:59
Sabes que nojo no olho da festa, fazemos cluckhets a bate-me, o pau é claque porque nós temos 4 câmaras sem microfones às vezes.
Para sincronizar tudo, as imagens, o som para estar tudo OK.
Devias ver a cara da dona Maria a fazer claqueta e outra coisa muito interessante que é agora.
Não sei quê vamos só aqui quando temos um rancho folclórico que eu não sei o quê.
1:05:17
Agora vamos gravar o rancho folclórico.
Espera aí, tudo pronto, a claquete.
Senhora, deu físico esse começo não era só ai, como é que tu explicas o que é uma claquete?
Ainda não espera aí um bocadinho.
1:05:33
E eu vou fazer uma claquete, mas ninguém.
Mesmo que eu diga mesmo que eu diga isto é só não façam nada quando, quando batermos, a palminha não é nada, é só isso, é uma coisa só para nós.
É muito boa.
Obrigada por existirem pessoas, Jorge, obrigada.
Obrigado, Joana.
1:05:51
O jornalismo é uma forma de ver o mundo e de contar uma narrativa que nos permite entender melhor O Presente.
Os jornalistas são testemunhas, profissionais e criadores de histórias baseadas no real, mas são, principalmente, curadores e mediadores, escolhem factos, ângulos e vozes e são vitais, como o contra poder nas sociedades modernas.
1:06:09
Por isso, as notícias do jornal, da rádio, da televisão ou da internet serão sempre mais do que simples conteúdos são contextos, são perguntas, são alertas, são os pands.
O contrário é a anestesia social e é melhor não adormecer até para a semana.