Será que o politicamente correto está a ganhar a luta contra as almas livres?
Estarão as almas mais criativas a ficar resignadas?
Este é o resumo desta conversa sobre comunicação e ideias loucas.
Sobre humor e grandes histórias.
E sobre o peso da opinião da fervorosa horda dos ‘canceladores’ digitais anónimos das redes sociais na tribo dos pensadores mais livres.
Como o Fernando Alvim que aceitou estar no programa.
Fernando Alvim é uma das pessoas mais criativas e loucas que conheço.
É um livre-pensador e um ávido executor das mais loucas ideias de comunicação.
Seja na telefonia, com algumas das mais míticas perguntas, sem filtro, ouvidas na rádio, seja nos eventos que inventa para provar simplesmente que é possível.
Não é preciso dizer que Fernando Alvim advoga sempre pela necessidade de espaço para ideias inovadoras e bizarras e como o politicamente correto está a moldar a nossa sociedade e criatividade.
E, o mais preocupante, é que ele admite que já pensa duas vezes antes de publicar algo que admite poder criar alguma turbulência.
Será que esta autocensura é um risco real à liberdade de expressão e à criatividade?
Claro que Alvim é sempre Alvim.
E por isso podemos continuar a acompanhar o seu festival Monstros do Ano, para celebrar o bizarro e o insólito.
LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIOTRANSCRIÇÃO AUTOMÁTICA
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FerdandO Alvim, radialista, comunicador, mestre de ideias loucas, e eu quero falar sobre isso contigo. Quem é o Ferdand Alvin? Quem é este? tu, de verdade, Não sei bem. Sei que toda a minha vida dediquei à comunicação. Com treze anos Eu posso dizer que sou o pequeno soulo da Rábia A Mestracha, onde Comecei numa Rábia Pirata.
Uma Rábia Pirata Numa Rábia Pirata, que foi a que comecei, e depois profissionalizei-me. Passado uns três, quatro anos, comecei a ganhar dinheiro e de repente percebi que ela ia ser a minha atividade principal. Curiosamente, passados muitos anos, sem qualquer tipo de discurso demagógico, eu diria que faria o que faço hoje sem que pagassem. Escusa-te-se, eu diria que nunca diria isto às minhas imediatas. Que faça mais, mas não deixe-te ser muito curioso. Fazemos aquilo que nós gostamos. É logo o clique para fazer a coisa bem feita. Acho que é uma sorte. Acho que é uma sorte para começar. Nós temos essa possibilidade de fazer aquilo que nós gostamos E, sim, acho que é uma vantagem enorme desde logo em relação a todos os outros que fazem aquilo que não gostam. Não é.
Você pensa que o que gostas a partir da traz um desempenho melhor, melhor. Isto não é liquido. E não tens tempos de cansaída, unestamente não. Então tu começaste com 13. E agora tens, tenho 50. Pronto, então eu tenho. Mas é que me sei Genéricamente. Tu tens 40 anos de carreira. Sim, eu tenho um livro que editei a cerca de 20 e que se chamava 50 anos de carreira. Aliás, foi a Simona da Líbera que eu apresentasse.
Faz parte da tua forma. O que é que foi o clique, o que é que te levou a tu sentir que Ok, este é o meu mundo, este é é uma coisa que te descompes aos 13 anos ou é uma coisa que vem de tráse? o pequeno Alvin já era, será alguém que queria falar com as pessoas. Não, eu acho que era, era um mídico que gostava de comunicar, mas ainda assim estaria longe de perceber que a minha atividade ia ser essa, ia ser justamente a comunicação. Eu acho que foi a partir do momento é que comecei a ler os livros de Micheal Esteves Cardoso, que percebi que era para ali, que eu queria ir. Os livros do Mac, o que é que está a fazer os livros do Mac, a causa das coisas, os meus problemas, todas as influências que ele me deixou. O Mac era grande apreciador do Backat e ao acosta dele descobri todo a obra do Backat, também da Acostina Bessa-Louis, todo o movimento do surrealismo com a Derebra, tom e coisas assim.
Tive uma revista literária durante muitos anos, que era 365. E depois percebi que aquilo que gostava mesmo era de comunicar e divertir. E percebi também que o humor era uma extraordinária arma de comunicação, não é? E que isso me fazia aproximar das pessoas que queria conquistar. Olha nomeadamente de alguém que eu tivesse apaixonado, por exemplo, se eu tivesse humor era mais fácil. Era a tua porta de entrada. Sim, eu descobri o humor.
Eu acho que isso, seguramente uma das vertentes do humor é essa, é poder se reduzir de uma forma mais eficaz. Que porta é que abre esse humor? Porque ensinar o humor é praticamente impossível e há vários humoristas profissionais, todos conhecemos. Tu tens uma carteira de amigos que são precisamente humoristas, pessoas que escrevem exatamente para o humor. Mas o teu brote das veias, o teu é automático, ele está lá e tu disparas quando tu precisas, e não são nada metódico nem esquemático. Portanto, eu diria que se eu faço a pretensão, é isso que acontece Agora, nem todos os dias o meu humor está apurado.
Há uma coisa que eu gosto de ter como característica É sei que não tenho sempre piada, mas sei, quando não tenho piada, como é que tu lidas com ele? Como é que há alguém. É terrível quando não se tem piada. É terrível, ficas frustrado, não ficas, não fico, não fico, não fico. Para começar, tento sempre salvar a coisa. Não tenho piada, o que pode ser ainda pior, mas assumidamente não é uma coisa que eu fico. Eu não tenho piada porque pode ter só uma passagem, pode ser só um dia, é um que se lixe.
Eu acho que a pior ocupação seria se, repetidas vezes, eu não tivesse humor. Espera aí, calma, lá Estamos agora. As pessoas não se riem. Já estou a fazer isto há um mês e as pessoas continuam a não se riem. Será que é melhor nos amigos botar? E a Deus, é um síndrome de quase de não estão a gostar de mim. Não está a funcionar. Acho que todas as pessoas gostam de ser amadas, mas neste meio, para além de gostarmos de ser amados. Eu acho que queremos ser muito apreciados, muito mimados. Um humorista tem que entrar num sítio e sentir ali que as pessoas já se estão a rir.
Lembro-me sempre, há muitos anos, o Jim Carrey tinha um filme que se chamava Liar Liar. Mais uma vez, a versão portuguesa de. A versão foi para Mentiroso, compulsivo, e esse filme era só o Jim Carrey com os braços abertos, como se fosse Jesus Cristo. Era assim o cartaz. Não me perguntei agora porque é que o cartaz era assim, mas era assim. E nesse ano o Jim Carrey foi a ser irmã dos Orcas da Olívete e foi entregar um prémio E quando ele chegou a palco não disse uma única palavra.
Chegou a palco e só abriu os braços. Isto é fazendo publicidade em direta. Ó seu fesso, me quero isso que ele queria fazer. E criando uma comunicação, um ato de comunicação, um ato de comunicação extraordinário em que as pessoas todas se riram bastante, assim Como é que é possível, é a capacidade de comicidade desta pessoa que não disse uma única palavra, só abriu os braços e está toda a gente arrastar frente a ele.
É um Jim Carrey diferente àquele do atual. Né É o senhor mais pesado, menos É mais pesado, mais gaste, se calhar não é. Também há aqui uma coisa que é importante, que é eu defino muito mais como comunicador, como humorista. Mas é muito curioso. Nós percebermos depois como é que numa entrevista para uma revista ou para um jornal, como é que te vi, hein? É muita vezes radio lista. Pois se eu lanço um livro, escritor nunca fui escritor na vida, né Escrevo livros que você vê livros a uma casa.
Totalmente diferente de ser um escritor, depois apresentador de televisão. Se eu tiver apresentado a programação de televisão, já sou apresentador de televisão. Tu sente-te apresentador de televisão? Também me sinto apresentador de televisão, mas mais de radio. Claro, mas não não por culpa minha. Eu até gostava de ser apresentador de radio e televisão. Era assim que eu gostava, mas a televisão bandona mais vezes do que a de caráter. A gente nunca vah bandona.
A televisão é uma amante, sabe, aquela amante fria e calculista E cara Cara, não caparrai, não é. Mas a verdade é essa que não nos deixa. Passa, passa um Ryan Gosling da vida e vai com ele. É isso que é a televisão. Voltei bem à aparece, voltei bem a roubar-te e vimos-te no ecran. É sim, sim, e isso vai acontecer agora outra vez.
Então Vai, vou ter um novo programa na RTP. Vais fazer o quê? Eu vou fazer um programa que vocês vão se chamar Iroen Assinal. Iroen Assinal, vais à procura dos Irais Nacionales. Semmm, muito, não sei nem, mas de uma forma bastante cómica Os mortos, os vivos.
Quero os vivos. Os vivos, sim, são mais interessantes e estão. Os mortos normalmente não falam. E eu preciso falar com os heróis Se eles não responder. É, não é. E sabes que quando eu estive aqui a pensar e preparar a nossa conversa, eu comia que na realidade terei-te apresentado.
Tu tens esses papéis todos, era minhas penhasas e meus senhores. Fernando Alvin o idiota, oh, te diria, não me importava nada disso. Oh, louco, como queiram, eu gosto dessa fama, é uma fama que gosto. O que Como é, que é o teu processo criativo? Onde, é que tu vais buscar as ideias.
Estavas a fazer essa pergunta e há uns anos eu fui convidado pelas quintas de leitura no Porto, que são feitos por um grupo de pessoas, ainda que o meu amigo me ocorre um gesto que é um programador extraordinário E ele teve a ideia de eu entrar nessa noite, que era o contexto dos meus, que eu escrevi não é Entrar numa ambulância, numa maca, e a ambulância entrava no palco do teatro, abria-se essa parte da ambulância, a maca saía, era lançada e eu saí aos revolões pelo jão. Isto foi há cinco anos no féssico E eu adorei ter que o gesto tivesse essa ideia. pensassem-me para executar. Você pensava que esta ideia é tão estúpida que eu tenho que aparecer nela. Sim, e sobretudo a forma. Como as pessoas sabem que eu não levarei. Eu acharei aquilo muito divertido E isso é ótimo. Isso é ótimo.
As pessoas perceberem que eu tenho essa tolerância E tu tens o olho para perceber que uma determinada ideia absolutamente parva, o idiota, o extraordinariamente bizarra, pode fazer esse momento de encarar e que é alguém que abre os braços e tu dizes é isto o ál. Seria muito pretencioso da minha parte dizer sim ou há distância. Eu sei exatamente quais são as ideias. Eu atraio-me por ideias que sejam suficientemente bizarras e idiotas e acho que há todo o mercado para isso E talvez essa desrupção seja um dos meus cartões de visita e é isso que eu faço. Há um mercado. Minha pergunta para ti porque é que isto anda de tudo tão chato, nisso exatamente nesses conteúdos? Ainda bem que assim diferenciam, assim tu aparece. Sim, a minha sensação é que está tudo muito conservador, que isso há muito padronizado.
Nós sabemos que televisão é um bom exemplo. Nós sabemos que se posemos isto a seguir aquilo e depois aquilo, que ele vai funcionar e portanto não vamos correr riscos. E tu estás na outra pista, tu estás na pista de isto. Por mim fazíamos aqui um metrapésio sem rede para ver o que é que isto dá. É isso.
Agora aprecia muito concordar contigo. Mas outro dia aconteceu-me algo que eu fiquei a pensar. Fiquei a pensar Não, não naquilo que tinha feito, que foi ver o concerto do Dialan. De repente estou com uma amiga minha e gravo o concerto um bocadinho e ia comunicar nas minhas redes. E antes de comunicar eu olho para ela e disse assim olha o que achas que coloco. E ela olha para mim e disse assim não faça disso, percebes, isto é. E eu depois fiquei a pensar nisso, que houve uma espécie de autoacensura minha, porque o Dialan agora é uma figura polêmica, porque há muitas pessoas que encontram o Dialan, se eu te provocar, não, na verdade eu ia só comunicar naquele tipo Eu estou aqui, isto aqui, isto aqui a ver, tenho esta oportunidade. Eu sempre lembro, estou aqui a ver o Dialan. Mas na verdade, depois que pensas nisso e autocensures e não coloquei a história do Dialan, fiquei com medo da reação das pessoas e normalmente isso não é muito comum em mim. A ideia educada, mas aí ai estou agora, estou ali, agora isto vai dar polêmica, agora vou estar a ouvir aqui as pessoas e ainda vou se ver o Dialan. Eu estou preocupado porque, se perdendo a Alvinha, agora pensa que o cancelamento é uma possibilidade.
O politicamente correto ganhou em toda a linha. O politicamente correto vai ganhar, vai ganhar, vai Vai. Nós tradamos A fasta de ti, sou eu novo, nós tradamos. Não, eu acho que o politicamente correto já está a ganhar. Já, está a ganhar em todas as formas.
Quando tu dizes por que é que está tão chato? Porque é o politicamente correto que está a ganhar, então as pessoas, não um patrocinador não quer arriscar sobretudo o publicitário que faz a campanha para aquele patrocinador, não vai fazer uma campanha que imagina, provoca um escândalo, que faz com que a agência dele seja admitida, que a pessoa que o contrata também. Enfim, estas todas têm muita cautela. Eu acho que, assumidamente, uma das razões para que isso tivesse acontecido foram as redes sociais, porque se até então o moralista, o chato, o ultraconservador estava na mesa lá ao fundo, encostado um canto bem isolado e bem identificado por parte de todos, hoje em dia esse chato está no meio da mesa. Está no meio da mesa inquinar todo o ambiente e a ter uma voz absolutamente incómoda. Não que eu não gosto de vozes incómodas, gosto, mas esta é uma voz castradora.
Mas gosto de moralistas, sabe, e de pessoas de mais de hábitos conservadoras, porque essas pessoas têm tendência a crescer, porque as coisas sejam justamente como eram. Não têm qualquer necessidade de mudança nem de evolução, e aquilo que eu gosto é justamente isso, é transformação e evolução. Que fenómeno é este? Que fenómeno é este? Ajuda-me a pensar, alvin, que fenómeno é este que faz com que nós passásemos de um universo, se quiser, mais disruptivo, onde cada um podia ter ideias mais ou menos desgrúsculas ou mais conservadoras ou mais radicais, no fundo, um espectro maior Para essa padronização? onde cabe ao diálogo, no remédio que está por aí espalhado, escondido atrás de uma beiquinha das redes sociais, a condicionar pessoas como tu, alvin? Deixemos só dizer que há pouco dei o exemplo de ela e na verdade eu não me tenho sentido muito condicionado.
Eu continuo a ter uma grande liberdade, até pelo sítio de trabalho, que é incrível. Antenatrênis, tu faz o próprio oral. Nunca Pisas riscos. Todos os dias, todos os dias.
Em 21 anos não me recordo, não me recordo de alguma vez ter sido chamada de Fiar às vezes ao profedor ou à profedora Para explicar, para explicar O que é que tinha a lei acontecendo no programa. Eu não posso controlar o que as pessoas dizem né, mas posso controlar o que eu digo né, mas ainda assim eu também posso conter erros né. E realmente quase de uma liberdade fora do normal. Teis na cabeça algum episódio de uma coisa que tenha saído da mão, por tua responsável Ou não, que na altura tiveses de logo dito Olha, lembro-me de um episódio que eu podia ter sido absolutamente cancelado, mas esse episódio foi, foi incrível, foi assim. Imagina, era no tempo em que o Drão Barroso era Primeiro-Ministro. Isto, trácio da quantos anos? 15? Sim, mais, mais, mais.
Bom, nessa altura eu fazia a provaral no estudo ainda agora faço e o Drão Barroso passou pelo corredor E eu estava em direto E comecei a pensar alto e ia dizer aos ouvintos olha, vocês não imaginam, estão a passar, agora mesmo está a passar o Drão Barroso com suas seguranças E eu adorava agora sair e fazer-lhe uma pergunta. Não é, ele é o Primeiro-Ministro. Porque não Já está aqui? Vocês estão a relatar, em direto, no fundo do caminho do Primeiro-Ministro, no corredor. Exatamente, fiz esse relato E Na verdade, enquanto fazia o relato, eu não tive a coragem, falta uma coragem. Não me levantei e fui lá e disse o seu Primeiro-Ministro Abrilha a porta e diz-lhe Primeiro-Ministro, passar o seco e tu atrás, mais administração, enfim todo este.
Exatamente, eu fiz o relato, mas depois não fui capaz de abrir a porta. O Sr Primeiro-Ministro não se aporta. Não, não foi capaz.
Passado Duas semanas. Quem é que passa? Joaquim Xissane? Exatamente igual. Então eu sei o que é que o Joaquim Xissane estava fazendo na RTP, na visita de estado.
Seguramente Pá passa. E eu sei. Sim, vocês não acreditam, Está a acontecer tudo novo, só que agora está a passar o Joaquim Xissane. Tenho que fazer qualquer coisa. Eu tenho que fazer qualquer coisa, eu tenho que abrir a porta. Então eu já estava a ver Pai, desta vez eu tenho que ter coragem, vou ter que ser E abro a porta e digo Presidente, joaquim Xissane, não se aporta de responder aqui uma pergunta.
É muito rápido, não sei o que, nada combinado. Portanto isto acontece tudo em direto, toda a gente ouvir Aqui. Ele era sobre Só o tema do programa naquele dia. Era sobre a adolescência, não sei o que. A batamos todos a falar de adolescência do Tom Sawyer, não sei o que. E eu perguntou ao Joaquim Xissane, fiz uma primeira pergunta, não foi a esta primeira, mas a segunda ou a terceira.
Foi Presidente também, quando era miúdo subia às árvores E ele diz-me assim. E ele ficou assim césarinho, eu nunca tive necessidade de subir às árvores E eu nunca tinha percebido que esta expressão podia ter uma connotação racista E que ele provavelmente a entendeu como tal. Eu acho que ele a entendeu como tal, mas eu não passou sequer pela cabeça que tivesse qualquer tipo de connotação E eu fiquei pensando aquilo em menos tempo, e depois houve duas outras pessoas a dizer Então houve uma racista de uma Como assim, com o que, e depois lá me explicaram que aquela expressão poderia ter essa connotação Porque eu sabia às árvores Nunca vi. Portanto tu pensaste naquilo de uma forma, no fundo naif, na forma completamente natural, sem pensar no contexto da pessoa que ela está, e isso gerou lá está.
Façamos o que, o que façamos em determinados momentos depende mais da maneira como receber a nossa mensagem do que da maneira como nós a produzimos. Sim, pois sim. Olha, da minha parte houve zero intenções que como deve ser calcular que isso acontecesse. Mas depois percebi, tipo ah, ok, pera, lá esta frase tem aqui, não sabia que havia este histórico. Como é que tu lidas com? É assim que às vezes podes meter num problema gigantesco, num meio que você saia Sem perceber o que é que acabaste de fazer, e depois está feito, já não consegue voltar atrás, já não dá para reparar, já se queriou.
Acho que dá sempre no sentido de, às vezes assim peço-me essa desculpa, não foi minha atenção de todo nosso As pessoas têm que perceber. Eu acho que há uma coisa que na comunicação atual é uma tendência, uma boa tendência. Acho que a verdade, ainda assim, na comunicação é cada vez mais uma das coisas que as pessoas mais estima. Tudo, no teu discurso tem que soar a verdade, ou no instidado na fala, Aquela coisa do overact, de botar-se srs espetadores que nos privilegiam com a sua audiência. Mas esta voz agora fica um entombo diferente. Sim, mas é bocete, não é.
É como aquela coisa que os anúncios do carro, que é a excelência da condução? Não me lixem, já, não acredito na excelência da condução. Aliás, a condução para a palavra excelência, oi, oi, oi, oi, oi, oi, é Cerebria de prêmios de excelência. E eu ai, ai, ai, ficas lá com os cabelos em pé. A excelência é fico, fico. A excelência dos conteúdos, qual que é a coisa, não é? Há uma espécie de moletas que voltem meio a aparecerem lá.
Fernando Alvin, é o Fernando Alvin, sempre espontâneo, sempre a ter boas ideias. Também tenho mais atenção Hoje, mais tudo bem Ou tudo. Moras muito tempo a montar o teu próprio circo? Não, não demoro nada muito tempo. Pelo contrário, sou bastante rápido a montar todo o cenário, a imaginá-lo e sobretudo a colocar em prática.
Acho que uma ideia suficientemente idiota só vale se tu executares. Caso contrário, isso fica no bolso. É para quê? É para que é a ideia idiota, porque tu, no fundo, juntas um arquiteto cá dentro de ti, com o engenheiro, com mestre de obras. Aí, não é só um típico português.
O típico português diz teiva aqui uma ideia brilhante, olha, digam lá, e para o típico assor, então tu pegas nessa ideia e depois transforma-me em qualquer coisa que precisa do que para funcionar, da incidência do acto, do, o que é que precisa? Bem, tem que ter várias coisas. Sobretudo tem que haver ali uma estrutura que faça com que aquele ato convoque várias pessoas para se juntarem a ele. Não é, ah, é uma lógica de coligação. tu tenta estimular o espírito geral. Coligação, sim, tem que haver um movimento, não é Para que a ideia vá em frente.
Repare-se, eu faço a regata de Berquinhos a Ramos, que eu soube há 8 anos, e ela surgiu porque a Volvo, o Chenrace surgiu, não é? E eu sei que devia ter concorrência e foi assim que eu criei a regata de Berquinhos a Ramos. Por que não sabe Porque a regata? vamos explicar lá a ideia, porque A regata de Berquinhos a Ramos é uma regata que eu faço sempre aqui, no Lago do Campo Grande, onde as pessoas se vestem em rigor como se fossem para o Carnaval Torres Vedras e inscrevem-se em equipas. Às vezes vocês são gratuitas, há uma competição, há uma taça e andam lá que lá há várias mangas e a participam cerca de 50 barcações, são 10 que só exigem, são há 5 mangas e para dar uma final há uma taça e é diversão total. E há concorrentes, há sempre gente, muitos concorrentes. Este ano tivemos 50 tal equipas. Eu agora estou. Tu estás a falar agora da Volvo, o Chenrace, exatamente que ela está a uma prova de nível mundial com catamanãs e grande prova, tu pões dos seus barquinhos e isso tem graça.
Estou a me lembrar da recente polêmica do festival de Rock em Rio versus Rock em Rio Febras e a pensar mas onde é que está o limite para Enfim, para se fazer coisas párvores, não é? Quer dizer não, mas a gente manda aos advogados que eles não podem usar a expressão Rock em Rio. Hum, não é Ainda por cima, eu não sabia, mas existe mesmo Rio Febras, não é Isso? e ao lado Então até está mais do que justificado é o Rio Febras, portanto é o Rock em Rio Febras. É boa notícia que agora toda a gente eu não conheci o festival, agora conheci e tenho vontade de lá ir, sim, e eu. E além disso, repare-se, era aquilo que podia ter acontecido com Pedro Miguel Ramos Há muitos anos, quando tinha o Amto Cheado e o Amto Meco. Imagina que ele colocava um processo a todas as pessoas que diziam Amto e ele dizia não, não, não, não, não, não. Então, mas isso é minha marca, senhora, é a Amto Can. E o registro do Amor. O Amor está registrado em minha marca é o Amto. E agora, como é que é, como é que saiu E se tornava-se completamente bizarro. Era super bizarro.
Olha, uma das coisas que eu mais gosto, que me diverti, que me rio muito, é uma ideia, uma coisa que tu criaste, chamado os Monstros do An. Ah, sim, que no fundo é malta. Cada barraca É isto. São os metos mais inusitados, mais bizarros, são os memes, sim, mais Sim. Sabes que, por princípio, eu gosto sempre de rir com e não rir de, e por isso os Monstros.
Desde a primeira edição, o grande slogan dos Monstros é igual ao dos Ornatos Filetas, que é os Monstros São Amigos. O dos Ornatos é o Monstro Precisa de Amigos, o nosso é os Monstros São Amigos. Para quê? Porque nós queremos glorificar o insólito, o bizarro, a gneira, o deslize. É isso que nós queremos glorificar E por isso as pessoas que estão alineadas e que depois vencem, na sua esmagadora maioria diria 90, 95% vão lá receber o prémio. E tem sentido de humor. Tem sentido de humor, tem fair play, vão lá. Sabem que vão ser aplaudidos de pé por todos E na verdade nós escutamos 100 pessoas. Nós estamos a falar de uma plateia de 800 pessoas que todos os anos ali está de forma militante a ver os Monstros. Quem foram os melhores Monstros? Eu às vezes lembro-me de alguns dos Os aos Jesus. Claramente o advogado José Socrates, antes já foi elicido, escreveu uma carta linda.
O Norai, o candidato à Câmara Municipal de Gaia, que tinha ninjas e a colocar ninjas na câmara, o Norai foi não só do seu monstro do ano, foi lá cantar o moderno. Então, quem é que foi uma coisa tremenda? Quem é que? Ah, o Milhazes neste último ano foi inacreditável. O Milhazes teve mesmo muito bem Os Amilhas, é um grande boné.
Sim, sim, sim. E na verdade tem que ser sempre. Eu ligar para estas pessoas. Como é que é essa conversa? É bem, essa é uma conversa de Olha.
Quando você tem aqui uma coisa um bocado estranha, espero que não leves a mal, mas estás nomeado para E o problema é que parece que vais ganhar. Estás me parecendo. Era ótimo que viesse. Tente que as pessoas percebam logo que não ali qualquer sequer a possibilidade de humilhação ou de bullying. Isso não vai acontecer, O que é isto que faz sempre a apresentação. Sim, sempre a uma segunda vida, sim, sim, até porque depois estou ali, a ponto não é A pessoa que ali vai precisa ter a certeza que não vai sair humilhada naquela história e que vai estar ali muito bem defendida.
E estou lá garantir isso E implica-la estar uma relação de confiança também e de confiar naquilo que tu fazes e que aquilo é mesmo para nos. Rirmos todos uns dos outros, não é É que acontece com aquela pessoa, mas Mas era a ti, a mim que páligas, era o melhor que me podia acontecer. Já tens de unir-se agora. Quando é que é a próxima vez que Vai ser em março, em março, e já tens. Mas está muito bem posicionado, mas está bem. O presidente da Câmara do Eiras também, agora que os historiantes também podem estar saltindo também Está fortíssimo. Temos aí para já estes dois.
Estou, estou indo, estou indo, estou muito fortes para a próxima edição dos monstros. E depois, quem é que vota? Você tem que ter-se um júri, ou ele vota. Nós temos um júri para parte dos monstros, mas há categorias que nós propositadamente não decidimos para que exista ou não a aclamação popular, vota popular.
São as pessoas no São Jorge, na sala, que decidem quem é que vai ganhar, e isso também é muito curioso. Nós percebemos, nós dizemos que não decidimos quem é que acha um, acham quem é primeiro E faz passando clipes de vídeos do que é que a malta se passa São cerca de 100 vídeos ou todos. O que é que durante todo este tempo os monstros já vão na décima e segunda edição e durante toda esta atividade eu sempre achei que os monstros já faziam sentido em Lisboa e no sítio, como ao São Jorge, mas este ano nós decidimos que as outras localidades também deveriam ver os monstros. Se é verdade que a cerimônia capital em Lisboa, o que interessa são mesmo os conteúdos, e os conteúdos são ilerientes.
Há coisas. Tu ves os monstros e tens um resumo do país onde vives na parte mais bizarra e comica, e tu tens um critério aquilo que quando tu estás a ver em direto um momento que tu achas que é um momento monstruoso para entrar, é o que Dá-te um cigarro, um dourde de barriga, dá-te uma risada. O que é que Há muitas pessoas também que já sabem qual é a linguagem dos monstros e também já sabem que são lindas. Vão te mandar umas mensagens E invariávelmente a pergunta é monstruo E viam o vídeo até. Há pessoas que dizem monstruo, monstruo.
Estas estão a falar sempre da mesma coisa, não é? Ou perguntam se é monstruo, ou dizem logo monstruo, monstruo. Acusam No meio é um logo, no fundo tem que dizer uma rede de MMO, sim, tem. E agora para conseguir o que é que? E agora para tu, agora para estar Lá, está passaste dos monstros, pros heróis, mas do que tu estás a sempre a falar são de icões.
É dito que tu estás sempre. Mas embora seja, olha, vou ser muito franco, sou zero saudosista. É incrível dizer isto. Né É muito raro falar no passado Passou, passou agora, à seguida Passou, claro, com o respeito do passado E do olhar, a importância que ele merece. Mas Eu estou doido dizer no futuro Aquela coisa da máquina do tempo. Mas alguma vez eu hesitava em ir para o futuro, alguma vez eu ia ao passado fazer o quê?
Olha, como é que é o futuro, o que é que vem aí, como é que tu ves o futuro? Vejo um futuro que vai trazer seguramente muitas evoluções, mas trará também alguns desafios. Nomeadamente, esta história de inteligência artificial. Já se percebeu que vai mexer em absoluto no mercado de trabalho, mas também pode vir a dar uma maior qualidade de vida. Ali, a tendência é essa Se calhar há menos trabalho, mas tens mais qualidade de vida. Como não tens de trabalhar, também ficas com mais vida. Também não tens de dar mais nada. Eu acredito que uma de setas pessoas têm mudado nos últimos anos.
A pandemia também terá ajudado isso. E nunca como agora tu percebes que há uma consciência para a parte de todos em ter uma vida, uma vida que não passa só pelo trabalho. Acho que a figura do workaholic é cada vez mais olhada com desconfiança. Mas Por que é que tu vives só para o trabalho? Mas aí vais morrer na mesma. Bem, eu ouvi no outro dia um superpatrão austaliano genericamente a dizer para os seus trabalhadores meninos, meninos, atenção, que vocês têm que dar mais leite, não é, tem que produzir mais. Mas aí essa ideia da qualidade de vida que é A pandemia teve um casaste.
Mas o outro lado foi isso Tínhamos tempo a pensar e para nos pensar e pensar ok, a vida tem que ser outra coisa, de um bocadinho diferente, e também tivesse tempo para ter uma vida que já nem te recordava que era possível, não é? E de levar os venidos à escola, não passar duas horas ou três no trânsito, ter uma vida menos stressante. Estas pensavam que a vida toda ia ser assim. A pandemia vai mostrar. Olha aqui uma forma diferente de viver. Olhem, além da inteligência artificial.
O teu futuro é cheio de árvores verdes, de pessoas que falam numa praça pública, o céu muito noblado e o clima todo virado a vez. Eu não sei se você vai entender. Eu estou a perguntar Você é um optimista ou um pessimista? Não, eu sou sempre um optimista cético.
Desconfio muitas pessoas que dizem que vai correr bem. Quando essas pessoas dizem isto vai correr bem, eu pergunto-lhes Por que é que vai correr bem? Porque eu sinto que vai correr bem, mas fizesse tudo ou teu alcance para que isto corresse bem. Foste de fazer isto e mais. Não, isso não fiz Até e aquilo fizesse. Então como é que dizes que vai correr bem? Não é assim. Pode-se correr bem se está até bastante elevado. Não há que ir sentindo no vácuo para o bairro. Eu sou bastante pragmático E, sim, acho que sou muito otimista, mas tenho que trabalhar bastante para que o meu otimismo seja assentado.
Você precisa reforçar esse otimismo para o sentir e depois de fazer essa coisa, que é o que eu vou fazer, para garantir que isto vai mesmo funcionar. Sim, tu entrevistaste-te na tua vida, sentindo-te nas minhas, de pessoas Minhas. Há uns entrevistados que são Continua, atenção, não é Continua? claro que sim, continuas. Há uns entrevistados que são maravilhosos, que nos trazem histórias, que falam nos tempos certos, que não nos dão uma seca, não falam muito, muito, muito pouco, pouco, pouco.
E aqueles que são tão onocórdicos e tão secos que te põem no fundo, naquele difícil papel que é salvar isto antes que isto se afunde, ah bem, por isso é que te pagam, por isso é que estás lá tu e não está a tua vizinha de cima. Eu estou lá não é para intervistar o Manoel Luz-Goscha, porque o Manoel Luz-Goscha é uma pessoa bastante fácil de intervistar Entre qualquer pessoa, entre qualquer pessoa que consegue intervistar o Manoel Luz-Goscha ou toio, não sei lá, só para citar dois exemplos. Eu estou lá justamente porque, quando há essa pessoa difícil que fala como o Monócilabus, que é um tédio no seu discurso, eu estou lá para animar as pessoas. Eu lembro-me sempre de uma história em que eu fui gravar um programa com contadores de histórias, pensando-me que Fácil, isto vai ser fácil, não é? Eu estou com contadores de histórias. O que é que achas que eu vou pedir ao contador de histórias dentro de uma hora Que contas suas, suas, suas histórias, contas histórias.
Ora, aos cinco minutos da primeira parte, eu digo ao contador de histórias olha, já agora não sei o que, ficamos aqui a saber um bocado do teu percurso, podes-nos contar uma história? E ele diz-me assim ah, desculpa, não fui preparado por isso. E eu digo bem, eu fui gravar um programa de cinco a 15 minutos e a pessoa que é um contador de histórias acaba me dizer que não tem história nenhuma para contar. E quando ele me disse assim, assim, oh, então eu vou ir te contar uma história. E ali, contar-lhe uma história, primeira tentativa de salva, primeira tentativa, mais dez minutos de conversa. E eu dou outro exemplo Bem, agora, se calhar já tens aí uma história. Ok, ele me diz não, não tenho, não vim mesmo preparar para isso. Desculpa, não vou contar antes. E eu digo ok, então vou contar aqui mais uma história.
Eu fiz isto cinco vezes durante o programa e contei cinco histórias. E Deus estava o exercício de criatividade que eu fiz para contar histórias. Foi me lembrando de histórias da minha vida e fui enchendo-se isso ali porque tinham contador de histórias que não queria contar histórias. E ele estava E eu tinha que gravar aquele programa, precisava daquele programa para o imitir. Portanto é isto Nós, enquanto pessoas da comunicação, temos que saber comunicar, saber não ser chatos é fundamental E salvar o programa quando tem que ser Verdão. Dalvin, obrigado, ah, não fui um prazer.