O conselho que sempre ouvimos foi: antes de falar, pense.
Normalmente acompanhado de alguma história mais ou menos lendária de alguém que falou de mais, que disse o inconveniente ou que foi demasiado vocal para os ouvidos sensíveis da plateia.
Esta edição é para todos os que tem capacidade de comunicar e vontade de pensar.
De pensar bem. Neste caso da arte do pensamento crítico. Com José Maria Pimentel.
Pensar bem é difícil. Mas alguém tem de o fazer.
Até diria mais: todos temos de o fazer.
O mundo está cada vez mais confuso. Somos bombardeados por informação constantemente, por todos os lados. Mas entre tanta notícia, opinião e ruído, há uma pergunta que vale a pena fazer: estamos a pensar bem? Estamos a tomar boas decisões? Estamos a ver o mundo como ele realmente é – ou apenas como queremos que ele seja?
O nosso convidado de hoje dedica-se a responder precisamente a estas questões. José Maria Pimentel é economista, professor e autor do podcast 45 Graus, um espaço de reflexão onde tenta fazer o que as redes sociais e os debates televisivos raramente fazem: parar para pensar.
Nesta conversa, falamos de pensamento crítico – essa coisa difícil, mas essencial, que nos obriga a questionar aquilo que sabemos e a forma como chegamos às nossas conclusões. Falamos de como a escola, sem querer, pode estar a treinar-nos para aceitar respostas fechadas, em vez de nos ensinar a pensar por nós próprios. Falamos das redes sociais e do efeito bolha, que nos leva a ouvir apenas quem confirma aquilo em que já acreditamos.
E falamos, claro, de decisões. Porque pensar bem não é um exercício teórico. Na vida real, tomamos decisões todos os dias – algumas pequenas, outras enormes. Mas será que sabemos mesmo decidir? Será que conseguimos resistir à pressão, à pressa, ao ruído, ao ego? Será que conseguimos, de facto, ver a realidade como ela é – e não apenas como gostaríamos que fosse?
José Maria Pimentel explica porque é que nem sempre o argumento mais sonante é o mais forte. Porque é que nem sempre o especialista tem razão – mas também porque é que confiar cegamente no primeiro influencer que nos aparece no feed pode ser um erro monumental.
Falamos também da inteligência artificial. Vamos confiar nela para pensar por nós? Ou será que, ao automatizar tarefas, a IA nos está a deixar apenas com os problemas realmente difíceis, aqueles que nenhuma máquina pode resolver por nós?
E, claro, falamos de podcasts. Do 45 Graus, um projeto que nasceu da necessidade de ter conversas mais pausadas, mais fundamentadas, menos apressadas. Um espaço onde a pressa dá lugar à profundidade e onde as perguntas são mais importantes do que as respostas fáceis.
Se gosta de pensar – e de pensar bem – esta conversa é para si.
No Pergunta Simples, exploramos os desafios da comunicação e do pensamento. Neste episódio, José Maria Pimentel ajuda-nos a perceber porque é tão fácil cairmos em armadilhas mentais e porque é tão difícil pensar de forma verdadeiramente crítica. Entre a lógica, a emoção e a desinformação, há um campo de batalha onde cada um de nós precisa de aprender a mover-se melhor.
Falámos de argumentação, de vieses cognitivos, do impacto das redes sociais e da dificuldade em distinguir factos de narrativas. E falámos de decisões – essas escolhas que fazemos todos os dias, quase sempre sem tempo para refletir. Pensar bem é como comunicar bem: dá trabalho, mas será que podemos dar-nos ao luxo de não o fazer?
LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO0:13
Vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação.
O conselho que sempre ouvimos foi, antes de falar, pensa normalmente acompanhado.
De alguma história mais ou menos lendária?
De alguém que falou de mais, que disse o inconveniente ou que foi demasiado vocal para os ouvidos sensíveis de uma plateia que tem, no fundo, o coração ao pé da boca?
0:36
Nesta edição, é para todos aqueles que têm capacidade de comunicar e vontade de pensar, de pensar bem.
Neste caso, de aprender um pouco mais sobre a arte.
Do pensamento crítico.
0:59
Pensar bem é difícil, mas alguém tem de o fazer a teatiria mais.
Todos temos de o fazer.
O mundo está cada vez mais confuso.
Já o notaram?
Somos todos bombardeados por informação a toda a hora, de todos os lados, mas entre tanta notícia, opinião e ruído.
1:16
Há uma pergunta que vale a pena fazer, estamos a pensar bem?
Estamos a tomar boas decisões?
Estamos a ver um mundo como ele realmente é ou apenas como queremos que ele seja?
O nosso convidado de hoje dedica se a responder precisamente a estas questões.
1:31
José Maria Pimentel é economista, professor e autor de um podcast ou 45°, um espaço de reflexão onde tenta fazer o que as redes sociais e os debates na televisão raramente fazem.
Parar para pensar nesta conversa, falamos do pensamento crítico, essa coisa difícil, mas essencial, que nos obriga a questionar sobre aquilo que sabemos e a forma como chegamos às nossas conclusões.
1:57
Falamos de como escola sem querer pode estar a treinar nos para aceitar respostas fechadas ao invés de nos ensinar a pensar pela nossa própria cabeça.
Falamos das redes sociais, falamos do efeito da bolha que nos leva a ouvir apenas.
Quem confirma aquilo em que já acreditamos?
2:14
E falamos, claro, de decisões, porque pensar bem não é só um exercício teórico na vida real, tomamos decisões todos os dias, algumas pequenas, outras gigantescas.
Mas será que sabemos mesmo decidir?
Será que conseguimos resistir à pressão, à pressa, ao ruído, ao ego?
2:32
Será que conseguimos, de facto, ver a realidade Como Ela É e não apenas?
Como gostaríamos que fosse.
O José Maria Pimentel explica porque é que nem sempre o argumento mais sonante é, afinal, mais forte, porque é que nem sempre o especialista tem razão ou mais razão na esfera pública, mas também porque confiar segmento no primeiro influencer que nos aparece no feed pode ser, afinal, um erro monumental.
2:57
Falamos também da inteligência artificial, vamos confiar nela para pensar por nós ou será que ao automatizar tarefas?
A inteligência artificial nos está a deixar apenas com os problemas realmente difíceis aqueles que nenhuma máquina pode resolver por nós.
3:13
E, claro, falamos de podcasts.
Afinal, isto foi uma conversa entre podcasts do 45°, um projeto que ele criou e que nasceu da necessidade de ter conversas mais pausadas, mais fundamentadas e menos apressadas.
Um espaço onde apressa, dá lugar à profundidade e onde as perguntas são, afinal?
3:32
Mais importantes do que as respostas fáceis.
Se gosta de pensar e de pensar bem, esta conversa é para si.
José Maria Pimentel economista, professor, podcast autor tens passado a tua vida a tentar ensinar nos.
3:50
Como é que se pensa bem, como é que se pensa bem?
A minha vida, pelo menos a vida é mais recente.
E antiga.
A antiga era a fazer o quê?
O que é que?
O que é que?
A antiga eu eu sou economista, não é como disseste e trabalhei na banca durante muito tempo.
Na banca, primeiro banca privada, ou seja, um banco, o banco comercial, e depois No No banco de Portugal, portanto no banco central.
4:09
Porque teve teve que ser ou porque me dava gozo?
Não porque me dava gozo.
Foi.
Foi a minha carreira original e lá podia ter ficado.
Podia ter seguido por aí.
Mas depois eu sempre, eu sempre.
Gostei de estar ligado à academia, portanto essa ligação já vem de muito de trás e depois lancei o 45° no final 2017 e depois esses 2 terrenos foram expandindo, depois foram se unindo e foram ficando maiores do que o outro.
4:35
E pronto.
A certa altura tomei essa decisão, mas, mas, mas, enfim, mas, mas foi uma coisa que gostei de fazer durante muitos anos.
Há uma coisa de que tu falas muito e eu e eu estava a falar a propósito do do do pensar, da maneira como nós, como nós, pensamos ou não pensamos que tem, que tem a ver com o pensamento crítico.
4:57
Todos tivemos aquela experiência Na Na Na escola, onde nós estamos no fundo, quase a ser educados como ovinhas que em princípio, se tu pensares a mesma coisa que os teus coleguinhas do lado.
Até merecerás mais elogios do senhor professor, salvo alguns professores que são são muito especiais, mas esta coisa de ver o mundo de uma maneira diferente ou divergente é logo uma carga de trabalhos ou não.
5:23
Dá, dá muito mais trabalho, de facto.
E o e o ensino, como tu estavas a dizer, a maior parte do ensino é feito para te de uma maneira que não te estimula exatamente o pensamento crítico e não é em parte.
Isto é compreensível.
5:39
OOOO ensino basicamente está feito para te treinar a lidar com problemas fechados e não com problemas abertos.
Quando eu digo problemas fechados é problemas que já tem uma solução e portanto, trata se de tu compreenderes a solução na melhor das hipóteses.
Na pior das hipóteses, decorares a solução.
5:54
Portanto, existem aqui um conjunto de problemas que todos nós enfrentamos.
Meus caros alunos, não se molestem muito a pensar soluções muito criativas, porque a.
Resposta é esta.
A resposta é esta, a matemática é esta, o primeiro rede de Portugal é aquele e a gramática é aquela, e, portanto, façam o favor de cumprir os objetivos.
6:11
Isso exato, sim, desde 3 bons exemplos.
Por acaso e porque exatamente podemos?
Isso aplica se a todo esse esse espectro?
E no caso da matemática, até enfim, eu acho que até.
De certa forma, até até uma disciplina que treina um tipo de criatividade, porque treina te a pensar e a resolver problemas.
6:31
Mas, por exemplo, na, no, no, no português ou na história, não é bem assim, não é?
Tu aprendes que esta é a maneira correta de escrever ou esta é a maneira correta de seja de escrever a palavra, seja de de AA, gramática, Oo ou a sintaxe correta daquela frase, por exemplo.
E na história é a mesma coisa, não é tu dizes, por exemplo, determinada, sei lá.
6:50
Imagina o 25 de abril aconteceu porque x ou as invasões francesas ocorreram porquê?
Ou a revolução francesa ou o que quer que seja, e tu aprendes aquela resposta lá está, na pior das hipóteses, decoras aquela resposta e, passado uma semana, não te lembras.
Na melhor das hipóteses, compreende se de facto aquela explicação, mas em nenhum momento estás a ser treinado para pensar por ti próprio quando não há uma explicação prévia, que são os problemas abertos.
7:14
Ou autarquia, porque eu estou a pensar, e que são já agora?
Desculpa interromper, porque é que eles são relevantes, os problemas abertos?
Porque são 99% da nossa vida prática.
Porque as outras, os outros per se já estão resolvidos já.
Os os.
Quer dizer, quando é que tu hoje?
Quando é que é o tu?
Hoje em dia, lidamos com problemas fechados.
Só se formos ou quem quer ser milionário ou ou o sucedâneo do por acaso é o joker?
7:30
Não é exatamente.
Ou se formos a um programa desse.
Género, a vida é aberta o.
Resto da vida é aberto, não é?
Sim.
Pá, eu estava a.
Pensar, eu não sou necessariamente o convidado certo para estar aqui foi foi a pessoa que tu escolheste?
Não, não, mas sim, mas não, mas esse esse é o ponto, porque porque me me interessa percorrer essa essa ideia do do pensamento aberto e daquilo que nós queremos saber.
7:49
E lembro me sempre de uma de uma pequena história do meu filho quando era muito pequeno e em que a professora dele decidiu colocar uma à turma.
Um problema clássico que é, estamos aqui a decidir uma visita de estudo x alunos querem ir ao oceanário outros x alunos querem ir, afinal, ver o futebol.
8:10
Como é que EE eles não não, não conseguem entrar em acordo?
O que é que nós fazemos?
Eu imagino que OOA finalidade do exercício era estimular esse debate e que a resposta certa fosse tornar aqui 11 diálogo entre eles.
8:25
Mas o Martinho e o meu filho simplificou radicalmente a coisa que é, se não estão de acordo, não vão.
E isso não foi propriamente muito bem aceito.
Lá está porque não não correspondeu à expectativa, ao padrão, à possibilidade.
É um problema fechado que, afinal, não se pode abrir.
8:44
Não era um problema, talvez não fosse fechado, podia ser aberto, mas havia determinadas soluções como essa que não eram aceitáveis.
Olha, como é que se pensa bem?
Olha, eu vou tomar essa pergunta como equivalente a perguntares me, como é que se pensa criticamente, que no fundo eu acho que é?
9:04
Uma pergunta muito próxima a perguntar como é que se pensa bem, não é, pelo menos na minha definição de pensamento crítico, qual é a tua?
Definição de pensamento crítico, podemos começar por aqui?
Exatamente para simplificar muita coisa via visto.
Podia se descascar em mais, em fatias mais pequenas.
Mas para mim, há essencialmente 2 componentes de de pensamento crítico.
9:20
Nós podemos associar as 2 componentes da palavra pensamento e crítico.
Podemos começar pela segunda, que é que eu acho que é a mais intuitiva.
Pensar criticamente é sermos.
Críticos e críticos a que é no sentido de sermos criteriosos de distinguir OOO que está certo, o que está errado, não necessariamente o que o dizer mal de tudo e críticos tanto para fora como para dentro, ou seja, críticos para fora, no sentido de não acreditar à primeira em algo que nos dizem numa coisa que vimos dizer na televisão, num é numa notícia que recebemos do telemóvel é algo que um amigo nos envia por WhatsApp, portanto, é.
9:54
É um ceticismo, um certo ceticismo.
Exatamente, não, não tomar paticamente o que nos dizem.
Mas também implica pensar, ser crítico, sermos críticos, connosco próprios.
Oh diabo que é mais difícil.
Isso é que é isso é mais difícil.
Então, mas eu sou inteligente, o esperto.
10:10
OE, sou neutro, não é?
Sou.
EEE, quanto mais alto na escala social.
Porque é que eu hei de duvidar da minha própria luminescência?
Intelectual exato.
Exato, então, EE.
Essa é mais difícil, não é?
Porque é muito difícil nós termos noção.
10:26
Dos, do, dos nossos vieses cognitivos, que são transversais à natureza humana, mas expressam se de maneira diferente a cada um de nós.
É relativamente fácil.
Vê Los nos outros, nem nós, não, não tanto.
E é difícil.
Por exemplo, imagina na política, nós temos noção dos preconceitos que trazemos para a discussão ou dos pressupostos valorativos dos valores que nós trazemos para uma discussão e que veio influenciar a conclusão que vamos chegar, não.
10:49
É, e isso irrita os outros logo à cabeça, independentemente, antes de qualquer argumentário.
O que é que irrita aos outros?
Desculpa.
Esse, esse, esse pressuposto.
Olha, lá está aquele tipo de direita.
Olha, lá está aquele tipo de esquerda.
Independentemente de nós colocarmos na mesa um primeiro argumento, eu já tenho um preconceito sobre o outro.
11:05
Eu?
Já por isso é que eu dizia, é mais fácil nós termos um preconceito, é mais fácil nós avaliarmos a parcialidade se quisermos do outro lado do que em nós próprios.
No outro, é fácil nós identificarmos isso.
Por exemplo, o outro é o tipo de direita ou o tipo de esquerda, nós somos a pessoa imparcial, claro, não é, naturalmente não é, portanto, esta esta é uma componente, esta componente crítica, tanto para fora como para dentro, mas isto para mim não chega porque isto tem sobretudo a ver com atitude, não é uma questão de atitude, nós podemos treinar, mas tem tem a ver com atitude.
11:33
Para mim, há outra componente importante que tem que ver com o pensamento propriamente dito, com com a palavra pensamento, neste caso, No No termo pensamento crítico, e isso.
É muito importante porque não basta nós termos esta atitude crítica ou criteriosa.
Nós temos também que ter ferramentas para pensar bem, para conseguir ter um raciocínio lógico, para conseguir resolver problemas.
11:52
Lá está para conseguir ter uma abordagem, digamos, científica, no sentido lato à realidade, para explicar porque é que as coisas acontecem, tomar decisões de maneira de maneira racional.
Nem isso aqui já estamos a entrar em algo mais difícil que demore mais tempo.
12:10
E que não é só uma questão de atitude, é algo que se aprende, não é?
E que nós aprendemos, olha, com o sabendo mais, lendo mais, pondo nos áreas diferentes, porque aí já é uma coisa mais difícil.
E o pensamento crítico era, na minha visão, é a combinação entre as 2 é quase entre esta, entre a primeira que é uma soft skill e a segunda que é uma hard skill e.
12:29
E então, nessa árvore que tu tens sobre o pensamento?
Quais são as capelinhas que temos que percorrer?
O que é que?
Quais são os níveis?
Quais são as estações que nós temos que ter para ir produzindo bons pensamentos?
Isto não é um julgamento moral.
12:44
Presumo o bom ou o mau.
Não, não é.
É aqui.
Bom é no sentido de.
Válido.
Válido EE válido, racional, no sentido de estar de acordo com com os nossos objetivos, mas também de ser.
De corresponder à realidade não é não formar crenças que não correspondam ao estado do mundo, digamos assim.
13:05
Nós podíamos cortar AAOO peixe impostas de maneira diferente, não é?
Podemos cortar na horizontal, podemos cortar na vertical, na diagonal.
Há várias maneiras de organizar de do fundo as subcomponentes de pensamento crítico se quiseres para mim ou do bom pensamento, como tu dizias no início, eu no, No No meu curso de pensamento crítico, tu falavas no início, eu divido o em. 4 componentes, a primeira tem a ver com a primeira.
13:30
É a mais clássica de todas, tem a ver com argumentar bem, ou seja, temos um raciocínio argumentativo lógico.
Espero que os programas de futebol, onde tudo se discute, não entre propriamente nessa.
Categoria não entre lá muito não.
Então, o que é que são?
São mais exercícios retóricos do que há, há.
13:46
Há momentos em que há argumentos Fortes ou fracos, válidos ou inválidos, apesar de tudo, numa discussão, quantas vezes nós vemos que?
Até parece que os argumentos mais sonantes são mais Fortes do que aqueles que aparentemente são válidos.
14:02
Como é que se prova a validade?
Esse é o problema, não é?
Sim, bom, isso é uma questão da da da filosofia, mas basicamente tem que ver com podemos dividir em 2 partes, uma tem que ver com as premissas do teu argumento.
Já para para para explicar rapidamente.
14:19
Um argumento é basicamente composto por 2 peças, premissas e conclusões ou premissas e conclusão.
Penso, logo existo.
Exatamente, por exemplo, nesse caso, penso é a premissa e existe é a conclusão.
Penso é a premissa.
Logo deriva desta premissa à conclusão de que eu existo enfim, pelo menos Na Na, na, no, de acordo com OCD cartaxava.
14:40
Vai daí.
Se as premissas estiverem levemente inquinadas, a conclusão pode sair uma desgraça ou fazermos um Salto quântico.
É perante estas premissas, nós concluímos uma coisa.
Que não tem nada a ver?
Exato, justamente.
O problema pode estar nas 2 coisas.
14:55
O problema pode estar ou ou dizer de outra forma para um argumento estar correto para nós podermos ser persuadidos por ele, tem que ter premissas aceitáveis, verdadeiras, no limite, mas pelo menos aceitáveis.
E também tem de dar um Salto das premissas para a conclusão.
15:11
Que seja lógico.
Portanto, o que tu dizias está correto.
Não é?
Acho que nestes tempos isto não se está a praticar muito, não é?
Quer dizer, temos umas premissas que dão uns saltos quânticos para conclusões que são estranhas, ou conclusões baseadas em premissas que são falsas ou que ou que não são válidas.
E é muito, sobretudo com a overdose de informação que nós temos.
15:28
O grande problema eu acho que está na que está nas premissas.
Ou seja, não é que as pessoas pensem menos logicamente hoje do que no passado.
Também não pensam mais, mas não pensam.
Não acho que pensem menos o problema.
É que há tanta informação que é difícil perceber em que é que nós podemos confiar, seja se se esta informação está certa ou errada, ou verdadeira, ou falsa, seja se seja qual é a informação relevante para a conclusão que eu, que eu que eu quero tomar quando há informação conflituante?
15:54
Mas olha quando quando nós temos problemas complexos, com muitos argumentos e com muitas ideias e muita informação.
Torna se muito difícil separar o trigo do joio.
Torna se bastante difícil, por isso é que por isso é que por isso é que isto é um jogo, quer dizer, é um desafio que nunca, nunca acaba.
16:12
Não, porque eu estou a pensar e quer dizer, e estou, estou a pensar é quê?
Quantas vezes nós temos especialistas em coisas que nós estamos a ouvir e que, em princípio, nós devemos validar, como a pessoa que sabe daquilo, o padeiro sabe de pão, um médico de medicina.
16:28
Mas ao mesmo tempo, parecemos estar AA validar que o vendedor da banha da cobra, aquele que bem fala sobre um tema EEE, bem articula e argumenta, parece às vezes que que vale mais do que do que quem sabe sobre a coisa.
Há uma desconfiança sobre.
16:44
O sábio do saber e ao mesmo tempo uma compra do do velho gaiteiro, que conta a história mágica e que vende AA banha da cobra.
Sim, eu.
A minha intuição é que há aí há aí mais do que uma causa.
Uma é que há uma diferença entre argumentação e retórica.
17:02
Ou.
Seja AA argumentação, tem que ver com a lógica do raciocínio.
Tem que sempre ter uma lógica.
Sim, tem que ver com a qualidade das premissas e com a lógica.
Com aqui, quando se fala da lógica, é a ligação entre as premissas e a conclusão se é a lógica ou não é lógica.
Mas isto não é a única maneira de perfudir.
Há outras maneiras, por exemplo, a retórica.
17:18
E a retórica tem a ver com a maneira como tu falas as palavras, que escolhes que sentimentos é que quer dizer como claro, tu és, a que sentimentos é que é que geram do outro lado as palavras que tu escolhes.
E a retórica pode ser muito mais eficaz do que do que a argumentação pensa.
Por exemplo, EE pode ser usada para bem ou para mal.
17:35
Pensa, por exemplo, no pá, nos discursos mais marcantes da história do Martin Luther King, por exemplo.
Aquilo é muito mais um exercício de retórica do que um exercício argumentativo, embora também seja um exercício argumentativo e, portanto, há ali 111 argumento de base por trás, no qual nós hoje nos revemos.
17:52
É uma filosofia política que está ali.
Há ali, há exatamente há uma filosofia.
Portanto.
Um metaargumento se quiseres, mas há sobretudo um exercício retórico.
Eu tenho um sonho.
Exatamente.
É isso que nos fica na cabeça.
Ele é a.
Repetição, eu tenho um sonho.
Eu tenho um sonho.
É um exercício, é um. 11 enfim, um truque retórico, diríamos, truque parece uma coisa negativa, mas é um é um.
18:10
É um artifício pediante, exatamente. 11 artifício retórico e, portanto, essa é uma.
Eu acho que essa é uma das razões pelas quais muitas vezes os especialistas não são confiados porque têm uma maneira mais seca de falar.
Por outro lado, nós vivemos numa altura também em que há cada vez menos confiança na informação, cada vez menos confiança nas.
18:31
Instituições nas Fontes de autoridade, digamos assim, clássicas e, portanto, Ah, sim, é um.
Problema, às vezes ser.
Especialista joga contra time.
Hum, então, mas espera lá.
Mas aquilo que nós, quando na nossa vida vou sair de casa, preciso saber se vai chover ou não.
18:49
Em princípio, um meteorologista vai me oferecer.
Um bocadinho mais de boa informação do que propriamente o entertainer que está na televisão a contar me uma história.
Se eu me doer um pé, se calhar dá me jeito ir ir ir a um médico.
E o que tu estás a dizer, e que eu eu também sinto é que, em princípio, há uma espécie de ceticismo venenoso em relação à à referenciais que até agora nós considerávamos como confiáveis se quisermos ir de uma forma muito básica.
19:21
O padre, o médico, o jornalista OOOO.
Cientista.
O cientista e o político pronto, vamos aqui escolher estes 5, arriscando, arriscando qualquer coisa, mas que em princípio a coisa é sempre é pá, conversa da treta.
19:39
Lá me estão a dizer esta coisa que não diz nada com a minha verdade.
Eles não sabem de que é que estão a falar e em princípio e eu não confio neles.
É um descrédito.
É.
É, há uma confiança menor, claramente, em todas essas entidades que tu referiste.
19:55
Os políticos provavelmente já não partiam com grande confiança de início.
Na base?
Na base não é, mas, mas ainda tem, ainda tem menos e é um fenómeno engraçado.
Eu acho que tem, enfim, a minha explicação que não é não é propriamente original minha, em que isto tem muito que ver com as modificações que houve na paisagem informativa EE.
20:16
Porque é que nos aconteceu?
Esse tipo de desconfiança sempre existiu, já agora não.
Ou seja, os em relação às políticas, é fácil ver.
Mas em relação a todas as profissões, sempre houve algum tipo de desconfiança?
Será em relação ao médico?
Sempre houve pessoas que iam a terapias alternativas em relação à meteorologia que tu dizias há pouco.
Sim, provo aquela coisa do eu não preciso de ver a meteorologia que erra sempre eu olho.
20:35
Para o céu, eu?
Olho para o céu ou quando me dói, os ossos ou qualquer coisa, não é?
Ou seja, isso.
Está me aqui o joelho vai chover?
Exatamente, sempre.
Isso sempre existiu.
Ou ou aquela senhora da minha aldeia previa ou previa o tempo sempre impecavelmente.
Portanto, essa a desconfiança em relação à autoridade faz parte da natureza humana e é saudável, porque senão porque a autoridade representa poder, não é e portanto, nós estamos.
20:54
Nós somos um bocado refratários em relação a.
Há alguém que possa ter poder sobre nós?
Um certo ascendente, não é.
Há uma.
Espécie de contrapoder é o que tu estás.
Há uma reação nossa, nós, seres humanos, temos esta, este instinto de reagir à à, à, à autoridade.
21:12
Eu acho que temos.
Aliás, temos as 2 coisas.
Temos, por um lado uma certa tendência para venerar a autoridade e, por outro lado, também reagimos em relação.
AAAA como é que hei de dizer depositar nos outros essa autoridade, porque isso no fundo é uma fonte de poder.
Mas isto é o isto é o pano de fundo, isto sempre existiu.
21:28
O que é que aconteceu?
Entretanto, aconteceu que com a internet e sobretudo com as redes sociais, tu passaste a receber.
Acho que aconteceu 2 coisas ao mesmo tempo.
Primeiro, os erros destas Fontes de autoridade foram postos a nu.
O rei vai nu?
Eu não digo que o rei vai nu, não acho que o rei vai nu, mas digamos que o rei é menos vestido do que se achava.
21:48
E hoje em dia nós percebemos isso.
E percebemos isso até de certa forma, provavelmente com algum exagero.
Ou seja, parece nos que o rei vai menos vestido ainda do que vai.
Ou seja, parece que que estas instituições erram ainda mais do que erram Na Na realidade, porque os erros dão muito nas vistas.
Até porque depois nós também não conseguimos lidar bem com esta ideia da incerteza e, portanto, perguntar ao sábio qual é a solução para isto tudo e obter do outro lado um olhe que eu ainda não sei ou não sei bem, é uma coisa que nos desampara.
22:16
EE ver, o sábio.
Errar, não é que nós assumimos como, sei lá, pensa nos médicos, não é.
Quer dizer, o.
A culpa é tua?
Não.
Muita gente tem uma relação com com os médicos, de achar que eles são basicamente infalíveis quando são seres humanos.
Como é óbvio, não é EAEAEA noção de que um médico pode errar ou um determinado especialista pode errar.
22:34
Pode ser uma coisa que deita completamente a baixa confiança das pessoas.
Portanto, nós, por um lado, endeusamos aqueles que são depositários da nossa confiança.
E, por outro lado, desconfiamos levemente deles ou fazemos como os tubarões.
22:52
E quando achamos que aquilo não está a funcionar, os políticos é um bom exemplo.
Então o nosso efeito é um efeito que cobra mais, mais, mais caro.
EEE eu?
E esse ponto é que tu tocaste é interessante porque tu dizias.
Nós ainda usamos aqueles que merecem a nossa confiança e, de facto, nós nós temos essa tensão, como eu dizia há pouco.
23:11
E o que tu vês hoje em dia é uma transferência dessa confiança para.
Outras pessoas, outras entidades, o que quer que seja, porquê?
Porque as redes sociais também permitiram ao ao desintermediar a circulação de informação.
Todos podemos dizer tudo a todo o momento, todos.
23:26
Podemos dizer tudo e chegar a qualquer pessoa, não é?
E, portanto, de repente, tu, por exemplo, para falar do dos jornais, que é um que é um caso eu acho muito evidente hoje em dia tu deixas de seguir Oo jornal que seguias ou a televisão e vais passar a seguir as opiniões da pessoa x.
Que segues no Twitter ou da página y que tu segues noutra rede social qualquer ou de um podcast, por exemplo, sem qualquer curadoria, sem qualquer sim, enfim, com curadoria, mas mas com uma mais limitada sim e quer dizer, com com depende.
23:56
Isso é um tema engraçado, por acaso, porque para para muitas pessoas eu ouço dizer 2 coisas contraditórias entre si, com muita gente, com o que eu falo, sobretudo ligada, ligada ou ligada aos média ou pessoas que se habituaram.
Quer dizer que foram socializadas num ambiente de muito de consumo de jornais e de e de televisão, embora as pessoas possam ser críticas em relação a muitas coisas que os jornais e os jornalistas fazem, é completamente inconcebível que alguém vá substituir um jornal de referência por uma pessoa mais ou menos aleatória que a pessoa segue nas redes sociais.
24:28
É, é, é concebível exatamente pelo que tu dizias quer dizer, a preparação, os standards de exigência não tem nada a ver e, portanto, por muito que o primeiro possa errar.
É completamente inconcebível e substituí lo e substituí lo pelo pelo segundo.
E no e numa redação, por exemplo, há uma árvore não só hierárquica, mas também interpares e, portanto, em princípio, há ali logo um malhar no ferro para para que as coisas.
24:50
Não é só uma pessoa, exatamente.
Já ali, qual e quer dizer então?
EE, portanto, há.
Há um controlo interpares, há os provedores, há, há uma.
Reputação para manter ao longo do tempo, et cetera, mas depois há outras pessoas com quem tu falas.
Eu não sei se tu, enquanto jornalista, talvez estejas um pouco protegido dessa experiência, mas mas imagino que já tenha acontecido.
25:09
Há pessoas com quem tu falas e, dizem, têm uma perspetiva completamente oposta.
E qual é o pressuposto de que eles em que é que eles acreditam?
Eles acham que os jornalistas não só não têm lhes falta, em muitos casos, de capacidade para compreender determinado tema, enquanto há outras pessoas online que compreendem esse tema, como em muitos casos têm uma determinada agenda, estão comprados.
25:28
Etcétera etcétera e mas aqui, ao contrário que é.
Estão a manipular a realidade.
Estão a manipular a realidade.
Eu não, jamais.
Quer dizer, não faz qualquer sentido eu eu confiar no que me aparece na televisão ou no ou no que eu leio nos jornais, porque estes tipos não só são ineptos como estão comprados.
E portanto, eu vou é obter informação de pessoas em quem eu confio online e que eu próprio escolho, não é?
25:48
Tenho essa Liberdade de escolher, no fundo, fazer quase a minha curadoria própria e escolher pessoas que não só na minha opinião, são mais isentas.
Como sabem mais do assunto do que é que, do que aqueles, do que aqueles tipos estão a falar na televisão?
E depois entra aí uma coisinha que é se sou eu a escolher e se são personalidades e não no fundo estruturas mais ou menos institucionais, e eu tendo a escolher uns amarelos que pensam amarelo como eu, ou uns vermelhos com pensam vermelho como obviamente estas pessoas estão a pensar muito bem.
26:17
E então vou segui las porque a maneira como estas pessoas me estão a contar a realidade.
Como evidente, faz mais sentido do que o raio dos jornalistas vendidos e por aí fora, como tu estavas a dizer.
Excelente ponto.
Exatamente porque isso isso é 11.
Isso é uma, digamos, uma contradição deste, desta ala.
26:34
Enfim, não, não será verdade para toda a gente, mas mas para muita gente.
Esta esta segunda aula que eu falava, ou seja, antissistema, digamos assim, é que Oo que seria racional se aquela premissa estivesse correta, ou seja, se de facto os jornalistas fossem ineptas estivessem compradas.
E eu fizesse a minha própria curadoria, o que seria normal é que eu fizesse essa curadoria do ponto de vista ideológico, diversificada.
26:56
Com o mesmo filtro.
Com com exatamente eu.
Não sei melhor ou melhor.
Eu não sei se tu tens esse incertíssimo, mas eu eu gosto muito de mesmo nas redes sociais, Na Na imprensa, de ir ler e ouvir.
Pessoas que pensam diantralmente o posto que eu, que eu penso eu, eu, eu gosto desse exercício, eu, eu gosto de me de me irritar com olha o que é que ele está a pensar?
27:16
Ele pensa exatamente ao contrário, que tem valores que são completamente contrários aos meus.
Defendo coisas que eu que eu não defendo e eu digo assim não, mas este é um bom exercício para mim, para eu me confrontar lá está com com, com as possibilidades, com a paleta inteira das cores.
Escolher só amarelos é muito aborrecido.
27:32
Sim, é aborrecido, mas é.
Mas está bem, não é?
EE é o que é.
E é o que a maior parte das pessoas acaba por fazer, não é porque que é que é uma contradição.
Se o objetivo era ter melhor tu, tu tenderias a ir, diversificar.
Mas a maior parte das pessoas não tende a fazer isso, não é?
27:48
Ou seja, tende a ver o amarelo como tu dizias, não é?
E eu percebo porquê, até certo ponto, atenção, porque se tu tu dizes isso, eu também tenho esse gosto por porque é uma das coisas que precisamente que estimula o pensamento crítico a nós, contactarmos com com perspetivas diferentes sobre o mesmo tema, mas isso era mais.
28:06
Fácil de fazer no paradigma anterior, porque hoje nós somos bombardeados com tanta informação e com visões opostas e tão contraditórias.
Afogamo nos.
E temos a nossa vida.
Quer dizer, temos a nossa, temos Oo.
Digamos que a maior parte de nós não é não vive uma vida diletante em que se possa dedicar simplesmente a pensar sobre estes temas e andar a ler jornais.
28:24
E isso é tão torna se tão ruidoso que é muito desconfortável e portanto, é muito tentador nós.
Procurarmos alguma ordem e procurarmos pessoas que tenham um pensamento mais ou menos univo, que é mais ou menos direcionado.
As coisas que eu que eu li sobre a propósito das notícias falsas ou ou que estão completamente inquinadas, aquele velho comentário que é, mas porque é que isto que eu estou aqui a ler, ler nas redes sociais é mentira.
28:52
Se eu penso, isto não quer dizer que é.
Não tem a ver com a realidade, tem a ver com a perspetiva que que alguém tem sobre sobre aquela matéria.
Sim.
Olha, uma das coisas nós já falamos da questão do do argumentar, o argumentar com lógica.
Seres humanos e emocionais para lá.
Temos aqui 11 risco.
29:07
A segunda é desvendar a causa das coisas.
Já, já lá diria, Oo Miguel Esteves Cardoso, descobrir a causa das coisas, ir ao fundo da da questão, como é que é?
Como é que se mergulha aqui?
Deixa me ir à pergunta, uma pergunta que tu fizeste há um bocadinho e que tu, tu tu perguntavas me, porque é que era?
29:22
Tão difícil as pessoas entenderem se no fundo era um pouco isso e depois nós.
Porque sabes se tu tu respondes de forma organizada e em caixinhas, e eu sou aqui, o anarca de Cristo é só.
É que não eu.
Eu digo voltar a essa pergunta porque liga liga ao ponto que tu fizeste agora, não é?
Nós depois acabámos por falar da retórica e da questão da das informação, e o desafiou um pouco esse.
29:42
Ou seja, há há razões de sempre estruturais para para nós não nos entendermos.
E por isso é que o desafio da argumentação é um desafio.
Enfim, pren, não é que vai acompanhar nos para sempre.
E há razões particulares do tempo em que vivemos, não é a razão.
29:58
As razões particulares do tempo em que vivemos tem a ver com esta questão da de da overdose de informação, de confiar.
Temos nem todos confiamos nas mesmas Fontes de informação, não é?
E isso e isso lida exatamente um dos eu eu disse há pouco que o meu curso está estruturado em 4 pilares.
Já agora, quais são os 4 que é para a gente, portanto?
30:14
Os 4 pilares é, o primeiro é argumentação, o segundo é.
Factos e números e tem exatamente a ver.
Com esta questão.
Que falávamos?
Agora não é que como é que eu posso obter factos em que confiar?
Tu és economista, portanto, os números torturam se e dizem a verdade que nós queremos.
É no fundo isto é este este Pilar.
30:29
Esta este módulo tem 2 elementos, um tem que ver com Fontes de informação que era o que falámos agora, e o outro é ver com a literacia estatística, se quiserem depois o terceiro Pilar, o terceiro módulo é esse da das explicações causais das causas, 2 coisas já lá vou, e o quarto é da tomada de decisão, como como tomar boas decisões.
30:47
E isso também ajuda a explicar porque é que nós não nos entendemos muitas vezes e porque é que o raciocínio argumentativo não é suficiente.
Porquê?
Porque Oo raciocínio argumentativo é uma, é uma espécie de chave mestra de de de ferramenta genérica, mas ele depois depende do que lá está dentro, depende de nós.
31:03
Temos o pensamento lógico, até aí tudo bem, mas também depende do que está nas premissas e o que está nas premissas pode ser, como nós já vimos informação, factos e nós não, nem nem todos confiamos na mesma fonte de informação e, portanto, temos factos diferentes.
E pode ser também alguns casos de explicações causais, que era aquilo que tu falavas.
31:20
Agora, a propósito do Miguel Esteves Cardoso e do o que é que eu quero dizer com explicações causais, a maior parte do uma grande parte do nosso raciocínio, na verdade, nem é tanto a um tipo de raciocínio argumentativo no sentido em que nós estamos a argumentar com os outros ou até para nós próprios, estamos a conjugar informação que temos na cabeça para produzir uma conclusão nova.
31:43
Isso é o tipo de raciocínio argumentativo.
Grande parte do nosso raciocínio é de outro tipo.
É raciocínio causal, digamos assim.
É.
Nós tentamos explicar porque é que alguma coisa aconteceu, alguma coisa que acontece, e nós vamos à procura da explicação da causa para essa coisa seja faz sentido, seja na nossa vida pessoal, no nosso trabalho.
32:00
Então, mas e como é que a gente resolve aquela pequenina coisa de tentar saber que uma determinada coisa?
Se esta caneca cai ao chão porque eu empurrei causa efeito, ou se eu olhei para ali, a caneca caiu e, portanto, algo coincidiu com um movimento EE não tem nada a ver com a causa das coisas.
32:18
Aconteceu, aconteceu naquela altura e tu dizes não como vês, não coincide no tempo.
Há uma causa e o efeito é, é, é sempre difícil de provar a causa das coisas não é sempre linear.
Não é bastante difícil.
EEE é não só isso nos é útil.
32:36
Já, já, já explico como se faz.
Mas não só isso nos é útil em si mesmo para resolver problemas, como muitas vezes é precisamente para nós discordarmos em relação às causas que não, que depois essa explicação vai servir de input num argumento, não é uma das é uma premissa e isso partimos de premissas diferentes.
32:51
Não vamos concordar em conclusão.
Imagina se nós temos opiniões diferentes sobre porque é que a economia portuguesa ou o PIB de Portugal não tem crescido muito nos últimos anos que há como quem diz este século, se temos uma explicação diferente?
Então, jamais vamos concordar com a com a conclusão do argumento, onde essa explicação vai entrar?
33:09
Então temos uma carga de trabalhos, porque assim é muito difícil encontrarmos um caminho comum ou não.
Pronto, ajuda vai ser impossível.
Por isso é que Oo nós continuamos sem nos entender ao fim destes séculos e milénios todos.
33:25
E não melhora com com quando ficamos mais velhos.
Isso não é uma.
Boa.
Há razões?
Há há razões que tornam impossível em alguns temas que nós entendemos já lá vou, que é a última coisa que nos falta falar.
Agora, no caso das explicações, há maneiras de de nós termos 1111 pensamento mais sofisticado quando procuramos explicações.
33:43
E de novo, tem a ver com atitude e tem que ver com técnica, digamos assim.
Se calhar, começando pelo segundo, a técnica tem que ver com no.
Aprender algumas ferramentas que os cientistas usam a olhar para a realidade, porque o trabalho dos cientistas, seja um cientista de ciências naturais ou de ciências sociais, é encontrar as causas das coisas.
34:06
É.
É provar a realidade, é provar a realidade.
É provar porque é que isto aconteceu por isto e não por aquilo.
Despistar uma causa como tu dizias há pouco, a propósito da do teu exemplo do da caneca.
Uma causa que, na verdade, não é real e, portanto, há, há há um lado de há.
Há ferramentas que a ciência usa.
Para despistar essa essas causas que que muitas vezes não são causas reais com que nós podemos aprender e depois também há a questão da atitude.
34:28
E aí a atitude passa muitas vezes por fazer as perguntas certas, como quase sempre No No no pensamento crítico, é perguntar que alternativas é que existem desde logo.
Será que eu estou a desconsiderar?
Será que não estou a pensar numa alternativa que pode ser a explicação correta?
Porque se não considerares falhas logo que que evidência é que existe a favor de uma alternativa ou da outra?
34:50
E por em diante, não é ou.
Seja não, não vale a pena dizer, Ah, isto não, eu nem penses nisso.
Isso não pode ser.
Vamos pôr de caminho, mas mas nós a.
Questão é que este este primeiro passo requer parar para pensar, porque muitas vezes nós com a pressa e seguindo a nossa intuição.
Focamo nos numa explicação.
35:06
E é só para essa ou é necessidade da economia?
Lá está a nossa vida.
Dá 1000 à hora.
Nós.
Temos que sim, é para essa tem a ver com isso.
Tomar decisões muito rápidas sobre várias coisas baseadas em 1000 coisas que temos na nossa cabeça e, portanto, tomamos uma decisão ou outra muito rapidamente se tivermos que usar esse método de parar para pensar em toda a pequena coisa que queremos que fazer.
35:27
Ufa.
É complicado, claro.
Dá trabalho, não dá trabalho, dá trabalho.
E é uma espécie de.
Meta, meta, pensamento crítico, digamos assim.
Que é tu?
Tu no fundo, esse é o segredo e é tu perceberes.
Quando é que se justifica?
35:44
Tu parares para pensar.
E quando é que podes seguir a tua intuição, mesmo que ela possa estar errada em alguns?
Casos mas a intuição não é uma forma de pensamento para ti?
Sim, quando desculpa a intuição é uma forma de pensamento, mas quando eu digo parar para pensar.
É validar aquilo.
Isso isso convoca outro tipo de pensamento, ou seja, Oo.
Na Na literatura desta área distingue se entre sistema um sistema 2.
36:02
Não sei se já ouviste estes.
Temas não, mas quero saber.
Pá, isto é, tem por base a uma investigação nas ciências comportamentais do do 2 psicólogos, o amesterversky e o Daniel Kannemann?
Pela qual o este último ganhou o prémio Nobel da economia no em 2008, salvo.
36:20
Erro não sei se é bom para a tua classe um psicólogo ganhar um prémio de economia.
Foi a economia, é a Malta da economia comportamental, que é de que é exatamente 11 área nova, Oo ultra vers que não ganhou porque morreu.
Entretanto, e o Kannemann?
Depois escreveu um livro muito conhecido chamado pensar depressa e devagar, em que ele explica exatamente este estes 2 sistemas que o nosso cérebro tem, que ele chamou, enfim, de uma maneira muito criativa, sistema, um sistema 2.
36:43
No sistema, um é a nossa intuição é este, é é esta maneira rápida de pensar.
De facto, é um pensamento só que é rápido.
É quase um mecanismo de sobrevivência.
É, é.
Exatamente porque nós temos que pensar rapidamente.
É intuitivo, é inconsciente, dá nos logo a resposta.
O sistema 2 é o Tel, sistema ponderado, em que nós paramos para pensar.
36:58
Convocamos recursos para pensar racionalmente sobre o tema.
Qual é o problema?
Demora tempo?
Demora tempo e cansa nos quando nós estamos a fazer 11 trabalho exigente ou se calhar, o exemplo mais puro disto é.
Quando nós na escola ou na faculdade, fazíamos um exame, fazíamos aquele exame de 2 horas e saías de reado e não querias fazer mais nada do durante o resto do dia vazio, vazio, porquê?
37:22
Porque tu tinhas estado a usar exclusivamente o teu sistema de hoje durante 2 horas, que é uma coisa que nós não fazemos no nosso dia a dia, não é o que fazemos nosso dia a dia.
Sei lá, imagina, eu vim para aqui, estacionei o carro e depois, enquanto estou no caminho para cá, vou pensar em qualquer coisa meio automaticamente e o cérebro vai, está me?
37:39
Não está a descansar 100%, mas está mais ou menos descansado a fazer um exame?
Não, tu estás 2 horas a fio a gastar aquele sistema que é finito.
É tão finito que que que nós saímos do exame e dizíamos.
Com a cabeça em água, é?
A água exatamente, dizia com o cérebro em papa, como às vezes se diz, não vou fazer mais nada o resto do dia.
37:54
Agora é para agora.
Vou, sei lá, vou.
Vou espairecer, ou vou ver televisão ou vou estar com amigos, mas vou estar em Descanso.
Basicamente há aqui.
Já falamos dos argumentos, já falamos aqui da maneira de provar a realidade, a causa das coisas.
E depois chegamos, de facto, à coisa que para mim é absolutamente fundamental, que é o momento da escolha.
38:13
Hum, do dilema EEEE.
Isto toca com aquela ideia que nós temos em relação aos políticos, que é nós e os políticos, como se fosse se fossemos entidades diferentes.
É curioso.
Mas todos aqueles que são decisores, sejam políticos, sejam de de das empresas, seja seja na nossa vida profissional, enfrentamos dilemas de escolha.
38:39
No fundo, coisas que têm valores equivalentes e contraditórios.
Só a lógica basta para para resolver isso.
Não ajuda, mas não basta AAA lógica.
Ajuda e, portanto, ter um bom raciocínio argumentativo.
38:56
Um raciocínio lógico é é útil para tomar decisão, mas isso não chega porque quando tu Tomas decisões, tu tens de lidar com toda a complexidade do mundo.
Quando se tenta encontrar, lá está explicações causais para um mundo que é ultra complexo.
Quer dizer e.
Volátil.
EE já, já lá vou exatamente era exatamente onde eu IA.
39:13
Portanto, complexidade do mundo, informação imperfeita, falámos.
Há bocadinho a incerteza, essa volatilidade, essa incerteza em relação ao futuro.
E depois, em muitos casos, temos de tomar decisões rapidamente e por cima de tudo isto temos as nossas próprias limitações.
39:30
Mais um espaço e um tempo limitado e uma cabeça que não dá para tudo.
Eu, a cabeça, não dá para tudo.
Uma intuição que é falível e temos outra, outra, outro aspeto da nossa mente, que a que a investigação do que eu referi há pouco demonstrou que é a nossa tendência para cair em viesos cognitivos, que são basicamente quando esta nossa intuição para além de ser falível.
39:52
Se desvia tendencialmente a racionalidade, por exemplo, um viés, o talvez o viés mais conhecido de todos é o viés da confirmação.
EE toca exatamente num ponto que nós falamos, há bocadinho é o viés da confirmação.
É a nossa tendência para não ir à procura da informação de maneira neutra, mas ir à procura da informação que confirma as nossas criações prévias.
40:11
E é exatamente o que muita gente incluindo quer queiramos, quer, quer, não nós, os 2.
Tendemos a fazer o nosso dia a dia por muito que queiramos contrariar isso.
Portanto, agora que nós tínhamos feito aqui 40 minutos de grande inteligência e de e auto elogio, tu acabaste de dinamitar e dizer, estão aqui 2 pobres falhados a discutir uma coisa, há uma intuição, lá está.
40:36
Vamos até às ideias autoconfirmatórias que é quem manda.
Quem é líder hoje em dia está a pensar e a decidir melhor do que o que estava, o que seria um processo normal de evolução.
Ou tem dias?
Tu falas com muitos líderes.
Diria que tem dias, diria que tem 111.
40:57
Conclusão interessante desta de de pensar sobre esta área EEE investigar é que tu percebes que as nossas limitações individuais sempre existiram, sempre existiram e, portanto, a chave está no processo.
E aí em defendermos, em em organizarmos um processo?
41:13
Em termos um processo organizado de tomada de decisão?
Estruturado e em poderes, utilizar os outros, ou seja, a as uma diversidade de perspectivas, para para no fundo, minimizar estes nossos viés individuais.
Pimentel e o ego o Pimentel e o ego.
41:30
Por isso é que é difícil.
O ego do inteligente, o ego do que vê mais longe, o ego do que faz as contas melhores.
O ego do que foi o melhor aluno, o ego que diz.
O meu príncipe, és tu, o eleito para poderes, definir o futuro dentre todos nós, como é que é?
41:48
Pois é difícil, não é?
Como é que é difícil tu estares a fazer isto com seres humanos, não é?
Como é que essa?
Como é que como é que nós podemos criar um processo em que nos possamos calibrar?
Acho que a palavra é essa.
Como é que nos podemos calibrar?
42:04
É difícil e é uma dificuldade aqui.
De todo este processo, no caso da da tomada de decisão, é que não é nada fácil perceber isto.
Só que, no ponto dos problemas abertos que falávamos no início, não é uma decisão, é um problema aberto.
E, portanto, e quando com um problema fechado como como o quem quer ser milionário ou os exames na escola, tu sabes se acertaste ou erraste, é possível verificar, é possível verificar e, portanto, tu tens uma chave, tu sabes se tomaste a decisão certa, digamos assim, com as decisões do mundo real, não é assim.
42:36
E portanto, o que tu sabes é se ela correu bem ou correu mal, e isso podes saber iá os casos, não tens a certeza, mas podes conseguir saber isso em muitos casos consegues, mas não sabes se Ela Foi bem tomada ou mal tomada.
Ou seja, o que é que acontece?
Tu podes tomar uma decisão mal vítima do teu ego, precipitadamente sem usar os factos todos sem parar para pensar e ela correu bem e podes tomar uma decisão corretamente, da maneira mais estruturada possível, recolhendo toda a informação necessária.
43:05
E é um corrente da informação dos outros e corre lá e isso é tramado, não?
É, mas isso é um desamparo?
Quase.
Então o que é que a gente faz à nossa vida?
OOO.
É uma coisa parece aleatório.
Não, a questão é, mas o aleatório é.
É interessante falares nisso porque é importante se nós decidirmos bem ou estou a dizer de outra forma, tendencialmente.
43:26
Decidir bem, aumentar a probabilidade da decisão correr bem e decidir mal, aumentar a probabilidade da decisão correr.
Mal já é, já é mais descansado, pronto, isso o.
Problema é que nos casos individuais, precisamente porque há fatores aleatórios como tu dizias, tu não sabes que nós controlamos, tu não sabes, há um exercício muito engraçado que que lia isto no outro dia, No No livro, que era uma pessoa que estava, estava a fazer uma, mas há uma palestra, pedia às pessoas para pensarem um bocado e escreverem a melhor decisão que tinham tomado na vida e a pior decisão que tinham tomado na vida.
43:51
As pessoas escreviam e tal partilhavam e em todos os casos, sem exceção.
A melhor decisão que tinha sido uma decisão que tinha corrido bem, e a pior decisão, uma decisão que tinha corrido.
Mal, portanto, estás a isto.
Não faz isto, não faz sentido.
Mas as pessoas viram assim, não é o.
44:07
O pondé não faz sentido que todas as decisões.
Mas porquê?
Porque essas deixaram uma impressão, não?
Porque nós não conseguimos.
É muito difícil para nós destrinçar um fator de outro.
Ou seja, é muito difícil eu fazer te a pergunta ao tu a mim, qual foi a melhor decisão que tomaste na vida?
E tu dizeres, olha, a melhor decisão que tomei foi, foi esta decisão.
44:26
Que depois não correu mal por fatores que eu não controlei, mas foi claro, é claramente a decisão de que eu mais me orgulho, porque pensei.
Não, não quer dizer, nós podemos sempre ter ter uma escapatória para isso.
Então qual foi a melhor decisão da tua vida?
Não fui eu que tomei, foi a minha mulher.
Estávamos aqui.
Isso é possível?
44:42
Isso é possível?
É possível.
Olha, OOOO, estamos no mundo das redes sociais, claro, mas estamos num mundo em que esse maravilhoso ou ameaçador mundo da inteligência dita artificial aí está.
Ela é rápida, ela tem um acervo de informação gigantesco.
45:00
Que diabo, então, devia acertar sempre.
Acerta muitas vezes.
Como é que tu te confrontas com?
Com, com a, com a, com a, com esta, com estas novas fórmulas de organização do conhecimento dentro de computadores.
Eu acho que esse é um dos grandes desafios para de futuro.
45:16
E é engraçado perguntar porque ainda ainda hoje que escrevi uma coisa sobre isso, a inteligência artificial, ou seja, estes, os 7 chip e afins, por um lado correm o risco de destreinar o nosso pensamento crítico, por nós confiarmos a certa lamento no que sai de lá.
45:34
E por outro lado.
Ao estar a automatizar as coisas mais automatizáveis, vai deixando crescentemente para nós os problemas abertos.
Lá está multidimensionais onde o pensamento crítico é mais relevante.
É 11 aspeto curioso, ou seja, por um lado concorremos o risco daquilo destreinar o nosso pensamento crítico e por outro lado, os os problemas que vão sobrando cada vez mais para nós seres humanos, são os que requerem pensamento.
45:56
Crítico é o problema da calculadora.
É um bocado o problema da calculadora.
Quer dizer, na verdade, essa essa questão de destreinar o nosso pensamento crítico, ou seja, no fundo nós perdemos competências.
É uma preocupação que existe desde a as primeiras tecnologias que foram inventadas, desde que se inventou a escrita e é.
Verdadeira ou é uma falácia?
46:12
Não é.
É verdadeira.
Pensa no seguinte, eu e tu.
Bem, eu vou.
Eu só posso falar sobre mim, poder me as surpreender agora.
Mas eu sei poucas coisas de cor.
Quer dizer, não sei poemas, não sei, não sei mais do que uma frase ou 2.
46:29
O máximo que eu conseguiria recitar de um texto seria uma frase ou 2 ou sei lá, uma estrofe do talvez dos lusíadas com alguma sorte.
Está descansado, porque eu também sou do mesmo tu.
E a maior parte das pessoas, mas.
Conseguimos lembrar nos do do referencial de qual é o livro do.
Que é que?
Mas não é a mesma coisa não se tu recuasses à idade média ou e sobretudo, ou seja, pré invenção da imprensa e sobretudo se recuasse, a antiguidade das pessoas sabiam, em alguns casos, quase livros completos de cor.
46:52
Essa é uma competência que se perdeu quase completamente.
Embora houvesse muito menos livres, não é e muito menos informação, mas.
Era por isso, tinham que secorar porque não havia livros.
Claro, e tinha que ser a boca à boca, tinha.
Tinha que estar na nossa cabeça ali, pronto e.
Depois inventamos a escrita e depois.
Inventamos a escrita e essa competência deixou de ser necessária.
47:08
Externalizamos a competência.
Externalizamos que, no fundo, é o que a tecnologia tem feito ao longo da história, não é?
E, portanto, perde se umas coisas e ganha se outras.
EE nós agora que já vivemos neste mundo, é fácil olhar para trás e achar que ganhamos mais do que perdemos.
Mas quando?
Quando estamos a lidar com o desafio da inteligência artificial, tendemos a achar que corremos o risco de perder mais do que do que vamos ganhar, eu não.
47:29
Acho.
E se um dia alguém te desliga a ficha, não é?
Quer dizer, eu acho.
Para mim, a inteligência artificial é um problema da ficha, não é que é o primeiro problema é, alguém tem a mão na ficha, não vá isto descambar de alguma maneira e, portanto.
Estás assim?
Essa parte de tirar a ficha da, da, da, da máquina e por outro lado, outra que é o que é que acontece quando que quando antigamente era se falhar a luz, isto a gente não vê.
47:51
Televisão agora é se falhar a luz.
A gente já não tem internet, já não tem nada claro.
EE, portanto, é o problema contrário.
Mas isso é como alguém poderia dizer o mesmo em relação aos livros, não é?
Então alguém, alguém, enfim, vinda do passado, poderia dizer, então, vocês não sabem nada de cor.
Um dia destes ficam sem livros e sem computador.
48:07
E agora?
E agora, não é?
E depois lá está.
Não tem nada para dizer uns aos outros, não é?
Não temos que inventar sempre umas.
Ninguém decorou Os Maias para poder, para poder, conta.
Contar à volta da fogueira, não.
É, olha, quero fechar este este programa, a melhor decisão.
48:22
Tu tu tens tens esquematizado na tua cabeça qual foi a tua melhor decisão?
Ah, estava a ficar essa impressão.
Não, não, não quer dizer, é porque eu não tenho.
E agora estava aqui, estava a pensar aquela.
Pessoa teria de passar, de parar um pouco para pensar, mas é inevitável que eu fosse escolher uma decisão que tinha corrido bem, uma consequência.
48:37
Boa, claro, em.
Princípio, mas não é, mas é perfeitamente possível que a minha melhor decisão, ou seja, a decisão que eu tomei.
Em que o processo tenha sido mais cuidado, tenha sido uma decisão que correu mal.
É perfeitamente possível.
Hum, e.
Vice versa, tu és um podcaster escreves escreves fazes Oo 45°, que agora faz parte da rede do do do expresso.
48:59
Onde tu encontras pessoas para para falar exatamente sobre esta questão do do, do pensamento?
Para fazer isto no fundo?
Para fazer isto exatamente eu, eu apenas fui.
Fui copiar aqui uma boa ideia.
Fui, fui.
Aqui não era isso que eu queria dizer o que?
É que o que é, o que é que o que é que te ofereceu?
O podcast quando, quando, quando, quando tu pensaste?
49:16
O que Oo que é que o podcast me tem oferecido?
Sim, ao longo dos anos e imensas coisas.
Tem sido uma experiência incrível porque.
É, eu dizia no início que o que o pensamento crítico nesta aceção mais abrangente que eu lhe dou, que inclui a parte da de ter uma atitude criteriosa, mas também ter um pensamento estruturado, se aprende contactando com áreas diferentes e falando com com pessoas de perspetivas diferentes.
49:42
E o podcast tem medado isso.
O 45° tem medado.
Isso é um é um.
Eu dizia AA certa altura a brincar que era uma técnica de engate intelectual, ou seja.
Tens uma boa desculpa para ligar alguém e dizer, venha cá conversar?
Exatamente.
É isso?
Calma aqui, eu imagino que sintas o mesmo.
Só isso é um pretexto, não é?
É um Belo pretexto, não.
49:57
Se a gente ligasse alguém a dizer, olhe que eu queria falar aqui contigo durante 40 minutos sobre uma coisa qualquer, as pessoas não ficam 40 minutos a falar.
Agora vamos aqui gravar um podcast, então vamos gravar.
Exatamente, é isso mesmo.
EE, para mim, funciona também como um como algo que me obriga a ler sobre determinado tema e preparar determinado tema para para mim.
50:17
Metade do ganho de cada episódio está na preparação.
Eu peço sempre aos convidados para enviarem coisas e pode ser só podemos estar a falar de um livro, de artigos, de podcast, whatever, e isso obriga me a mesmo, antes da conversa, a aprender mais sobre aquele tema, e depois há a conversa e depois a conversa.
50:33
Na conversa vou aprender mais ainda, mas há até aspetos que eu preparei que não vou, não vou abordar na conversa, mas isto é cada tema.
É quase como se a cada tema eu fizesse um vá Mini minicurso sobre aquele tópico.
O que é maravilhoso.
E isso é interessante, não é?
E a pessoa vai somando, somando, somando EE, isto vai vai criando aqui um efeito cumulativo que é interessante.
50:54
Numa pergunta simples, exploramos os desafios da comunicação e do pensamento neste episódio.
José Maria Pimentel ajudou nos a perceber porque é tão fácil cairmos em armadilhos mentais e porque é tão difícil pensar de forma verdadeiramente crítica.
Entre a lógica, a emoção e a desinformação, há um campo de Batalha onde cada um de nós precisa de aprender a mover se melhor.
51:16
Falamos de argumentação, de vieses cognitivos, do impacto das redes sociais e da dificuldade em distinguir factos de narrativas.
E falamos, claro, de decisões, essas escolhas que fazemos todos os dias.
Quase sempre sem tempo para refletir.
51:32
Pensar bem é como comunicar bem.
Dá trabalho, mas será que podemos dar nos ao luxo de não o fazer até para a semana?
