Quiseram os deuses da chuva e do sol fazer coincidir com a publicação deste episódio a chegada de um comboio de tempestades ao nosso país.
Já vos explico o que quer dizer a expressão “comboio” de tempestades embora a coisas seja mais ou menos intuitiva de entender.
Quero deixar duas notas: a primeira é que quando ocorrem estes fenómenos típicos é mais difícil prever o tempo que vai fazer.
A segunda é que esta conversa foi gravada há semana e meia e por isso é importante situar no tempo, o do relógio, quando foi criado este episódio.
Em todo o caso a conversa é muito interessante e aprendi muito sobre a fascinante ciência meteorológica.
E o que tem a vez com comunicação? Tudo. Dizer que vai chover, que vem ventania ou vai ficar um calor de. Rachar cria uma expectativa.
E na nossa cabeça a previsão passa rapidamente a certeza absoluta e não a uma probabilidade mais ou menos certa.
Em caso de dúvida vá à janela e observe com atenção. Isso ajuda.
Se ainda tiver incertezas inultrapassáveis, leve o guarda-chuva. Se não chover batize o instrumento como guarda-sol.
A meteorologia é uma ciência de precisão… mas também de incerteza.
Ouvimos a previsão na rádio, vemos os mapas na televisão, conferimos a ‘app’ no telemóvel–e, no final, ou confiamos, ou desconfiamos.
“Mas afinal vai chover ou não?” é talvez a pergunta mais repetida a um meteorologista, e esta semana traz-nos um cenário perfeito para explorar essa questão: um verdadeiro “comboio de tempestades” está já a chegar a Portugal.
Se nos últimos dias tem sentido o tempo instável, prepare-se porque a tendência não vai mudar tão cedo.
Um bloqueio anticiclónico sobre as ilhas britânicas está a funcionar como um muro invisível, empurrando depressões diretamente para a Península Ibérica.
Os ingleses quiseram experimentar o clima algarvio e mandaram chuva cá para baixo.
O resultado? Uma sequência de tempestades que nos vão atingir quase dia sim, dia não, com chuva intensa no sul já que começou nesta terça-feira e previsões de instabilidade pelo menos até ao fim de semana.
Se tudo depende de modelos matemáticos e observações, porque é que por vezes a chuva anunciada nunca chega ou, pelo contrário, uma tempestade inesperada varre tudo sem aviso?
Sabia que diariamente são lançados balões meteorológicos que sobem na atmosfera para medir pressão, vento, temperatura e humidade? E que os radares meteorológicos conseguem detetar em tempo real a formação de tempestades? Mas mesmo com esta tecnologia, há fatores que tornam algumas previsões mais difíceis do que outras–como os famigerados aguaceiros isolados, que podem cair forte num local e deixar outro completamente seco a poucos quilómetros de distância.
O que permite o desejo de poder ter afinal chuva no nabal e sol na eira.
Bruno Café explicou-me como os meteorologistas trabalham com milhares de dados e recorrem a modelos matemáticos complexos, mas também precisam de experiência e análise humana para interpretar a informação. A meteorologia não é um jogo de certezas absolutas, mas sim de probabilidades bem calculadas.
Então e os fenómenos atípicos.? O impacto das alterações climáticas.
Afinal, temos mais fenómenos extremos ou apenas mais atenção sobre eles? Bruno Café explica como os dados mostram um aumento real de temperaturas e eventos severos, mas também como as redes sociais e a mediatização dos fenómenos fazem com que estejamos mais conscientes do que nunca.
As cidades estão mais vulneráveis à chuva intensa? E o que acontece quando um ano inteiro de precipitação cai em apenas um dia, como já aconteceu em algumas regiões da Península Ibérica?
Volta e meia recebemos alerta, nnos ‘media’ou no nosso telemóvel..
São os chamados alertas ou avisos de tempo severo.
Quando o IPMA emite um aviso laranja ou vermelho, há sempre quem critique: “Disseram que vinha tempestade e afinal não aconteceu nada!”
Mas, como Bruno explica, os avisos são feitos com base na probabilidade de risco, não numa certeza absoluta. E se a tempestade acabar por não ser tão grave num determinado local, é sinal de que as previsões falharam – ou de que simplesmente tivemos sorte?
Falamos ainda da inteligência artificial na meteorologia, uma tecnologia que já começa a ser usada para prever padrões climáticos de forma ainda mais rápida e precisa. Será que um dia a IA poderá substituir os meteorologistas humanos? Ou continuará a ser necessário alguém para interpretar os dados e traduzir a incerteza da ciência para o público?
E claro, não podíamos deixar de perguntar: será que os meteorologistas conseguem ir a um jantar sem que alguém lhes pergunte ‘Como vai estar o tempo amanhã?’
Este episódio é essencial para quem quer entender como se faz a previsão do tempo e por que motivo a incerteza nunca desaparece totalmente.
E com um cenário meteorológico tão instável como o desta semana, é quase como se tivéssemos marcado esta entrevista de propósito… mas juro que foi apenas coincidência!
Nós os humanos queremos sempre a certeza e nem sempre há essa resposta.
Em princípio no verão está melhor tempo, sem contar com as ondas de calor, e no inverno chove mais.
No meu norte diz-se que o primeiro de agosto é o primeiro de inverno.
O meu amigo Zé Terra , que é um optimista meteorológico anunciam-me sempre que “isto vai levantar” quando chove a cântaros e o céu está negro.
E o Rui Teixeira, que é do Porto sempre enunciou, com graça, que o norte é tão acolhedor que até o inverno decidiu passar por lá as férias de verão.
Na minha praia, a de Moledo, é certo e sabido que a nortada pode desgraçar qualquer dia de bangos. Mas que quando nem vento corre, é o melhor dia de praia do ano.
O problema é saber qual é esse dia.
Sim, os metrologistas que usam grandes números para prever o tempo escrevem com letras miudinhas que há uns sítios especiais onde há os chamados micro-climas.
Em caso de profunda irritação ou neura com o mau tempo há sempre uma expressão que podem usar: “vai la fora ver se chove”
Não é bonito mas ajuda a aliviar o espírito.
Sejam optimistas, afinal já falta mês e pico para a primavera.
Isto vai levantar.
00:00:00:00 – 00:00:23:14
Viva, Bruno Café Meteorologista. Vemos te na televisão, ouvimos te na rádio a contar como é que vai estar o tempo. Essa devia ser a primeira pergunta. Se isto não fosse um ponto gasto, que é como quem no fim de semana vai chover e já te aborrece quando te fazem essas perguntas 500.000 vezes não me aborrecem.
00:00:23:16 – 00:00:44:18
Eu percebo por que é que as pessoas fazem pergunta Quer dizer, não, não é perfeitamente normal e tu levas o telemóvel na previsão do dia? Ou então dizes as pessoas vão lá mas é ver ao site. Exacto, é o que apetece dizer muitas vezes. Bom ver o site porque a informação está atualizada e normalmente não fazem perguntas. Está de folga e quer dizer mas, mas porque é que estão a aborrecer?
00:00:44:18 – 00:01:10:10
Quer dizer, mas então o que é que vai acontecer? E depois perguntam te quando a coisa não corre bem, isto é, quando tu que vai, que vai chover e afinal não chove, ou que vai estar sol e afinal chove de cobram te. Não por acaso as pessoas são muito simpáticas, As interações são sempre muito, muito cordiais, simpáticas. Pode ser de uma piada em relação a isso, mas não, não passa muito disso.
00:01:10:15 – 00:01:38:22
Até porque eu diria que essas falhas também são. São, são raras. Ao menos são. São menos usuais do que eram aqui. E a nossa expectativa, sempre quando ouvimos a previsão meteorológica, é e isso é que é considerar que aquilo não é uma probabilidade, mas que aquilo é, em princípio, uma certeza. Como é que? Como é que? Como é que o meteorologista olha para para essa ideia de incerteza?
00:01:38:24 – 00:02:09:14
Bem, uma previsão nunca é. Nunca tem uma resposta preta ao branco Sim ou não, Não raramente existe. Tem sempre alguma incerteza associada. Muitas vezes a incerteza é baixa. Temos de tempos, temos previsões que são muito mais fidedignas e muito mais mais fáceis de fazer. E tem outras vezes em que a incerteza é muito mais elevada. Normalmente, quanto mais próximo está do período de fazer a previsão, menor a incerteza é, por exemplo.
00:02:09:16 – 00:02:33:03
Mas podes ter situações em que situações de aguaceiros. Os aguaceiros são sempre um exemplo clássico, porque tens precipitação que pode ocorrer com intensidade moderada. Dez quilómetros daqui e aqui não caiu uma pinga, mas a previsão que tu tens que fazes para a Grande Lisboa é uma previsão da água saíres, mas depois se calhar uma pessoa vem ter contigo e diz então mas ia chover e a chover aguaceiros?
00:02:33:08 – 00:02:54:15
Não, não, não, não tem uma pinga na cabeça. Está cá sempre aquela expectativa que é uma estação sol na eira e chuva no nabal que quer ser para aquilo que acontece. Como é que o teu dia a dia tu estás a falar daqui de afinada previsão, com com absoluto rigor? O que é que tu tens? Que instrumentos é que tu tens?
00:02:54:17 – 00:03:18:19
Mas nós quando chegamos ao nosso local de trabalho, estamos a receber normalmente uma altura em que se começa a receber a informação do centro Europeu, que é aquela com que nós trabalhamos, mas depois temos também informação que é gerada no próprio IPMA com com um deles, que tem uma resolução um bocadinho mais melhor, tanto para para outro tipo de fenómenos que são fenómenos mais localizados.
00:03:18:21 – 00:03:54:04
E é aí, e com isso que nós trabalhamos, podemos, recebemos, começamos a receber cartas de depressão, de precipitação, de vento, aos vários níveis de humidade relativas. É uma em homem e uma coisa, enfim, não são infinitos, como é óbvio, mas são muitos, muitos, muitos produtos que temos para analisar, que também. Portanto, fazemos um filtro que, de acordo com a situação que temos, sabemos mais ou menos para onde é que temos que nos virar em termos de análise de produtos, porque é diferente, por exemplo, fazer uma previsão no verão ou no inverno.
00:03:54:06 – 00:04:20:08
É diferente fazer uma previsão para diferentes tipos de situação. Sempre no verão tens normalmente um anticiclone que que predomina, que é ele que afeta normalmente o estado do tempo. É óbvio que vais ter alterações, pode aparecer uma depressão que é o tal dos Açores, é o tal anticiclone dos Açores. Normalmente sim que a gente gosta. Não é porque nos traz o bom tempo para nós, dependendo onde aquele onde que eu estiver, o que é que faz que o raio do anticiclone suba?
00:04:20:12 – 00:04:50:09
Já temos, Já temos alguma ideia científica sobre isto? Sim, tem muito a ver com a corrente. Já tem a altitude que uma quantidade está mais nas latitudes mais a norte e depois tem a ver com as depressões que são são geradas mais a oeste e que normalmente atravessam o Atlântico e que são pressões mais cavadas, podem afetar a presença do anticiclone e, por assim dizer, é uma luta entre centros de ação.
00:04:50:11 – 00:05:12:12
O anticiclone com as pressões elevadas e pressões com as pressões baixas e é normalmente o anticiclone é o que predomina no verão aqui. Como é que tu explicas isto às pessoas? Porque tu, quando tens que aparecer na televisão ou na rádio, o que é que é que tu dás? A ênfase quer dizer, tu tens esses dados todos, faz esta previsão, já quer falar outra vez os dados?
00:05:12:14 – 00:05:43:00
Mas. Mas depois tens que conta. Vamos lá Bruno, tens 30/2 aqui para contar toda a verdade sobre a meteorologia nas próximas, nas próximas horas. Normalmente a previsão meteorológica não, não carece de muita explicação. Ou seja. Vais dizer que o amanhã vai estar céu pouco nublado, limpo. O vento está fraco, moderado no quadrante norte, temperatura máxima, baixa mínima e.
00:05:43:02 – 00:06:17:21
Ou seja, essa informação principal que passas não normalmente não carece de muita explicação. É obvio que isso pode acontecer em determinados é alta, qualitativa. No fundo não seja auto explicativa, mas. Normalmente uma previsão que tu queres rápida e clara e sucinta, que é o que acho que é o que nós queremos que é, que essa informação passe de maneira clara, que as pessoas percebam a informação não carece de explicação a dizer a minha vai estar a ser um pouco de água limpa porque tens um anticiclone localizado nos Açores, está em crista sobre o continente e gera uma situação de instabilidade.
00:06:17:21 – 00:06:44:00
Quer dizer, aqui em processos físicos que não são necessários estar a explicar é que tu não explica, é que sim, É que normalmente poderá ser aflorado por exemplo, na apresentação do programa Bom Dia Portugal. Isso é feito de uma maneira simples, rápida e também no contexto em que está inserido. Essa apresentação não é não carece de grande elaboração em relação a essa.
00:06:44:00 – 00:07:21:02
Essa olha o que que pode fazer com que uma previsão seja mais certa ou mais aproximada é o tempo fator tempo. Podemos acreditar numa previsão quantas horas antes de sair de uma forma mais ou mais clara? Isso depende daqui a cinco minutos. Depende do tipo de situação. A previsão para daqui a uma semana e iremos ter uma previsão para daqui uma semana, com uma incerteza, com uma certeza, e levá la pode acontecer se essa precisamente for uma situação de estabilidade, com o predomínio do anticiclone, Pode ser.
00:07:21:05 – 00:07:53:08
Pode ser uma previsão mais certa do que se está a fazer. Uma previsão para amanhã em que temos a aproximação de uma depressão a Portugal continental e que, pronto, com ela traz aquela geração de aguaceiros, mas que depois está muito dependente de quão próxima a depressão vai estar de Portugal, porque pode fazer toda a diferença de teres um dia em que tens aguaceiros, se calhar durante todo o dia, ou então estar um bocadinho mais afastada e os aguaceiros acabaram por ficar um pouco sobre sobre o mar e não chover.
00:07:53:08 – 00:08:17:12
E lá está, é altura da gente dizer mal dos meteorologistas. Obviamente é como lá Deus inventou os economistas. Não é para não deixar os meteorologistas sozinhos. Frisando o Isto significa que estamos a falar dos dados. Imagino cartas de satélite, como aquelas imagens que nós costumamos ver, mas a densidade de dados que lá estão é muitíssimo maior. E depois, o que é que tu fazes com esses dados?
00:08:17:12 – 00:08:41:22
Lá está vento, humidade, pressões atmosféricas, O que fazes? Há também nisso? Pois na Bimby, pois numa mesma panela de pressão mexes o caldo. O que é que o que sai? Isto é algo a discricionaridade, Que tu tenhas no teu trabalho e sensibilidades diferentes entre os meteorologistas ou de todo é uma receita que é uma receita universal e é um processo automatizado.
00:08:42:03 – 00:09:15:03
Não há sempre alguma subjectividade. Até porque depois, quanto mais nos afastamos do período em que estamos, mais trabalhamos com probabilidades. Para resumir, para resumir o que é, como é que funciona o nosso, o nosso trabalho, eu posso dizer onde nós chegamos lá, o que nós fazemos primeiro? Observar habitualmente às 08h00, às 20h00, tudo são turnos de 12h00 ou 12h00.
00:09:15:05 – 00:09:44:16
Então chegas lá às 08h00, às 08h00. Portanto, a primeira coisa que nós fazemos para já é passar a passagem de turno. E os nossos colegas dizem o que é que se passou nas últimas horas? Qual é a previsão das previsões que foram elaboradas e nessa altura é uma altura começarmos a receber os novos produtos. Portanto, cá normalmente duas atualizações por dia dos produtos do centro Europeu e quatro do produto.
00:09:44:18 – 00:10:09:12
Que é que é que é um produto especializado? Quando tu estás a falar do produto, estás a falar de de informar de tudo? Sim, toda a informação. O que nós fazemos depois é então observar o que é que se está a passar através de imagens de satélite, de estações metereológicas, de bóias, de sondas. E instrumentos de observação distribuídos pelo país?
00:10:09:14 – 00:10:37:03
Sim. Portanto, temos estações distribuídas pelo país. Temos também sondas que são lançadas normalmente ao meio dia, também de vários locais. O Sondas o que são sondas? Sondas ecológicas, portanto, são são. São instrumentos de medida que são lançados num balão automaticamente. Neste caso aqui, o de Lisboa é lançado do topo do edifício do IPMA e por lá está um bocadinho antes das 12.
00:10:37:03 – 00:11:10:04
É usado para onde o balão vai, vai subir na atmosfera e esse instrumento que vai agarrado ao balão vai medindo pressão, vento, temperatura e humidade e vai criar um perfil da atmosfera ao longo de 01h00, 01h00, 01h00 depois dá para recuperar essa estação Sim, normalmente, pois o balão acaba por rebentar e a sonda vai cair algures em Portugal, em Espanha, no mar depende um pouco.
00:11:10:09 – 00:11:32:18
E como é que vais recuperar isso com esse raio tão grande? Quer dizer, dependendo do estado dos ventos, dependendo dos ventos, normalmente vai mais para o interior. Por que é que os ventos sopram predominantemente contra? Então? É uma curiosidade com o tamanho desse dessa pequena sonda, diria que deve ser qualquer coisa. Não sai 20, 30 cêntimo, portanto ao meio dia convém.
00:11:32:18 – 00:11:39:04
E tem paraquedas ao menos. Ou convém a gente não esquecer?
00:11:39:06 – 00:12:17:04
Tanto medo do vento e da humidade sim, vai levar isso para os parâmetros e é essa informação. Conforme a sonda vai subindo, vai transmitindo essa informação que depois no final é agregada e é mostrada em forma de um gráfico em que nós podemos analisar como é que estava a atmosfera, neste caso a troposfera, que é onde são feitas as medições sobre nesta região, tanto aqui da região de Lisboa, embora muitas vezes chovendo tiver muito intenso, podem ter a Espanha e portanto temos um perfil e qual é a utilidade desse perfil?
00:12:17:04 – 00:12:46:02
Desses desses dados em comparação com os outros? Os grandes dados que dentro da Europa fazer comparação com o que o modelo está a prever. Ver zonas de estabilidade, de instabilidade, zonas em que camadas de tropas possam estar mais secas e que para além de fazer a comparação com o modelo que está, está a dar e perceber se um deles está a apanhar bem alguma situação.
00:12:46:02 – 00:13:10:12
É uma calibração, é para isso que aquilo serve. Uma comparação vai se juntar uma coisa a outra para várias coisas. Para o metrologia está observares saber o que é que está a atmosfera naquele local é uma informação que também entra para para os modelos, ou seja, que os modelos funcionam todos com com o início o início do processo de criação de uma previsão pelos modelos e através de observação.
00:13:10:12 – 00:13:45:03
Uma observação é superimportante sem ela não, não, não há previsão. E os modelos? Tem, tem, tem observação, tem a observação que é maioritariamente de satélite, mas depois tem a observação das redes de estações meteorológicas. Todo o mundo tem as sondas, tem bóias, há muita informação, informação, radar, radar meteorológico, como aquilo quer no aeroporto que que consegue medir. É praticamente tempo real do que é que está a acontecer aqui à volta.
00:13:45:05 – 00:14:03:22
O radar do aeroporto é específico para o aeroporto. Nós, nós aqui em Portugal Continental temos. Temos um radar em Arouca, outra em Coruche e outra em Loulé. Três são os três radares meteorológicos em Portugal, mas que são são diferentes daqueles que estão no mundo assim assim. São diferentes? Sim. E o que é que mede? O que é que o menu do aeroporto é mais e mais fino?
00:14:03:22 – 00:14:46:05
Vai para cima, Já tem um raio de mais pequeno, mas. Mas sinceramente não conheço bem. São dados que eu nunca vi. A informação que é dada a qualidade dos aviões é do Instituto de Meteorologia ou são dados específicos que aquilo que que são colhidos automaticamente são dados aos aviões? E as previsões? As previsões para os aeroportos são são feitas pelo IPMA e tem alguma especialidade aeronáutica e têm alguma especificidade pelo facto de os eventos ser possíveis, imagino que com maior rigor, porque os ventos são são obviamente críticos ou na realidade usam os mesmos modelos e depois ajustar.
00:14:46:05 – 00:15:08:18
Não são os dados dos mesmos modelos. Sim estados, porque a previsão é feita. É uma previsão muito específica para o aeroporto, enquanto a previsão geral tem que ter previsão para Portugal inteiro e as previsões para usar muito específico. E é mais fácil para tu estavas a dizer que tu dizes ok, aqui vai chover ou vai virar bastante? Pode ser aqui, pode ser assim.
00:15:08:18 – 00:15:36:11
Quilómetros pode ser a dez quilómetros. O que é que mudou nos últimos anos para que essa finura, essa eficiência da previsão, tivesse melhorado? Porque? Porque ela de facto melhorou O que nós todos, todos, vivemos? O que acontece, aliás, vemos quando há os alertas laranja, os alertas vermelhos e de facto, nós, os avisos, os avisos, os avisos, os avisos são mais úteis ou assustam mais?
00:15:36:13 – 00:15:59:03
Fico sempre a pensar nisso, porque quando aquilo acontece dá me jeito completamente de saber. Atenção que isto vai ficar, vai ficar complicado. Por outro lado, se não acontecer, eu vou ter de que? Porque é que? O que é que aconteceu? Para que? Para que não tivesse acontecido? Mas aconteceu. Se calhar ali, ali ao lado. Pronto, Os avisos, os avisos são sempre e são sempre uma situação de risco.
00:15:59:05 – 00:16:22:15
O que avisa, no fundo, é vejam lá. Isto quer dizer atenção, não é? Vá em frente e veja utilizando atenção. Pode acontecer durante este período. Pronto! Está organizado em quatro níveis o verde, o amarelo, laranja e o vermelho da pessoa que a severidade. E também entramos muito em conta com a probabilidade de um evento acontecer. É óbvio que os avisos.
00:16:22:17 – 00:16:46:02
Por exemplo, um aviso para Lisboa numa situação de água sério, Vamos pensar em que PDM Em que? Em que sabemos que a situação da água sete podem operar a ser de forte, é emitido um aviso e os aguaceiros forte podem acontecer a norte de Lisboa. Mas o aviso foi emitido um aviso amarelo para todo o distrito e depois calhar aqui na Grande Lisboa não viu nada e pronto, lá vão eles bater no botão.
00:16:46:04 – 00:17:12:12
Mas isso é um clássico. Quer dizer, eu acho que essa parte já está à frente, sendo que lá está, os avisos são são interessantes. É minha sensação de que os episódios de mau tempo, aquele mais mais severo, um existem mais ou é só uma perceção de alguém que não tem sequer uma escala de tempo para pensar? Tipicamente tem ficado.
00:17:12:14 – 00:17:43:20
Tem havido mais severidade. Mas há aqui, e principalmente para quem não, para quem não está dentro da meteorologia, para quem só observa, só só vê o que acontece ou segue através das redes sociais. Há aqui outros fatores que hoje em dia, quer dizer, toda a gente tem um telemóvel, toda a gente é capaz de filmar um algo que aconteceu e pôr nas redes sociais e automaticamente fica disponível para milhares ou milhões de pessoas.
00:17:43:22 – 00:18:07:19
Temos também a questão dos nomes das tempestades. Também chamam muito mais atenção para os fenómenos. Quem está aqui é que decidiu batizar esta canalização problemática. Se quer dizer quando era, quando, quando era pequena, pequena. Mas nasci em Belém. Em Viana vivi sempre em caminha e temporais por amor da santa. Quer dizer, aquilo acontecia ter temporais. O Inverno era inverno, era bastante agreste.
00:18:07:21 – 00:18:26:15
Não, não há. Não há aqui grande diferença. Se calhar hoje as cidades estão pior organizadas, há mais trânsito por aí fora. Mas essa é a minha curiosidade de saber se a frequência destes fenómenos está a aumentar ou a nossa atenção sobre estes fenómenos. É o batismo que estamos a dar, está a aumentar a nossa nossa atenção sobre eles.
00:18:26:17 – 00:19:00:11
Penso que é uma mistura dos dois, é uma mistura dos dois. É típico. Tipicamente temos temos visto episódios que não são, ou seja, que já aconteceram. Por exemplo, ainda há pouco tempo tive que tive uma reunião com três meteorologistas espanhóis e falou sobre sobreviventes de Valência de setembro e foram mostrados vários casos em que aconteceram precipitações semelhantes, não com o mesmo impacto que que teve, que teve desta vez, mas com quantidades semelhantes de precipitação.
00:19:00:11 – 00:19:23:07
São fenómenos que já aconteceram. Portanto, o problema não foi a chuva, o problema foi o próprio, o ambiente e a maneira como o ar, como o urbanismo tinha, que tem construído a cidade também. Sim, sim, sim. E depois há uma diferença de de onde é que vai cair a precipitação naquele caso, naquele caso, a precipitação. A maior parte da percepção ocorreu.
00:19:23:09 – 00:19:48:21
Foi muita precipitação, porque foi uma situação em que temos uma precisão que é normal acontecer durante um ano inteiro. Aconteceu durante um dia. Então é uma quantidade absurda de precipitação e não é possível prever com um grau de finura que aquilo vai acontecer exactamente naquele ponto. É possível. É possível prever que vai acontecer um evento daquele daquela magnitude.
00:19:48:23 – 00:20:19:07
É possível prever uma zona onde pode acontecer aquele tipo de evento. Depois os impactos são mais, são mais difíceis de prever. Neste caso, aconteceu numa zona que estava muito vulnerável, junto a um rio, muita construção, onde antes passava passava um rio que era muito, mas agora passa cimento claro e é aquele aquele fenómeno que não, que eu não compreendo, que é o fenómeno de células, uma célula outra.
00:20:19:08 – 00:20:42:23
O que uma célula, uma célula, célula metereológica, célula convertida é o que é aquilo que nós utilizamos. E agora em português, o que é que é uma célula activa que no fundo é uma nuvem com um desenvolvimento vertical, portanto, que se estende bastante em altitude e que é capaz de tirar precipitação. Normalmente precipitação é escura e conseguimos vê la visualmente.
00:20:43:00 – 00:21:11:16
Sim, sim, sim. Olha para ela. Sim, sim, sim, conseguimos Numa gigantesca com uma quantidade olímpica de água. Não pode ser uma célula convertível. Pode ser uma nuvem simples de desenvolvimento vertical, que é capaz de gerar um aguaceiro moderado. Não, não precisa ser um aguaceiro forte. Isso, pois, a organização das células da severidade diferente se tu tiveres. Se tu olhar para o teu computador e vires, não sei se consegue ver no computador.
00:21:11:16 – 00:21:44:04
Vamos ver. É um conjunto de muitas células muito vermelhas, carregadas com muita água. Em princípio tu consegues olhar para isso e dizer vem chuva da grossa aqui sim, Não, nós não observamos as células, percebe? Portanto, podemos ver a nebulosidade. Podemos ver o quanto é que o modelo está a prever precipitação em determinados locais. É sim. E nessa altura nós conseguimos saber que ao criar uma situação de alguma severidade é que pode dar.
00:21:44:06 – 00:22:17:21
Pode ter impacto com modos de precipitação elevados à superfície e nessa altura pega se no telefone. Não sei como é que funciona essa comunicação. Ligas para protecção Civil e dizes Temos aqui um fenómeno que pode acontecer com este determinado risco. Sim, o contacto de proteção civil é diário. Portanto, nós todos os dias de manhã fazemos um briefing para a Proteção civil e quando nós chegamos e fazemos a análise da situação, do que é que se passou, das observações do modelo, que é, o que é que o modelo está a dar, que é que está a prever.
00:22:17:23 – 00:22:43:24
O passo seguinte é fazer a previsão descritiva e fazer um um briefing para a Protecção Civil, que ocorre por volta das dez e meia e sentir todas as manhãs. Sim, é. E nessa altura nós passamos a informação à Protecção Civil, normalmente dos três dias do próprio dia e dos dois dias seguintes e E damos também uma tendência para os dias seguintes, às vezes até uma ou duas semanas.
00:22:44:01 – 00:23:14:17
E isso é feito com outra regularidade. Quando tu estás aqui, observas, obviamente, a zona de Portugal Continental, Madeira e Açores também é uma zona que que tu cobres habitualmente. Aí as meteorologistas que estão lá a fazer a previsão usando os modelos mais locais, não madeira, madeira. Fazemos também a previsão aqui no continente. Os Açores é que têm uma população regional com os seus meteorologistas que faz a previsão para para quem foi dos Açores, percebe quanto o quão aquilo muda muito rapidamente.
00:23:14:17 – 00:23:38:22
Ainda bem que não tem que fazer previsão para a criação. São milhares de quilómetros, não é que há ali e há muito ali. Tem muitas variações durante durante o dia. É uma previsão. Eu nunca fiz a previsão. É obvio que vejo muitas vezes a previsão, até porque na apresentação do Bom Dia Portugal temos que fazer a apresentação para para para o arquipélago dos Açores.
00:23:38:24 – 00:24:04:07
Mas. Mas pronto, tem as suas dificuldades, como também tem o Continente e como também tem a Madeira, que os arquipélagos são complicados. Para quem tem razão os negacionistas que dizem que isto afinal não está a mudar nada ou aqueles que dizem está aí uma catástrofe. O número de alterações climáticas são muito notórias. E não é consensual, mas é quase consensual.
00:24:04:07 – 00:24:29:23
Como é que tu vês? Como é que tu vês no teu dia a dia? Como é que tu vês este estas alterações? No fundo, no dia a dia a gente não vê muito essas alterações, ou seja, na previsão, quem faz a previsão para cinco dias normalmente, que é aquilo que nós fazemos, se nós não é visível, é nas médias, nas médias, ao longo do ao longo do tempo, uma subida sucessiva um dois graus depois.
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Lá está, mais uma vez, esta nossa sensação quase absurda que é tu. Mas eu estou a dizer que em média subiu dois graus por mês e este raio deste Junho foi ventoso e eu não tive nem deu Ir à praia parece um contrassenso, não é? Sim, sim, eu compreendo que às vezes é difícil perceber e relacionar os números que são veiculados com aquilo que nós vemos no dia a dia.
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Mas, por exemplo, agora, 2024, saiu um relatório do Copernicus em que o valor médio da temperatura global ficou acima de 1,5 por um meio, um grau e meio em relação aos períodos de há o período pré industrial. Isso é uma ciência, Isso está lá, está. Sim, sim, é verdade. Sim, sim, sim, sim. É tudo feito com dados de observação, observação.
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Eles são trabalhados no sentido de depois retirar a informação que é que que é importante deles. Quando tu vais às tuas redes sociais e vês aquilo que se diz de quem não olha para a ciência, mas dá um bitaite, afinal somos todos meteorologistas. Como é que tu te sentes? As pessoas sentem as pessoas hoje em dia e isso é um paradigma que mudou.
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O que mudou nos últimos anos e é dos institutos fornecerem os dados de observação e os dados de previsão estão estão abertos. Não são todos os dados, como é óbvio, mas tem muita informação. Quem quiser fazer, tem de fazer. Exato. Quem quiser fazer contas, quem quiser fazer uma previsão, tem. Tem muitos dados Por onde? Por onde pode usar.
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Isso é um amador? Consegue fazer isso? Sim, sim, sim. Hoje em dia o centro europeu que está está aqui. É o modelo que nós utilizamos. Disponibiliza imensos produtos de metrologia, de dados, de dados, de previsão a vários dias, de um de assembly, que é portanto utilizado para as probabilidades aí em produtos que podem ser consultados e que é importante Também há mais pessoas hoje em dia nas redes sociais a dar os seus bitaites e não se angustiar antes e não, não acho que eu acho que é uma situação normal.
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A zanga fica um bocado irritada às vezes se se veja que querem tirar partido de da sua posição, porque muito por aqui muitas redes sociais têm um peso muito grande. Tem muitos, tem muitos seguidores. Exato. E é a ver e às vezes, como não tem estes, estas pessoas não têm a responsabilidade que o IPMA tem, não é? Não tem a obrigação de rigor e ciência que nós temos.
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Podem dizer o que quiserem, podem fazer uma previsão. Lá está na sua rede como quiser e dizer vejam aqui que vai acontecer isto ou aquilo. E não é nunca. Eu tenho, eu tenho. Acho que todos temos a experiência, a democratização dos telemóveis, de despertos. Tenho para isso dez aplicações na meteorologia e nem sempre estão de acordo umas com as outras.
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Tal é uma discussão no meu telemóvel dizer lhe que vai chover. Olha que não vai. Porquê? Porque é sempre que haverá essas. Estas diferenças usam um modelo diferentes, podem usar cores diferentes, podem usar modelos diferentes e por exemplo, a aplicação do IPMA baseada no modelo do cinto europeu. Mas tem um algoritmo próprio que não é algoritmo. Foi criado por muitos lojistas do IPMA.
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O algoritmo é que é maneira de calcular sim o peso que dão a determinados produtos para a previsão da nebulosidade ou da precipitação. Como uma receita é como fazer uma receita simples. Sim, sim, mas o trigo disto -1 cadinho daquilo e depois vais afinando, O enfezado vai fazendo. Exato. E pronto. E temos a vantagem de ter acesso a todas as nossas observações.
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E é elas também entram neste jogo de afinar a previsão em si e depois junta dados reais, porque depois vais sabendo o que é que chove verdadeiramente em determinadas pontos meteorológicos. Como é que está o vento, como é que está a pressão e tu consegues recalibrar isto tudo? Sim, isso é um processo que é feito cada vez que cada vez que são, que são produzidos esses dados para para aplicação e depois, lá está, tiras esta informação toda e lá vens tu com o papel debaixo do braço.
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Aqui para a RTP, para o Bom Dia Portugal e dizer como é que, como é que a coisa está, como é que corre essa experiência, como é que ele se lembra das primeiras vezes que tiveste que enfrentar lá estar com o ecrã? Saudoso António de Azevedo quer dizer, sempre o mestre a nível de extraordinário comunicador. Fantástico mesmo. Como é que é e como é que essa experiência de falar, de falar para uma câmera está no ar?
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Não há uma reação do outro lado a apenas contar as coisas das reações das pessoas? Sim, sim, sim. De vez em quando, muitas vezes pelos olhares, notas. Às vezes sou mesmo interpelado. Se precisar, já tive alguma histórias engraçadas. Sei o que acontece. Uma vez fui interpelado por uma senhora que veio ter comigo num café e já sei quando vem com aquela história do eu nunca sei, não sei, já sei o que é.
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Ah, e a minha mãe gosta muito se assim. Ai que bom você olha você, você não faz ideia, mas ela tem um gato e o senhor sabe bem que se chama o gato. Eu sei, já estou, já estou a ver.
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Bruno que é feio, então que foi logo o nome todo.
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E pronto, é isso. Muitas, muitas vezes, algumas vezes interpelado na rua, as pessoas vêm ter comigo e, como disse, já são simpáticas, outras não. São muito cordiais, muito simpáticas. Nunca tive uma má experiência. Olha, mas diz olhando. E quando eu olho para o outro lado do Atlântico, para para Los Angeles e para aqueles fogos que lá aconteceram, fiquei a pensar como é que não há maneira de controlar estes fenómenos absolutamente extremos quando se conjugam baixa humanidade, vento, fogo.
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Acontece nos também aqui alguma coisa que possas fazer para tentar ajudar. No fundo, ao contrário, vais dizendo que vai acontecer, não é? Sim, vai acontecer. E quando a celeridade desta magnitude é muito difícil haver um combate que seja que seja muito eficaz. Em Portugal, pronto, sofremos um pouco também no mesmo, um período de grandes, sem precipitação, depois com ventos mais intensos, humidade relativa às baixas e é pronto.
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E a partir do momento em que se inicia um incêndio, o combate pode ser muito complicado se as situações. Se as condições meteorológicas forem forem severas, os modelos em Portugal já conseguem prever depois como é que o próprio fogo se pode desenvolver? Ou isso e os bombeiros e protecção civil que fazem essa parte? E portanto o que nós fazemos e é uma previsão do risco de incêndio, do perigo de incêndio rural, ou seja, se existem as condições que até, por exemplo, tem aí se houve uma situação de seca, se os combustíveis estão estão muito secos, os combustíveis finos, os médios e os grossos caruma que existe na nome das árvores que cai se durante.
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Se nos próximos dias não houver precipitação solvente for intensa humidade relativa se forem baixas o perigo ou o perigo de incêndio rural é muito elevado. É óbvio que não há incêndios se não houver ignição. Sim, mas normalmente há sempre algumas ignições, sejam elas criminosas ou acidentais, e, portanto, a partir desse momento, então o processo tem tudo para correr mal.
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No fundo, é para se espalhar rapidamente. Exato. Nós, nós na nossa interação com a protecção civil, portanto, temos. Temos esse briefing diário em que falamos precisamente na altura da época dos fogos. Falamos muito nas condições. O que, Como é que vai estar, como é que vai ser, como é que não está as condições para os próximos dias. Temos também um boletim específico que é elaborado durante a noite para o apoio ao combate aos incêndios rurais e é pronto.
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E depois, a partir do momento em que a ignição é zero, existem estas ferramentas que ajudam no combate aos incêndios. Olha como é que é a tua relação com a inteligência artificial? Já é usada e ou ainda não? Ou ainda ou ainda este modelo já já estão a usar isso? Sim ou não? Já já começam a ser disponibilizados e previsões para tudo produzidas pela inteligência artificial?
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E o que é que aparecem? Ainda são incipientes? Ou já ou já são para levar a sério? Já começam a apresentar resultados interessantes? O que é que aquilo faz que um ser humano não faça? No fundo, isto porque, em princípio, os computadores são bons a fazer contas? Claro que sim. Neste momento, neste momento, o que está a acontecer é a produção de produtos, a produção de produtos semelhantes àqueles que são feitos, que eram feitos anteriormente, só que de uma maneira muito mais rápida.
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E. É e que assenta muito na observação, Ou seja, em que sentido eu estou, em que sentido? É um mastigar e um mastigar da informação que já existe a outra forma? Exato. Portanto, a inteligência artificial, os motores, a inteligência artificial, o que fazem e vão ver as observações todas que estão disponibilizadas? O que é que aconteceu com determinadas situações?
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Estavam estavam com a mesma determinada situação? Ele compara Okay, hoje temos esta situação. Houve alturas em que a situação era a mesma. O que é que aconteceram? Os padrões X, a procura de padrões e portanto, inteligência artificial tem muito a evoluir no sentido em que quanto mais melhorarmos a rede de observação de observações, melhor será o resultado final da inteligência.
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E quanto mais dados lá puseres, quanto mais contexto lá puseres, mais ela vai conseguir fazer essas correlações e depois mostrar te dados, que é quando é que entra a subjetividade e objetividade de um cientista meteorologista. Entra um pouco quando começa a haver mais incerteza. Como é que tu lidas com incerteza e incerteza, faz parte de. A atmosfera é um sistema dinâmico, com compra.
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Aprendi estabilidade limitada e, portanto, há sempre alguma incerteza. Mesmo num dia de céu pouco limpo. Às vezes pode chover, não. Nós temos. Não chove, não chove? Não, Mas pode haver. Pode ser um dia de céu limpo. Pode ter algumas nuvens que estão a parecer que já criam um dia de céu pouco nublado. Há uma incerteza que é pouco importante neste caso, não é?
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E, pois, tens as certezas que são muito importantes, que a precipitação forte que ocorre em determinados locais e que não ocorre noutros e que muitas vezes são, são difíceis de prever e Bruno Bruno, o que é que O que é um bom dia de sol para ti? O que é um bom dia de sol para mim? Sim, porque eu não sei quem batizou agora o nosso Instituto do Mar e da Atmosfera.
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Aquilo devia se chamar Instituto do Sol do Vento e da Chuva e quer dizer muito mais Instituto do Sol Mais engraçado que é um bom dia de sol para partir. Não sei como é que tu estás com mau tempo. E tu estás com mau tempo? Depende se vou trabalhar ou se não estou a trabalhar.
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Se se estiver a trabalhar e se gosta. Gosto das duas coisas que tanto gosto de um dia de céu limpo para descansar um pouco. Como gosto de um dia que dá muito mais pica trabalhar e fazer a previsão. Deve ser muito difícil lá no Instituto marcarem férias e termos todos a mesma altura. Toda a gente.
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No café muito obrigado.