Este é um episódio torrencial.
Um record absoluto de palavras ditas por minuto.
De argumentos, piadas e perplexidades.
De cada vez que um actor fala há um autor que lhe criou um texto para dizer.
De cada vez que um apresentador aparece seguro de si a olhar para a câmara e a dizer as palavras certas na hora certa, então, muito provavelmente, há um argumentista que lhe escreveu o texto.
No fundo, todos os conteúdos de entretenimento como as peças de teatro, filmes ou séries, ou telenovelas tem o dedo destes escribas.
Nesta edição vamos ao fundo do baú dos escritos de Susana Romana.
Ela tem mil palavras no currículo. Desde o seu “Macaquinhos No Sotão” da rádio M80, ao 5 para a meia-noite ou até, a mítica série “Inspector Max”, o cão que deslindava crimes.
A conversa é torrencial, aviso já. E vai em excesso de velocidade.
Deu para tudo: para falar da importância das histórias na nossa vida, do valor das palavras e da falta de capacidade das pessoas interpretarem o que foi dito ou escrito.
O que se presta a discussões acirradas, mas profundamente binárias sobre a causa das coisas. Do humor, do riso e do choro.
De todas as histórias que nos emocionam.
E que convivem com o mais básico dos básicos, como as etiquetas que nos colocam.
A começar pela definição do que somos ou fazemos.
E quem diria que um cão de nome Max se ia tornar memória viva.
É um excelente exemplo da força das histórias.
E d e algumas histórias que saltam barreiras de gerações.
Como o dos filmes portugueses de comédia dos anos 40 ou a guerra do Raul Solnado.
São palavras que levam entranhadas a mitologia da cultura de Portugal.
A par da grande poesia, do folclore ou da tradição oral escondida na memória dos velhos nas aldeias mais longínquas.
Tudo boas histórias. Tudo boas narrativas.
Basta estar atento e ser curioso.
Basta ouvir.