O que motiva uma pergunta?
Ou o que impulsiona uma resposta.
Um sim, um não, um talvez.
A maioria das perguntas são automáticas e imediatas.
Há as perguntas utilitárias:
“Que horas são?”
“Onde fica o café central?”2
Vai chover?”
E há as perguntas filosóficas:
“Quem sou eu?”
“De onde venho?”
“Para onde vou?”
No meio destes dois tipos há uma miríade de outras perguntas.
Das mecânicas e para fazer conversa.
Das perguntas de seguimento.
Para manter a conversa ao lume.
E depois as mais técnicas. Não há líder que se preze que deixe de perguntar 5 vezes porquê.
E, por que pergunta 5 vezes? Porque leu num livro ou aprendeu num curso instantâneo que assim consegue aprofundar a conversa.
Até pode ser verdade, mas a premissa ignora que tem de haver do outro lado alguém que queira responder por 5 vezes à mesma fórmula de pergunta sem se aborrecer.
Para mim as perguntas tem de ter brilho nos olhos.
Vontade de saber. Porque sim. Porque assim ficamos mais ricos.
Mais humanos.
As perguntas são varinhas mágicas, não colheres de pau ou calçadeiras de sapatos apertados.
Os perguntadores de que mais gosto são os cientistas.
É verdade que eles depois complicam um bocadinho a coisa.
Chamam às perguntas hipóteses.
E às respostas conhecimento.
Mas o que mais gosto é de que quando são contrariados pelos factos, quando erram no que imaginaram ser certo, voltam a formular mil outras perguntas.
Não 5 porquês. Mas mil e um.
É por isso que vos trago hoje um cientista desses. Sérgio Dias.
Pergunta coisas sobre o cancro.
E eu quero as respostas dele.
A ciência faz-se de dúvidas e pequenos passos.
Como os diálogos.
E agora também quero saber como as células de um cancro invadem a nossa tubagem sanguínea.