Gostou deste episódio? Subscreva no seu telemóvel
Contar as notícias de forma rigorosa, ritmada e direta.
Com ele aprendi a fazer títulos de 7 palavras.
E a contar histórias complexas em 50 segundos.
O que define um Mestre?
Provavelmente a marca que perdura nos seus discípulos.
As manhãs da telefonia eram sempre trepidantes.
No ar das 7 as 10.
Acordados desde as 4 e pico da manhã.
Reunião de equipa às 5h.
Com cheiro e sabor de café fresco.
E depois 10 pessoas lançavam-se no desafio de contar Portugal e o Mundo nos noticiários da Antena 1.
Sena Santos assumia a liderança da equipa.
Escolhia as notícias. O que se conta e o que já não cabe.
Distribuía tarefas. Rápido. Tudo rápido.
Mas tantas vezes aceitava sugestões, ângulos, ideias loucas.
Tudo resumido a uma frase: conta-me a tua história.
E tínhamos uns 10 segundos para fixar o valor do que tínhamos para “vender” em antena. Vender é convencer o editor que o que temos merece ser contado no noticiário.
Por estes tempos aprendi muito sobre a arte da pergunta.
Sobre como ser eternamente um aprendiz.
Sobre o olhar do repórter enquanto testemunha profissional.
A honestidade. O rigor ambicionado. O equilíbrio entre pontos de vista. O contraditório. E a simplificação quase absurda de realidades complexas.
Ou sobre como ter coragem, lata ou até inconsciência de acordar poderosos às 6 da manhã. Tantas vezes com notícias difíceis.
E há pessoas com péssimo acordar.
Fixámos, nesta conversa, um olhar atual sobre o nosso mundo.
De olhos postos no relógio.
Afinal tudo começa com o sinal horário.
E esse sinal, repetido cinco vezes, cinco traços de som marcados pelo relógio preto com pontos vermelhos. O sinal horário. O sinal do tempo.