Ai que prazer
Fernando Pessoa
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Assim cantava Fernando Pessoa no poema “Liberdade.
Logo ele que tantos livros escreveu e muitos mais leu.
Uma ironia. Uma vibrante contradição. Uma provocação. Um exercício de questionamento e prazer como são todos os poemas. Como são todos os livros.
Os livros oferecem uma comunicação em diferido, mas presente. O Escritor escreve. Escreveu lá atrás, algures no tempo. Mas a leitura é reescrita. Cada um de nós reescreve o livro no tempo presente.
Os livros são mágicos. Os grandes livros provocam orgasmos mentais.
Pelo menos.
Todos os grandes livros abrem portas a universos que nunca imaginamos. São portas que nunca mais se fecham. E os salões do nosso baile mental são cada vez maiores, com mais gente, com mais personagens, com mais histórias, com mais vida.
De tudo isto vem o desassossego, a angústia, as perguntas, o espelho perante a condição humana, as lágrimas e as epifanias.
Quando se lê um grande livro é como se o universo se expandisse. Não como descrito nas ideias de Einstein, mas como desenhado na nossa cabeça pelos poetas maiores.
A fechar, uma nota pessoal. Este é um episódio onde quero agradecer-vos. Não só porque ouvem o programa. Porque subscreveram. Porque são parte da comunidade que quer comunicar melhor.
Mas porque o Spotify, sim, o Spotify, o gigante distribuidor de música e ‘podcasts’ acaba de me informar que o Pergunta Simples está no restrito grupo dos 10% mais partilhados pelos ouvintes, no mundo.
O que me enche, mais do que de orgulho, de gratidão.
Este reconhecimento é vosso, ouvintes que partilharam o programa. Obrigado.
Agora já tenho dois livros novos para ler.