Parece que nada foi encontrado neste local. Talvez tente uma pesquisa?
Parece que nada foi encontrado neste local. Talvez tente uma pesquisa?
Está tudo à beira de um ataque de nervos.
Adolescentes, pais, professores.
Já repararam que quase ninguém anda feliz com a vida que leva?
Pode ser uma mera perceção minha.
Mas há já múltiplos estudos que evidenciam sintomas de que o nosso bem-estar está abalado. E ninguém parece saber a receita para reequilibrar isto.
Decidi assim ir em busca de respostas, com Tania Gaspar, psicóloga clínica, autora e coordenadora de múltiplos estudos sobre a saúde mental dos jovens ou o bem-estar dos pais, enquanto trabalhadores.
E os resultados não são nada animadores.
A saúde mental dos jovens em Portugal está sob uma pressão silenciosa, mas cada vez mais evidente. Apesar de viverem numa era de oportunidades aparentemente infinitas, muitos jovens sentem-se perdidos, sobrecarregados e emocionalmente fragilizados.
Na nossa conversa Um dos temas que mais destacou foi o sistema educativo e a sua incapacidade de apoiar os alunos mais vulneráveis. Para Tânia Gaspar, a escola tornou-se um ambiente que, em vez de promover crescimento, muitas vezes contribui para o aumento da ansiedade e do insucesso.
Este ciclo de exclusão começa cedo e afeta, sobretudo, os jovens de contextos socioeconómicos mais frágeis. Sem suporte emocional e estratégias de recuperação, muitos acabam por abandonar os estudos.
A pandemia veio agravar estas dificuldades. As crianças que estavam no 1.º e 2.º anos durante o confinamento sofreram um corte drástico no desenvolvimento das suas competências básicas. Um estudo piloto conduzido pela equipa de Tânia Gaspar em escolas públicas demonstrou que, com intervenção personalizada e apoio emocional, grande parte dos alunos conseguiu recuperar a literacia e as competências sociais.
Será que estamos a perceber os sinais?
Os jovens estão emocionalmente mais frágeis. Tânia Gaspar descreve um cenário preocupante, onde as expressões emocionais muitas vezes se manifestam através de comportamentos disruptivos — agitação, agressividade ou, no extremo oposto, retração silenciosa.
Estes comportamentos são frequentemente interpretados como problemas de disciplina, mas podem esconder questões emocionais profundas. O ambiente escolar, em vez de integrar essas crianças, tende a isolá-las, criando um ciclo de exclusão e retração emocional.
E depois há a família.
A família é um dos pilares fundamentais para o equilíbrio emocional dos jovens. No entanto, Tânia Gaspar reconhece que nem sempre existe um acompanhamento adequado. Cito uma frase que podem ouvir a seguir: “Os pais estão exaustos, sobrecarregados com o trabalho, e isso reflete-se na capacidade de ouvir e apoiar os filhos”
Para a psicóloga, é urgente investir em literacia parental, para os pais compreenderem melhor os ciclos de desenvolvimento e os desafios específicos de cada idade.
Ser jovem acabadinho de entrar no mercado é uma carga de trabalhos.
A transição para o mercado de trabalho tem sido marcada por um misto de incerteza económica e falta de propósito. Muitos jovens sentem-se pressionados a encontrar um rumo rápido, sem espaço para experimentar ou errar.
Vale aprender um conceito que se está a tornar comum entre os jovens trabalhadores: o “boreout” — o tédio crónico associado à falta de estímulo no trabalho.
Além disso, muitos jovens rejeitam o modelo tradicional de carreira. Para esta geração, a ideia de escola-universidade-emprego desaparece, dando lugar a trajetórias mais fluidas, onde o propósito e o equilíbrio emocional ganham destaque.
Obviamente é essencial preparar melhor os jovens para os desafios da vida adulta, promovendo resiliência emocional e literacia em saúde mental.
Tania Gaspar é psicóloga e mãe de adolescentes. E observa de forma muito atento que se passa na escola dos nossos tempos. E o correr bem ou mal depende muitas vezes das condições da vida familiar e doméstica.
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Fazer isso, porque olha, já temos os bombeiros, já temos os profissionais de saúde, já temos os psicólogos, já temos os. Tenho também já muitos dados de jornalistas, mas como foi uma organização específica, não a posso publicar sozinha. Tem que ser com os outros, ou seja, misturo em cima. Mas e aí? Como não queres agitadores? Não tem melhor, Não podes pôr para ver como é que te sentes, te sentires mais livre, sem agitadores, portanto, sem que haja algum stress, nenhum stress que não tenha os três.
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Tens algum stress? Não é que precisamos é de vir aqui um bocadinho mais para para um, dois, três teste ABC diz segunda, terça, quarta e quinta e isto e os convidados que falam assim mas depois na vida real, depois já não falam. Então quer dizer notas soltas e fala, fala, fala mais e fala e fala bem. Não tem que estar em modo de avião não.
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Olha lá em casa, por exemplo, o meu marido queixava se quando eu estava a contar Temos que ser professora e falar em público faz com que projetas a voz, Mas isso não é mau e às vezes atira se muito. Está se a contar história aos miúdos, não estás a dar uma aula porque parece que acha que contava histórias como se tivesse mesmo.
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Mas mas isso funciona e eu são os miúdos que estavam ok. Acho que eu não fui eu não houve nada, mas eu acho que era muito barulho. Sim, malta, geralmente dizemos que estás a falar tão alto. Não estou a falar alto. Quer dizer, isso não é assim, isso é na maneira como eu falo. Portanto, não me lixem, caraças.
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Mas às vezes é chato ao telefone, por exemplo, e coisas assim, a pessoa vai ficar mais vezes as pessoas a falar tão baixinho como é que elas não estão? Como é, porque o microfone é bom mesmo? O que é que isto não abre agora? A que eu não abro, pq é pelo calar. Isto não é para nada. Eu sou muito solidária com estas novas gerações que isto realmente também não está a fazer pressão.
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Pois eu acho que a gente vai, não é isso que eu quero lá ver aqui. Claro que sou estúpido. Primeiro por este tema da vida. Eu tenho um filho 16 anos às 18 e agora, felizmente a tudo, excepto a parte que eu já fiz, já foi pior, não? Quer dizer, não tem 16 E de facto estamos naquela fase e este e este.
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Esta mudança de esta mudança da idade para os rapazes é lixada porque eles chegam ao décimo ano das filhas. Tenho uma filha com com 21 22. Foi a melhor. Impecável. A Sofia tipo. A perfeição. Olha, é psicóloga, vai inventar, fazer uso de uma arma, Mas a perfeição no sentido de pesquisar moda de postagem. Não sei o que é que ela vai fazer da vida.
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Ela vai, ela está. O que ela foi para a parte educacional, A mãe lá está, mulher é clínica e ela foi para educacional. É um. E então o que fascina são modelos de aprendizagem que eu não entendo e digo não sei o que é que estás a falar, mas, mas, mas, mas é o fascínio dela e é por aí.
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Ela é muito útil porque realmente a questão é que a escola está uma coisa horrível, desgraçada falar com os professores no sentido de um pouquinho mais aqui, não exatamente aqui embaixo, do lado direito, contrário. Isso é que não é bem assim. Você não fosse a. E isso não queremos, não queremos. Apesar disso, olha que é isso que acho que mais não queria eu Já tens?
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Queres mais um bocadinho? Eu ouvi falar, às vezes eu queria falar e vou já calarmos, já não digo mais nada. Para onde estão as assim? Eu por acaso foi o contrário. Tive um rapaz, foi super linear e tranquilo, É sempre muito focado no que eu quero em mim, que eu consigo dizer quem é ela assim mais artista e sensibiliza.
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Indefinição. Mas também tem muito a ver com cada um deles, com cada o primeiro que manda o rapaz é o primeiro. A rapariga, o meu foi ao contrário. Aquilo de facto agora é mais e mais exigente. E os E o sistema? O sistema escola é uma merda a falar português. Eu estou desiludida. Eu digo te uma coisa eu estou mesmo, porque assim eu trabalhei desde sempre que a gente trabalha com escolas e tudo mais no HBS.
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E epá, nós dedicamo nos mesmo à nossa equipa, à escola, no trabalho, com o professor. Há quantos anos é que eu dei formação de professores? E depois quando eu pus os meus putos no Privada numa escola muito especial, até ao sexto ano, os dois anos não havia mais inglês, nunca tiveram maus. Eu acho que eles estudaram até ao sexto ano em que nunca tiveram uma aula normal, tipo sentadinhos.
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Ouvir professor é uma escola mesmo gira. Então, depois ao sétimo, foram eles para a escola pública normal. Houve primeiro a primeira reunião de pais. Chega lá a dizer super mal a professora existe aqui deu muito mal os miúdos, eles casa eles ao meu filho ao fim. Mas tu tens a certeza? Estás bem? Eu sei. O Brasil colonial, eu também.
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As pessoas não são para ser nossos pais. Foi dito para onde E desde aí o que eu vejo assim tem muito a ver com os miúdos. Os miúdos são focados, estudam se, têm apoio em casa, se não se quer uma coisa, agora só a escola. Miúdos mais perdidos que têm menos suporte aquilo. Olha como podemos começar por aí e eu habitualmente falo sempre do sistema de saúde e do sistema de educação e a grande diferença deles é que no sistema de saúde, quanto pior estiver a pessoa estiver ali traumatizada com uma doença grave, mais o sistema investe naquela pessoa e tenta recuperar aquela pessoa.
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Aparentemente, o sistema de educação funciona ao contrário, quanto mais o aluno não tem notas de 20, quanto mais é difícil, quanto mais, quanto piores condições socioeconómicas tem, mais se deixa, mais deixa lá. Está na última, no último lugar da fila. Se quiser ir embora, vai se embora. O que é que está a passar que eu não sei. Mas a questão de pessoas assim também tem a ver com dividir os processos.
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Não quer generalizar porque conheci cursos espetaculares, mas acho que são os mesmos, nem seja instituições que eu, por exemplo, faço formação há 20 anos e os professores que vão lá e que estão lá são os mesmos, São os mesmos que há 20 anos estavam lá e agora continuam. Portanto, há um grupo de pessoas e eu não quero generalizar a classe, porque conheci pessoas espetaculares e não quero Agora realmente há ali um uma cultura, uma algumas características naquele ecossistema que fazem com que se centre muito neles e que realmente acaba sendo centrarmo nos nos clientes.
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Não acontece neste caso o cliente, os alunos. Existem casos, os pais e os pais fazem ideia do fato de eu falar dos alunos, não é? Seja esta questão já visto que a escola não tem. Enquanto que no hospital, nitidamente as pessoas estão a trabalhar parte dos doentes e vê se estão lá, estão a fazer, não há dúvida, não é o que é que é.
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Na escola tu vês a mesma situação trabalhares para os alunos, porque uma coisa é o sistema, mas também lógico, é um sistema que se centra nos professores e que de alguma maneira, uma situação que nós estamos aqui a fazer, um papel que é o resto do sistema, tem que se adaptar aqui. A forma como nós estamos a fazer uma não noção de comunidade, de não noção de de interação bidirecional.
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Sabe se que co-construção. E eu estou a pensar nisso porque mesmo já fiz dois trabalhos, muito embora também já temos problemas na adesão terapêutica dos doentes. Imagina chegas lá. Achas que há uma adesão terapêutica aos alunos? Achas que há aqui uma tentativa de ir para lá? Vou ver se percebi se não percebeu se vai mesmo estudar. Não há este trato.
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Podemos falar da matemática, que é a coisa que mais me choca, que é como é que uma turma inteira, os alunos têm genericamente boas notas e depois, na matemática, 70% chumba. E eu quando vos falar sobre isto dizem me sempre Não, mas é o programa. Mas é isto. Há sempre uma boa desculpa para que o rácio daqueles alunos e como eu não compro a ideia de que eles não são inteligente ou não são empenhados ou não querem fazer aquilo, parece me cair mais qualquer coisa.
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O que é que uma psicóloga tem para dizer sobre isso? Há duas questões e uma delas tem sido sempre negativas. Isso era uma coisa enigmática. É uma disciplina cumulativa, o que implica que é gravíssimo. SUMIO tem censo escolar no primeiro e segunda classe. Perdemos o comboio completamente à vista. Ou seja, é uma disciplina cumulativa, ou seja, tu vais cada vez tu para aprenderes novas coisas, tens que ter a base das primeiras e vai se construindo esse conhecimento em cima do outro.
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Portanto, o miúdo que na primeira e na segunda classe não consiga ter sucesso escolar em matemática se não tiver um trabalho robusto à volta dele, acho que devemos resgatá lo até ao resgate. Claro, não é essa a questão. Por cada questão do Ministrio, não é essa. O ensino está feito para aqueles alunos que eu faço da minha maneira, aqueles que apanharem apanhar ou aqueles que não apanharem paciência.
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Até se podem ir embora, que eu nem me aborreço muito. E, por outro lado, esta questão das necessidades especiais é que está cada vez mais restrita a crianças que tenham necessidades cognitivas. Quando 90 e tal por cento dos problemas de insucesso escolar não têm a ver com questões cognitivas, tem a ver com quem vive com duas questões com a questão emocional, ou seja, os miúdos têm uma grande tendência para somatizar, para se portar mal para.
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Ou então eles têm dois extremos A criança, quando tem mal estar, tem duas formas assim de expressar ou através da agressividade e da agitação, ou através de ficar quietinho, caladinho. Esses também não dão muito trabalho, Então ali sossegadinhos não chateiam e portanto os outros podem não aprender mas também não incomodam, pois temos os outros que efetivamente acabam por perturbar o funcionamento da aula.
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Agora que me esqueça o que está por trás deste miúdo, O que está por trás deste funcionamento? Que agitação e que perturbação, Que insegurança! Normalmente isto é manifestação do ambiente. De alguma forma não quer dizer que seja só na família. Pode ter outras coisas, pode ser vítima de bullying, pode ser outra coisa qualquer. Mas há qualquer questão de insegurança naquela, naquela criança, Estudantes da gente tentar aproximar se.
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Vamos progressivamente hostilizar. Eu, por exemplo, tenho um miúdo que chega ao pé de mim, que é encaminhado pelos professores e pelos pais por se portar mal. O que é que ele está, dizem E se interessa basicamente. Normalmente o que dizem é que ele responde que é simplificar, que a última palavra que muitas vezes questiona e que muitas vezes é mesmo mal educado no sentido de mandar coisas para o ar, etc.
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Não fazer diz que não faz, diz que não quer fazer tudo, mas é do contra e do contra. Exatamente. E depois nós pensamos assim Mas então o que é que foi feito também para tentar perceber que é que ele faz isto? Não é? Outra questão que quando nós começamos um trabalho que tem que ser negociado com os pais, porque depois o que acontece quando isto acontece?
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Criam se dinâmicas que aquilo é mesmo difícil, ou seja, a criança respira e já está tudo na avó, faz parte. Ou seja, também se percebe que é cansativo e que as pessoas. Mas o facto é que se eu quero começar um trabalho com ele de mudança de comportamento, eu tenho que falar com os professores e com os pais.
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Eles Olha, vocês agora têm mesmo que também fazer da outra parte. Precisamos de nos tem de dar uma hipótese para isso. Esta foi pode importante. Vamos lá respirar fundo e tentar ajudar os pais. É aquele exemplo de dizer porque muitas vezes o que acontece os miúdos estão exaltados e os pais ainda continuam a dizer mas faz não sei quê e porquê.
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E o miúdo diz ok, mas eu não consigo controlar porque fico muito irritado. Eu digo olha, tens parar, respirar, mas o teu quarto respira, Depois voltas. Mas. E ele diz dos pais Não, os pais não deixavam atrás de mim e dizem Voltaste nas costas, És um mau bocado. Deixaste me aqui falar sozinho para ti. Eu tenho que falar com os pais.
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Ele faz isto, mas é a terapia o é importante. Nós combinámos que quando eu estiver com os pais e tiver a ter enfim, um início de grande agressividade e ansiedade, deve parar, afastar se da situação, recuperar e depois comunicar. Mas fazer isto faz sentido Se for em articulação. Não é a mesma coisa com um professor, porque há determinadas jovens que os professores, à partida, quando acontece uma coisa menos boa, já foram eles, ou seja, já são dois a falar um bom aluno e ele, mesmo que tenha sido bom aluno, meter a conversa de certeza que vai ser ele que vai ser o que vai ser chamado a atenção.
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Tem má fama, logo vai para outro dia. Aconteceu uma coisa muito gira, que foi um miúdo que é bom aluno e que estavam os dois a falar e o mau aluno foi para a rua e é uma aluna.
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Então, de repente eu estava a dizer que tinha ficado muito sensibilizado com o colega, porque foi o colega que disse Professora, fui eu que fui eu que iniciei a conversa. Portanto, o outro defendeu porque, coitado, eu já nem se pode definir porque? Porque fica tão irritada. Injustiça, não é, Vicente, essa injustiça? Claro, não é porque eles também são muito sensíveis à injustiça.
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Eles realmente as crianças jovens, muitos adolescentes, sentem injustiça com enfim, com muita força e não menos x. Uma coisa é sempre uma perceção de justiça, independentemente de haver se calhar outras razões para isso, não há nada como parar, explicar e conversar, porque senão vai ficar essa sensação e essa decisão vai ficar com raiva e depois vai sair de alguma maneira.
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Às vezes menos, enfim, menos adequada. Olha, e tu e eu somos pais de adolescentes. Felizmente já lá naquela parte em que, já na parte final, surge exatamente essa sensação sempre que eu vou à escola, sinto me um estranho, como como um alien que acabou de para ali. Para começar, há uma barreira logo na porta da escola. Depois Então quem é que é?
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Então? E o que é que vem cá fazer? Então qual é a turma? Estão à espera de ser ou não? Não há ali um acolhimento? É a minha sensação sempre que lá vou bater à porta. Isso também é muito diverso de escola para escola. As pessoas fazem a diferença. Obviamente, as pessoas fazem de tipo eu não. Mas eu tenho dois filhos adultos, jovens, em duas escolas diferentes e duas escolas públicas diferentes.
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E não por acaso, foi por ter a ver com eles e com os amigos e aquelas coisas. Então há uma escola em que eu faço parte da Associação de Pais, em que eu tenho o Núcleo de Saúde e, portanto, colaboro com o Núcleo de Saúde e que realmente conseguimos fazer um trabalho, um grupo de mães, uma mais educação, uma mais paz arte, mais pressão com as mães, mas pronto, em função com as mães.
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E acabamos por fazer aqui um trabalho de trazer convidados, fazer palestras, fazer articulações. Isso é um luxo sim, e é uma escola pública, Tanto que todas as pessoas poderão fazer e fazer protocolos com isso. PS Sciences, por exemplo, que têm psicólogo para poder dar atendimento aos jovens e fazer, por exemplo, protocolos com as universidades de zona para, por exemplo, às vezes os gabinetes ou os cursos de psicologia ou de educação poderem fazer articulação com escolas e termos projetos conjuntos.
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É possível. E a vida é esta, isto é integração, é a outra, a outra escola. Acaba por haver aqui menos integração, mas também por duas razões também pela própria filha. Que é que acaba por não gostar tanto disto? Pois também tem a ver com as características dos próprios filhos. Ou seja, se a sua filha não está mais virada para essas coisas exatamente quando resiste, enquanto que o rapaz diz que eu posso ir avançado à escola dele e fazer as ações lá, E eu pergunto lhe sempre antes porque não quer invadir também o espaço dele e aquilo e ele sente se super confortável No caso, por exemplo, da filha, ao deixar parcerias tem que vir outro
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produto. Equipa não vem, isto não é pronto e portanto eu também respeito. Acho que é importante também percebermos, mas por exemplo, tenho um trato também fácil e de abertura, mas menos presente. Mas um bocado por causa disso, porque também questionei aos meus filhos como é que eles se sentem mais confortáveis, até que ponto é que isso é favorável para eles?
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É benéfico? Eles sentem isso como positivo? Tento sempre ir às reuniões de pais. É algo que eu sei que é difícil e que a gente tem que fazer aqui uma série de ginásticas para ir, mas de alguma forma, também é importante ter para os professores os professores sentirem que saberem quem é que nós somos, saberem que somos os pais daquele aluno, que estamos preocupados.
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E isso acaba por também ajudar nos quando existem outras situações mais complexas, podermos intervir e podermos também. Outra coisa que também exerço muito essa questão, que é quando há uma coisa que não está bem e educadamente vai lá dizer climaticamente, vou lá dizer é, por exemplo, já tive uma situação de bulling por exemplo, e com um deles e quando cheguei à escola para buscar tinha acontecido uma situação mesmo muito complicada e eu não saí dali.
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Enquanto não tentei falar com a direção e fui à direção, falei com a direção e expus a situação e disse O que é que vocês estão a pensar fazer em relação a esta situação? Não, amanhã não consigo trazer o meu filho ou a minha filha para as aulas e muitas vezes a escola tenta dizer ah, mas não podemos fazer nada, Só tiveram azar porque eu como trabalho na área e trabalho também com comissão de pressão e assistência, imaginem só?
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Não? Mas ali se tem que fazer isto, pode fazer aquilo, pode fazer aquilo outro, etc. Aquilo bem nu, mas a perceber como é que é efetivamente o que são. E esta é os pais que são menos empoderados, os pais que se calhar não têm conhecimento de tudo aquilo que se pode fazer. Portanto, temos que realmente a procedido de procedimentos muito mais claros e universais para não depender de uma escola da qualidade na escola de um diretor ou de um professor que seja mais ou menos envolvido, nós conseguirmos resolver os problemas.
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Olhei o quando estávamos a preparar esta, esta nossa conversa. Pensei muito sobre lá estar, sobre elas Falamos sobre relações de trabalho para um lado, os pais, estávamos já vamos falar sobre isso e jovens, o que que o está a angustiar? Porque eu estou a olhar para esta geração e aquela ideia de que há uma barreira geracional. Provavelmente acontece mesmo, não é?
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Não é um mito. O que o está angustiando. Eu acho que se formos a pensar bem, há barreiras geracionais entre estas várias gerações. Se nós formos a pensar nas nossas relações com os nossos pais e com os nossos avós, sempre existiu aqui algo que nós compreendemos e que se calhar eles não compreendem e vice versa. Mas a gente fala muito pouco ou é impressão minha de pensar Eu, por exemplo, ou falam à sua maneira, falam à sua maneira, Nós não podemos.
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Portanto, significa que nós ouvimos muito pouco em alternativa, e isso é uma questão fundamental. Então, vamos lá. Devo começar do princípio no princípio e no princípio. No princípio as crianças nasceram dentro deles. E agora, o que é que eu faço com isto? Depois eles crescem, dá lhes comidinha, desenvolvem se, vão para a escola, ficam adolescentes e aí sim, as coisas reorganizam se.
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Até porque os adolescentes se recriam e, em parte, recriam se contra nós também, não é? Quer dizer, é uma maneira de recriar a sua individualidade. Identidade. Como é que é aquela? Fazem. Eu, para já, vou já aqui dizer que eu sou defensora de que deveria dever o psicólogo desenvolvimento ao psicólogo de família. Porque? Porque nós estudamos na escola, na universidade, as etapas do desenvolvimento e nós já sabíamos a priori o que é que dum modo universal vai acontecer.
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Quando se nasce, vai acontecer aos dois anos, Vai acontecer o que vai acontecer aos oito vai acontecer aos nove anos. Eu não sei como é que é vida. Exato. Portanto, eu penso que deveria de haver uma literacia parental em que nós, antes de cada etapa do desenvolvimento, começando na gravidez, ou seja, no pré parto e falarmos um bocadinho tudo isso, normalmente esta nova etapa vai ter estes desafios, vai acontecer isto, vai acontecer aquilo para o casal, vai haver estes desafios, etc.
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Normalmente as melhores formas de gerir isto será assim traçado. É natural que tenha estas dificuldades e nós fazermos isto, pois quando chegam os dois anos é uma coisa giríssima que as crianças está nos livros que os dois anos aprendidos e não entende. Então de repente dizem e às vezes com muita força não, Mas têm que ser eu. E a tarefa delas, portanto, ela está lá nos livros a dizer que elas está no manual, está no manual.
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Aos dois anos diz que não porque ganha uma consciência diferente e de que é vá para lá. Eu não sou os meus pais, Eu posso, Eu posso, Eu não preciso fazer aquilo tudo o que eles me dizem? Então começam a achar piada a isso, não é? Então o que acontece? Imagina aquela imagem que de certeza te lembras que é eles estarem a fazer um disparate e estarem a olhar para os pais com um ar irónico?
00:20:11:13 – 00:20:27:02
O desafio a ver como é que, como é que é a reação. Mas eles estão a aprender, estão a testar, não estão a testar, mas não está por mal e a testar como um papel no seu desenvolvimento. Estão a testar o mundo? Não exatamente. Nós somos apenas mesmas pessoas que lá estavam naquele momento e eles estão a experimentar, a ver se conseguem.
00:20:27:06 – 00:20:43:05
Então o que é que acontece com aqueles miúdos? Estão a fazer um disparate e nós não precisamos deixar que eles façam os disparates por também não podemos ser permissivos. Mas o que é que não podemos pensar que é o que muitos pais dizem? Pois se não está a fazer isto aos dois anos, imagina quando for mais crescido. Ninguém põe a mão em cima.
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Ele está me desrespeitar, Ele está a gozar comigo? Não, nada disso é verdade, não é? É verdade que a gente pode chegar lá e dizer isto não se faz. Não ponhas os dedos na filha. É uma ferramenta que a coisas giras que às vezes fazem é ligar e desligar o comando só para chatear, só chatear lhes eu. Estão a ver como é que é?
00:21:00:21 – 00:21:19:07
O que é que a gente faz, como é que a gente reage e que se a gente chega lá aos berros, a gritar, atirar duas coisas violentamente ou dar lhe uma palmada, não vai correr bem. Porquê? Porque o coitado vai ficar assustado, não vai? Sei o que é que fiz mal, não é? Então nós podemos chegar com calma, dizer que não é para fazer e depois distraí lo com outra atividade.
00:21:19:07 – 00:21:43:08
Com dois anos também não vai ser com grandes elaborações que a gente vai conseguir é distraí lo e levá lo e ele passar 2/2. Já não se vê nada. Aí já podemos parar que nos dois anos que é a palmada no rabo, tabu aceitável, completamente inaceitável. Esqueçam lá isso e eu vou falar muito pouco. Eu na minha perceção, já para não replicar as outras coisas, ou seja, gritar.
00:21:43:10 – 00:22:02:12
Ou seja, não é necessário seja nós conseguimos transmitir, porque no fundo, pensar assim o que é que nós queremos com o filho? É ajudá lo a crescer, É construir um filho, É um processo, é algo que está em processo de construção e todos nós dividir a coisa um bocado mais a médio longo prazo. E não são para resolver aquela situação concreta do que é do agora para o pensar.
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Uma coisa se eu estou a tornar um filho passivo e se estão a tornar um filho com autoridade e que a forço à bruta, que eu consigo as coisas, é isto que eu vou ensinar para as relações futuras e provavelmente poderá ser uma pessoa mais passiva. E quando o chefe, quando a mulher ou quando o marido forem ter relações com ele, vai também ter o mesmo caminho ou o contrário?
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É uma réplica, Não é uma rebeldia, uma tendência para nós aplicarmos os comportamentos que aprendemos exatamente e, portanto, os modelos que nós vamos ter vão nos servir especialmente como resposta automática. Ou seja, por exemplo. Isto é um exemplo muito crasso que é quando os pais, por exemplo, as crianças tratam os pais batiam nos crianças e essas crises quando crescem dizia Eu nunca vou bater no meu filho.
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E muitas vezes, como naquela altura em que eu sei que toda a gente que é pai também sabe saltar daquilo, já está mesmo na loucura. A primeira resposta que vem é bater. Não quer dizer. Pois há pais que conseguem se regular, que é uma espécie de programação que ficou lá porque eu fui chamado. A resposta automática, que é aquilo que nos vem sem sequer havia grande elaboração cognitiva.
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E também não é aquela coisa que é a primeira coisa. Por isso mesmo é que, por exemplo, digo já os pais que realmente tiveram este tipo de comportamento esconderam, mas novos, tenham atenção, tenham mais cuidado, comecem a elaborar um bocadinho mais que eu quando tenho um fim que me está a irritar, eu tenho que se dizer tem que ter calma porque tenho maior predisposição para ter esta reação.
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Não quer dizer que vou ter, porque há muitos pais que não replicam esse comportamento, mas no fundo há aqui a primeira tendência para o fazer. E agora eu quero. Quero ir onde? Aos dois anos? Aos cinco anos? 12 anos? Eu quero ir por aqui acima. Mas há outra coisa que é projetar naquela criança, naquele filho que ele vai fazer aquilo tudo que nós não conseguimos fazer.
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O que sonhamos é que ele vai ser o Cristiano Ronaldo e que ele vai ser o licenciado, porque na família o pai ou a mãe não conseguiu ser. E isso é um peso tremendo. Não é o que acontece. E é isso que eu também estava a tentar dizer que o que acontecia antes da adolescência, antes da adolescência, a criança, com grande parte da influência na sua forma de ser, nos seus comportamentos, nos seus hábitos, é dos cuidadores primários que normalmente são os pais, mas também podem ser outros.
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Até que idade cada vez é mais cedo, mas no fundo até ao ponto em que eles começam a ter mais autonomia, ou seja, em que eles começam, por exemplo, a passar mais tempo com os amigos, a passar mais tempo com a família dos dos colegas em que começam a ter outros contextos, em que eles começam realmente a passar mais tempo.
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Mas até uma determinada altura, que eu diria antes que era aos 11, mas agora diria é que é mais cedo, porque cada vez mais eles vão dormir a casa dos amigos, etc. Mas eu tenho ali uma altura que vai algures entre os oito e os dez e eles são muito mais parecidos. Às vezes os pais até acham piada, especialmente por volta dos cinco sete em que eles fazem coisas que os pais também fazem, ou seja, fazem expressões, dizem expressões ou têm comportamentos que os pais também costumam dizer és mesmo filho de quem e de quem és?
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Costumo comentar o bom e o mau é bom, mas também é preciso ter. Também é muito. Aos cinco anos é uma etapa. Eles têm a etapa da imitação e, portanto, é aquela altura em que adultos temos muito cuidado, porque eles imitam mais o que vindo que a gente diz e no contexto certo, porque depois eles conseguem mesmo quando decidem usar umas palavras um bocadinho mais agressivas, eles fazem no exactamente no contexto e no momento certo.
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Têm uma espécie de relógio que sincroniza a existência com a existência dos pais. Isso, pois os pais ficam muito horrorizados, mas se formos a ver, se calhar eles próprios também tiveram mensagens aos pais no fundo de pesquisa e aos cinco anos as crises imitam. O que é que vocês fazem depois, a seguir, quando eles tentam a escola? A questão da aprendizagem é uma coisa muito importante, a confiança.
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E aí é que é o problema da escola. O primeiro ciclo teria o objetivo de promover o gosto pela aprendizagem. Se o objetivo grande do primeiro ciclo apaixonar as crianças pelo ato de aprender, porque? Porque elas desta idade têm a predisposição para serem curiosas para gostarem, são daquela altura em que tu mostras uma coisa, uma crise que se quer saber exatamente.
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Portanto, elas têm isto pré definido, digamos assim, E que o que é que nós estamos a fazer? Estragar, Estragar o brinquedo? Porque muitas vezes chegamos ali e pronto, é a crise. Em vez de desenvolver a sua curiosidade pela aprendizagem, etc. Coitada, vai ficando cada vez em vez de florescer, em vez de lá está a alimentar se ela própria dessa curiosidade infinita que as crianças têm, estamos a transformá los em robôs.
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O que acontece é que há crianças que acabam por conseguir ser mais normativas e, portanto, isso quer dizer o que quer dizer que conseguem estar com mais atenção, que conseguem entender a explicação das matérias de uma forma como o professor explica e se o aluno da primeira fila ou da primeira fila, o que de alguma maneira também tem, porque está a gente tem a ver com a maturidade nesta questão.
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Não é por acaso que há gente que pensa muito nesta questão de idade. Melhor para entrar para a escola 46 anos, por exemplo. Os países nórdicos entre 17 tudo vão ter. Isto porque? Porque tu vês claramente crianças a estar mais maduras e até mais afinadas para a idade, mas tens outros que são, enfim, mais criativos, mais agitados, mais parece que não estão no sítio certo.
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Mas não interessa, porque a primeira classe é a primeira classe e a segunda classe. Mas isto é uma questão difícil, porque pensar assim é. Imagina um pré escolar em que tu aos cinco anos chegas lá e tens ar e não sei quer brinca estímulos à tua atividade, Estás o dia todo a brincar, vida boa e depois, de repente imagina que isto tu achas que as pessoas a pensar isto se são um bocadinho com jeito?
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De repente vais estar uma manhã inteira, 90 minutos sentado que não estava em lado nenhum, sentado a ouvir uma professora que está a falar. Vocês já pensaram a dificuldade que é ler? Ou seja, vocês já viram que existem umas coisas que são uns símbolos que nós achamos que são letras que depois que para eles são bonecos que depois se juntam e fazem sons e depois têm significados.
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E nós achamos isto muito óbvio. Mas imagine que transformação é que isto em ter uma cabeça de uma criança bela por ver isto. Mas a questão dos números. Vocês já viram que os números são símbolos, não é? Os 05h05, porque cinco são extrações. Exatamente. Então tudo isto não é fácil, ou seja, que o primeiro ano não é fácil.
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A mudança que há ali naquelas cabeças. E o que é que a escola começou a fazer? Olhem a treinar isto nos cinco em vez de pensar que se calhar isto podia ser feito de uma maneira um bocadinho mais, mais lenta e mais gira. Por exemplo, eu quando tenho crianças que têm dificuldades de desaprender a ler e escrever, não têm problemas cognitivos, nenhuma perturbação, Eu posso fazer desenhos com elas e elas desenharem as letras num desenho, mas já viu, por exemplo, o B Pode ser dentro de uma borboleta ou uma nuvem sob a forma.
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Vai estimular a criatividade. Exatamente. Vamos conseguir que ela faça na mesma, mas que faça de uma maneira que para ela seja quase uma brincadeira e que ela efetivamente vá gostar do que está a fazer. Sinto me orgulhosa do que está a fazer. E tem uma coisa que nós falamos que é promover a autoeficácia. Autoeficácia é uma coisa maravilhosa, que é aquela sensação eu consigo, eu consigo.
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Que bom, não é? E nós, em vez de queremos prometer, estamos ali, uma criança a suar, a fazer várias vezes a mesma coisa e sempre aquilo não está certo e não me parece o ponto. E se nós estamos permanentemente a dizer a criança não é assim, não é bem assim. Não é bom misturar aqui tal e qual. A música é sempre de está errado, Isso está errado.
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Não é nem isso que é o bom está certo ou isto é quando a criança possui o desenvolvimento que ela percebe e já vê a. Afinal eu consigo pensar isto isto é tão giro, não é? E de que elas estão predispostas para isso? E é algo que enquanto que estas coisas estão a evoluir imenso, a educação não está.
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Ou seja, noutra estava numa formação e tinha uma professora dos seus 50 anos, professora de História e estávamos a falar sobre isto e ela muito genuinamente disse Pois realmente eu dou aulas de história e eu tinha aulas de história a ler o livro, imagine hoje para os miúdos tecnológicos. Nós temos hoje a rapidez de informação que eles têm.
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Imagine o que é um sítio de estar a ouvir um professor a pegar num manual e a ler. Uma grande chatice. Olha, uma história paralela. Já agora, porque apanhei um dia um professor Filosofia que estava no último ano da sua carreira e que dizia chamavam no corredor o Sócrates e portanto ele disse O meu nome é Sócrates. Quem não quiser vir às aulas não vem isto e isto não interessa nada, é só para nos divertirmos todos.
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Vou falar vos da história dos filósofos. Escusado será dizer que foi. Foram aulas extraordinárias e no último teste a pergunta era Diz me tudo aquilo que eu podia estar a fazer e não a aprender. Nesta disciplina fala me da tua filosofia. Isso foi um momento extraordinário porque obviamente, todos, todos lemos aquela, aquela filosofia e aquela maneira de estar.
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Estou a pensar e preocupado com as crianças que tiveram o azar dos Távoras de entrar na escola primária aquando da pandemia. Com isso que tu me estás a descrever o que vai acontecer. Essas crianças que no fundo saltaram praticamente um ano ou dois da sua tenra idade e que todos fingimos que não aconteceu nada. E não te esqueças que além do aprender as matérias, o estar na escola tem imensa aprendizagem.
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E nós dissemos na agenda e nós dissemos não. Beijos do teu amiguinho, não Abraço do amiguinho. Podes apanhar a. Eu penso que agora o que é que aconteceu? Nós fizemos um estudo, uma intervenção nas crianças todas que tiveram na primeira e na segunda classe.
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E então não sei o que é que o que é que então avaliámos as turmas todas daquela escola? Foi uma escola, um estudo piloto. Avaliamos, avaliamos as competências de escrita, leitura, bem estar a discutir. E definitivamente havia. Elas estavam mais afetadas do que estudos anteriores. E nós dividimos o grupo em três grupos turma em três turmas, em três grupos, consoante o impacto que tinha tido e tínhamos pessoas de crianças que estavam profundamente, que não tinham mesmo competências técnicas nenhumas.
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Tínhamos um, estavam com algumas dificuldades e tinham outros que tinham conseguido. Então nós fizemos dois modelos, que foi uma intervenção universal, com todos, de promover o bem estar, a relação interpessoal e aquelas questões que ficam que são úteis sempre para o desenvolvimento. E depois fizemos uma intervenção com aqueles que precisavam de um empurrãozinho e daqueles que precisavam mesmo de muita intervenção.
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O certo é que no final do ano, os que estavam bem mantiveram bem, os que estavam mais ou menos. Grande parte deles ficou bem. Isso é uma boa notícia. Isto é bom, portanto, uma oportunidade que o problema, isto é, que todas as escolas precisavam ter feito isto e não fizeram. Portanto, onde tu observaste que havia? Um défice no fundo, para conseguir evoluir e conseguiste intervencionar?
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Existe a capacidade de recuperar. Há uma plasticidade, Isso são maravilhosas. Elas são super plásticas. Agora temos é que lhes dar essas condições. Já viu isso? E se vocês é prática que eu tenho de ajudar uma criança a aprender quando dela, por exemplo, encher de insucesso escolar, é que nós temos que saber que as crianças todas aprendem. Precisamos é de perceber como é que elas aprendem, o que é que está, que dificuldade é que elas têm que tirar o pauzinho da engrenagem, carregar no botão certo Exatamente que estão a ler isto quer?
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Esse tempo é deste. É de compreender a importância disto de investimento e investimento. Agora também não temos responsabilizar os professores por isto, porque por exemplo, imagina se uma turma de 30 miúdos é impossível, É impossível. Tu consegues dar a matéria, tu tens que dar. É à partida, estares individualizar a aprendizagem para cada vez um número maior de miúdos que têm necessidades.
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Eu não diria que sejam de iniciativa de especiais em termos clínicos. Não é porque, mas que tem necessidade de alguns, porque de alguma maneira. Olha, fala me da tua paixão por estas crianças e por estes jovens adolescentes. Por tu és a pessoa que eu conheço, que mais luz emana sobre esta ideia da santa e aborrecida adolescência? O que é que tu fazes?
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Eu acho que grande diferença é mesmo esta postura de que eu respeito plenamente. Ou seja, eu considero que eu são pessoas válidas, com uma grande capacidade de reflexão e de análise e de compreensão e de autoconsciência. Exatamente. Acho que eles não têm espaços seguros para o fazer e para expressar o que fazemos por eles. O que é que nós fazemos por eles?
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Eu vejo isso mesmo nas famílias, nós já vimos isto não é fácil. Também tem que se entender a parte dos pais. Além dos pais estarem acorrido um após o outro, estarem cansados, a tradição, estresse no trabalho, nós temos estudo, Mas o que aconteceu na sala? Estávamos a falar na questão do ouvir e eu por exemplo, eu para ouvir os meus filhos, eu não vou chegar ao eles e digo então vamos lá conversar, esquece se eu digo isto e meia eles já estavam noutro sítio qualquer.
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Ou então eu abrir a porta. Então como é? Cláudia Olha, quando fazer isto assim Não, não. Então faço o contrário. E ao contrário, significa duas coisas aproveito os momentos informais. Por exemplo, no caminho para a escola a não seguir. Não sei que mais. Podíamos combinar que não usávamos os fones. Não é porque depois, vamos combinar, experimentamos aqui e levamos sim.
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Não fica sem ouvir música e vamos, vamos com aquilo. Portanto, por exemplo, isto funciona com um grande parte daquilo que a gente vai falando e muitas vezes no caminho para os sítios e, portanto, aproveitamos aqueles momentos para ir conversando e saber como é que as coisas estão. São dantes, ainda ali, mas ainda ali, uma supervisão à distância. Como é que a coisa está?
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Como com outro eu do género? O que eu comecei a notar é que de vez em quando eu estava na cozinha a fazer a refeição. Eu estava a participar, mas tentava e blá blá blá blá blá blá e eu disse vou aproveitar, não é? Portanto, continuava a fazer as minhas coisas e ouvindo, perguntando e até agora começaram a ser as conversas de cozinha.
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De alguma maneira, são momentos em que a pessoa quer o fim, quer no fim de noite. Aproxima se Agora o que é que é importante não estarmos disponíveis, porque também não é fácil. Houve vezes que eu tive que pensar tenha calma, agora é importante para fazer já lá vamos, aqui vamos a comida aula, vamos a não sei o quê, porque agora eu vou aproveitar para estar aqui, porque é um momento que a pessoa achou que era interessante.
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E eu acho que isto é nós tentarmos de alguma forma conseguir encontrarmos momentos em que não sejam impostos, não é? Mas que eu sinto uma vontade de outra coisa é o não julgamento. Se um filho nos diz Ai, sabes, ontem fui beber um com os amigos, que horror! Foste beber uma cerveja com os amigos? Onde estás? Nas aulas e agora te esta matemática e vais ter negativa e vai chamar o amp a ficar de castigo e os pais fazem isso e eu agora vi me um bocadinho nisso.
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Às vezes fico com essa sensação. Então estão a ver o filme? Ou seja, se tu não suportas bem, então vai ter uma perda. Não é só isso, a catadupa, não é? Ou seja, vai virar de repente, eles dizem nada exatamente Por que? Pois não é assim. Como é que eu vou estar a dizer isto que se calhar até estava a partilhar porque fiquei mal disposto ou porque para tentar perceber o que é que o que é que os pais acham sobre o assunto e de repente levar aquilo para nunca mais.
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Digo, nada disto, não é confiável. E depois começam a esconder as coisas em vez de, por exemplo, beber uma cerveja e não dizem ah pois, se não dizem bem, depois dizem que. Ou então andam consumos que de lá no fundo têm a fingir. Portanto é assim, é muito difícil. Eu digo isto e digo isto como mãe e como profissional.
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É muito difícil, porque nós, no fundo, queríamos protegê los e queremos. Nunca lhes acontece isso. Nós estamos a porque eles de mais alguns momentos. A questão é esta a tê los. Eu costumo dizer aos pais isto que diga uma coisa eu vai ter que bater com a cabeça na parede, ele vai ter que sofrer. Prefere que eu faça X e perceba os limites no seio de uma família que o ama e que realmente vai estar aqui para ele, no sistema que ele prefere que ele vá fazer isto, pois num sistema ninguém vai olhar para ele como os pais.
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É difícil, é um sistema, imagine, não é? Por exemplo, se ele não vai aprender estas questões de regulação, de vai depois fazer isso com outras pessoas, com os professores, com a entidade empregadora, com o namorado, com o namorado. Portanto, se calhar é importante irmos treinando que no fundo, a família é também um contexto de treino. Não é deixar andar até ver, não é?
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Ou seja, isso é que há aqui uma diferença que é o tamanho da corda dessa rédea. É difícil para mim, como mãe, as coisas mais difíceis que eu tive na vida foi o limite entre a permissividade e os limites. É muito difícil, mas uma coisa é certa o que eu tenho feito é que digo sempre. Ou seja, por exemplo, se o seu filho fala de uma forma mais incorreta, eu digo não grito, não berro, põe castigo.
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Mas digo Olha, não gostei da forma como falaste. Podias ter falado assim, estás a ver? Ou seja, irritado. Mas tens que percebi porque eu presenciar. Mas eu estou irritado a coisa Vamos deixa perceber que não estás irritado, não podes falar assim. Como é que é? No fundo temos uma conversa honesta sobre o assunto. Não é uma questão de ele gritar ou ficar calado.
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Não é uma questão de ele gritar, eu tirar lhe uma semana o telemóvel. É uma questão de o informar que realmente aquele comportamento não foi adequado, que havia alternativas para aquele comportamento. Agora, obviamente que tem que o pai tem que estar muito bem A Percebi que isto é importante porque depois já viram que isto. Pois muitos pais vão identificar as dinâmicas disfuncionais que a certa altura, cada vez que há uma interação e para discutir, cada vez que há uma interação e para dar ordens cada vez que estás a vir.
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Ou seja, a certa altura, há uma altura em que os pais têm de perceber assim nós não vamos, não vamos conseguir ir a todas. O filho não vai ser literalmente aquilo que eu gostava que eu fosse, ou a idealização que eu tenho de filho. Portanto, eu tenho que priorizar junto com o conjunto, ou seja, isto é muito importante que o casal esteja separado, não vezes disparado, que articule o que é que são realmente as prioridades e depois comunicar essas prioridades e aí ser um bocadinho mais.
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E aí sim, também é difícil, porque normalmente, mesmo dentro do casal há pontos de vista diferente. Mas aí as pessoas têm que pensar nós somos os adultos e tem que haver um sincronizam estatutos da casa e portanto ter isso um quadro que é para tentar perceber, chegar a um consenso e a seguir, porque depois não há coisa pior e porque eles também são espertos, não é uma coisa aproveitam, aproveitam um buraco que aquilo normalmente é mais para aquilo, aquilo e mais para aquilo e então e são sinal de inteligência.
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Olha, nós quando lhes damos para as mãos meia culpa também Telemóveis muito, muito cedo, fizemos uma grande desgraça ou na realidade nem percebemos bem o que é que estávamos a fazer. Portanto, é nessa perspetiva de perceber se são ou estamos manifestamente a exagerar e a achar que os telemóveis são a última desgraça. É um bocadinho, um bocadinho. Isto é, se calhar é.
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Se calhar estamos a preparar nos para outras coisas que nem sequer percebemos. É um bocadinho isto. Então é assim. Dizem me que o telemóvel tem os dois zeros. Não é? O problema é que nós já vimos ovinhos. Sabes aqueles ovinhos para bebés até aos sete oito meses para o distrair com suporte de telefone? Se já existe uma coisa chamada um suporte para o vinho para por o telefone para a criança não andar até aos dois zero, então viu.
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E era importante ter um bocadinho uma literacia parental no sentido de perceber como afeta a vinculação e, em termos neurológicos, os ecrãs. Nesse. O que é isso da vinculação? Os psicólogos têm sempre umas palavras no bolso. O que é a vinculação? É a coisa mais maravilhosa do mundo que aprenderam nos a ter ligações afetivas e a confiarmos nos outros.
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E sei que com o telemóvel pode dar cabo de alguém, de um pequeno ser. Poder confiar no suporte das duas imagens. Imagina aquela imagem idílica da mãe ou do pai a dar bom ao meu bebé? É olhar para o bebê, vê lo alimentar se com muito amor e ternura. E toda a bioquímica associada a isso chamamos lhe amor.
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Chamamos de ligação, preparação e desenvolvimento da vinculação. E sem pôr de parte, isso é importante para nós, seja fundamental para, é fundamental. É que como base para nós estabelecermos relações positivas e saudáveis com os outros. Imagina a outra imagem que o bebé estar a beber o biberão com o pai e a mãe a ver o Instagram não está cá.
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E não é esse vínculo. Não há alterações bioquímicas que quando há produção de leite, quando de cuidar, há mesmo o bebé sente, cheira se tudo isto são coisas porque o bebé naquela idade não tem propriamente para ele. O mundo ainda é um bocadinho, mas tem uns radares, muita vida. Exatamente a tudo isto, a estas questões e da terceira sente se o centro de tudo.
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Sentem essa ternura e segurança. Feito isso, tudo isso cria está o vínculo e o telemóvel. Mas cabo disto é que anda cá. Não queremos ser radicais. Dica é o que diz ilustrar numa situação clássica o que é promover outra coisa a música do imagina e adormecer a criança, cantar uma música que, por exemplo, eu já fazia isso até na gravidez, ou seja, quando eu estava grávida já cantava uma música para depois, quando eles fossem bebés, poder cantar para eles adormecerem.
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Agora não. Agora põe se um telefone, tocar músicas do Spotify, então ver a diferença disto, portanto, é é um facto que atrapalha a vinculação e pode afetar este vínculo. E esta vinculação é bidirecional, ou seja, da criança para os pais, mas é a dos pais para a criança. Ou seja, como é que nós Quantas vezes os pais já não imaginaram o que é que fariam com uma criança que está, por exemplo, a berrar, a portar se mal?
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E eis me como é que eu adoro esta, este ser e continuo aqui com este ser. E a vinculação é o vínculo. Exatamente. É este vínculo afetivo que se estabeleceu e portanto, tudo isto vai acabar por. Ainda não temos estudos, porque isto ainda foi há pouco tempo, não é? Então, o contrário disto? Se alguém não tiver vinculação? Por um lado podemos ter crianças que são adultos que não querem saber, não desenvolvem empatia por outros seres.
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Normalmente não existe uma coisa que não vinculação. Existem tipos de vinculação e presente existem a vinculação insegura, ou seja, no fundo a vinculação saudável. E depois existem a vinculação não saudável, digamos assim. E, por exemplo, o que é que aconteça? Uma vinculação não saudável, por exemplo, das. Pior é a insegura que os pais estarem em não estarem. A função básica de um bebé nestes primeiros anos é a segurança básica.
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Então a segurança básica e tu sentires que o teu ambiente é algo seguro. Como deves calcular, uma criança de um ano não percebe isso, não é? Teu primo é o que é que lá é quentinho, tranquilo. Quando tem fome, a comida não dá uma coisa qualquer que se chama fome. Eu tenho comida. Quando alguma coisa qualquer que eu estou sujo eu estou, por isso limpo.
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Quando há qualquer coisa que eu tenho frio ou aquecido, quando tenho calor ou destapado a boa vida, quando quero um miminho, tenho um miminho, uma boa sensação de estar num spa doméstico. Tem pessoas o Prince, o Rui, o Rui, o e portanto tratem de mim. Portanto é ter esta sensação de bem estar e de segurança. Pronto, um bebê.
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A paz que nós chamamos uns pais suficientemente bons, que é um ter sofrido, que é pais suficientemente bons, chamava se mãe, mas eu agora acho que devemos chamar pais. Agora existem os pais excessivamente bom, e eu também quero falar sobre isso, sobre a história do papel, do papel da mãe e do papel do pai, em particular quando nesta criancinha muito pequenina.
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Mas então o suficientemente bom são estes que gostamos, os sucessivamente bons são aqueles que antes sequer do miúdo ou da criança sentir alguma necessidade, já estão a satisfazer excessivamente. Andam lá, por exemplo, e ai está na hora de comer. Está na hora de mudar a fralda. Então isso não cria um super vínculo, Porque qual é a mensagem que transmites a uma criança?
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Se tu excessivamente bom, Duas coisas número um não promove a resposta contingente, que é o que é que quando pedires eu dou te que há aqui um conhecimento mútuo entre o filho e a criança, ou seja, as mães e os pais sabem que o choro da criança é diferente para coisas diferentes, mas a primeira fase é sempre igual.
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Sim, mas porque nós já aprenderam tal e qual o estado de dores, Do que que eu preciso deixar chorar? Não é preciso deixar chorar horas. É um pedido que é para eu conseguir perceber, de conseguir identificar desconfortos e conseguir comunicar este conflito e eu aprender e responder, porque senão ele não vai a perceber o que é desconforto, nunca vai perceber o que é um problema, não é?
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E, por outro lado, vai ganhar menos competências de me comunicar aquilo que tu precisa e, portanto, mais tendência. Vai fazer birras, mais tendência, Vai depois ter dificuldades de comunicação, de regulação emocional e mesmo que seja por motivos fúteis ou que não queira fazer, mas vai e vai fazê lo. Porque? Porque não aprende a fazer isto, não aprende, não vai aprendendo também a comunicar as suas necessidades de uma maneira mais adequada e os pais não vão saber a resposta de uma maneira mais educada.
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Eu vou dar o exemplo disto. Imagina a criança berrar e dou lhe um telefone. Então o que é que acontece? A aprendizagem para os pais de que quando ele chora, seja do que for, Dou lhe o telefone e a crise e cada vez estou desconfortável. Tenho um telefone e fico bem. O que é que acontece? O leque de reportório nós temos uma coisa chamada repertório da criança.
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Portanto, o repertório da criança fica limitado. Porque? Porque é basicamente o choro de um filho e os pais em vez de também aprender a distrair, a regular, compreender também dores, telefone e não tem que desenvolver repertório. Portanto, as coisas ficam mais limitadas, ficam mais binárias, ficam mais monocórdico e no fundo. Pois um dia, quando há um telefone, como é que depois ninguém consegue regular ninguém, Nem eles conseguem regular?
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Então vamos lá. Lá Termostato O termostato número um. Quanto está na posição de pais suficientemente bons? Não sei porquê, mas essa expressão parece me em cima. Segunda é em excesso. O excesso não é bom. Também temos a segunda hipótese. E qual é a terceira hipótese? Há duas terceiras hipótese, terceira e quarta. Aos pais negligente que é que eles vêm?
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A criança pode de raiz e coisas que não querem, se não satisfazem, a criança vai ficar a achar que o ambiente é inseguro, não é? E depois há uns que não são nada, alguns passos mental, que são os ambivalentes. O que é que isto é? Ele tem dias, tem dias também está, Sei lá, uns dias vão de crise, fazem tudo e nos outros dias que não querem saber, berram, gritam emocionalmente.
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Então estes, estes pais têm vão dar uma grande insegurança e às vezes criam ter crianças muito dependentes porque não sabem muito bem o que, que acabam por estar demasiado dependentes e com muito medo dos outros. Ficam ansiosas, mais ansiosas e com mais dependência dos pais e com menos confiança no contexto dos outros. Tantas vezes, como não sabem como é que vai acontecer a situação, muitas vezes ou outra situação, a crianças também, porque lhes pode dar para os dois lados começarem a ser demasiado carentes e por limitarem se com toda a gente, sentarem se no colo toda a gente, portanto, terem menos filtro na relação de vínculo com as outras pessoas e quase que se vinculam.
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Contudo, olha, já percebi que esta investigação é relativamente recente, não esta de vinculação antiquíssima a questão do impacto das tecnologias na vinculação e que podem então e tu quando olhas na vida real, neste jardim zoológico que é a nossa vida para adultos, consegues perceber sinais daqueles que tiveram pais suficientemente bons, desgraçadamente maus? Ou tem dias que sim ou que diz que não?
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Perfeitamente. Olha, eu trabalho hoje em dia com pessoas na casa dos seus 50 anos que segundo a teoria do desenvolvimento, há uma crise desenvolvimental nessa altura. Oh meu Deus, nós também já desse programa. Nitidamente estava a correr tão bem. Então o que é que acontece? Porque a gente tem que pensar que as crises não acabam todas. Então é interessante porque a crise dos 50 anos muitas vezes ocorre ao mesmo tempo que a adolescência dos filhos e, portanto, espera os filhos.
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Também temos ter acreditado ciência em que o objetivo deles é autonomia e identidade e serem um espetáculo e os pais terem que de alguma maneira servir de saco de pancada. E os pais, numa altura da vida em que pensam pera lá, o que é que eu andei a fazer até aqui? Eu até que tive a fazer o que me disseram para fazer, estudei, tirei um curso, fui trabalhar.
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Artífice de família. Então, mas afinal o que é que eu gosto? É que eu quero é a vida e os sonhos que eu tinha. E vá para lá, Eu agora já, já não estou novo, mas também não estou velho. E portanto, e agora que eu tenho que ser isso, quero fazer as coisas, não quero fazer as coisas. Depois temos um filho adolescente dizer que tu és um kota que não serve para nada, que não nos percebes nada.
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E depois o casal se sobreviveu até aqui muitas vezes e muitas vezes olha para o outro e diz Quem é este que está aqui, não é? Porque é tão fácil? Está Faz 20 anos e por ao karatê, o ténis a pescar, a natação, a vida de estranhos e o casal esqueceu que eram um casal e que tinha de tirar um fim de semana para namorar e que tinha de ter dias para jantar fora e que tinha de ter as suas rotinas, tomar o pequeno almoço que se esqueceu que também precisa de ser um casal, enfim, com todas as suas componentes amorosas e sexuais.
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Um casal.
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Portanto, estás aqui a descrever o desgraçado caso de uma cidade que pode explodir a qualquer momento e ninguém sabe bem porquê. O que é que esse quadro que tu acabas de dizer é a tempestade perfeita? Isto acontece desde sempre na vida da humanidade. Então o que acontece é o que acontece todos os 50 anos que é o que acontece é que as pessoas têm duas hipóteses têm a hipótese e uma das hipóteses é a pessoa ficar deprimida bastante e ficar e daí a produzir hipóteses ou fica deprimida, começa a ter uma série de doenças psicossomáticas, pode começar a ter consumos, desistir de investir em si, pois pronto.
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Ou seja, acabar por desinvestir, abandalhar, enfim, beber mais, fumar mais, ou seja, acabar por desistir assim. Ou então faz mudanças, transcender este momento que também já aconteceu, em que se compra o carro descapotável ou que alguém decide separar se, arranjar o síndrome de namorar. Mas quando com 30 anos, mais mãe mais nova, vai perceber daqui um tempo que isso não é bem a solução.
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Mas há pessoas que fazem outras mudanças, mais interessante, mais construtivas para o seu futuro. Há situações mentiras nos casais que reinventam se. Ou seja, há casais que felizmente, redescobrem se, redescobrem se e começam de repente, como se tivessem a namorar outra vez e super companheiros. E descobrem outra vida. A sua vida é tanta pressa, tantas coisas. Não pensa em quê?
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Que tem que tudo correr mal? Há pessoas que finalmente no seu trabalho começam a fazer outras coisas ou mudam de trabalho. Portanto, agora eu tenho cada vez mais pessoas no consultório. Isto é uma coisa muito boa. E esta pandemia penso que trouxe isto de bom. Em que pensam isto? Não, Pera lá, Eu quero fazer algo por mim. Finalmente, agora que andei a toque de caixa até aqui, agora quero fazer algo por mim.
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E são pessoas que chegam a essa altura e descobrem que afinal não nos conhecem bem, ou seja, afinal não percebem bem e elas próprias e elas próprias, sobre o seu mapa dos desejos, sobre aquilo que querem fazer, sobre aquilo que não querem fazer, Porque? Porque acabaram por ter uma vida que foi muito condicionada por tudo aquilo que que foi imposto, que era de alguma maneira mainstream, que era aquilo que era suposto fazer.
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De alguma maneira, nós desta geração ficamos muito escravos do trabalho, daquilo que temos para fazer, da ideia de fazer escola, fazer universidade, ter um emprego, continuar a subir na carreira por aí fora. Me parece que estes jovens agora disseram assim, pois, mas eu não estou para aqui virado não, eu não quero nada disso para já pensar assim. Estes jovens são filhos deste seja, são filhos destas.
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A culpa é nossa. Então são filhos? Viram os pais sempre a trabalhar? Não querem este modelo sem tempo em que estavam sempre a queixar se de tudo e de falta de dinheiro, de falta de tempo. Então não, eles dizem Não parece que seja isso que eu quero. E depois eles têm outra coisa e que para o bem e para o mal, esta geração X e etc tinha essa linha que o que é que é suposto hoje em dia não há?
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O que é que é suposto? Isso é bom? É mau? É ruim? É mau? Como tudo na vida, há autonomia e liberdade e responsabilidade e decisão. E, portanto, sempre tu tens responsabilidade e tomada de decisão. Isso também cria ansiedade e estresse. Porque eu estou a pensar eles têm mais que eu. Passei a pensar, falam mais línguas, estão obviamente num mundo globalizado, podem trabalhar aqui, podem ir para um sítio qualquer da Europa, para o depósito de fora e ao mesmo tempo, o país não lhes dá um emprego, não lhes dá uma casa, não lhes dá um caminho, pelo contrário, que dizem olha, nós sabemos e alguns ficam lá em casa até aos 30 anos ou 35,
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por aí fora. Isto é uma armadilha E eu acho que isto é uma situação que é complicada, para já vindo na nossa perspetiva desenvolvimental, não dá. Ou seja, os jovens têm que sair de casa mesmo. Faz parte da sua estadia. Temos de fazer como os nórdicos. Devemos dizer ok, chegou o teu momento de numa perspetiva desenvolvimental, de crescer e eu só realmente consegui dar um pulo desenvolvimental quando tem realmente isso casa e podem dizer aos pais ok, aqui vem visitar mas é mas eu tenho a minha autonomia e nós fazemos de rede.
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Se alguma coisa correr mal, então nós estamos aqui e entretanto, para o resto da vida. Mas não há uma dependência, porque depois imagine, não é que dizer uma coisa e hoje, dez, eu diria aos 15, mas hoje já nem aos 15, aos dez tu dizeres que não sabes que vais conseguir. Agora imagine aos 25, 30 ainda haver horas de entrada juntas connosco?
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Não faz sentido. Não, não é. Mas por outro lado, os pais também podem ter sua razão. Estão a ter a crise, que é uma coisa que ambas as partes têm as suas razões e há uma tensão, mas que não é justa, Não é, não é não é uma situação justa para nenhuma parte, mas, mais do que isso, que o que aqui está presente também é a amplitude de alternativas que os jovens têm.
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E realmente, também nós fizemos um estudo muito giro que foi feito com um intervalo de 17 anos, portanto o estudo foi feito a 17 anos e agora? E era um estudo qualitativo com jovens dos 18 aos 25. Fizemos cento e tal entrevistas em cada altura e o que nós queremos saber é as expectativas futuras dos jovens. Então, há 18 anos, os jovens, a maior parte deles, o que eles queriam era já uma relação afetiva casar, ter filhos, ter um trabalho bom, ter dinheiro para fazer a sua vida e ter a sua casa, O padrão, o padrão clássico, os filhos deste que não é agora, dizem num grupo já há uma grande diferença entre quem vai
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para a universidade e quem faz estudos profissionais, porque nós fizemos os miúdos dos 18 a 25. Mas com estes duas abordagens, então os jovens universitários pensar numa relação. Ok, é bom, mas diz que não interfira com o meu bem estar. Portanto, não é uma coisa e é uma coisa que eles acham que é boa, mas não de todo fazerem Sacrifício é boa, mas não é fundamental, não é fundamental.
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Outra é filhos a isso ou não. Ou então assim, daqui a muito tempo lá vai a nossa taxa de natalidade, ou seja, algo assim tipo daqui a muito tempo depois o que eles querem é liberdade, autonomia, não estar presos não querem. E fizemos entrevistas, engenheiros, estudantes de engenharia, de psicologia, de gestão, Portanto, tentámos diversificar. É claro que as áreas mais de humanidades, as pessoas ainda continuam um bocado mais nesta questão da relação.
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Mas, por exemplo, as áreas tecnológicas de gestão não estão aí. Eles dizem ah, não nos querem fazer muito aquela ideia de que nem querem como consultor nem político. Se trabalham muito, tem que ser uma coisa que efetivamente se conciliar. O trabalho definitivamente é um meio para eles fazerem as coisas que gostam. Portanto, o que quer dizer que as empresas neste momento estão a pensar que queria dizer que estes estas pessoas que são extraordinárias, que são grandes recursos, que estão muito bem preparadas, mas o que te dizem é.
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Pois, mas eu aqui só vim trabalhar aqui 07h00 de preferência teletrabalho. De vez em quando quer tirar uma semana, quer ir outro lá e quer ir a um concerto. E quero ir. E levo o computador e faço o trabalho e o trabalho para viver e não e não o contrário. E não, eu não sou escravo do trabalho. Exatamente.
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Eu não sou escravo do trabalho e isto é uma atitude completamente diferente e que por um lado é bom porque a gente gosta da geração X, olha para eles e dizer para quem veja. Também gostava de perceber isto mais cedo, portanto, esta parte. Agora a questão é que depois, para já, é um desafio para as entidades empregadoras e depois traz sem eles também o trabalho, aquilo que o sentido de propósito para que eu trabalho, para que eu trabalho, para que isto não faz sentido?
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Se de cada vez mais estamos a ver jovens com aquelas ideias de que o trabalho seria desnecessário, ou seja, que as pessoas podiam fazer uma vida boa, passear, divertir se e que o trabalho não seria. E que aqueles optimistas que dizem que a tecnologia vai fazer isso e que a gente não precisa de trabalhar, mas que não é alta, não é hora, não vai ser No nosso trabalho nós somos perfeitos no nosso tudo de sempre, alguma coisa.
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Olha, é para mim importante essa diferença geracional. Obviamente é importante, até porque tu conduzes um estudo muito importante para avaliar como é que nós nos estamos a sentir no trabalho. E eu vi dados do teu estudo que são absolutamente assustadores, nomeadamente de. 44% das pessoas que trabalham sentirem se fisicamente exaustas, 36% emocionalmente exaustas que está a acontecer. Ou seja, é verdade que as pessoas estão muito cansadas e não é só cansaço, porque nós temos que pensar.
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E normalmente quando tu, numa consulta uma pessoa me vem com ar cansado e eu pergunto se é cansaço físico, psicológico e saturação. E no fundo às vezes as pessoas estão cansadas porque dorme mal, porque também parece não ter estudo, não é? Agora, dormir mal também tem piorado. Ou seja, a questão dos hábitos de sono e o sono. E as pessoas deveriam realmente dar muito mais atenção, porque é fundamental como fator protetor para recuperar, recuperar.
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E tu, o que é que está a acontecer com estas pessoas? Do que é que elas se queixam? Então as pessoas têm estas duas valências que por um lado, estão o próprio trabalho. Isto acontece nas gerações intermédias, que é a Millenium e a X, que o cansaço do trabalho por tu estares há dez, 15, 20 anos a fazer a mesma coisa e começa a se sentir que não se está a começar a trabalhar.
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Uma pessoa que já está quase na reforma. Agora, aquelas pessoas que já estão há muito tempo a fazer a mesma tarefa e eu ouvi um termo que eu adorei que o board out é que as pessoas realmente estarem já cansadas, aborrecidas de trabalhar, estão de corpo presente e está que não estão presentismo 100% estão aqui. Tu que faço as minhas coisas, vou fazer, pois saio.
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Era o que eu gostava de dizer nos estas pessoas 50 e tal anos que não conseguiam dar a volta e que de alguma maneira continuariam a fazer o seu dia a dia, mas já sem digamos que o carregamento de energia seja penoso e difícil. Só que as pessoas muitas vezes implantar uma coisa que propõe as organizações que é.
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Houve uma vez uma empresa que despediu isso, que foi uma palestra sobre a regeneração, que era dentro da mesma empresa. A pessoa se regenerar, ou seja, em vez da pessoa se ir embora ou da pessoa andar ali a arrastar, o que é que pode fazer? O que é que ela pode fazer? Em duas valências? Houve mudar completamente. Foi uma perda grande ou uma coisa assim?
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Mudar completamente. E aí é um fechamento, mas simples. Como é que se consegue quando nós olhamos hoje para as empresas e elas são cada vez mais horizontais, há cada vez menos possibilidades de até ir fazer outra coisa ou de evoluir na carreira de uma forma muito clássica. E ao mesmo tempo, tu precisas de alimentar estas pessoas porque elas querem crescer e fazer outras coisas diferentes.
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Você está aqui duas diferenças. Uma coisa é evolução na carreira, numa perspetiva de ficar com uma posição mais séria, de receber mais. É legítimo, isso sim. Mas o que eu estava a falar era mais de fazer as outras coisas, ou seja, de poder estar na tua empresa em vez de estar. Imagina, Sou professora e académica e eu imagino como o trabalho, felizmente não é só Eu adoro dar aulas, mas não gostava de estar cinco dias por semana, dar aulas, incorporar uma divertida outra ou ou fazer outra atividade, ou então, dentro da minha atividade, poder fazer outra outra componente que de alguma maneira me desse um refresh, não é?
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Eu senti que estava a desenvolver novas competências ou que estava a pôr em prática coisas que eu tinha e que não estavam a ser utilizadas agora e que os recursos humanos ou alguém tem que efetivamente estar atento. Isto para não deixar as pessoas chegarem a esse ponto. Depois. Não é no voar alto que a gente vai vai fazer e nós estamos a ouvir estas pessoas.
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Estamos a perceber que elas estão fundamentas. Elas estão a passar por baixo da corrente de água. Agora há algumas empresas que estão a fazer uma coisa que é uma entrevista de saída, que é tentar perceber quanto isso é deprimente. E, por outro lado, as pessoas respondem as entrevistas de saída. Pois não sei, às vezes aproveitam aquele momento, se calhar para dizer coisas de certeza que não podem ter coragem de dizer durante aquele período de tempo.
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Mas eu penso que é uma coisa interessante que nós percebermos agora. Eu acho que devíamos resistente, que é prevenir que a pessoa chegue sequer e crie a situação. Está tudo bem. Os jovens muitas vezes querem seguir e está tudo bem. E aparece outra proposta, outras coisas. As pessoas gostam de dizer olha pá, já conheço estas pessoas, já conheço esta empresa, quero agora ir conhecer outras pessoas e trabalhar com outra metodologia.
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Não é nada de mal, somos sempre amigos. Agora quando a pessoa sai porque está realmente com alguma fricção grave com a empresa, é importante que a empresa perceba para prevenir outros tipo. Olha, temos que fechar esta nossa conversa. O que é que nós podemos fazer? Até nas políticas públicas, para que este caldeirão, que me parece em que toda a gente está muito próxima de um ataque de nervos, consiga ser um bocadinho mais entusiasmante e mais prazeiroso para a nossa vida.
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Primeiro começámos a falar desta questão da saúde mental de uma forma séria e não como se fosse um luxo, como se fosse uma coisa que é uma moda. E perceber que saúde mental não é apenas ausência de doença e de saúde mental. E nós todos como pessoa, estarmos mais otimizados, ou seja, sermos melhores pessoas, relacionar nos melhor, desenvolvermos o melhor de nós, contribuirmos para mais.
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Não é preciso ter algo que é super importante para nós e para a própria sociedade e para as empresas. Portanto, não gosto nada desta ideia de que psicologia é um luxo, que agora é uma moda, mas não temos que ver isto como algo substantivo e substancial. Por outro lado, termos uma linguagem clara entre saúde mental e produtividade e desempenho não há dúvida nenhuma nas várias investigações que nós temos e nas várias publicações que temos, que pessoas tenham mais bem estar e que estejam mais felizes e mais um estilo de vida mais saudável, tem mais produtividade, são mais criativas e contribuem mais para a empresa.
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Portanto, o que temos que fazer agora que já falámos sobre isto? Há muitas empresas que já têm a Semana do Bem Estar, é o dia do webinar, etc. Mas eu temos de dar o passo a seguir e o passo a seguir é saúde mental e produtividade juntas. Tem de ser um plano, um ponto estratégico das organizações. Tem que fazer parte dos planos estratégicos, dos planos de ação.
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Tem de ter atividades com recursos alocados, com orçamento alocado e com avaliação e monitorização local. Portanto, não ser uma arte do fingimento, mas ser uma coisa pública, uma coisa de base que esteja no ADN da organização e que comece a fazer parte de todos os programas e políticas. E deixar. Porque eu às vezes sinto que isto é um bocadinho kitsch.
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Um bocadinho está na moda. VIP Sim, Não, não. Isto é fundamental. Como é que as pessoas stressadas, irritadas, exaustas, com assédio laboral, conseguem fazer o seu trabalho no dia a dia e todos os dias trabalhar? Não conseguem ir fazer um bom trabalho? Como é que alguém pode imaginar que é possível? Olha, deixo duas sugestões para as pessoas que se interessam por estes temas.
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O primeiro, o estudo que está, que está aí, que pode ser conhecido, que tem a ver com o que é o estudo Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis e o outro é sobre o comportamento de e a saúde em jovens em idade escolar. Portanto, os filhos adolescentes e os pais e as mães trabalhadoras trabalhadores nos 50 anos que podem estar à beira de um ataque de nervos.
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Gaspar obrigado. Muito obrigada. Foi um gosto.