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Como Falar com Alguém que Pensa o Oposto de Ti (Sem Entrar em Guerra)
Há conversas que são fáceis.
— Gosto de cães.
— Também eu.
— Que bom.
E depois há as outras:
— Gosto de cães.
— Eu prefiro gatos.
— Tu odeias cães??
Pronto. Já estamos em guerra. E nem falámos de política, vacinas ou futebol.
Hoje quero falar contigo sobre isso mesmo: como ter conversas com quem discorda de nós, sem perder a compostura. Ou a amizade.
Quando alguém diz algo que nos irrita profundamente, nem sempre é pela ideia em si. Muitas vezes é pelo tom. Pela certeza. Pela provocação. E o nosso cérebro entra logo em modo combate. Já não estamos a ouvir. Estamos a preparar um contra-ataque.
Mas aqui vai uma pergunta simples:
Quero ganhar esta conversa… ou quero compreender esta pessoa?
Há estratégias práticas que podem evitar o confronto direto e abrir espaço para o diálogo:
1. Respira antes de responder.
Parece um conselho zen — e é. Mas funciona.
Se alguém grita “o sistema é corrupto!”, respira.
Não para concordar, mas para evitar responder “tu é que és burro”. Isso não ajuda ninguém.
2. Troca o ataque por uma pergunta.
Em vez de “isso é absurdo!”, tenta “como chegaste a essa ideia?”.
Mas diz com curiosidade verdadeira — não com aquele ar de julgamento que se nota logo na sobrancelha levantada.
3. Usa a frase mágica:
“Vejo isso de outra forma.”
É uma maneira de abrir espaço sem ceder e sem agredir.
Por exemplo, alguém diz: “O mundo está pior por causa dos imigrantes.”
Tu podes responder: “Eu vejo isso de outra forma. Posso explicar?”
Se a pessoa não quiser ouvir — tudo bem. Nem toda a gente está disponível para conversar.
E às vezes, a melhor resposta… é não responder.
Se alguém diz “tu não percebes nada disto”, talvez o melhor seja dizer: “Pode ser.”
Depende do tom, claro. Mas manter a relação, por vezes, é mais importante do que ganhar o debate.
Eis cinco coisas a evitar numa conversa tensa:
E cinco coisas que ajudam uma conversa a correr bem:
Quero partilhar também três segredos de comunicador:
Primeiro: ouvir com generosidade muda tudo. Quando alguém sente que foi mesmo ouvido, o tom da conversa muda.
Segundo: quem domina o tom, domina a conversa. A tua voz é metade da tua mensagem.
Terceiro: quanto mais preparado estás, mais simples consegues ser. E na comunicação difícil, a simplicidade é a chave.
Conversar com quem discorda de nós não é só uma questão de paciência. É uma questão de escolha.
Quero ter razão ou quero ter relação?
Se quiseres as duas coisas ao mesmo tempo — bem-vindo ao clube. É difícil, mas é possível.
E tudo começa com uma pergunta simples. E com vontade de ouvir a resposta.