Tenho boas e más notícias.
Os portugueses estão a consumir notícias. Boa notícia.
Os portugueses sentem que estão a ser manipulados. E muitas vezes. Péssima notícia.
Os portugueses têm milhares de fontes de informação. O que quer dizer diversidade. O que quer dizer informação mais localizada ou mais nacional. Excelente notícia.
Mas quase 90% mesmo grupo de portugueses que respondeu a um inquérito do Observatório Ibérico IBERIFIER que estuda o fenómeno da desinformação e o seu impacto na sociedade, confessa que vê as notícias nas redes sociais.
Será uma boa ou má notícia?
São ambas: por um lado as redes sociais garantem acesso mais alargado, por outro as fontes nem sempre são fiáveis.
Estamos a falar do Facebook da RTP, Expresso ou Antena 1?
Ou contamos com as últimas publicações da tia Amélia, que adora cães, detesta a prima Ana e acredita em OVNI´s, milagres e nos produtos de televendas, embora faça um leite-creme divinal?
Por isso não é de admirar que 97% dos respondentes dizem ter visto desinformação no último mês. E os temas da política e do futebol são estrelas neste campo. Além da publicidade que se faz passar por notícia para atrair cliques e visitantes aos sítios ‘web’ de vendas.
A qualidade da informação tem muito a ver com a fonte. E 25% do território nacional não tem sequer uma publicação local a falar sobre as notícias da terra.
Logo as fontes são tudo menos fiáveis, factuais ou neutras.
Miguel Crespo é investigador do fenómeno da desinformação e no comportamento dos média e dos cidadãos. E o observatório de que faz parte tem agora uma fotografia da perceção dos cidadãos e um mapa.
As notícias são feitas por pessoas e para pessoas.
O que implica desde logo uma subjetividade.
Por exemplo, na maneira como se escolhem os temas para dar notícia.
E que ângulo, titulo ou forma damos ao contar uma história.
Finalmente, e mesmo que tudo seja feito de forma honesta e equilibrada, tudo depende da forma como os leitores, ouvintes ou telespectadores recebem a informação e a interpretam.
E essa passagem é todo um mundo novo. A mesma notícia é vista com lentes diferentes conforme o contexto dos recetores. As suas crenças, a sua condição social, as suas ideias, as ansiedades e desejos.
É tudo menos matemático.
Talvez isso explique o sucesso da informação que explora os temas mais populistas. O crime, o sexo, o poder.
São temas populares, mas parece que estamos todos sempre a vê-los pelo buraco da fechadura.
Também é uma maneira de olhar o mundo.
Fiquem com os principais dados do estudo e ouçam um outra conversa com Miguel Crespo aqui:
MIGUEL CRESPO | COMO COMBATER AS ‘FAKE NEWS’?
LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO“O Impacto da Desinformação na Indústria de Media em Portugal e Espanha”
IBERIFIER
Estudo IBERIFIER
87% dos inquiridos contacta com notícias através das redes sociais.
37% depara-se com desinformação várias vezes por dia.
97% detetou desinformação no último mês.
77,6% identifica a fraca qualidade do jornalismo, nomeadamente erros factuais, cobertura simplista, como principal problema na desinformação.
72,1% sublinha o problema dos factos parcialmente manipulados.
48,5% destaca as peças que imitam notícias, mas que são, afinal, anúncios.
71,3% aponta a política como o tema mais visado na desinformação.
59,2% é a quantidade de respostas que sublinham o assunto guerra e conflito armado como o tema mais tratado sob efeito da desinformação.
84% elege a política como o tema em que a desinformação mais preocupa.
72% declara que deixou de confiar num meio de comunicação depois de ter detetado nele desinformação.
23% diz que não se pode confiar nas notícias a maior parte das vezes.
77,2% declara que não pode confiar na maior parte da informação das redes sociais.
78,7% escolhe os cientistas e 56,2% os jornalistas como as fontes em que
mais confiam.
0:13
Ora, vivam.
Bem-vindos ao pergunta simples ou voz podcast sobre comunicação, isto é, o episódio 116 e vamos falar sobre informação sobre como nós nos informamos, de onde bebemos a informação que os jornais, que rádios que a televisões, o que Facebook, Twitter e afins usamos para saber como vai o mundo.
0:33
Se gostarem do episódio, partilhem com amigos que queiram ouvir ou pensar sobre estas coisas da comunicação subscreva gratuitamente na página perguntasempre.com ou no Spotify desta vida se é a primeira vez que está a ouvir este programa, aproveite e espreite outros episódios anteriores a lá.
0:50
Muitas conversas interessantes vamos ao programa, vamos a isso.
1:05
Tenho boas e más notícias.
Os portugueses estão a consumir notícias.
Boa notícia, os portugueses sentem que estão a ser manipulados e muitas vezes, péssima notícia.
Os portugueses têm milhares de Fontes de informação, o que quer dizer diversidade, o que quer dizer informação mais localizada ou mais nacional?
1:27
Slant notícia, mas quase 90%, o mesmo grupo de portugueses que respondeu ao inquérito do Observatório ibérico que estuda o fenômeno da desinformação e o seu impacto na sociedade, confessa que vê as notícias nas redes sociais.
1:43
Será isto uma boa ou uma má notícia?
Sombras por um lado, as redes sociais garantem o acesso mais alargado.
Por outro, as Fontes nem sempre são fiáveis.
Estamos a falar do Facebook, da RTP, do expresso da antena 1.
1:59
Ou estamos a contar com as últimas publicações da tia Amélia, que adora cães, de testar a primeira e acredita em ovnis, Milagres e nos produtos das televendas?
Embora façam leite creme divinal.
Por isso não é de admirar que 97% dos respondentes dizem ter visto desinformação no último mês.
2:19
É que a vana Amélia partilha tudo aquilo que acha graça nas redes e os temas da política e do futebol são as estrelas neste campo.
No campo da desinformação, além da publicidade que se faz passar por notícias para atrair cliques e visitantes ao site do vendas, a qualidade da informação tem muito a ver com a fonte e 25% do território nacional não tem sequer uma publicação local.
2:44
É falar sobre as notícias da Terra, uma publicação jornalística, logo as Fontes são tudo, menos fiáveis, factuais ou neutras.
Miguel crespo é investigador do fenômeno da desinformação e do comportamento dos média e dos cidadãos, e o Observatório do que faz parte tem agora uma fotografia da precessão dos cidadãos e um mapa do Tesouro com os Fontes digitais de informação.
3:12
O Observatório foi formalmente lançado ainda em tempo de pandemia em setembro de 2021.
E agora que estamos no início de 2023, estamos a começar a ter resultados, resultados.
Nós tem de 1 dia para o outro.
A ciência demora tempo pra fazer é dá muito trabalho.
Às vezes parece que é muito fácil por ser com resultado, mas demora tempo e nós apresentamos agora, digamos, os 2 primeiros grandes projetos, fechados de tudo aquilo que nos propusemos fazer no âmbito deste.
3:42
Texto Observatório é um deles.
É um mapeamento é real, efetivo, verificado daquilo que são os meios digitais em Portugal, até um mapa que está disponível online no num, num site através do site do projeto que aí verify.
3:59
Herói, verificar ponto é Oo, que que tem o que que tem esse mapa?
Esse mapa tem cerca de 1000 e no caso português, portanto, o mapa tem em Portugal, Espanha, isto é sempre um projeto ibérico, mas no caso português tem mapeado cerca de 1300 meios.
Que existem em Portugal, todo tipo de de mais que tem presença digital, tem toda a informação sobre esses meios, em que plataformas estão disponíveis, quando é que foram fundados?
4:24
É quando é que, quando não eram nativos digitais, aderiram à internet?
Onde é que são as suas sedes?
É um mapa completamente interativo, permite todo tipo de filtros, de pesquisas e é o grande conclusão.
Nós já tínhamos essa pressão, mas agora temos dados.
4:40
É que mais de um quarto dos concelhos portugueses não tem nenhuma educomunicação, portanto.
Nós podemos dizer que um quarto do território, na verdade é mais porque.
É os os concelhos mais pequenos até tem mais mais porque são mais litorais e essa é outra das conclusões.
4:58
Ela vamos, é grande parte do território português.
Não tem nenhum tipo de informação jornalística credível rigorosa sobre o que se passa no próprio conselho e isto, obviamente, portanto, são séculos.
No fundo, não é?
É são cegos ou ouvintes podem ser enganados facilmente por informação ou por desinformação, que não é jornalística, não é rigorosa e não é verificado, portanto, vão ver a informação que precisam.
5:22
É, se calhar ao butim camarário, que obviamente não tem nenhuma obrigação jornalística, ou então a volta da paróquia, que também não tem, ou então a aquilo que os vizinhos amigos e conhecidos escrevem, seja verdade ou não, seja verdade é e portanto, temos aí, obviamente, um problema que pode não ser uma coisa geral pode não acontecer em todos os lados, mas ao não existir informação que seja rigorosa, independente nesses meios, aquilo que pode facilmente passar.
5:54
Que aquilo que pode, em última instância, ser realmente desinformação com objetivos maliciosos, com objetivos de manipular as pessoas, com objetivos políticos e econômicos, o que for, mas é são desse ponto de vista populações que podemos dizer que são vulneráveis do ponto de vista da informação que recebem e, portanto, o escrutínio que é feito, nomeadamente para quem tem que tomar decisões públicas.
6:20
O presidente da Câmara, o presidente da junta, e é uns curtirem muito mais mais porque porque o debate social também pena, exatamente porque não existe.
Ela está o jornal local, que normalmente vai mordendo sempre as canelas, é aos poderosos.
6:35
Assim, assim, não, não há nenhum tipo de.
Verificação daquilo que é publicitado, digamos assim, portanto, seja o os presidentes da Câmara, sejam os partidos, sejam, é outros interesses que haja nos conselhos.
6:53
E nós sabemos quando estamos de fato conselhos com alguns milhares de pessoas, todas as pessoas se conhecem, mas há sempre alguém é.
Ou alguém que é tem os seus próprios interesses e que podem, dessa forma, facilmente manipular populações.
7:09
Assim, eu acho que não é relevante.
Estamos a falar de 50 pessoas de 5000, outros 50000 a 10000000.
Sempre que há o risco de se poder manipular os cidadãos por interesses pessoais, sejam eles quais forem ou interesses corporativos, faz falta ao jornalismo para é poder é dar um contraponto e acho que essa é provavelmente um dos grandes problemas.
7:32
O mapa também vai deixar Claro outro problema identificado há muito em Portugal, não apenas nos média que nós vivemos num país extremamente lied oralizado e extremamente Urbanizado.
E quando passamos para a comunicação, verifica-se exatamente a mesma coisa, ou seja, onde é que eles estão?
7:51
Estão, portanto, nesta faixa aqui, Braga até Faro centro, na Porto, avaliam, é Braga até tubarão e depois um bocadinho.
Alberto, portanto, é aí que estão grande parte dos meios com algumas coisas curiosas.
No meio do estudo que, por exemplo, o nível da península ibérica, já que trabalhei bere.
8:08
O console com mais mais de comunicação em Lisboa não é Madri, não é Barcelona, é Lisboa que está acontecendo.
O que que aconteceu?
O que que acontece é assim, é, na verdade, apesar de tudo, Espanha tem uma maior diversidade de centros de influência do Portugal, é e pronto.
8:24
Já sabíamos isso de outros estudos e nós aqui somos macrocéfalos somos muito, é Lisboa e Porto, e como é literalmente, infelizmente é isso que se passa e é isso que se passa do ponto de vista de média.
Mas também temos que assinalar que há excelentes esforços fora destes centros de fazer bom jornalismo, de fazer trabalho para a comunidade e não para servir interesses políticos ou econômicos independentes.
8:52
Sim, projetos independentes.
Temos projetos independentes muito relevantes.
No Algarve, por exemplo, no sul informação, na zona centro do país, é o médio Tejo, por exemplo.
E não quero aquelas que eu não citar, não se sintam ofendidos.
São aquelas que estão aqui que está aparecendo na cabeça agora.
9:08
É sim, são aquelas com meu parceiro na cabeça.
É por razões diferentes, mas que sempre com qualidade e depois temos.
É pequenos esforços de pessoas que mesmo antes de ter jornalistas ou pessoas com interesse pelo jornalismo e depois tentam fazer alguma coisa mesmo antes de parceria, este este, este mapa que já tinham identificado, por exemplo, que o seu conselho não tinha nenhuma educomunicação ou não tinha nenhuma educomunicação que valesse a pena e que fizeram um esforço, quase um anshel one woman, show de criar um meios virado para a comunidade e a verdade é que vemos vários pequenos.
9:43
Projetos é desse ponto de vista, é nascer no país para comunidades de 5000 pessoas, 10000 pessoas e aos poucos aqui cheira tornarem sustentáveis.
Obviamente, é adequados bem adequados ao meio em que em que existem e é conseguir.
10:02
É.
É, vou dizer, começar a aproximar-se de equilibrar contas, ou seja, de poderem ser viáveis.
Portanto, é possível, mesmo em pequenos concelhos de Portugal, fazer jornalismo, fazer bom jornalismo, fazer jornalismo para as comunidades.
E é.
10:18
Transformar isso num negócio, ou seja, não ser apenas uma coisa de carolis que se fazem quando temos paciência e temos outro emprego para sobreviver, porque convém que existem lá está que seja sustentável que que quem escreve para esses jornais seja obviamente remunerado para isso.
10:33
Sim, Claro, a saída.
Temos que ter um jornalismo profissional, nada contra fazer jornalismo para morar.
Camisola é não tem exatamente nada contra, mas para sustentar tem que ser pago, tem que ser pago, Claro, assim como qualquer outro trabalho, e isso é tão difícil.
E mesmo as publicações nacionais, e nós estamos a ver no caso dos jornais nacionais conseguirem meios, enfim sustentáveis para garantir um bom jornalismo.
10:59
É localmente, a coisa é mais difícil ou não é?
Pode ser assim será mais difícil se tivermos a curto prazo grandes emissões.
Não, obviamente, não é possível em nível local.
Regional é ter uma relação de 20 pessoas e uma equipa no total, com 40 pessoas.
11:18
Isso não existe neste momento ao ter os meios nacionais, estão vários deles, mais ou menos a este nível da de de equipa e, portanto, tem que ter que ser resultado.
A dimensão tem que ser ajustado à dimensão, mas é assim em termos a nível regional, vários projetos que tem.
Sempre dizer uma dezena de pessoas, 1015 pessoas que conseguem ter é.
11:39
É receitas para pagar condignamente, não propriamente muito bem, mas isso acho que ninguém em Portugal, neste momento, ganha muito bem ao quase ninguém.
É é para pagar continuamente para produzir o jornalismo de claridade para estar próximo da população que quer servir e, portanto, isso é.
12:00
É uma possibilidade.
Obviamente nós temos algumas e.
Questões de mais ou menos estruturais ou de travessão ou de falta de tradição, que não contribui muito para isso, que é, por exemplo, os agentes económicos numa determinada região, não estão habituados a contribuir para o jornalismo.
12:19
Se calhar estão mais habituados a contribuir para o clube de futebol do que para o jornalismo.
É isso?
É também acho que se calhar algo que seria preciso trabalhar um pouco desse ponto de vista, porque de uma forma ou de outra, em todas as regiões do país existem sempre é.
12:36
É, existem sempre.
Empresas de pessoas que é podem, é.
É dispensar algum dinheiro para apoiar o jornalismo e às vezes, isso é o suficiente.
Portanto, olha este.
12:51
Este é parte do mapa, aí é para mim surpreendente que 25% eu pensava que o fenômeno das rádios locais e este tinha tinha resolvido isso é e aparentemente não não resolveu.
A outra parte do do, do do, do estudo, é interessante porque é, é no fundo um estudo.
13:09
Em busca daqueles que recebem a informação, como é, como é que se sentem as pessoas informadas?
Vai para já a primeira conclusão que nós temos é que é nós é que grande parte das pessoas e o nosso estudo sobre o impacto da desinformação nos média tem 2 componentes, uma quem consome outra, quem produz?
13:30
Portanto, nós fizemos um inquérito a pessoas que consomem jornalismo.
É, tivemos mais mais de 500 respostas, quase 600 é que não sendo representativas da população portuguesa, são muito indicativas e vai muito além dela, mostra.
13:46
É EE pronto, mas não é representativa cientificamente, é, mas vai na linha de outras amostras representativas com que nós já trabalhamos, nomeadamente No No digital news repórter.
Em um da equipe, também se cruza um pouco, é e que é é, vem na mesma linha e, portanto, são boas indicações sobre aquilo que você é um sobre o outro.
14:06
No fundo, os os resultados são coerentes, são, são coerentes, não são os mesmos, porque as questões não são as mesmas.
O objetivo não é o mesmo tanto do ponto de vista de investigação, mas vai na mesma linha.
Não, não se contradizem, é e é.
É a coisa mais importante é que é a pergunta sobre costuma deparar-se com desinformação quanto consome.
14:28
Informação é 97% das pessoas diz que sim, que no último mês que encontrou desinformação e portanto, mesmo que o valor não seja exatamente esse assim, esma gádor quer dizer que a desinformação chega a todas as pessoas ou quase todas, de uma forma ou outra, e que as pessoas têm a noção de que estão a ser enganadas.
14:47
As pessoas têm noção.
De que alguma informação que lhe chega não é rigorosa, não é factual?
E por que que eu estou a fazer esta ressalva?
Porque se para quem trabalha estas questões do ponto de investigação, aquilo que é desinformação é algo muito Claro para os cidadãos, pode haver várias entendimento que o que que eles entendem como como desinformação, então, podem entender aquilo que é nitidamente falso.
15:13
Pronto, isso será desinformação.
Podem entender como tal aquilo que lhes dá.
Uma visão parcial de um terminal de facto é um acontecimento, e isso pode ser considerado para os cidadãos como desinformação do que tanto 11 pressão de de de parcialidade.
15:30
No fundo, sim, de parcialidade, de opinião, mas, por exemplo, muitas vezes é é.
As pessoas consideram desinformação algum tipo de discurso político.
Ora, o discurso político pode ser desinformação, mas não é sempre desinformação.
15:46
Portanto, isso significa, por exemplo, alguém ler 11 artigo de opinião.
De um autarca da Terra que de na em plena campanha eleitoral, que defenda o seu partido e se se não coincidir com a tua escolha eleitoral, elas dizem tu estás me enganar?
Mas isso não, não, não cabe exatamente no conceito de de, de, enfim, de, de, de manipulação ou de desinformação.
16:07
Não é assim.
Vou fazer uma com um exemplo muito simples, que é o político dizer porque nós fizemos isto ou aquilo e eu olhar pela janela e dizer ele não fez, porque eu acho que ele não fez e portanto é isto.
Para muitas pessoas podem ser desinformação.
16:23
Não quer dizer que seja necessariamente ou não, é aqui quase teríamos que ir casa, caso para perceber se é realmente a informação de um ponto de vista mais formal.
Depois temos aquilo tudo que é relacionado com as crenças.
A desinformação tem muito a ver com as crenças.
A desinformação propaga-se.
16:38
Agora estou falando em termos mais genéricos, principalmente porque ela é dirigida a pessoas que pensam de uma determinada maneira ou até em determinado tipo de de pensamento solar, ideológica, religioso, o que for, e se eu produzir?
Desinformação, dirigir a essas pessoas, que suporte aquilo que as pessoas já pensam mais facilmente elas vão reproduzi-la.
17:00
É calendar.
A fé é calendar, a fé sim, mas não só é mais eu.
Eu gosto mais de falar de crença, porque isso não é apenas uma questão religiosa, política.
Assim, por exemplo, um exemplo muito simples, no caso português, é a questão do futebol.
Gosto nós temos o nosso clube, ninguém vai convencer que o outro clube é melhor que o nosso nunca, e que tão logo a cabeça, portanto, espero, é uma questão de crença, não é uma questão de opinião, não é uma questão de facto.
17:24
Não cai, então e quando, quando o nosso clube não se porta bem, isto é, quando o presidente do nosso clube da damos um desconto.
É pai.
Ele estava abusar um pouquinho, mas não, não, ela é bom.
O meu clube é ótimo, isto vai correr tudo muito bem.
17:40
Fizemos a mesma coisa em relação aos políticos, fazemos a mesma coisa em relação à religião, fazemos a mesma coisa em relação a tudo aquilo que tem a ver com as coisas em que acreditamos quando se quando somos adeptos de de uma calça qualquer.
No fundo, tentamos é desvalorizar a sempre, até para reforçar a nossa própria crença, anularam seu.
17:57
Acredito em ti, porque é que não Há de Ser assim, né?
Assim, há 11 cartum que eu gosto muito, eu sempre que posso nas minhas Apresentações, que basicamente é uma filha falar para o pai.
Tá no computador, eu queria dizer, mas isso são notícias falsas e o pai que está no computador diz.
Mas é fácil.
Como isto é o que eu penso.
18:15
E é isso.
É é que são EE.
Assim, se alguém me diz, olha, assim que o que tu pensa está certo, é ótimo, não é um reforço do do euro, não é?
E até pro contrário é assim.
Nenhum de Nós não há nenhum ser humano gosta de sarra ser contra.
18:32
Se compra é de forma constante, é é confrontado com coisas que negam aquilo que pensam contrariado.
No fundo, sim, júri anos ninguém gosta.
Não é importante ter assim a tá aqui uma coisa assim, isso não é nada disso, eu penso exatamente o contrário, eu não vou partilhar a isto, é mesmo que.
18:49
Eu penso, eu vou partilhar.
Esta é a principal forma de disseminação de informação, este é que é o grande problema, mesmo que haja campanhas orquestradas, e sabemos disso a nível Internacional, mesmo a nível nacional.
Há várias vários exemplos portados e factuais, e de documenta 12 estudados.
19:06
É sim, este é que é o motor da desinformação, ou seja, a desinformação pode ter uma origem propositadamente, mas se não chegar às pessoas certas.
Dizendo isto, é aquilo que vocês acreditam?
Partilhem, né?
19:22
Importante é isso que está subjacente.
Ela não tem efeitos, portanto, no fundo é podemos criar uma campanha de desinformação, de manipulação, caindo, em princípio, no roto ou no preconceito de uma terminada comunidade.
E isso garante nos dias logo uma expansão comunicacional da da da nossa, da da, do, do nosso ativo.
19:44
É, enfim, de propaganda?
Sim, Claro.
E esse que é o grande objetivo, uma boa campanha de informação ou desinformação é aquela que chega às pessoas e convencer as pessoas que aquilo é o que elas pensam.
Nestes dados que foram, é agora é recolhidos, é os os respondentes, as pessoas que, que enfim, que são alvos das notícias, que que elas estão é.
20:12
Tem uma ideia Clara de que é EE que nota que a facu são manipulados EE tu tem eu.
Eu gosto muito de um de 1/01/1 num tripé que tu tens é quando quando fala das todos alunos entre é crença, opinião e factor.
20:28
Sim, são.
E isto isto tripé, exatamente eu eu gosto e eu.
Apercebi-me é.
É algo que não era prévio ou percebi mesmo?
No decorrer das investigações e no próprio decorrer das aulas que isso estamos a falar de aulas de ensino superior.
20:44
Pronto.
É, portanto, pessoas supostamente já com uma formação acima da média.
Infelizmente em Portugal.
E quando se fala em ensino superior, ainda temos sempre dizer que estamos muito acima da média.
É é um problema, obviamente de Portugal e que vai parece ainda demorar.
21:00
Metas de gerações a poder resolver, se é que é.
Pessoas falam muitas vezes, em verdade, sem perceber que a verdade é um conceito que é uma construção, porque a minha verdade não é a mesma do que tua já é.
Não, não, não é.
21:16
É sobre o mesmo facto, cada um vê uma verdade, é a história do vou voltar ao futebol.
É é a história do foi pênalti, não foi pênalti, é factual, não é não, não, não, não.
O facto é um mas pra mim não foi pra ti, foi isso é verdade?
21:31
Portanto, o facto de verdade não são a mesma coisa e.
Estão explicadas nas horas que precisamos haver pessoas a discutirem na televisão, sim, sobre o pênalti, mas assim, mas.
Mas voltamos à mesma coisa assim, pronto, sem sem ir muito aqui, continuar muito no, no, no futebol.
21:49
A questão é, é.
Nós não estamos a discutir uma opinião acima de tudo, estamos a discutir uma crença é porque nós podemos ter a opinião sobre o pênalti e isso contribui para a nossa verdade.
Mas ainda antes temos a opinião.
Um é o meu clube ou até o teu clube e portanto, isso é mais importante, ainda incipiente, durável, ao meu clube OKE, portanto, o que que nós temos?
22:12
Nós temos faca e já agora quem tiver uma opinião honesta e que tenta uma verdade mais neutra não entra na claque.
E sim, pode entrar no meu.
Escalar é desvalorizado pelos 2 lados e, portanto, é, tem mais dificuldade.
Voltamos a passar a sua informação.
22:29
E quais é que passam?
Passam aquelas que serão, eventualmente, mais de informativas ao mais manipuladoras, a favor de uma parte ou de outra parte.
Os mais apaixonados e que mais defendem uma dama contraria a outra.
Importante que esse cara tem essa ideia de verdade para estabelecida, terão um fala mais alto e tem um mercado maior?
22:49
É sim e eu falar mais alto também é uma coisa importante quando falamos de desinformação.
É, às vezes é é, ou seja, é quem é, tiver uma voz mais alta e uma voz mais alta.
Por exemplo, se falamos de redes sociais, é aquilo que conseguir partilhar mais uma determinada visão do que os outros é que é o que no futuro pode ser.
23:11
É é registrado como tendo sido a verdade EE, portanto, aliás, a está nos manuais de de informação, de informação e contra informação do século 20.
É pronto que no período.
Segunda Guerra Mundial, antes e depois e depois guerra fria.
23:29
Portanto, existem imensos manuais extremamente engraçados do ler é e que se encontram com com facilidade.
É produzidos basicamente todos os grandes intervenientes e muitos deles até em português, tem versões em português, portanto, existem manuais de contra informação da União Soviética em português.
23:46
Pronto, por exemplo, é que que produzidos nos anos 50 e é muito, muito engraçado, porque normalmente a grande lógica é é, repitam.
Aquilo que querem que as pessoas acreditem até a exaustão é café, porque sim, porque a certa altura as pessoas vão realmente assim.
24:05
Já ouviram tantas vezes que vão acreditar e isso nas redes sociais é assim que funciona.
E nós vemos todos os dias, em qualquer rede social, às vezes sobre coisas perfeitamente irrelevantes que toda a gente há porque é.
É.
Vamos comprar BMW espa TAP pronto.
24:24
Isso não pode ser ou não.
Toninho BMW também não podem ter é e, portanto, aquilo que fica é a TAP, cria da BMW as pessoas, mas a história, se calhar, não é bem.
Essa não interessa.
Agora, aqui está a discutir, é essa história, mas não entra nessa ativa, é tão forte, Claro e tão repetida até exaustão, que é isso que se transforma, então é verdade, mas essa verdade e os factos não são exatamente a mesma, mesmo que não verifique eu posso dizer já vista, olha, eles estão a fazer isto, mas onde é que tu verifica se isso não eu vi aham aqui e é Claro que toda a gente está dizendo a mesma coisa.
24:55
Bastante, só a gente está dizer mesma coisa, é verdade.
O que é uma coisa perigosíssima, não é?
É, já foi conceptualização como sendo a famosa ditadura da maioria.
É, e na comunicação existe uma ditadura da maioria, mesmo no jornalismo não é pra tu discurso é mesmo que seja factual, rigoroso, feito pelos jornalistas.
25:19
Também tem essa lógica de ditadura da maioria EATV Amos com alguma frequência quando se discutem assuntos mais ou menos sérios em programas de debate ou mesmo em programas de informação na rádio, na televisão ou nas sequências de artigos de opinião que se publicam em jornais online ou em papel.
25:38
É que é muitas vezes há opiniões dissonantes que só por serem dissonantes, são atacadas em matilha e, portanto, se não estás afinado com a bolha mediática, tendem, no fundo, é Oo.
25:55
O ecossistema tenda tenda a morrer das canelas.
É eu eu vou dar um exemplo relativamente simples que tem a ver com com, com a guerra na Ucrânia e que foi a decisão Internacional da Europa de bloquear os canais oficiais russos.
É sim, estamos a fazer a mesma coisa que os russos fizeram.
26:14
É, mas é isso que nós defendemos.
É que só podemos ter uma opinião parcial e monolítica, né?
Pronto, isso só faz a pergunta, eu não consigo dar resposta.
Foi uma forma de fazer censura, obviamente, Claro.
E portanto, estamos é, é criticar e fazendo a mesma coisa e toda a gente acha muito bem.
26:32
Eu não acho olha Oo algum tema campeão de de desinformação é para os portugueses que responderam ao nosso estudo neste concreto, a grande preocupação é política.
Eu acho que nós podemos nos queixar muito da nossa democracia.
26:51
Podemos nos queixar que, infelizmente, há cada vez menos participação em eleições de uma forma constante, portanto, com variações, mas ao longo dos anos tem vindo a reduzir-se, que se calhar, a menos em panho, partidário ativista é, mas nós temos outros ativismo e temos visto as pessoas a serem muito mais ativas em outros tipos de causas que não tem diretamente a ver com partidos ou com sindicatos, ou com ordens profissionais.
27:20
Portanto, não.
Nesse contexto, mas em contextos mais genéricos da sociedade, por exemplo, temos visto uma evolução grande da sociedade portuguesa.
É na defesa de novas formas de construção social, de viver os espaços públicos, de usufruir das cidades, de encarar a mobilidade.
27:45
De é defender é, por exemplo, os direitos dos animais.
E isto.
Que não está em linha mento partidário, ou seja, nem recolhimento.
Digo eu, em muitos casos não tem.
É porque estou pensando em vários movimentos.
Desses estão praticamente órfãos de sim de de enfim, dessa discussão política é política.
28:05
Quase que está resumida a discutir a economia, os grandes temas das grandes leis.
Mas ficará árida, mas é uma proteção, é sim.
Tivemos uma, tivemos e ainda temos 11 exceção é que agora está mais ou menos num limbo, que é o caso do pânico.
28:20
Sei que é um partido, é que nasce, não de 11, com um grande, uma Gran.
Invasive o lógica tradicional não é necessariamente esquerda, direita, não defende propriamente as pessoas ou as empresas ou é um movimento que nasce da ideia.
28:37
Preciso proteger os animais.
Nós gostamos de animais, não só os animais, ou seja, de é.
É nossa sociedade tem que mudar numa série de coisas que são fundamentais e que não tem a ver com este grandes temas.
Tem a ver com com os animais, com temos uma vida mais equilibrada, até do ponto de vista da da até do ponto de vista da alimentação, e assim é o primeiro partido.
28:59
Por exemplo, não é que se preocupa com questões como é?
É o se o se consumo de de produtos animais que nós temos é em Portugal, não apenas por causa dos animais, mas por causa da nossa própria saúde e, portanto, trouxe para a política algo que normalmente é visto como uma coisa marginal de pessoas mais ou menos radicais, mais ou menos extremistas.
29:21
Querem mudar a vidinha que nós temos é isso.
É.
Nós temos visto isso e as redes sociais obviamente, contribuem muito para.
É, é possibilidade de organização de é movimentos espontâneos, não partidários ou trans, partidários que nascem porque os cidadãos têm uma necessidade, e não porque os partidos a partir de cima para baixo, decidem que a sociedade tem uma determinada.
29:47
É uma determinada coisa e isto não é apenas não é um exclusivo português.
Assim, vemos isto pelo mundo inteiro e vemos isto até em regimes onde, se não fosse assim, não haveria hipótese de manifestação.
É, portanto, uma verdadeira expressão da sociedade civil.
30:02
É, é, é assim e pra mim, as redes sociais são uma coisa mais, é representativa, de verdadeira democracia, desde que algumas centenas de gregos, que eram os cidadãos, se conseguiam juntar todos na mesma praça para decidir numa.
30:21
Numa democracia total é assim mesmo.
O votar não é tão democrático como isso, por um motivo ou outro, eu posso querer voltar e não poderia votar.
É e as redes permitem.
As redes sociais permitem essa agregação, provem e pro mal.
Depois, Claro, obviamente e mesmo a curadoria das redes sociais é o que é EEEO favorecimento pela Star de nós não conseguimos perceber se uma, se uma grande ideia é 11 verdade ou tentar a verdade ou se é uma ou se é um, existe manipulação ou de pressão ou da opinião.
30:53
Está ali tudo misturado, tá tudo misturado, é outro.
Obviamente, é outros problemas e é um dos problemas que é o os quem respondeu ao nosso inquérito, identifica, é, preocupa-se com a questão da manipulação política, com a desinformação política.
Mesmo que em Portugal e nós tínhamos em níveis tão graves como em muitos outros países da Europa, e não só é, mas ela existe, É Ela está já muita dela documentada, é as suas origens e as suas Fontes, portanto, são são conhecidas.
31:25
É algumas, portanto, mas os percursos estão muito bem estudado, se pretende, sabemos como é que elas se difundem é, mas as pessoas preocupam-se, é.
Mas não há, e preocupam-se também com outra questão, preocupam sem é que não haja uma grande distinção entre o que é informação rigorosa e a jornalista que entra aqui não apenas a jornalística, mais rigorosa e aquilo que é apenas publicidade, aquilo que é apenas marketing que e obviamente, aquilo que pode ser manipulação, sendo que eles nos os os nossos ouvintes estão muito atentos.
32:00
EE notam, às vezes, de uma forma descarada, até que uma termina um terminado, não sai de qualquer um determinado título.
Não é informação, mas é publicidade.
Encapotada quando lá clica no.
No botãozinho, está a publicidade.
Isso é uma das grandes caixas e isso prejudica o próprio jornalismo, ou seja, quando o jornalismo é serve de Capote para ter outro tipo de informação.
32:24
E quando as pessoas se sentem enganadas, ninguém gosta de ser enganado porque está lá tudo misturado, não é?
É, é esse, esse é um dos problemas da internet, é um problema geral, é um problema que é aproveitado, é por quem?
Quer comunicar alguma coisa a seu favor?
32:42
Escreve em forma de notícia.
No fundo, nós temos um bloco com 6 notícias, é 5 delas.
São notícias verdadeiras, legítimas e há 11 cesta que diz é, descobriram o tratamento para a queda, para a queda do cabelo.
Veja aqui é sempre assim.
Eu lembro.
Agora diz o que você escreve, porque eu tô aqui a ficar com meu com cruzinha estamos dele e tantas coisas que as pessoas dizem há olha, diz calhar isso interessa e depois plim, comprei aqui, aham, não era nenhum compra aqui, porque lá está.
33:08
Mesmo depois da construção dessa narrativa, também não é.
É é preocupação com o tema as descobertas extraordinárias e por caso, olha, é, fui eu que descobri importante telefona-me, que que que eu vendo deste serviço é essa?
Essa é, obviamente 11 dos problemas, mas é assim, AA, há coisas muito mais subtis até do que isso e bastante mais complicadas.
33:28
Quanto voltar aqui é só é eu de vez em quando, eu não sendo jurista, não entendo uma grande paixão por leis.
De vez em quando gosto de voltar um bocadinho a oscilação e quando falamos de jornalismo, é uma coisa que está na lei, que é muito Claro que os conteúdos jornalísticos, nós jornalísticos, tem que ser.
33:43
Identificados de forma muito Clara, esperados de forma muito Clara, mas tão não é.
É quando estamos nas redes sociais.
Isso é quase impossível neste momento, é.
Nem internet em geral é extremamente difícil.
Livro estados esta ideia foi criada a pensar em mais tradicionais, foi pensada a criar nos jornais onde o tani um bocado que é jornalismo e ao lado tem outra coisa que é publicidade, que está bem separado graficamente ou na televisão ou na rádio, onde eu ponho uma coisa a dizer agora a seguir vem publicidade mesmo.
34:13
Aí um pode, temos publicidade dentro já do entretenimento de uma forma, mas é assim, o entretenimento não é jornalismo, isso depois é outro problema que não entra aqui que não está aqui, no nosso estudo, que é por exemplo, assim.
Né?
Tanto na rádio como na televisão, é.
34:30
É entretenimento e jornalismo.
Existem em paralelo e sempre existiram.
Só que as Barreiras são muito pouco.
Temos, por exemplo, a mim faz muita confusão estarmos num programa de entretenimento e alguém dizer agora vamos falar com o repórter, não sei das quantas é assim ou não, é repórter, não, não é jornalista, não está a fazer jornalismo, não estamos num programa jornalista, confusão dos conceitos é, mas aí os próprios mais é que são os responsáveis, porque eles é que não deveriam permitir que isso acontecesse.
34:59
É, portanto, é.
Há um problema interno, e isto não está necessariamente no neste nosso estudo, porque o teu lado das do do de quem consome informação.
Mas nós também entrevistamos diretores e editores de meios portugueses.
É de forma muito diversificada.
35:15
É temos meios nacionais, temos rádio, televisão, imprensa, internet, temos meios regionais, meios locais, desde o norte a sul do país, ilhas, inclusive é, tivemos o cuidado de escolher o máximo possível.
Realidade entrou, mas de mulheres responsáveis para entrevistar é.
35:34
E o que dizem eles?
O que dizem os culpados?
O que dizem os culpados, eles não são culpados.
O que eles dizem, mas são os decisões.
Aí eles cabe.
Cabe decidir o que que põem, o que que não pode e a fundo.
A curadoria acaba um editor a um diretor da da publicação.
Exato, pronto, portanto, o aquilo que nós temos é, eu tenho que ir elogiá-los todos, é pela taça ser politicamente correto?
35:56
Não, não, não, não estou mesmo elogiar, porque fiquei eu e os meus colegas investigadores.
Muitos satisfeitos com a honestidade, com honestidade mesmo é reconhecer que os meios falham, que os nossos entrevistados admitem que os seus meios já falharam, é e falharam.
36:17
Por exemplo, ao ter reproduzido algo que depois se verificou que verificou que era desinformação.
Ou seja, os mais estão alerta, os meios estão a ser honestos, todos eles dizem que estão atentos.
Aqui estão.
36:33
É que querem ter mais cuidado, mas também não investir o suficiente.
E nós estamos aqui a falar em dinheiro.
Pode ser, mas não necessariamente em criar mecanismos para evitar que isso aconteça outra vez.
E isto cruza se novamente com aquilo que as pessoas dizem que os meios de comunicação também partilham.
36:53
Desinformação e o quem consome informação jornalística tem esta percepção, isto é mau para o jornalismo e, obviamente, é mau para o cidadão.
Portanto, quem confia numa publicação?
Subitamente descobre que foi enganado.
Faz o quê?
37:10
Primeiro fica chateado.
Se foram enganados.
Segunda vez, deixa direção à publicação.
Por favor, aumente, deixa de confiar, deixa de confiar isso.
Acho que é um risco muito grande, mesmo estando num dos países do mundo que mais confia.
Ainda é informação por bons motivos.
37:26
Não podemos desperdiçar esse capital.
É informação jornalística, é fundamental.
Provavelmente é um dos motivos, porque Portugal ainda não foi muito alvo de campanhas de desinformação internacionais, exatamente porque os meios portugueses não são muito permeáveis e as pessoas confiam nos mais de informação e, portanto, se nos chega uma campanha de informativa, acompanha na dúvida se uma educomunicação português é desconstruir essa narrativa, eu confio numa educomunicação, isto não acontece assim.
37:58
Já na maior parte do país, pode ser ao contrário.
Crescer eu desconfio da da publicação.
É mainstream, se quisermos, porque eu estão todos feitos uns com os outros, não é sim.
Infelizmente, basta irmos aqui para para a Espanha, e a realidade é um pouco essa.
Ou seja, há um descrédito muito, uma desconfiança muito grande em relação aos meios tradicionais é aos meios de comunicação e é.
38:22
Isso abre as portas a mais desinformação?
Olha, EE como e aqui um eu tive que olhar para os números sobre aqueles que os portugueses, os meios que os portugueses mais desconfiam mesmo dos clássicos.
Estou a falar de jornais e televisões.
Estranhamente ou não, os mais populares e vistos são ao mesmo tempo, aqueles que as pessoas menos confiam, isto é, uma esquizofrenia dos minhas telespectadores.
38:47
Não é uma coisa muito portuguesa, que é, é e eu faz de vou entrar em campo sem que estou usar só o meu senso comum é e não ter essa opção.
Ciência é que os portugueses são muito tolerantes, em geral, são tolerantes ao erro, são tolerantes ao disparatas, são tolerantes ao exagero.
39:10
É, está em sempre aquela a pronto.
Eles assim, esses eram sempre um bocadinho.
É, eles não querem dizer aquilo.
Pronto, isso parece um disparate.
Dizer assim, foi uma vez sem exemplo, pronto, isto é uma coisa comum na nossa vida quotidiana.
39:26
Importante, obviamente é assim.
É podemos olhar para meios que tem é grande impacto é que, mas que ao mesmo tempo tem impacto, mas estão sistematicamente a ser.
É é a ser criticados, portanto, o não é uma coisa nova, não teve.
39:42
Na internet não TV que as redes sociais provavelmente a mesma coisa, com os mesmos meios acontecem desde que eles existem, ou seja, tem grandes audiências, mas ao mesmo tempo, são aquelas que dizemos há, lá estão eles.
Outra vez a fazer aquilo que não exagero, que não é bem assim e tal.
Mas amanhã vou ver outra vez sim, porque havia, aliás, um fenômeno que eu me que eu me lembro de nós, estamos a gravar perto da rua onde eu comecei a minha carreira na rádio profissional é na perto da rua, do que eles lembram sempre que quando chegavam os jornais em papel, lá está todos os jornais, desde o mais Sério.
40:16
Ao mais tablóide, na altura havia pelo menos 2 no fim do dia, os jornais mais uma rota 12, eram exatamente os os Claro, mas também numa redação.
OK?
Portanto, se formos para para não estar perdendo para um café, não é assim.
40:32
Às vezes as pessoas falam muito de é a informação tabloide em Portugal e eu pergunto sempre, mas onde é que tá a informação?
Tabloide em Portugal é se eu comparar com os tabloides ingleses ou alemães que não pronto, os mestres nestas coisas, na verdade, nós não temos informação tabloide, podemos achar que ela é um bocadinho.
40:50
É é manipulada, não no sentido de querer manipular as pessoas, mas de nos querer dar uma determinada visão do mundo.
Voltamos até a questão da verdade dos factos, mas essa visão do mundo é baseada em factos é, e, portanto, aquilo que nós temos é 11 percepção.
41:08
Escolhem, escolhem, terminados factos, que que são mais vendáveis.
E, por outro lado, usam uma linguagem mais simplificada.
Portanto, chega ao mar?
Sim, sim, por exemplo, assim eu vou dizer e pronto, eu normalmente não gosto muito de citar exemplos, isso não tem nada a ver com tudo.
Vamos dizer assim, exemplos muito simples, se eu olhar para informação televisiva nos 3 canais tradicionais de sinal aberto ou nos canais de notícias relacionados, eu vou ver mais ou menos a mesma lógica sobre o que é que se passa em Portugal.
41:40
O que é que se passa no mundo e são as mesmas notícias.
No fundo, sim, são, tanto é visão é mesma.
Não, não há grandes diferenças.
Se eu for para a cmtv.
Isso é que o que eu vou ver é um mundo diferente.
Eu vou ver um Portugal diferente, mas não quer dizer que ele não exista.
41:56
Ele existe.
Só que se eu vier do outro país, não sei nada sobre Portugal.
E durante uma semana, só vírus MTV é eu vou pensar que estou em Bagdá.
Isso tem a ver com.
Pensamento editorial o sim, Claro, é uma opção editorial aqui no estúdio.
42:14
Não quer dizer que é assim, aquilo é falso, aquilo é mentira, aquilo é manipulado, não é questão, é.
Eu escolhi editorial, é uma escolha editorial e tem que ser respeitada assim, não e é público para ela, sim, e é bom, e é bom ter uns termos lá, estar mais uma vez de Felicidade um do que inteiro, que é pra eu conseguir ver em vários títulos, prismas diferentes sobre a mesma, realiza exato instante, mas voltamos a tal questão.
42:35
O fato é o mesmo, os factos existem, uns dão uma visão.
As haja uma verdade é dão uma abordagem e outros, então outra abordagem e não há quem esteja certo ou quem está errado.
São questões da opção.
42:51
É o jornalismo.
Muitas vezes é o jornalismo, retrata o mundo, não o jornalismo.
Retrata um bocadinho do mundo.
De acordo com uma determinada abordagem, não está manipular, não está enganar, é assim que funciona.
As notícias são feitas por pessoas e para pessoas, o que implica desde logo uma subjetividade.
43:08
Por exemplo, na maneira como escolhem os temas para dar notícia.
Ou não?
E que ângulo, título ou forma damos ao contar uma notícia?
Finalmente, mesmo que tudo esteja muito bem feito e feito de forma honesta e equilibrada, tudo depende da forma como os leitores, ouvintes ou telespectadores recebem a informação e depois entra pretão.
43:27
E aí essa passagem que representa todo um Mundo Novo.
A mesma notícia é vista com lentes diferentes conforme o contexto dos recetores as suas crenças, sua condição social, das suas Ideas, as suas ansiedades e os seus desejos.
É tudo menos um processo matemático.
43:43
Talvez isso explique o sucesso da informação que explora os temas mais populistas.
O crime, o sexo, o poder são temas populares, mas parece que estamos todos sempre a vê-los pelo buraco da fechadura, o que também é uma maneira de olhar o mundo até para a semana.