Por esta altura o Grande Irmão que tudo vê, tudo ouve e tudo calcula já sabe que gostam de ouvir podcasts.
E que a comunicação é um tema interessante no vosso mapa de gostos.
Se isso não vos preocupa, continuem a ouvir.
Em alternativa apaguem já este programa.
Apaguem a luz.
Não vão ao facebook. Não vejam o twitter. Não publiquem ou interajam com o instagram. Muito menos com o TikTok.
Se forem, vão por vossa conta e risco.
E se quiserem arriscar tudo subscrevam o Pergunta Simples no Spotify, no Apple Podcast ou no Google.
Assim ficam todos a saber.
Todos os algoritmos. Os big brothers. A inteligência artificial que tudo processa.
Vocês é que sabem. Afinal já foram apanhados.
Na rede. Fomos todos. O mal está feito.
Os algoritmos são sequências de raciocínios encadeados que servem para resolver problemas.
Foram enunciados por um matemático árabe no século IX.
E hoje estão na ordem do dia.
São uma base principal da maneira como funcionam os computadores.
E por maioria de razão são também parte central da maneira como funcionam as redes sociais.
São redes de ligação entre seres humanos.
Só que o algoritmo não é neutro.
Pouco a pouco começamos a vislumbrar que o algoritmo sabe de mais. Não só sabe como usa esse conhecimento para nos manipular. Para manipular de forma muito subliminar a nossa vontade. Seja para controlar ou estimular os nossos ímpetos básicos de consumo, seja até para interferir na maneira como votamos.
As eleições norte-americanas ou o Brexit britânico foram palco do uso deste tipo de ferramentas. E desconfio que não sabemos da missa nem pela metade.
É sobre isto esta conversa com Marta Rebelo.
Ela é comunicadora, estratega de posicionamento e aconselhamento de presença em redes sociais, ativista social e criadora de agenda públicas.
Falamos de algoritmos digitais, das fórmulas da chamada inteligência artificial.
Mas não só. Falamos da nossa máquina de pensar. Do nosso cérebro e mente. Do tempo em que todos falam tanto de inteligência artificial e parece que cada vez de se usa menos a inteligência natural.
E claro, há a felicidade.
A felicidade vem das coisas simples, mas cheias de significado.
É essa energia emocional a que provavelmente os algoritmos digitais são míopes.
Pare ser humano, pensar humano e sentir humano não basta amontoar e processar milhares de dados sobre os nossos comportamentos. Há a memória, as emoções, a empatia e a criatividade.
Ainda temos tempo. Basta desligar a máquina e ligar a um amigo.
Para falar. Para ouvir. Para ser humano.
Vale ler o aviso de Yoshua Bengio: “Há inteligência dos humanos que não queremos ter nas máquinas”
Yoshua Bengio é um cientista canadiano conhecido pelos seus estudos sobre no mundo da inteligência artificial. Vale a pena conhecê-lo e ao seu pensamento. Assim como ouvir Noam Chomsky, sobre os riscos da inteligência artificial no campo da linguística e do contacto humano.