Marta Rebelo | O algoritmo, o cérebro e nós. Quem manda nisto?

Marta Rebelo | O algoritmo, o cérebro e nós. Quem manda nisto?
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Por esta altura o Grande Irmão que tudo vê, tudo ouve e tudo calcula já sabe que gostam de ouvir podcasts.

E que a comunicação é um tema interessante no vosso mapa de gostos.

Se isso não vos preocupa, continuem a ouvir.

Em alternativa apaguem já este programa.

Apaguem a luz.

Não vão ao facebook. Não vejam o twitter. Não publiquem ou interajam com o instagram. Muito menos com o TikTok.

Se forem, vão por vossa conta e risco.

E se quiserem arriscar tudo subscrevam o Pergunta Simples no Spotify, no Apple Podcast ou no Google.

Assim ficam todos a saber.

Todos os algoritmos. Os big brothers. A inteligência artificial que tudo processa.

Vocês é que sabem. Afinal já foram apanhados.

Na rede. Fomos todos. O mal está feito.

Os algoritmos são sequências de raciocínios encadeados que servem para resolver problemas.

Foram enunciados por um matemático árabe no século IX.

E hoje estão na ordem do dia.

São uma base principal da maneira como funcionam os computadores.

E por maioria de razão são também parte central da maneira como funcionam as redes sociais.

São redes de ligação entre seres humanos.

Só que o algoritmo não é neutro.

Pouco a pouco começamos a vislumbrar que o algoritmo sabe de mais. Não só sabe como usa esse conhecimento para nos manipular. Para manipular de forma muito subliminar a nossa vontade. Seja para controlar ou estimular os nossos ímpetos básicos de consumo, seja até para interferir na maneira como votamos.

As eleições norte-americanas ou o Brexit britânico foram palco do uso deste tipo de ferramentas. E desconfio que não sabemos da missa nem pela metade.

É sobre isto esta conversa com Marta Rebelo.

Ela é comunicadora, estratega de posicionamento e aconselhamento de presença em redes sociais, ativista social e criadora de agenda públicas.

Falamos de algoritmos digitais, das fórmulas da chamada inteligência artificial.

Mas não só. Falamos da nossa máquina de pensar. Do nosso cérebro e mente. Do tempo em que todos falam tanto de inteligência artificial e parece que cada vez de se usa menos a inteligência natural.

E claro, há a felicidade.

A felicidade vem das coisas simples, mas cheias de significado.

É essa energia emocional a que provavelmente os algoritmos digitais são míopes.

Pare ser humano, pensar humano e sentir humano não basta amontoar e processar milhares de dados sobre os nossos comportamentos. Há a memória, as emoções, a empatia e a criatividade.

Ainda temos tempo. Basta desligar a máquina e ligar a um amigo.

Para falar. Para ouvir. Para ser humano.

Vale ler o aviso de Yoshua Bengio: “Há inteligência dos humanos que não queremos ter nas máquinas

Yoshua Bengio é um cientista canadiano conhecido pelos seus estudos sobre no mundo da inteligência artificial. Vale a pena conhecê-lo e ao seu pensamento. Assim como ouvir Noam Chomsky, sobre os riscos da inteligência artificial no campo da linguística e do contacto humano.

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