Portugal perdeu.
Ainda não desta que somos campeões do mundo de futebol.
Habituámo-nos mal com o europeu de 2016.
Pior ainda, perdemos com Marrocos a jogar precisamente da mesma maneira como jogávamos nessa conquista. Fechados atrás, oportunistas na frente.
Nesta edição viajamos no fascinante mundo da comunicação à volta do mais popular desporto do mundo.
O futebol desperta paixões. As palavras têm sempre um peso emocional demasiado grande. E até sobre os factos cada claque tem verdades diferentes.
Eu disse verdades diferentes?
Pois, é um facto. Se concordaram, claro.
E neste mundo pós-moderno aparentemente os factos e a verdade podem ser variados, podem ser alternativos, podem ser até contraditórios.
Portanto, uma vitória da narrativa, por mais lunática que ela seja, sobre a realidade.
No futebol poucos estudamos ou sequer vemos jogos suficientes para aprender. Mas todos nos sentimos aptos para sermos o próximo selecionador nacional.
E com alguma sorte, ou falta de noção, ainda acreditamos que sabemos tudo sobre todos os assuntos, vendo uns resumos, uns vídeos e uns artigos de opinião.
Os fragmentos da realidade ou da pós-verdade, repetidos ‘ad-nauseum’, muitos deles plantados nas redes sociais, limitam a nossa capacidade de pensar.
E o futebol é um excelente laboratório da vida em geral.
Esta conversa com Luís Cristóvão não é sobre futebol.
É sobre todas as coisas. Expectativas, falas, birras, heróis e vilões.
O futebol é um pretexto.
Uma forma de emular a vida.
Os nossos sonhos, o nosso esforço, a alegria das vitórias, a dor das derrotas.
O mais fascinante neste desporto é que os heróis são sempre brilhantes e vulneráveis.
Como todos nós.
E na sua linguagem própria, de bola nos pés, falam-nos à alma.
Também com palavras, abraços e lágrimas.
São os intérpretes dos nossos desejos e fracassos.
Falam connosco quase sem palavras.
E como se viu neste mundial, às vezes as palavras atrapalham mais do que dominar uma bola sobre a relva.