Falar de dinheiro é um tabu.
A quantidade de dinheiro que cada um tem ou não tem é um dos termómetros das desigualdades sociais.
Hoje falamos de dinheiro.
Do que temos. Do que nos falta. Do que desejamos. Do que nos emprestam. Da dívida pública à bazuca europeia.
Por certo, quem batizou dinheiro que vem da União Europeia como bazuca necessita com urgência de conselhos para melhorar a comunicação.
A bazuca é uma arma. Feita para matar pessoas.
Este dinheiro que pagará o Plano de Recuperação Económica vem para salvar a economia.
Convidei o professor de economia, comentador e pessoa francamente bem humorada Luís Aguiar-Conraria a ajudar-me a perceber algumas coisas.
Quero desde já avisar que as folhas de cálculo angustiam-me.
Talvez menos que ao ministro das finanças, quando conta o prejuízo vindo da pandemia.
Só no ano passado ficamos todos mais pobres 7,6%.
Os mais otimistas acreditam que a partir de agora a economia começa a recuperar com força.
Tudo depende da resolução da pandemia.
Mas com um buraco nas contas pública, desemprego a disparar e o vírus ainda sem dar tréguas, começo a suspeitar que vem aí uma conta para pagar.
Serão impostos? Será um aumento da dívida pública? Será um subsídio europeu?
Tentei disfarçar o meu pessimismo. E perguntei sem medos: Luís Aguiar-Conraria, estamos a caminho de uma nova bancarrota?