Linda Ferreira | Como alimentar corpo e alma?

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Quem conhece a Linda da Tasquinha da Linda? Quem ainda não conhece vai adorar. Uma conversa sobre comida, pessoas, afetos e risos. Um episódio épico. Uma conversa única.

Pode a vida moldar a nossa forma de comunicar com o mundo?

E a mentalidade pode fazer com que o caminho do sucesso seja mais claro?

Esta semana viajamos até Viana do Castelo onde ouvimos o percurso de uma mulher nascida em criada na ribeira, a trabalhar desde os 9 anos e que hoje lidera negócios de sucesso na área do peixe e restauração.

Uma conversa inimitável onde se usam todas as palavras.

Mesmo todas.

Hoje estou em Viana do Castelo.

É o regresso simbólico a casa.

À cidade onde nasci.

E onde permanece a minha alma de alto-minhoto.

Alma que permanece na voz do povo, do meu povo, da sua maneira de falar, da sua maneira de entender o mundo.

Ouve-se a cada momento.

Expressa-se na comida. Na fala. No olhar.

E posso resumir essa forma de estar no mundo com a frase: é preciso fazer, ninguém faz por nós, vamos fazer.

No fundo, é uma energia gigante partilhada por todos naquele pedaço de terra.

Quero deixar um pequeno alerta para os ouvidos mais sensíveis: a maneira de falar à Viana incluiu palavras que podemos definir como do vernáculo, palavrões ou asneiras.

Mas essas palavras são parte da forma de falar. Não são ditas de forma gratuita nem ofensiva. São uma forma de incluir a energia transformadora na fala.

E este programa tem um par de momentos em que essas palavras são ditas. E bem ditas.

Por isso decidi mantê-las sem as apagar ou esconder num piiii castrador.

Estão todos avisados e assim podem decidir se querem continuar a ouvir.

Mas digo-vos: vale mesmo a pena.

As coincidências marcam a minha vida.

A vossa também?

A sucessão de bons acasos sempre me guiou.

Posso chamar-lhes intuição, sorte, possibilidades, ofertas.

E este episódio nasceu assim: de uma sorte.

Não só sorte, mas seguramente uma conjugação inesperada.

E dessa sorte apareceu esta conversa, gravada num sábado de manhã, com chuva lá fora, na doca de Viana do Castelo.

Estamos sentados na Tasquinha da Linda.

A Linda, ela própria, e eu.

Vazio das pessoas que hão de vir almoçar e ainda com os vapores da comida que ontem se serviu aos que aqui vieram.

Na sexta-feira de véspera cheguei a Viana com a ideia de gravar uma conversa com Augusto Canário, mestre do canto ao desafio. Não tarda partilho esta conversa também.

Bom, cheguei a Viana, com passagem rápida por Carreço, onde está a origem dos meus genes, de onde levei os meus pais e tios a comer à Tasquinha.

Na minha cabeça havia um robalo do mar, escalado, pintado de sal e grelhado.

Tão simples. Tão fresco. Tão sublime.

Podia ser uma sopa de peixe, uma cataplana, ou um marisco.

Mas dessa noite levei mais do que o meu apetite saciado. Levei o rumor da alma do Minho comigo.

Nessa noite conheci esta voz que vão ouvir.

E fiquei fascinado.

Já vão perceber o porquê

Combinei gravar a conversa no dia seguinte. Esta conversa.

Não revelarei muito. Gostava que seguissem o seu ritmo, a sua fala, as suas alegrias, as suas cicatrizes.

Esta é uma conversa sobre comida, sobre pessoas, sobre liderança, sobre subir a pulso na vida. Mas vai sempre, a cada minuto, tornando-se mais profunda, mais pessoal e, ao mesmo tempo mais universal.

Está tudo aqui. Da comida que só se serve absolutamente fresca, das pessoas que vem não só para comer, mas para falar com ela. Do início de vida difícil, com trabalho duro desde os 9 anos, até à gravidez juvenil. Dos momentos de alegria e de tristeza, a relação com santos e deuses e um sorriso grande de acolhimento.

Podia ficar horas a falar da forma como comunica. E como usa todas as palavras. Todas mesmo. Ficam avisados.

Apresento-vos a Linda, da Tasquinha da Linda de Viana, a mulher para quem as palavras contam, um sério aviso para não confundir tasca com tasquinha.

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