Este programa é sobre uma mesa de negociações.
Já pensou que passamos a nossa vida a negociar coisas com outras pessoas.
A negociar guloseimas quando somos crianças.
A negociar saídas à noite na adolescência.
A negociar… se calhar a palavra é errada… a negociar com os nossos amores os termos do nosso futuro amor. Do casamento. Do número de filhos.
A negociar as condições de um novo emprego.
A compra do carro da família.
O empréstimo da casa.
Das coisas muito grandes e importantes até às mais singelas e básicas.
É sobre tudo isto e sou guiado pela voz de um dos mais experientes negociadores portugueses.
Negociar é uma arte.
E uma necessidade.
Mas não raras vezes muitas negociações não conseguem um bom final porque há quem acredite que para eu ganhar tu tens de perder.
E os grandes negociadores sabem que um bom acordo tem de ser relevante para todas as partes e oferecer ganhos e compromissos mútuos.
No fundo, uma negociação acontece quando as partes acreditam num caminho comum, mas tem de esbater as diferenças entre ambos.
Negociar é seguramente um exercício mais de cooperação para resolver um problema comum do que uma competição para quem ganha e quem perde.
Há em Portugal uma mesa de negociações com grande influência na nossa vida: é conhecida como a “concertação social”. Uma mesa onde se sentam o governo, os patrões e as centrais sindicais.
É por natureza um palco de consensos após semanas de troca de pontos de vista. Das grandes diferenças ao grande acordo.
Salários, impostos, leis do trabalho, pensões de reforma, prestações sociais… tudo está na mesa.
João Proença dedicou grande parte da sua vida política como negociador do lado da UGT.
Hoje é Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE. Também falamos deste importante sistema de apoio na saúde dos funcionários públicos.
Começamos a conversa pelo trabalho que há que garantir antes de partir para a negociação.
É preciso ler e estudar bem os temas.
Por isso gravamos numa sala cheia de livros e arquivos com milhares de páginas de informação útil.
Os bons acordos são robustos.
Os bons acordos garantem ganhos para todos.
Os bons acordos perduram no tempo.
O pior do mundo é não conseguir chegar a acordo.
Normalmente uma rutura negocial representa uma perda para todos.
Um bom acordo exige boa e aturada comunicação.
Ouvir o outro e construir, cooperar, desenvolver soluções boas para todos.
É um processo que exige estudo, preparação e vontade.
E treino. Muito treino.