As alterações climáticas são um tema sério e sentido diariamente.
Apesar de tudo, fingimos preocupação, mas pouco fazemos pessoalmente.
Por que razão não estão as mensagens do clima a ser eficazes?
Neste inverno em que faz sol.
Demasiado sol.
E quase nada de chuva.
Vemos a consequência: seca.
Com isso começamos a perceber melhor aquilo a que os mais entendidos chamam alterações climáticas.
O tema é sério. E pouco falamos dele.
Ou melhor, falar, falámos. Mas mudar hábitos ou comportamentos é francamente mais difícil.
Falar de alterações climáticas é falar da vida dos nossos netos.
Assim dito até parece estranho.
Mas se pensarmos que abusar do carro, consumir e deitar fora sem regra ou desperdiçar sem freio tem um impacto nas próximas gerações, então podemos começar a ficar angustiados.
Quando combinei esta conversa com Filipe Duarte Santos tinha uma ideia de pergunta inicial para abrir o caminho: por que razão num tema tão importante, as mensagens não passam?
Sim, todos vemos os efeitos do aquecimento global.
Sim, todos estamos a sentir, a ver a olhos vistos, as barragens a secar , as florestas a arder e o mar a subir.
Sim, aqui, em Portugal.
Não num sítio longínquo. Não noutro povo.
E, todavia todos continuamos na mesma vidinha.
É um facto que vamos reciclando. Que os sacos plásticos do supermercado já tem alternativas reutilizáveis. Que os passes dos transportes públicos são agora mais acessíveis.
Mas o uso do automóvel é permanente. Cada vez há mais carros. Mais estradas boas e cidades com demasiadas pessoas concentradas.
A agricultura consegue produzir alimentos em vários ciclos anuais, com consumos de água astronómicos e a industrialização, por exemplo, da eletrónica inventa aparelhos que se cansam num par de anos, porque há outro novo na loja.
E porque não ligamos as duas coisas na nossa cabeça? As nossas escolhas enquanto sociedade e os efeitos que eles têm no planeta-casa-terra?