Quem são as fontes dos jornalistas? Felisbela Lopes

Quem são as fontes dos jornalistas? Felisbela Lopes
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Fixem esta expressão: A “Confraria das Fontes”
É uma das expressões de Felisbela Lopes que define aquelas pessoas que estão sempre a ser vistas nas televisões.
Ou sempre os mesmos – uma e outra vez.
É que esta comunidade da chamada confraria das fontes informativas foi súbita e saudavelmente invadida por outras fontes de informação. 
Por outras pessoas que apareceram a dizer coisas diferentes e interessantes.
Efeitos secundários da cobertura da pandemia.
Mas não ficamos por aqui..
Os jornalistas assumem habitualmente que reportam com rigor e distanciamento os temas que tratam.
Há uma curiosa discussão no campo do jornalismo se devem existir causas defendidas pelos repórteres. Uma espécie de jornalismo de causas.
Pois eis que aconteceu um fenómeno na comunidade dos jornalistas:

Mais de 90% dos jornalistas portugueses que responderam a um estudo sobre o tema afirmam que sim, que tentaram influenciar activamente os cidadãos para induzir uma mudança de comportamentos. Neste caso para responder à pandemia de COVID-19.

TEMAS DE CONVERSA

1. “Confraria das Fontes”: O Jornalismo e a Rotatividade de Fontes

Resumo:

A expressão “confraria das fontes”, cunhada por Felisbela Lopes, descreve a dependência dos jornalistas em relação a um grupo restrito de fontes informativas que domina os meios de comunicação. Durante a pandemia, esse círculo foi invadido por novas vozes – especialistas e profissionais de saúde – que antes não tinham protagonismo mediático. Esta mudança resultou numa cobertura mais rica e diversa, mas também trouxe desafios: manter o equilíbrio entre fontes institucionais e independentes.

Tópico:

Será possível perpetuar esta diversidade de fontes no jornalismo pós-pandemia, promovendo maior pluralidade informativa?

2. Jornalismo de Causas: A Pandemia como um Ponto de Viragem

Resumo:

Uma sondagem revelou que mais de 90% dos jornalistas portugueses admitiram, pela primeira vez, ter procurado influenciar ativamente comportamentos para ajudar a combater a pandemia de COVID-19. Este fenómeno – descrito como “jornalismo de causas” – levou a um envolvimento inédito do jornalismo na promoção de ações de saúde pública. Porém, levanta questões éticas sobre a linha que separa o jornalismo objetivo de iniciativas orientadas por uma missão.

Tópico:

Até que ponto o jornalismo deve abraçar causas específicas, sem comprometer a imparcialidade que lhe é intrínseca?

3. Condições de Trabalho vs. Qualidade Jornalística

Resumo:

Felisbela Lopes destacou a crise estrutural que afeta o jornalismo em Portugal: condições de trabalho precárias, falta de tempo para investigações aprofundadas e recursos insuficientes para cruzar fontes. Este cenário tem contribuído para uma redução na qualidade do produto jornalístico, com notícias curtas e dependência de comunicados oficiais. A pandemia, no entanto, despertou um esforço coletivo dos jornalistas para contextualizar melhor as notícias e incluir mais elementos de literacia informativa.

Tópico:

Que medidas podem ser tomadas para melhorar as condições de trabalho dos jornalistas e, por consequência, elevar a qualidade da informação?

4. Obsessão pelos Números: O Jornalismo da Pandemia

Resumo:

A cobertura da pandemia foi marcada por uma obsessão com números – infetados, mortos e recuperados. Apesar de necessários, os números foram apresentados muitas vezes sem contexto, causando ansiedade e contribuindo para um “jornalismo estatístico” que ignorava histórias humanas ou análises mais profundas. Além disso, os jornalistas enfrentaram dificuldades em aceder a informações relevantes devido à sobrecarga das fontes oficiais.

Tópico:

Como o jornalismo pode ultrapassar a dependência de números e criar narrativas mais ricas e humanas em futuras crises?

5. Comunicação das Fontes Oficiais: Lições da Pandemia

Resumo:

As fontes oficiais, como a Direção-Geral da Saúde, enfrentaram desafios únicos na pandemia. Em fases iniciais, houve excesso de conferências de imprensa e falta de organização, resultando em banalização da informação. Contudo, nos momentos cruciais – como o anúncio do estado de emergência – a comunicação esteve à altura. A pandemia evidenciou a necessidade de profissionalizar ainda mais as equipas de comunicação oficial e reforçar a sua capacidade de responder em cenários de crise.

Tópico:

Que melhorias devem ser implementadas na comunicação oficial para futuras emergências?

6. Jornalismo Eleitoral em Tempos de Pandemia

Resumo:

Com eleições presidenciais à vista, a pandemia coloca limitações às campanhas tradicionais – como comícios e arruadas – forçando candidatos a reinventar estratégias. A comunicação digital pode ser uma solução, mas deixa de fora a população mais idosa ou em zonas rurais. Além disso, o discurso populista pode ganhar força, com mensagens polarizadoras a serem usadas para captar atenção num contexto de crise sanitária e económica.

Tópico:

Como adaptar a cobertura jornalística das campanhas eleitorais a um cenário onde o contacto físico é limitado?

7. O Fenómeno Cristina Ferreira e o Futuro do Entretenimento

Resumo:

A transferência de Cristina Ferreira para a TVI, agora como apresentadora, diretora de programas e acionista, é um exemplo de centralização de poder num meio já dominado por figuras carismáticas. A sua aposta em formatos que prometem disrupção – como O Dia de Cristina – tenta cativar audiências, mas permanece no campo da continuidade de conteúdos, sem grandes inovações. Paralelamente, a informação da TVI tem-se afastado desse estilo popular, adotando uma abordagem quase de serviço público.

Tópico:

Será que o modelo de entretenimento centrado em figuras mediáticas é sustentável no contexto de crise financeira dos media?

8. Liderança Comunicacional: Marcelo Rebelo de Sousa vs. António Costa

Resumo:

No início da pandemia, Marcelo Rebelo de Sousa optou por confinar-se preventivamente, comunicando a partir de casa, enquanto António Costa assumia o protagonismo mediático. Este contraste evidenciou abordagens diferentes à comunicação em crises. A escolha de Marcelo, embora simbólica, limitou a sua presença num momento-chave, enquanto Costa assumiu o papel de líder ativo.

Tópico:

Qual é o papel ideal dos líderes políticos na comunicação de crises: proximidade simbólica ou ação visível?

9. Donald Trump: O Populismo e a Comunicação Pandémica

Resumo:

A gestão mediática de Donald Trump durante a pandemia – desde minimizar a gravidade do vírus até negar evidências científicas – foi marcada por declarações polarizadoras e um estilo de reality show. A insistência em comícios sem máscara e o tom desafiador reforçam a sua persona política junto de um eleitorado específico, mas levantam preocupações sobre os impactos na saúde pública.

Tópico:

Como a comunicação populista influencia a perceção pública em tempos de crise global?

10. Jornalismo e Literacia: A Missão de Informar e Educar

Resumo:

A pandemia destacou a importância da literacia informativa, com os jornalistas a assumirem um papel educativo. Através de explicações detalhadas, infografias e caixas de perguntas e respostas, os meios de comunicação procuraram ajudar a população a compreender os desafios e as medidas necessárias. Este esforço revelou o potencial do jornalismo como ferramenta de literacia, mas também a necessidade de maior preparação e recursos para cumprir essa missão.

Tópico:

Que papel o jornalismo deve assumir na promoção da literacia informativa em crises futuras?

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