Mais de 90% dos jornalistas portugueses que responderam a um estudo sobre o tema afirmam que sim, que tentaram influenciar activamente os cidadãos para induzir uma mudança de comportamentos. Neste caso para responder à pandemia de COVID-19.
A expressão “confraria das fontes”, cunhada por Felisbela Lopes, descreve a dependência dos jornalistas em relação a um grupo restrito de fontes informativas que domina os meios de comunicação. Durante a pandemia, esse círculo foi invadido por novas vozes – especialistas e profissionais de saúde – que antes não tinham protagonismo mediático. Esta mudança resultou numa cobertura mais rica e diversa, mas também trouxe desafios: manter o equilíbrio entre fontes institucionais e independentes.
Será possível perpetuar esta diversidade de fontes no jornalismo pós-pandemia, promovendo maior pluralidade informativa?
Uma sondagem revelou que mais de 90% dos jornalistas portugueses admitiram, pela primeira vez, ter procurado influenciar ativamente comportamentos para ajudar a combater a pandemia de COVID-19. Este fenómeno – descrito como “jornalismo de causas” – levou a um envolvimento inédito do jornalismo na promoção de ações de saúde pública. Porém, levanta questões éticas sobre a linha que separa o jornalismo objetivo de iniciativas orientadas por uma missão.
Até que ponto o jornalismo deve abraçar causas específicas, sem comprometer a imparcialidade que lhe é intrínseca?
Felisbela Lopes destacou a crise estrutural que afeta o jornalismo em Portugal: condições de trabalho precárias, falta de tempo para investigações aprofundadas e recursos insuficientes para cruzar fontes. Este cenário tem contribuído para uma redução na qualidade do produto jornalístico, com notícias curtas e dependência de comunicados oficiais. A pandemia, no entanto, despertou um esforço coletivo dos jornalistas para contextualizar melhor as notícias e incluir mais elementos de literacia informativa.
Que medidas podem ser tomadas para melhorar as condições de trabalho dos jornalistas e, por consequência, elevar a qualidade da informação?
A cobertura da pandemia foi marcada por uma obsessão com números – infetados, mortos e recuperados. Apesar de necessários, os números foram apresentados muitas vezes sem contexto, causando ansiedade e contribuindo para um “jornalismo estatístico” que ignorava histórias humanas ou análises mais profundas. Além disso, os jornalistas enfrentaram dificuldades em aceder a informações relevantes devido à sobrecarga das fontes oficiais.
Como o jornalismo pode ultrapassar a dependência de números e criar narrativas mais ricas e humanas em futuras crises?
As fontes oficiais, como a Direção-Geral da Saúde, enfrentaram desafios únicos na pandemia. Em fases iniciais, houve excesso de conferências de imprensa e falta de organização, resultando em banalização da informação. Contudo, nos momentos cruciais – como o anúncio do estado de emergência – a comunicação esteve à altura. A pandemia evidenciou a necessidade de profissionalizar ainda mais as equipas de comunicação oficial e reforçar a sua capacidade de responder em cenários de crise.
Que melhorias devem ser implementadas na comunicação oficial para futuras emergências?
Com eleições presidenciais à vista, a pandemia coloca limitações às campanhas tradicionais – como comícios e arruadas – forçando candidatos a reinventar estratégias. A comunicação digital pode ser uma solução, mas deixa de fora a população mais idosa ou em zonas rurais. Além disso, o discurso populista pode ganhar força, com mensagens polarizadoras a serem usadas para captar atenção num contexto de crise sanitária e económica.
Como adaptar a cobertura jornalística das campanhas eleitorais a um cenário onde o contacto físico é limitado?
A transferência de Cristina Ferreira para a TVI, agora como apresentadora, diretora de programas e acionista, é um exemplo de centralização de poder num meio já dominado por figuras carismáticas. A sua aposta em formatos que prometem disrupção – como O Dia de Cristina – tenta cativar audiências, mas permanece no campo da continuidade de conteúdos, sem grandes inovações. Paralelamente, a informação da TVI tem-se afastado desse estilo popular, adotando uma abordagem quase de serviço público.
Será que o modelo de entretenimento centrado em figuras mediáticas é sustentável no contexto de crise financeira dos media?
No início da pandemia, Marcelo Rebelo de Sousa optou por confinar-se preventivamente, comunicando a partir de casa, enquanto António Costa assumia o protagonismo mediático. Este contraste evidenciou abordagens diferentes à comunicação em crises. A escolha de Marcelo, embora simbólica, limitou a sua presença num momento-chave, enquanto Costa assumiu o papel de líder ativo.
Qual é o papel ideal dos líderes políticos na comunicação de crises: proximidade simbólica ou ação visível?
A gestão mediática de Donald Trump durante a pandemia – desde minimizar a gravidade do vírus até negar evidências científicas – foi marcada por declarações polarizadoras e um estilo de reality show. A insistência em comícios sem máscara e o tom desafiador reforçam a sua persona política junto de um eleitorado específico, mas levantam preocupações sobre os impactos na saúde pública.
Como a comunicação populista influencia a perceção pública em tempos de crise global?
A pandemia destacou a importância da literacia informativa, com os jornalistas a assumirem um papel educativo. Através de explicações detalhadas, infografias e caixas de perguntas e respostas, os meios de comunicação procuraram ajudar a população a compreender os desafios e as medidas necessárias. Este esforço revelou o potencial do jornalismo como ferramenta de literacia, mas também a necessidade de maior preparação e recursos para cumprir essa missão.
Que papel o jornalismo deve assumir na promoção da literacia informativa em crises futuras?
0:12
Vivam bem vindos ao pergunta simples o vosso podcast sobre comunicação, esta é a décima edição?
Podem subscrever e deixar um comentário na página oficial.
Pergunta assim para os.com e lá estão todos os links para subscrever nas plataformas mais comuns se se sentirem inspirados.
0:31
Ontem a toda a gente, afinal, as coisas boca a boca funcionam sempre bem.
As recomendações, bem entendido.
Nesta edição, a convidada é flex Bela Lopes, professora de comunicação da universidade do Minho de Braga.
Fixem esta expressão, a confraria das Fontes é uma das expressões da feliz Bela Lopes, que define aquelas pessoas que estão sempre a aparecer na televisão, sempre os mesmos uma e outra vez é que esta comunidade da chamada confraria das Fontes informativas foi súbita e saudavelmente invadida por outras Fontes de informação diferentes e novas que não faziam parte do clube.
1:18
Por outras pessoas que apareceram a dizer coisas diferentes e interessantes, efeitos secundários da cobertura da pandemia, talvez, mas não fiquemos por aqui.
Os jornalistas assumem habitualmente que reportam com rigor e distanciamento os temas que tratam.
1:34
Todavia, uma curiosa discussão no campo do jornalismo, se se deve manter esse rigor ascético ou se devem existir causas defendidas pelos próprios repórteres de uma forma Clara e aberta, uma espécie de jornalismo de causas.
Pois eis que aconteceu um fenômeno na comunidade dos jornalistas, mais de 90% dos jornalistas que responderam a um estudo sobre este tema afirmam que sim, que pela primeira vez tentaram influenciar ativamente os cidadãos.
2:05
Serão induzir a uma mudança do comportamento neste caso para responder à pandemia de COVID-19.
Nesta conversa, ouvimos como feliz Bela.
Lopes avalia a qualidade do jornalismo e dos meios que tem para se produzir em notícias.
2:21
Existem jornalistas, é em Portugal, existem, é bons.
A jornalistas não existem.
É boas condições de trabalho, é que são coisas é diferentes, nós temos.
É uma crise nas relações.
Dos média noticiosos esta crise não é de hoje, é a pandemia, apenas é, acentuou.
2:43
Mas as dificuldades financeiras já acumulam alguns anos.
É as relações têm dificuldades, é particularmente as dos jornais.
É, os jornalistas têm dificuldade, por exemplo, é desenvolverem trabalhos.
2:58
É de reportagem isso, notas é para quem consome de uma forma consciente.
Informação é quem.
Quem faz este consumo mais é devagar, é nota uma perda de qualidade dos produtos jornalísticos.
3:15
Exatamente por quê?
Porque não há tempo porque não há condições, é porque não há recursos para se desenvolverem trabalhos em profundidade.
É para cruzar, é várias Fontes.
Nós temos no nos textos jornalísticos cada vez menos Fontes, isto é um sintoma.
3:35
É sintoma de que é, os jornalistas não conseguem conversar com as pessoas que eventualmente digeriam, mas eu acho que os nazistas também sabem disso e têm esta consciência.
E, sabe, você tem mais fácil ligar uma fonte ou ter uma fonte oficial ou pegar.
3:52
No comunicado, transcreveu genericamente e fazer uma notícia pura e dura, uma breve ou 3 ou 4 parágrafos, porque assim, o jornalista ainda pode produzir, se calhar mais 4 ou 5 iguais àquelas é ter porque atualmente é.
Nós temos uma profissionalização das Fontes.
4:08
É, isso, é meritório, mas também comporta riscos, é grandes, temos, é assessorias, é cada vez mais profissionais.
Assessorias que conhecem.
É, bem, é o os, é os ritmos, é produtivos das relações.
Isso poderá ser uma ajuda, é aos juristas e é uma ajuda, é efetivamente a aos no lista, é, mas isso também deixa numa enorme espiral do silêncio as outras Fontes, aquelas que não são organizadas, é, mas que têm aqui algo para dizer algo de importante.
4:42
E o contexto é da pandemia mostrou nos um bocadinho o outro lado porque é com é.
É.
Com esta é.
É munia informativa em torno do da da COVID-19, é os novelistas sentir necessidade de ouvir os interlocutores, até porque os habitué habitual confraria é das Fontes.
5:07
Ficou com pouco para dizer, os juristas têm aqui uma preferência grande por Fontes políticas.
É?
Fontes políticas que ocupam cargos, nomeadamente, estou a falar, é da presidência da República, do governo, é da assembleia da República, mas depois, dentro do, por exemplo, dos partidos, há um conjunto é de interlocutores que tem uma ligação quase umbilical, algumas relações.
5:31
É algumas relações, é hora e essas Fontes ocupam normalmente a agenda informativa, tal como nós a vemos quando vemos a televisão, quando abrimos um jornal ou quando ligamos errado e pela manhã ocupam até o topo dos alinhamentos.
É quando nós estamos a falar.
5:48
Documentadores é quando estamos a falar de Fontes que são chamadas a dar uma opinião.
É no topo dos alinhamento.
Tô nessa.
É uma distorção, porque teoricamente, os jornalistas ou a informação mover-se a pelo interesse público por aquilo que a atualidade, pelo facto e não pelo comentário e pela especulação pela opinião é não é.
6:10
É uma instituição, é porque o país é que somos, não está é espelhado nos órgãos de informação.
E há que ter esta consciência.
É muito, muito Clara, porque as pessoas é, não tem o acesso igual ao espaço, informativo, o as.
6:30
O espaço informativo está cada vez mais rarefeito.
E a pandemia vai, ué é reequilibrar alguns exageros no sentido de que trouxe para o topo é do alimento.
Fontes que não eram muito valorizadas.
Estou a referir-me às Fontes especializadas, Fontes que até não ocupam cargos é de grande relevo, mas tem aquilo a que se chama um saber sábio.
6:56
E eu vou um conjunto de de especialistas que, neste contexto, demonstrou saber, comunicar, saber descodificar.
E ter coisas relevantes é para dizer num contexto, a cidade de medo, de incerteza.
7:13
Então é, é os jornalistas, é, perceberam?
Que a habitual confraria não serve é para situações de risco, para situações em que tocamos os índios.
É rebate para alguém ajudar é.
7:31
E então é Deus.
Então é essa.
Aula é visibilidade, é um conjunto de pessoas que também rapidamente se torna se vão tornando uma confraria, mas pelo menos nós alargamos o cerco daqueles que falam daquelas que.
7:47
É, tem direito AA palavra mediática e essa palavra mediática revestiu se aqui é de um interesse público.
Em Quico, a palavra conferia, uma palavra maravilhosa.
É é que Oo nosso vimos aparecer subitamente como nos média é, vimos aparecer.
8:09
Médicos com capacidade de comunicação, o que é?
Não sendo uma surpresa, foi muito interessante vê-los a parceria, comunicar para pessoas e não ao falarmos de queijo.
Aham, vimos.
E presidentes de Câmara é é falar, é com propriedade.
8:27
Sobre os temas.
Vimos, é presidentes, dólares e estômatos, coberta por uma descoberta de Portugal pela vida.
Comunicação também quer dizer, nós EE não é uma coisa muito positiva, não é, não é aquilo que nós vivamos guardar.
Como um dos elementos mais positivos deste tempo tão duro que é ter uma informação é que interessava ao que interessa.
8:51
Vamos pôr as coisas no presente.
A quem interessa efetivamente as pessoas a todas as pessoas?
Porque é nós temos tido uma espécie de estrutura circular, é de de informação e da opinião.
É.
E as pessoas ficam fora.
9:08
É desta estrutura.
Quando eu falo de confraria das Fontes, eu até costumo dizer que aquilo que é mais difícil das cara confrade, quando nós somos confrontadas, estamos no palco mediático e saltamos de palco em palco.
Por que se instituiu é que as pessoas vão atrás adentro, locutores que acumulam notoriedade mediática e essa natureza e notoriedade é um posto, é um posto, é até rentável para alguns, é.
9:37
Mas que depois não tem 11 tradução efetiva no tal, em 3 público no tal serviço público é que os jornalistas com certeza que querem é prestar com com o seu trabalho entre Santo, que é a partir da universidade.
Domingo é eu e umas e mais colegas é, promovemos.
9:55
É um inquérito aos jornalistas portugueses sobre AA cobertura é jornalística, é da da pandemia, nomeadamente em período de emergência.
Que é que o que é interessante constatar é que é as mega dôra maioria dos jornalistas e foram os no listas de todos os que estão todos os órgãos de comunicação nacionais representados.
10:20
São os jornalistas que ocupam.
É posições muito diferentes nas relações, são diretores, são editores, são cuidadores, são jornalistas especializados, são jornalistas apenas, é e, mas todos é se uniram.
É nesta impressão de que o seu trabalho tinha.
10:37
Interesse público.
Em tempos de pandemia, o trabalho Jules Tico assumiu ainda mais interesse público é, e eu até.
Ouso ir mais além, eu acho que se Portugal é, é apontado como um caso de sucesso de um rápido confinamento no.
10:57
Numa primeira fase inicial da pandemia.
E eu penso que é esse confinamento, é, foi eficaz, em parte porque os órgãos de comunicação social é se uniram para promover também esse confinamento.
11:13
Aliás, o os jornalistas estamos a falar de uma percentagem de mais de 92%.
Disseram que quiseram.
É orientar comportamentos.
Um, portanto, fizeram uma coisa que geralmente dizem que nunca foi exatamente.
11:31
Isto acontece pela primeira vez desde o 25 de abril.
É, é, não, não se trata aqui de um órgão de comunicação social.
Trata-se aqui de 92% da classe a dizerem que sim, sim, senhor, nós quisemos orientar comportamentos, mas isto é importante.
11:50
Convém ir até o fim da frase nós quisermos orientar comportamentos para a prevenção da doença.
E nisto, e nisto, nesta vontade de ser também um agente de saúde pública, os jornalistas transformaram o seu trabalho em serviço público.
12:11
Não foi só RTP a fazer serviço público ou ovo.
Aqui é uma redação coletiva.
Que sumiu, não falaram hoje com os outros, não se tratar aqui nem de nenhum exercício da autorregulação.
Trata-se aqui de olhar para o jornalismo e dizer assim, o jornalismo tem aqui relevância pública e tem e tem relevância pública.
12:34
Eu acho que todos nós percebemos, até porque neste tempo é os órgãos de comunicação social tiveram aqui um acréscimo muito, muito, muito significativo no consumo.
É daquilo que ia, se ia sendo produzido.
Isso não é por acaso, poderíamos dizer assim, a porque as pessoas estavam em casa, mas as pessoas tá estando em casa também tem periféricos, móveis e podem consumir outro tipo de conteúdos.
12:58
Mas a informação teve aqui um alto consumo, que significa que as pessoas se aproximarão mais.
É do jornalismo que estava a ser deixado de parte ao longo destes últimos anos.
Apetece-me quase perguntar o os jornalistas que fazem saúde em Portugal são uma minoria muito minoritária.
13:17
E subitamente.
Todos somos no listas de saúde e todos os que fazem jornalismo de uma forma geral é saltaram para para a parte da frente e começaram todos a falar de saúde ou pelo menos dos impactos todos que a saúde tem na nossa vida.
13:36
Para além da saúde, como é que se portaram os os nossos especialistas dentro dos comunicadores, no inquérito que nós promovemos é é os jornalistas que habitualmente, não não fazem saúde, revelaram algumas dificuldades, mas também convém aqui dizer que.
É o João external.
13:52
Fizeram todos, é jornalismo da saúde.
Criaram aqui outras é abordagens, olharão para este contexto, é pandêmico através de problemas sociais.
É através das dificuldades é que as empresas iam sentindo porque também a sua produção ia sendo travada.
14:11
É através é, é de problemas, é de relacionamento, é entre as pessoas, tanto sangue são muito de diferenciados.
Agora houve aqui 11 elemento que me parece que é comum.
É que fazendo jornalismo através de problemas laborais, através de problemas sociais, através é da problemas ligados.
14:33
É ao ensino, à educação, et cetera.
O jornalismo, os jornalistas ganharam consciência de uma característica que é do jornalismo da saúde e que foi aqui arrastada para outros, é para outras peças que tem a ver com a importância da literacia.
14:53
É nós quando falamos, nós estamos assim para falar de de literacia.
Divergência nós sabemos muito bem do que é que estamos a falar.
É mexe quando nós falamos de junho da saúde, nós estamos sempre aqui a sublinhar que é muito importante o jornalismo da saúde promover a tal literacia que é é ajudar as pessoas a perceberem os conteúdos que são veiculados e também é.
15:13
É em simultâneo, é.
É necessário dar-lhes é ferramentas da adaptação, aquela realidade que está a ser mediatizada.
O que.
O que que houve nas peças é noticiosas produzidas.
Houve uma preocupação de contextualização, por exemplo, quando nós estávamos a falar das dificuldades laborais, havia necessidade ao por infografia ou por caixas, ou por peças de pergunta e resposta.
15:40
É explicar as pessoas que medidas estavam a ser tomadas, que as podiam ajudar na vida de todos os dias e fazia esse isto.
É num jornal toinha.
Popular mais próximo das pessoas.
Mas também se fazia isto nos nos telejornais de referência.
15:57
Fazia assim isto não RTP 2, que é para um público, é teoricamente mais erudito, mas também se fazia num programa.
É informativo, dirigido ao grande público.
Portanto, era transversal essa preocupação.
Se nós olharmos para para as manchetes, para a cobertura da COVID-19, enfim, se OA nossa vida, se calhar já já, já estamos um bocadinho.
16:21
É com quase fartos do do tema, mas o tema está aí.
É olhando para as manchetes, olhando para a cobertura.
Tivemos o quê?
Tivemos demasiados números.
É, falamos agora do contexto, por exemplo, e aquilo que nós temos todos os dias é quase é +100 + 1000, mais x mortos, mais YE nós não sabemos aonde, nem quem é que se contagiou exatamente, nem por que que se contagiou é é um jornalismo de números, o que que, o que que está acontecendo aqui?
16:53
Olhando para os médicos e jornalismo?
Possível, faça aquilo que as Fontes oficiais é estipulam, é porque são.
É, temos aqui.
A direção geral do assunto, a Organização Mundial da Saúde é, para nós alargarmos a um nível mais macro estrutural.
17:11
É é apresentarem diariamente números com certeza que o jornalismo traz dificuldade em é criar outros ângulos da análise, porque é não tem acesso à informação que importa.
Aliás, é vou através de falar no inquérito, porque quero tornar os jornalistas presentes na nossa conversa.
17:31
É o no inquérito, os jornalistas e uma das maiores dificuldades que manifestaram foi a do acesso à informação.
É.
Ou seja, criam, construir outros ângulos, outras abordagens, outro frame, para, para, para a informação que estavam a produzir, mas faltavam lhes é os dados necessários.
17:54
Obviamente que já tem, encontraram uma espécie de ideias, né?
No terreno informativo, naquilo que lhes era dado, até porque é, é essa dificuldade é também tem a ver com a própria dificuldade de organização das Fontes, porque nós temos aqui Fontes oficiais que estão a braços, é com algo.
18:11
Inspirado é são obrigados a são obrigadas a dar resposta é no terreno a variadíssimas frentes e depois também acumulam com uma outra frente que a frente é informativa.
Não dá tempo para tudo.
É e é preciso que as entidades oficiais quer as nacionais, quer internacionais, se cochila, se coxias ele de uma vez por todas que a informação tem que ser profissionalizada, tem que haver aqui um reforço.
18:42
Destas equipas, porque estas frentes são frentes também de ação de saúde pública.
É e é preciso gente que pensa diariamente só naquilo e na forma de construir essa informação.
Até para fugirmos, é a os tais números que depois tem um impacto grande reparo.
19:04
Quando nós é nesta fase, ultrapassamos.
É os 1000 infetados.
Por dia é.
É aquilo que houve neste em alguns órgãos de comunicação social, foi a informação de que Portugal tinha é ultrapassado pela primeira vez, os 1000 infectados.
19:21
Isso não era verdade.
Mas esta atração esta pelos números, esta obsessão é numérica dos lulismo numérico e também esta opção de uma comunicação através dos números faz com que haja também estas rapazes.
Portamos muito pendurados no último número, é que é dado e depois faltam nos aqui contextualizações que são extremamente importantes, até porque tem como vai dizer que os números que são dados não correspondem exatamente aquilo que se passa por dificuldade, que as Fontes oficiais tem este heróis números.
19:53
E porque nem toda a gente vai vai fazer testes.
É diz que está doente.
É, algumas pessoas não fazem isso.
Tanto os números não são verdadeiramente aquelas que correspondem à realidade.
Há uma outra realidade que tem também de estar é presente, quer no discurso oficial das Fontes oficiais, que é no discurso jurídico.
20:13
Agora nós não podemos apontar sempre o dedo ao campo jornalístico, porque o campo jornalístico, neste contexto, neste contexto em particular, mas também muitos outros.
Louca é o reflexo daquilo que as Fontes organizadas querem que os holismo seja, é e portanto, convém aqui que esta reflexão seja mais alargada até para podermos evoluir e nós precisamos muito de evoluir.
20:39
É ao nível da comunidade e ao nível da comunicação da saúde.
É em Portugal.
Nós precisamos de dar, é passos é de gigante, é para aquilo que a comunicação da saúde tem como impacto nas pessoas e para o atraso que nós temos em relação a isso.
20:55
Um, como é que se estamos olhar para as Fontes oficiais e não oficiais, como é que, como é que nos portamos, como é que se portaram estas Fontes oficiais desde o início dos tempos?
Estamos em março, quando tudo isto começa, é até agora, como é que, como é que as Fontes têm sido voz?
21:16
No fundo, como é que elas têm importado tem feito o caminho é, tem feito um caminho que é difícil, até porque é primeira vez que estamos a.
Dançar é esta.
Esta onda gigantesca é numa primeira, assim de memória, podemos lembrar-nos de alguma coisa que tenha corrido francamente bem, e de alguma coisa onde onde as coisas não foram tão claras, diretas e profissionais, podemos usar?
21:45
Sim, é, podemos dar o exemplo, né?
A primeira fase das longas conferências de imprensa para falar casos suspeitos é não é?
É.
Não tinha essa relevância, é, nem exigiria a conferência de imprensa em direto.
22:02
É para falar de casos que, ao início da tarde, pareciam ter uma relevância enorme.
Ao final do dia, não eram absolutamente nada, mas entretanto tive.
Tivemos a hora do almoço, 1 hora diretos, com os responsáveis máximos a falar de de casos suspeitos, às vezes com elementos de identificação é que não eram de todo, é pertinente, mas depois é também temos que aqui sublinhar a.
22:26
A presença de informação importante em momentos chave e nos momentos chaves, Fontes oficiais efetivamente não falharam nos momentos chave.
Houve aqui uma comunicação feita ao mais alto nível.
Nós tivemos é, é primeiro-ministro, tivemos presidente da República, sempre é presentes na comunicação, em momentos que eram muito importantes quando houve o anúncio do faixa das escolas, quando houve o anúncio do estado de emergência.
22:57
É ovo aqui.
A comunicação feita ao mais alto nível e isso foi extremamente importante.
Nós nisso é, efetivamente não falhamos.
Nós fomos falhando ao longo do tempo.
É em processos que, em que é, não era necessário haver aqui uma comunicação ao mais alto nível e ovo, e isso torna banal depois, o outro tipo de comunicação, por quando as coisas são efetivamente graves.
23:24
Nós temos de ter sinais efetivos dessa gravidade.
Uma conferência de imprensa em que se comunicam ao país que, pela primeira vez houve uma morte por coronavírus.
Ele não pode ser igual a uma conferência de imprensa em que vamos falar de um caso de país Tucano e que não é suspeito.
23:43
E não houve essa pauta.
Vira uma banalização dessa de de de do, da da forma de de falar as pessoas.
Houve essa banalização, mas estamos todos a aprender.
Também certamente que é nos hospitais ou falhas na investigação América ou falhas, é nos lares ou falhas.
24:03
É, e nós todos, como cidadãos, também vamos cometendo as nossas falhas e acho que é muito fácil nós apontarmos o dedo é e depois não darmos soluções, né?
Portanto, AA ter a consciência que o falhas, mas há que ter também a consciência de que, se calhar com aquilo que nós sabíamos que não poderíamos ter feito de outro modo.
24:24
Agora que eu quis desculpa, menos é.
Passados estes meses, nós continuarmos a falhar, aí já não se desculpa, porque aí já houve meses, é da aprendizagem.
Quando nós é, estamos aqui entrar para uma segunda vaga.
24:41
Nós esperamos que aquilo que é foi o passado recente, nos tenha servido de grande aprendizagem para agora nos dar ferramentas para fazermos numa forma diferente quando.
Tudo isto começou EE, olhando agora, um pecadinho opondo foco, um pecadinho, precisamente nos políticos, nos líderes que de alguma maneira nos nos conduziram neste processo.
25:09
Tudo começa com com o presidente da República alto a confinar-se durante 15 dias, ia fazer praticamente um teste.
Não quero dizer nem direto, mas, mas quase assim.
Assim aconteceu.
É no fundo, o presidente neste caso quis claramente também é o próprio marcar a agenda política ao longo deste deste tempo, escolhendo Oo estou presente.
25:30
Lembro quase Cristiano Ronaldo, que aí eu estou aqui marcar essa.
Essa agenda é uma leitura e essa leitura foi feita assim, tal qual é.
Faz é, é agora.
Mas também há uma outra leitura.
É que ao fazer esse confinamento, o presidente da República também perdeu um bocadinho pé para o primeiro-ministro e deixou ali a é é o doutor António Costa ter grande visibilidade nos nos primeiros dias de do momento tão difícil que era o confinamento é do país.
25:58
Nós temos Oo presidente fechado em casa a falar com os jornalistas a partir da de uma zona exterior de um terraço, julgo eu, é o que não é nada, uma situação é.
Confortar para, para.
Para o chefe do estado, e nós não.
Não proporciona a tal proximidade.
26:15
É que exija uma comunicação dias tipo, e nessa com o seu telemóvel filmado de baixo para cima, com uma luz de uma maneira que não costumamos ver aqui o costumamos ver sempre bem vestido, bem iluminado, filmar de forma profissional não.
26:30
Nós temos sempre 2 formas do olhar, aliás, temos sempre várias maneiras de olhar para aquilo que no que acontece, é por isso também que o jornalismo é sempre um ponto de vista, é uma construção social da realidade.
E portanto, aquilo que viemos também pode ser interpretado de diversas formas.
Há também aqui uma forma de olhar para isso e dizer que o presidente também deu aqui um exemplo de um rápido confinamento, mesmo quando não tinha certeza de nada.
26:53
E os testes davam negativo.
Agora, do ponto de vista da gestão do xadrez do Tabuleiro político, é certamente com os ganhos.
Não teriam sido assim.
É tantos quantos aquelas que escalaram o presidente da República é ambicionava na altura, mas, mas, mas deu isso no momento é, obviamente estamos todos preocupados com covide preocupados com o impacto econômico.
27:16
E aí vai, Nick, antecipamos que seja que seja duro, mas de facto, a as agendas políticas neste momento já estão centradas no novo ciclo presidenciais, em janeiro, é depois autárquica, evitamento das relativas alguma turbulência.
27:31
Já na discussão do orçamento.
Portanto, já um sintoma dessa dessa luta é é política.
Estas presidenciais que que aí vem e já vamos dar um Salto aos Estados Unidos, porque também de um exemplo é curioso, é tem já alguns candidatos.
27:47
Comercial pessoas ainda não anunciou que é normal num presidente que que se recandidatar, mas existem.
Da mais Um Par de candidatos e com uma agenda cheia daquilo que eu posso chamar, poderia chamar candidatos populistas, que.
28:03
Que que vão aparecer?
Que o que que pode acontecer numa, numa campanha eleitoral, em termos comunicacionais com e pelo menos 3 candidatos populistas?
É em jogo, porque no fundo, o presidente Marcelo também é um candidato popular.
28:19
Pelo menos é, e podemos acrescentar ainda ainda uma outra variável que tem a ver com é é o travão é da caravana que passa pelo país real.
É, e essa caravana que passa pelo país real?
28:35
Vai ter aqui condicionalismos muito Fortes, então nós temos 2 arruadas, os comícios e afins em janeiro, muito provavelmente não vão acontecer por por causa da questão epidemiológica e a forma como os jornalistas fazem a cobertura das campanhas eleitorais, sejam elas presidenciais, europeias ou legislativas.
28:52
Atuar questão bocadinho diferentes é, portanto, não vamos ter aquela aquela, aquela autocar que passa é que o ser que corresponda ao candidato, aos candidatos e um conjunto de jornalistas é que fazem a festa nos locais.
Aonde chegam tanto?
29:07
Isso vai ser um bocadinho, é diferente?
Não, não sei como é que os órgãos de comunicação social Sidão organizar, mas certamente que é peregrinação pelo país a partir da da organização das candidaturas.
Será aqui também.
Algo é diferente, porque não, não estamos aqui ainda para mais isto vai coincidir com o inverno AA co vida que senta-se aqui, OA gripe sazonal.
29:32
Da dificuldade sétimo esféricas é a dificuldades de proximidade.
Nós não podemos dizer as pessoas mantenham distanciamento físico e depois ter aqui candidatos na rua a promover proximidade física.
Também não podemos ter jornalistas de volta do candidato e os juristas são imensos, porque aqui repórter, operadores de Câmera, portanto, é sempre muita gente de volta do candidato.
29:55
É, portanto, é essa dificuldade.
Então os os candidatos vão ter que encontrar aqui outras formas de comunicação e outras formas de aproximação.
Aos cidadãos é agora aqui uma comunicação que o atual presidente da República não tem desenvolvido.
30:12
Muito que a comunicação através do digital é, nós temos aqui uma presidência da República atual, é feita muito por proximidade, por interação com as pessoas.
É e por uma proximidade relativamente aos órgãos de comunicação social mais tradicionais, estamos na faltar os Facebook, Twitter, Instagram e as redes sociais.
30:35
Pontos, estamos todos e um dos políticos não parecem estar muito confortáveis.
O primeiro-ministro usa o Twitter, é miúda, é um facto, mas, de facto, a presidência da República não, não, não usa esses canais menos tradicionais, onde está uma parte importante do do eleitorado.
30:53
Nós vamos estar ao mundo todo, não está o país todo também é uma realidade que não vem aqui é sublinhar, é por tentar aqui uma parte importante da população que não está nas redes sociais, mas o problema aqui vai ser chegar mesmo.
Qual país que somos aos alinhamentos noticiosos aos jornais, as redes sociais, a partir se calhar, de casa a partir das sedes, a partir do um outro sítio, que tanto já, não podemos ter?
31:21
A nossa primeira campanha eleitoral, e através dos uma ou deveria chamar o problema é, depois de chegar às pessoas que estão no mais, nas periferias, em escala aos mais velhos.
É em chegar ao país, é mais interior, porque é esse país interior.
31:36
É preciso mesmo chegar fisicamente lá.
Mas aí a SPACE entre é um porque é um país envelhecido e espaços.
É preciso proteger.
É particularmente é no inverno.
Tanto o desafio vai ser enorme.
É, mas voltando atrás, depois temos aqui nós temos aqui candidatos que são capazes de criar, é mensagens com o registro que os aproxima mais no registro é que nós podemos chamar mais populistas.
32:04
É, e aqui alguns candidatos que se aproximam é mais disto.
É um prefeitura, as negonas.
De pelo menos estes 2 que já anunciaram que estão tenham registro marcadamente é de.
De dizer tudo.
Vamos, vamos pôr as coisas assim, esses candidatos, e se calhar todos os outros também irão apostar mais numa comunicação mais unilateral com os na lista.
32:26
E é EEE para que a comunicação se torna efetiva, já que não há imagens.
É pelas ruas.
O que é que isto é?
Vai provocar com certeza que vai provocar um acentuar desse registro mais populista, que é para dar mais impacto.
É, portanto, é obviamente que estas circunstâncias é este perfil.
32:47
Os candidatos não é proporcionar aqui um otimismo muito grande para uma parte da população mais moderada, é na qual eu me incluo naturalmente.
É, mas com certeza que para fazer parar a atenção das pessoas vai ser preciso extremar mensagens e se nós estivermos como tudo, aponta, numa situação em que os números estão a galopar, em que é a situação económica, está a agravar-se em questões.
33:16
Estão vivendo em condições muito mais difíceis do que aquelas que viviam, por exemplo.
Neste verão e já começamos a notar essas dificuldades, é econômicas é em vários grupos sociais com certeza que tudo isto vai fazer com que haja aqui.
33:32
É notícias com um. 1° é negativo, não havendo o folclore nas ruas, a capacidade de atração vai, vai se pode centrar-se naquilo que é linguagem ou numa Escalada de tensão na linguagem que atrai a atenção dos dos eleitores para um candidato ao bi, eu penso que esse risco é efetivo.
33:54
Não temos o melhor exemplo, digo, eu ainda bem do outro lado do Atlântico do que Donald Trump, que despreza a covide e diz que a pandemia não tem interesse nenhum.
Ei, e o próprio contagiado com covide para durante um momento, para ser ajudado pelos médicos.
34:15
Apesar tudo, só o tempo necessário e suficiente, quiçá até um pouco menos do que isso.
Para sair.
E ontem apresentação aos eleitores num comício de não sei se fazer políticas e fazer um reality show, numa ligação com com as pessoas, é um boneco de televisão que não é de um de um político.
34:39
Como é que vai?
Especialista em comunicação, olha para este.
Fenômeno Trump, muito, muito para além daquilo que é a política, mas da forma e da maneira Como Ela É, comunica desde negar o óbvio da pandemia, até por ser como homem redentor e próximo do povo, é, parafraseando diz Trump.
34:59
Se eu pudesse sair daqui do sítio onde falava, e aí, beijar você a todos, é um beijo gordo.
Quer dizer, o que é, o que é uma declaração muito, muito de muito curiosa e muito e muito forte para.
Para alguém que na realidade, está a fazer uma linguagem muito próxima do povo, com todas as aspas.
35:19
Olha Oo, uma investigadora olha para isto com alguma perplexidade, obviamente, mas também com alguma expectativa.
É quase que seria que tentava repetir aquilo que, disse Marcelo Rebelo Sousa é o próprio Donald Trump.
35:38
Depois Portugal não é, não é.
Os Estados Unidos não é.
Portanto, isso significa que a cada realidade tem as suas idiossincrasias e deve ser lida.
É conforme os contextos e a realidade norte-americana é particular.
Não pode ser comparável, é com.
35:53
É.
É de de Portugal.
Eu acho que é impensável nós termos aqui um candidato é que é juntas e que elas é que é o número de pessoas que é nós é vimos, é no, no dia que estamos aqui a fazer esta conversa foi no dia foi na véspera, né?
36:11
Foi ontem à noite houve um comício que juntou muita gente com Donald Trump sem máscara.
Tirar máscaras para para as pessoas a dizer aquelas largas centenas que ele era, tem milhares de pessoas, é que as cria, beijar é e tudo isto é feito numa circunstância em que o próprio presidente é, a poucos dias estava com testes positivos e não houve qualquer.
36:37
É qualquer prova de que tenha tido um teste negativo.
Portanto, do na realidade não há nenhuma prova.
Você tem um texto vivo negativo.
Quer dizer, é uma oportunidade nesta nesta hora.
Aí podemos fazer um paralelo entre é Portugal o facto de quando o nosso presidente foi testado e já foi testado várias vezes.
36:57
A opinião pública teve acesso até por via direta do resultado dos testes e agora olhando para Cristiano Ronaldo, Estrela maior do futebol, quando houve um teste positivo, também houve uma comunicação transparente deste facto, não houve uma tentativa de é, enfim, de de iludir é, é verdade?
37:16
E por outro lado.
É, é com Trump, é não divulgar isso, é descredibilizar os melhores especialistas dos Estados Unidos.
Tem extraordinário especialistas, mas faz disto uma narrativa também este esta persona política faz disto 111 narrativa e eu, eu FA.
37:34
Falta de uma forma de liberar aqui também uma corrente que de que que aponta para o facto de Donald Trump não não ter tido, é coronavírus.
Ele é, mas é ao há sinais que importa aqui também é de sinar esta reflexão, houve conferência de imprensa, de médicos.
37:51
Que não houve uma conferência de imprensa, só de o médico é equipe, era numeroso.
Era numerosa, portanto, eu, eu não quero crer que os médicos é com aqui.
É naquele número é, tenho aqui ser vergado a uma mentira.
38:06
Haveria sempre uma fonte num terminado momento que libertaria a verdade se ela não correspondesse.
É isso?
Eu acho que nesta, né, em toda esta encenação, se o presidente norte-americano não tivesse passado por um hospital e não tivesse havido estas conferências de imprensa de equipas médicas.
38:22
Que eu acho que é este rumor, é de facto é.
Poderia ser encarado com alguma veracidade?
É, mas não é de todo o caso.
Portanto, nós vamos acreditar que Donald Trump foi trazido.
Infelizmente é infetado é e ali uns milhões de outras pessoas.
38:41
Agora, a forma como tudo isto é é gerido, é, é uma forma que nos envergonhar todos EEE nos faz é Temer, é para o futuro.
Nós estamos aqui a falar dos Estados Unidos, que têm uma norma centralidade.
38:56
Obviamente que eu dizia que uma investigadora também olha com grande expectativa para tudo isto.
Estava aqui a pensar nos resultados eleitorais.
É, vamos ver como é que também OOO povo norte-americano reage a um candidato assim que faz uma gestão é da pandemia?
39:13
É algo polêmica, é que é é que reage ao fato do do uso de máscara e exista a palavra é resista.
Até hoje ao uso resist.
Insistem, insistem para que os outros é desprezem também a máscara, porque depois aí esse efeito ágil com relação a tudo isto é um país que tem mais de 200000 mortos.
39:40
É por tentar aqui algumas coisas que não estão bem.
Vamos sair da América, voltamos para para Portugal para esta parte final desta nossa conversa com o curioso fenômeno em que as televisões privadas se envolveram.
39:57
Nos últimos meses, com transferências e vá, vou dizer milionárias, com este epifenómeno Cristina Ferreira é que hora é aparece como grande tentou de audiência.
40:12
Se quando perdem um terminal do programa como grande craque, uma dinâmica que que está acontecendo aqui, nas televisões, nas televisões privadas, num momento em que o dinheiro começa a escassear e isso também é importante para financiar?
40:27
É para financiar o SUS, os mede, e isso é uma realidade no futuro.
É nós.
É.
Temos tido alguns momentos.
É nesta área da recente da televisão o primeiro grande momento foi vivido em outubro de 92, com aparecimento da SEC.
Foi uma pedrada no charco, particularmente ao nível do jornalismo, mas também no nível da programação ou formatos muito inovadores.
40:49
É para a altura, é, tivemos depois é em 95, também.
Em outro momento, 9495, com a Conquista da liderança da das audiências.
Este projeto inovadora era um projeto muito acarinhado pelas pessoas.
É as novelas da Globo transferiram, se para sica os judiciários da sic é eram os mais vistos e depois, com efeito, é de de contaminação aos outros.
41:14
Aos outros programas, vive os vivos também.
Um outro período, em setembro de 2000, em setembro 2000 nós tivemos o big Brother e aí é é ATVE tornou-se de fato, é.
É protagonista como enorme centralidade.
É, e também com uma enorme bolsa, o próprio noticiário.
41:32
O Jornal Nacional, é que tinha a menor hamburguesa cara é principal também.
Não vou muito tornando a que a sociedade é muito, muito protagonista dos acontecimentos, sendo um contrapoder, particularmente em relação a aos, ao governo de José Sócrates.
41:48
Portanto, houve aqui de facto muita inovação e ovo, a inovação melhor que era a do a do big Brother com o big Brother também é contaminar a informação e entrar dentro dos próprios.
Alinhamento tozé é noticiosos que seria algo impensável.
É a 2 a 3 anos é traz é otimista que é o período no dia da da, do anúncio da reeleição, da da, da, da candidatura ou da candidatura de Jorge Sampaio?
42:13
Noticiário é da da TV abriu com o pontapé é de um concorrente, é da casa do do big Brother, no interior da da pra contar Pedro Marcos é lembro pontapé do Marco agora, nós, com a transferência, é de Cristina Ferreira para novamente para a tvi e poderemos aqui ter um outro momento da televisão.
42:33
Que esse momento não foi tão marcante quando é apresentadora, se mudou, é da da sic, da TV.
Para sica, porque foi mesmo assim, é na sua função da apresentadora, agora é Cristina Ferreira, vem da sic para a tvi não apenas como apresentadora.
42:50
Mas como diretora dos programas e como acionista, tanto são 3 papais como como EE como estratégia, o terceiro papel que ela também tem neste neste, qual isto aqui é é para o mate cu, porque se juntam aqui funções que deveriam estar separadas.
Nós temos 11, função da apresentadora, diretora de programas e da sionista.
43:10
Usa acionistas, não se metem nas Na Na engenharia de programação nem tão pouco falam em antena nem tão pouco vão a antena falar das pessoas que escolhem para os programas.
E isto tem acontecido.
É, portanto, há que uma mistura até às vezes, mas não não tão promovida pela própria Cristina Ferreira, mas pelas pessoas que ela convida para os seus programas que em pleno platô televisivo falam da sua qualidade, da sionista, depositando nela grandes expectativas relativamente àquilo que que é o futuro.
43:43
Paralela a meta, tudo isto é Cristina Ferreira ambicionar também revolucionar as gralhas da programação.
Imaginou para a grelha da da TVEO dia da Cristina e o dia da Cristina.
É um formato algo inovador, que é durante um dia e vamos aqui usar as palavras da da própria Cristina Ferreira, que é quando a Cristina Ferreira quer quiser.
44:04
AO dia da Cristina e o dia da Cristina é um dia inteiro com o programa da Cristina Ferreira.
Isso é meritório, porque aqui do facto alguma agitação na programação é um efeito de âncora, porque ela pode, por ser num sítio qualquer, demora qualquer um dia qualquer para agarrar o mal de item.
44:22
Obrigado a se corrigir esse que tem ido atrás desse da Cristina e de muito de muitas outras opções.
Cristina Ferreira Yasmin às do goucha e assim que reage, é Cristina Ferreira.
É imagina que um programa para dormir, pró para as tardes do domingo?
44:38
Algo diferente, mas não tão diferente.
Já lá vamos, ia se criar, estar sábado também tiveram aqui alguns ajustamentos e temos assim que reagir.
O RTP não tem feito, é tanto isto.
Agora o problema aqui, qual é, é que é no meio desta expectativa de revolução é de uma gralha.
44:57
Nós temos efetivamente uma programação que, mais do que ser disruptiva, é uma programação que se revela na continuidade.
O que que isso quer dizer?
Quer dizer que.
É, vamos olhar para para o dia da Cristina o dia de Cristina aqui.
O que tem lá dentro não é muito diferente daquilo que a Cristina Ferreira fazia nas manhãs da cinquentão.
45:19
Seu alfani é 1111, capa num produto que na realidade é igual a sempre aqui.
O que nós vemos nas televisões, o que é que são os problemas da manhã?
O que que são os programas da tarde?
O que é que são os do Prime time antes do telejornal, e por aí foi no rosto, na forma, mas continuas a fazer o mesmo conteúdo.
45:39
Pelo rosto na forma, criou-se ali um cenário, é até algo megalómano, é é.
Poder-se-ia até considerar um bocadinho desadequado ao daí.
Timing é, mas também poderá ser um atrativo pro plan, novidade em si é, mas o que é certo é que toda toda todas estas linhas disruptivas, mas seriam também 11 conteúdo também, algo inovador.
46:02
E é isso que tem faltado ATVEE, é isso que.
Tem também de ser colocado é em linha de conta quando nós é que queremos aqui ler os resultados das audiências, porque as audiências não tem correspondido.
46:19
É aí este trabalho que se cria revolucionário.
É por parte da tvi, é obviamente aqui, muitos riscos.
É a TV, tem um risco enorme também ao nível da própria estrutura interna, porque aqui um diretor geral aqui, a figura do Nuno Santos, que é o diretor geral, é tanto que manda efetivamente naquilo que se passa na televisão, mas depois no Santos não está.
46:40
É no ar, não tem um programa de televisão e temos aqui uma diretora de programação é que está no ar e depois Por Ela também, fala muitos outros apresentadores.
É temos na tarde de sábado, formatos que depois tem aqui uma lógica de uma estrutura circular.
46:58
Portanto, tudo se faz a volta dos próprios atores de entretenimento.
Curiosamente, é informação não tem entrado muito neste jogo, é, mas é curioso que no caso da inflação e de uma forma, se calhar até discreta.
É teve reforças muito, vai buscar valores João Fernando, digamos, por exemplo, AAA RTP, é o Gilberto Carvalho que que se que que que já está a algum tempo mais?
47:25
Pedro pinto é é no caso da da da informação.
Há uma sólida blindagem do uma informação, diria quase de serviço público, quase quase.
BBC numa, numa maneira de fazer e que contrasta claramente com com o que que é uma forma pop de fazer entretenimento quase espanhola.
47:45
É com com aquilo que é contido em flumet.
É informação da da TV TEM, de fato, mostrar alguma vontade de inovar, de fazer diferente, mostrar caras novas e aqui, de facto, é uma separação do entretenimento.
Não temos visto muito.
48:00
É este este cruzamento e isso também vai contaminando de forma positiva aos outros canais.
Portanto, também não vemos isto na sic e nunca temos visto isto.
Também na RTP puta daqui.
De fato algumas Barreiras que ao contrário de um passado recente.
Estão a ser blindasse é neste momento, isto é algo positivo, né?
48:20
Para quem olha, é para todos esses fenômenos também crendo que o jornalismo, o campo jornalístico jornalístico é mantém a sua autonomia.
Fechamos voltando ao início desta conversa, pela primeira vez em Portugal, um cadastro a ser injusto, mas que eu me lembre, é um bivolt de telejornal.
48:39
Um jornalista, Rodrigo Guedes de Carvalho editore, alisou, é a sua própria presença no ECA.
Além de dar as notícias de contar as notícias com é o rigor que ele é reconhecido, esse de olhar a Câmera, olhos nos olhos e dizer às pessoas o que é que elas têm que fazer e até dizer o que é que não podem fazer.
49:01
Arrisco até a dizer, a censurá-la é por elas não terem o comportamento correto.
Conversava com elas por contava como está.
É vias duros.
Estes é corresponda a um período.
É acho que é, não será facilmente.
49:18
Complicado, a menos que Portugal tem aqui números é muito pesados, é e sim, é, mas também é.
É preciso também aqui dizer que é esse modo de fazer jornalismo que que ali foi Exagerado.
É?
49:33
Acho que sim.
Acho que se exagerou.
É em determinados momentos, mas é global, aumenta.
Acho que teve aqui um efeito muito positivo, é Na Na ajuda às pessoas, é para um clima de enorme medo.
49:49
É, e de uma colossal é incerteza.
Faça na o futuro, faça o momento presente.
Este podcast tem assinatura.
Eu sou o Jorge Correia e nesta pergunta simples, procuro encontrar vozes que nos expliquem como funciona este natural, porém complexo problema da comunicação.
50:08
Tenham coisas em perguntasimples.com, subscreva o podcast e partilhem com os vossos amigos.
É uma coisa boa, acreditem.