Os juízes têm que decidir.
Seja como for, tem mesmo que decidir.
Ouvidas as partes. Sabendo e interpretando a letra e espírito da lei, espera-se que decidam.
Não interessa quão difícil é. Ou quanto tempo demora. Ou que argumentos validou para chegar a uma decisão.
O Juiz Desembargador Eurico dos Reis tem larga experiência a avaliar casos e principalmente um olhar crítico sobe como funciona o sistema judicial.
Mas não só. Conhece como poucos o sistema mediático. E como tribunais, jornalistas e sociedade interagem. A fúria anónima das redes social veio complicar tudo.
Esta conversa não é sobre crime e castigo.
Nem sobre casos judiciais concretos ou recentes.
Mas não deixam de estar no fundo.
É uma conversa sobre cidadania. Sobre poder. Sobre equilíbrios poder.
Sobre cidadãos e a sua opinião. Dita de forma expontânea ou, alegadamente, construída nas redes sociais, por algum guião pre-escrito.
A ideia de falar sobre a linguagem da justiça já vinha de trás.
Mas a leitura por várias horas da decisão da instrução do conhecido Caso Marquês levantou-me uma pergunta fundamental. Ou várias: tinha de ser tão longa? Tão difícil de compreender? Tão complexa? Ou poderia ser mais compreensiva para os cidadãos?