O mundo está perigoso. E quanto menos dialogamos, mais risco corremos de fazer a guerra.
Será uma inviabilidade da natureza humana?
Ou um dos últimos traços da nossa forma animal e territorial de reagir?
Este episódio é sobre as tensões e confrontos, latentes e reais, entre países e visões do mundo.
A guerra começo há quase dois anos.
A guerra começou há mais de 100 dias.
A guerra começou esta semana.
A guerra pode começar amanhã, outra vez.
Todas estas guerras estão em curso.
TÓPICOS / CAPÍTULOS
O início da carreira militar (00:02:55)
O orador fala sobre a sua transição para a academia militar devido ao fechamento das fábricas têxteis após a Revolução de Abril.
A importância das regras na academia militar (00:04:16)
Discussão sobre a importância das regras e da convivência pacífica na academia militar.
A transição da família para a comunidade (00:06:58)
Reflexão sobre a evolução da família para a comunidade e, posteriormente, para as nações.
A evolução das nações para os estados (00:08:55)
Abordagem sobre a transição das nações para os estados e a necessidade de leis escritas.
Religião e nação (00:11:25)
Exploração da relação entre religião e nação, e a transição para estados laicos.
A inevitabilidade da guerra (00:13:06)
Discussão sobre a ambição, a visão do futuro e a inevitabilidade dos conflitos que levam à guerra.
O caminho para a guerra (00:15:56)
Reflexão sobre as aspirações incompatíveis que levam a conflitos e a possibilidade de negociação.
A guerra como última solução (00:18:25)
Exploração da guerra como a última solução após crises e conflitos, e a expressão coletiva de vontade.
A dinâmica do poder internacional (00:19:20)
Discussão sobre a dinâmica do poder e a preparação da sociedade internacional para possíveis conflitos.
Gestão de Crise (00:19:27)
Discussão sobre a mecânica de provocar uma crise internacional e a gestão dessa crise.
Religião e Civilização (00:24:45)
Reflexão sobre os valores judaico-cristãos e a influência da religião na construção civilizacional.
Conflito na Ucrânia (00:29:50)
Análise da dinâmica do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, e a influência de valores civilizacionais.
Dinâmica Nuclear (00:33:13)
Exploração das regras e práticas relacionadas ao uso de armas nucleares em conflitos internacionais.
A doutrina das armas nucleares táticas (00:37:04)
Discussão sobre a ambiguidade e a utilização potencial das armas nucleares táticas por Putin.
O efeito da ambiguidade (00:38:22)
Análise do efeito da ambiguidade na estratégia de guerra e nas negociações geopolíticas.
A influência da tecnologia na guerra (00:41:17)
Impacto da tecnologia, especialmente dos drones, na observação e planeamento das operações de guerra.
As estratégias de guerra e a importância de Mariinka (00:47:51)
Explicação sobre a importância estratégica de Mariinka e seu papel na guerra no Donbass.
A situação atual e possíveis negociações (00:53:48)
Reflexão sobre a situação atual do conflito e possíveis negociações para encerrar a guerra.
A presença ucraniana na região de Odessa (00:54:47)
Discussão sobre a importância da presença militar ucraniana na região de Odessa para garantir acessos marítimos.
A ausência de mediadores credíveis (00:55:24)
Reflexão sobre a falta de mediadores credíveis na guerra em Gaza e na Ucrânia.
Interesses da China na guerra da Ucrânia (00:55:56)
Análise dos interesses da China na guerra da Ucrânia e a sua postura em relação à vitória ocidental.
Consequências da guerra da Ucrânia para a China (00:56:16)
Exploração das possíveis consequências da guerra da Ucrânia para a China e a suas aspirações sobre o domínio do mar da China.
Intimidação naval e envolvimento da China (00:58:39)
Discussão sobre a intimidação naval e o envolvimento discreto da China no conflito da Ucrânia.
A cautela da China (01:00:06)
Análise da postura cautelosa da China no conflito da Ucrânia e a sua aversão a ficar do lado dos perdedores.
Aumento de conflitos mundiais (01:01:04)
Reflexão sobre o aumento de conflitos mundiais, incluindo a guerra civil no Sudão e a situação nos Balcãs.
Valorização do instrumento militar (01:02:57)
Análise da valorização do instrumento militar como solução para conflitos e a confrontação dos interesses ocidentais.
Reequilíbrio de poder e injustiças (01:04:03)
Discussão sobre o reequilíbrio de poder global e injustiças na avaliação das relações entre o ocidente e a Ásia.
Transferência de conhecimento e poder para a Ásia (01:05:53)
Reflexão sobre a transferência de conhecimento e poder para a Ásia pelo ocidente, impactando a assertividade da região.
Possibilidade de conflito entre EUA e China (01:06:53)
Análise da possibilidade de um conflito quente armado entre os EUA e a China, com foco nas aspirações sobre Taiwan.
A guerra da Rússia e da Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro de 2022 quando as forças armadas russas entraram em território ucraniano.
Aquilo a que chamaram operação especial.
Mais perto no tempo a guerra entre Israel e o grupo Hamas, na faixa de Gaza. Começou há 100 dias.
Masi abaixo no Mar Vermelho, outro conflito. Entre os Houthis no Iémen, que ameaça à navegação de navios cargueiros do circuito mundial logístico, com a resposta por parte dos Estados Unidos e o Reino Unido.
E outro conflito, latente ou real.
Seguramente económico e diplomático.
Arriscaria dizer geoestratégico.
O medir forças entre os Estados Unidos e a China, o braço de ferro entre a potência incumbente e a potência emergente.
O nome do meio será talvez Taiwan, mas o que está em causa é a liderança estratégica do mundo nos próximos anos.
E tudo corre num planeta que se esgota em recursos, que aquece como nunca que tem cada vez mais gente para alimentar.
Logo agora que se anunciou o advento da dita inteligência artificial e a desinformação é já considera uma das grandes ameaças mundiais.
Para tentar compreender as incertezas do mundo e perceber se as guerras continuarão a ser inevitáveis, socorro-me do Major-General Arnaut Moreira, autor do livro “O Domínio do Poder”.
Um retrato do tabuleiro geoestratégico do mundo e uma explicação da causa das coisas.
Explicações que vai partilhando com todos nós, como comentador na televisão CNN.
Sou nesta edição guiado pela voz de alguém que poderia ser tranquilamente um empresário e que acabou por seguir uma carreira militar.
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0:12
Ora, vivam.
Bem-vindos ao pergunta simples o vosso podcast sobre comunicação, o mundo está perigoso e, quanto menos dialogarmos, mais risco corremos de fazer.
A guerra será uma inevitabilidade da natureza humana.
0:27
A guerra ou será um dos últimos traços da nossa forma animal e territorial de reagir?
Este episódio é sobre as detenções e confrontos latentes irreais entre países e visões do mundo.
0:53
A guerra começou há quase 2 anos.
A guerra começou há mais de 100 dias.
A guerra começou esta semana.
A guerra pode começar amanhã outra vez.
Todas as guerras estão em curso.
A guerra da Rússia e da Ucrânia, que começou a 24/02/2022.
1:10
Quando as forças armadas Russas entraram em território ucraniano, aquilo que chamaram operação especial mais perto do tempo, a guerra entre Israel e o grupo Hamas na faixa de Gaza começou há 100 dias, mais abaixo no Mar Vermelho.
1:26
Outro conflito entre os UTIs no Iémen, que ameaça a navegação de navios cargueiros no circuito mundial logístico, e a resposta por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido, e um outro conflito latente, ou real seguramente económico, seguramente diplomático.
1:43
Arriscaria dizer geoestratégico, o medir forças entre os Estados Unidos e a China, o braço de ferro entre a potência incumbente e a potência emergente.
O nome do meio deste conflito será talvez Taiwan, mas o que está em causa é a liderança estratégica do mundo nos próximos anos.
2:01
E tudo corre num planeta que se esgota em recursos que aquece como nunca e tem cada vez mais gente para alimentar.
Logo agora que se anunciou o advento da dita inteligência artificial e que a desinformação já é considerada uma das grandes.
2:17
Ameaças?
Mundiais para tentar compreender as incertezas do mundo e perceber se as guerras continuarão a ser inevitáveis, socorro-me do major general Arnon Moreira, ele é o autor do livro o domínio do poder, um retrato do Tabuleiro geoestratégico do mundo e uma explicação da causa das coisas.
2:36
Explicações que vai partilhando com todos nós, como comentador da televisão na CNN, sou nesta edição guiado pela voz de alguém que poderia ser tranquilamente um empresário, mas que acabou por força da vida, das circunstâncias, da vida.
A seguir, uma carreira militar.
2:54
O meu pai era engenheiro, era engenheiro têxtil, formado no instituto superior líderes de agronomia.
Depois foi foi fazer um mestrado em em em Inglaterra e pegou naquilo que era um negócio do meu, do meu avô, que tinha uma pequena fábrica de tapetes e transformou aquilo numa numa produção industrial Moderna.
3:20
E portanto, o meu pai sempre quis que eu herdasse AA fábrica.
Ó o diabo.
Era?
Então e como é que e como é que, como é que, como é que geriu essa essa desfeita no fundo?
Não, o que aconteceu é que a revolução de abril veio em meu, em minha ajuda, as fábricas fecharam praticamente todas estas fábricas têxteis e eu tive que ir para a academia militar.
3:46
Tive que.
Tive que tive que ir para a academia militar.
Era uma das grandes opções que eu tinha para fazer.
Sem acarretar grandes despesas também para para a família e, portanto, eu entrei na academia militar ou por alguma convicção, certamente, mas também por necessidade.
4:06
E a necessidade é a mãe também de todos os engenhos obriga-nos AA.
Olhar para a vida de uma forma diferente.
Que quer dizer, no fundo, nós, de facto somos, somos fruto de nós e das nossas.
Circunstâncias é muito das nossas circunstâncias.
4:22
Esta minha ida para a academia militar é muito fruto dessas.
Dessas, dessas circunstâncias muito, muito especiais.
Na verdade, a academia militar é um.
É um Mundo Novo que se abre.
O que é que se aprende lá tem essa curiosidade?
4:38
O que é que se aprende na academia?
Vou-lhe contar a minha primeira experiência imediata logo na entrada da academia militar, eu estava na sala de espera e estava interior.
Um jovem com 18 anos, encostada a uma parede e veio um aluno mais antigo dizer.
4:56
Ao Infra?
Ou Infra, ou Infra, essa parede não cai, está aí há muitos anos.
Não precisa de ser segura, pode desencostar-se.
Esta foi a minha estreia.
Foi logo, logo um aviso à navegação.
Foi um aviso à navegação de que aquilo que estava a 5 m da porta de de entrada era um Mundo Novo e era verdadeiramente um Mundo Novo.
5:19
E é muito fácil uma pessoa apaixonar-se por este Mundo Novo, porque é um Mundo Novo, tem regras.
As regras fazem parte também da nossa vida e fazem sobretudo, parte daquilo que é a nossa convivência pacífica.
Entre todos quando nós intuímos as regras, as relações ficam muito mais.
5:37
Fácil, ficam transparentes, ficam.
Ficam muito, ficam, ficam mais fáceis, porque nós sabemos o que esperam de nós e o que nós esperamos dos outros quando não há regras, ninguém, todos nós estamos sempre a ser surpreendidos por reações, por perguntas, por questões e por enquadramentos.
5:56
Não estávamos à espera.
Isso é, regras facilitam muito a nossa vida.
Claro, mas mas essa ideia da da regra e da e da e da ordem?
Sim, eu olhando para para os militares vejo, vejo, obviamente isso.
Mas o mundo de hoje é um mundo francamente desorganizado e em que se calhar, a última coisa do mundo que nós podemos saber é pensar que sabemos com o que é que conta.
6:20
Nós.
Nós andamos a sempre à espera de ordem.
Nem sempre encontramos, mas a ordem faz parte das nossas vidas e das nossas regras, porque uma vida sem ordem nenhuma conduz um caos absoluto e esse caos não é apenas depois na vida pessoal das pessoas, é na vida também das sociedades.
6:38
Esta questão de que hoje falamos e o que eu falo muito é a questão das nações, as nações são a continuidade daquilo que era a nossa experiência, primeiro de natureza familiar, onde aprendemos as regras.
Por um lado, o amor da mãe, mas, por outro lado, também a presença mais austeri do.
6:58
Pai, lá está a ordem outra.
Vez, não é esta a ordem outra vez?
Depois daí, evoluímos da família, evoluímos para a comunidade, a comunidade é o local dos afetos.
É o local?
Como nós aprendemos.
A interagir com os outros cidadãos, mas são cidadãos que nos são próximos.
7:20
A comunidade tem nomes.
As pessoas tratam-se pelo seu nome.
É uma família aldeia.
Nós sabemos que o Manuel é este que trabalha no café e aquele que trabalha nos.
Correios.
Portanto, fazemos parte do tempo, encontramo-nos nos casamentos, batizados e funerais, portanto, fazemos parte verdadeiramente de uma família mais.
7:37
Alerta exatamente e preocupa-nos uns com os outros.
Se a dona mariazinha não apareceu, por qualquer razão, vamos.
Estás a saber o que é que aconteceu com ela e, portanto, a comunidade é um.
É, é.
É uma espécie da da nossa socialização naquilo que é uma introdução à nossa vida posterior em sociedade.
8:00
Portanto, nós passamos da família para a comunidade e depois as comunidades que têm um conjunto de afinidades entre si acabam por se transformar em nações e as nações vivem por causa dos valores de natureza comum.
Um dia depois, damos um Salto para a tal sociedade que nos fala essa sociedade que é a sociedade dos estados.
8:21
É uma sociedade já artificial, uhum.
Enquanto as nações são naturais, porque resultam da evolução lógica, família, comunidade.
É uma pequena, grande aldeia.
Na, na.
Na Na nação vivem, sobretudo, o que impera.
8:37
São, sobretudo os valores e, portanto, as regras são regras não escritas de convivência pacífica entre pessoas que vivem conjuntamente no mesmo lugar geográfico e que se habituaram a conviver umas com as outras.
Não precisa de leis.
8:54
As nações não precisam de leis.
Eles não é?
Elas porque elas estão não escritas ela, ela são escritas na comida, na música.
Elas transmitem-se na por quer por aquilo que é a nossa percepção.
9:10
Percepção dos comportamentos que vemos que observamos e que sabemos o que são transgressões e não são transgressões em relação a esses.
Olha aí o primo que não se está a portar bem, olha o que é que está a acontecer.
Há, há, há um, há.
Há.
Há uma valorização moral do comportamento.
9:25
Quando nós saltamos das nações para os estados, porque na verdade, hoje em dia nós temos muito, temos, continuamos a ter muitas nações, mas a maioria das nações não evoluiu para a forma final de estado, isto é, os estados hoje em dia são compostos ou por muitas nações.
9:43
Olhamos aqui para os espanhóis, os nossos vizinhos.
Por várias nações, várias nações dentro os.
Galegos os galegos, os catalães ou aquilo são nações diferentes de alguma.
Maneira, ou então, problemas muito complexos como a mesma nação ter sido repartida por vários estados.
10:00
Fronteiras foram traçadas caso dos curdos, por exemplo, os curdos têm a sua presença em vários estados.
Hoje em dia, nunca conseguiram formar passar de nação para estado.
Nunca conseguiram organizar um estado.
Os estados têm uma coisa muito diferente em relação às nações.
10:17
Isto faz uma diferença brutal nas relações internacionais.
É que nos estados nós precisamos de leis, enquanto nós, na nações, só precisávamos de valores.
A diferença entre valores e leis é muito substancial.
Significa que nós precisamos de ter documentos escritos para podermos entre as várias comunidades, estabelecer regras que sejam comuns às várias comunidades.
10:45
Portanto, temos que passar do oral, da observação daquilo que é o sentido da valorização da comunidade para uma coisa que é mais artificial, temos que ter.
As leis têm que estar escritas para poderem ser aplicadas.
11:01
Entre diferentes comunidades que partilham diferentes valores e, portanto, a evolução das comunidades para o estado, é uma coisa absolutamente artificial.
E hoje em dia há muitas comunidades a lutar dentro dos estados.
E notam-se, não é de alguma das maneiras como eles estão a fazê-lo, não é?
11:18
Este aspeto é.
É muito importante.
Há alguns aspetos das nações que são fundamentais hoje em dia.
Um deles é o aspeto de natureza religioso.
O aspeto religioso é um aspeto fundamental na caracterização da nação.
11:33
Existem nações com várias religiões, existem estados com várias religiões, mas a nação não tem um fundo religioso comum, porquê?
Porque quando nós olhamos para as, olhamos para os 10 mandamentos, nós podemos viver apenas com os 10 mandamentos.
11:50
Não precisávamos de leis.
Nós precisamos de leis porque o estado, as nações, entretanto, perderam o caráter religioso, porque é que perderam o caráter religioso para facilitar a sua convivência dentro do.
Estado.
E, portanto.
12:06
E para haver lá está para haver este diálogo interreligioso.
Inter-religioso entre as comunidades dentro do estado, ora, as nações com os seus valores.
Esses valores são formatados pela sua experiência religiosa anterior.
Quando nós passamos para estados de natureza laica, deixamos cair os valores de natureza religiosa.
12:27
Precisamos de uma lei escrita.
É isso que faz toda a diferença entre aquilo que são as nações existentes.
Quando?
Quando as famílias são.
Famílias.
Que se dão bem em, em princípio até às partilhas, não é?
Porque as famílias dão-se bem nas aldeias damo-nos bem, em princípio, na nação também nos damos bem, mas há esse momento em que há conflitos insanáveis e eles podem ser dentro das famílias.
12:54
Eles podem ser dentro mesmo das nações.
E então, quando chegamos aos estados, então aí as coisas são muito mais sérias.
Pergunto-lhe.
A guerra é inevitável.
AAA guerra faz parte do nosso ADN enquanto comunidade, e eu e eu explico isto com muita facilidade.
13:13
Porquê há uma coisa que nos distingue entre os seres humanos e os animais, e não é a questão física.
Nós, do ponto de vista físico, somos animais como os outros.
Simplesmente nós, quando pegamos num gato pequenino, fofinho, esse gato, quando crescer, vai ser um gato grande, provavelmente também fofinho, mas.
13:37
Nós, quando perguntamos a uma criança de 6 anos o que é que ela quis ser quando for grande, ela não vai dizer que quer ser um adulto, ela vai querer ser bombeiro, militar, polícia, enfermeiro.
Isto é, ela considera-se, já dona do seu futuro e tem uma característica que os animais não têm ambição.
13:58
Ora, a ambição é o motor da transformação social.
Nós não.
Nós não nos limitamos a ficarmos satisfeitos com aquilo que temos.
Nós temos ambição de transformar, quer de transformar a nossa própria vida.
14:15
Quer de transformar as próprias sociedades?
Portanto, eu quero outra coisa, eu quero algo diferente.
Eu quero algo melhor e maior.
Logo eu quero o teu brinquedo.
Também, se eu lhe der um papel assim e lhe disser desenho-me aí uma cidade, nós conseguimos desenhar uma cidade, nós conseguimos o nível de abstração EEE, realizamos a cidade de acordo com os nossos valores.
14:39
Mas isso parece-me francamente construtivo.
Um, se eu sonhar.
E conseguir desenhá-la, isso parece-me construtivo.
Mas agora, o que é que vai acontecer é que, se eu entregar o papel a outra pessoa para desenhar uma cidade no sítio onde uma tinha metido os parques para as crianças, a outra meteu centros comerciais.
14:58
Isto é, isto é a visão que nós temos do futuro que pretendemos, com as nossas ambições.
Alcançar é diferente de uns para os outros.
Cada um de nós tem a sua marca própria e quer deixar essa marca.
15:16
Própria, impressa, ora, a minha cidade é incompatível com a sua cidade e incompatível com muitas outras cidades, isto é, voltamos àquilo que eu disse outra vez.
A ambição que é esta capacidade e esta noção que nós temos por um lado de que somos capazes de transformar e, por outro lado, de que somos capazes de imaginar essa transformação, vai fazer com que aquilo que eram coisas absolutamente normais, que eram as ambições de cada um.
15:47
Mais tarde ou mais ou mais cedo.
Em conflito em assuntos muito concretos ou muito específicos.
E assim se explica, no fundo, a guerra, exatamente.
É que a guerra resulta do facto de haver um conjunto de de de, de aspirações que não só não são compatíveis entre si, como são absolutamente incompatíveis, isto é, eu, para realizar a minha ambição e eu pode ser tido como eu, individual.
16:18
Eu comunidade ou eu estado.
Para realizar uma determinada ambição, ela vai colidir com interesses absolutamente fundamentais de outros cidadãos de outras comunidades e de outros estados.
E é isto que provoca a guerra, não é?
16:35
Quando existem capacidade, quando existem bens que podem ser negociáveis, isto é, se houve.
Se eu tiver um conjunto de objetivos a atingir e o outro ente também tiver um conjunto de objetivos a atingir, nós somos provavelmente capazes de negociar.
16:54
Coisas, isto é.
Tu deixas-me atingir este objetivo e eu deixo de atingir esse objetivo, uma negociação, uma negociação e é isso que se passa na grande maioria dos casos.
Mas há casos em que a negociação não é possível, isto é, as esplanadas construídas em Jerusalém, as esplanadas das mesquitas foi construída sobre o Templo de Salomão.
17:23
Há coisas que são dificilmente.
Ultrapassáveis, sobretudo quando se trata de território.
Quando entramos no domínio do território, então os estados são inflexíveis.
Porque ele não é multiplicável e ele está ali, é o teatro.
17:38
Há um risco, está uma Fronteira, isto é meu, aquilo é teu.
E não é nada que se possa criar.
Eu posso criar Riqueza, mas território aquele território é o que está, é o que está é esse que tem que tem que ser dividido e, portanto, muitas aspirações de natureza territorial conduzem necessariamente a um conflito que pode ser um conflito de natureza armado e, portanto, uma guerra.
18:01
Há conflitos que nunca evoluem para guerra.
Estão latentes.
Há há uma, há uma tensão.
Exatamente, mas não há nenhum fator que, de repente desencadeie o movimento interno na sociedade ou dentro do estado, que faça impulsionar uma espécie de uma mola que impulsiona a sociedade para admitir que a guerra pode ser uma solução.
18:25
Essa, essa mola, esse motor, é uma coisa despoletada pela sociedade, pelos políticos.
Ou pelos militares e.
Não, normalmente.
Isto as guerras são normalmente expressões.
18:42
Expressões coletivas, expressões de vontade coletiva.
Há um povo que serve, que diz, não tem mesmo.
Tem mesmo que nós temos que fazer isso.
Isto é justo?
Que não há outra solução, a guerra normalmente é a última das soluções, porque antes de chegarmos ao patamar da guerra, temos o patamar do conflito e antes de chegarmos ao ao patamar do conflito, ainda temos o patamar da crise.
19:05
Nós começamos à boa.
A sociedade Internacional foi-se treinando, foi-se treinando nesta, nesta, nestes jogos que são, na verdade, jogos de poder, não é verdade?
Jogos de poder, aquilo que eu chamo o domínio do poder fazer.
19:21
Um livro que acabou de publicar e que aconselho-a que a que leiam está publicado, é onde, onde, onde, no fundo explica explica esta.
Explica estas, este, este mecânica toda.
Nós começamos por mostrar a nossa insatisfação.
Na sociedade Internacional, provocando uma crise.
19:38
O que é uma crise é uma manifestação pública perante a comunidade Internacional de que há algo numa das nossas ambições que não está satisfeita, que nós consideramos absolutamente legítima e que mostramos que a nossa insatisfação é tal que nós estamos disponíveis para passar da crise para um conflito.
20:01
Isto tem 11.
Tem uma intenção, é chamar a atenção da comunidade.
Internacional?
De que há ali um problema que precisa de ser resolvido.
Este é o patamar da crise.
Nós, depois dentro do patamar da crise, vamos de acordo com aquilo que é o jogo do poder.
20:22
Vamo-nos aproximando umas vezes do conflito, quando achamos que a comunidade Internacional não prestou, não, não está a prestar a atenção de vida e outras vezes desescalamos isto é.
Escalamos ou desescalamos, portanto, subimos ou descemos.
20:38
Atenção.
Sempre dentro do patamar da crise, o patamar da crise é o patamar da sinalização.
Pode envolver demonstrações de natureza militar.
Eu convoco mobilizo.
Faço um exercício, mostro o meu poder, exercício, coloco.
20:54
Tropa, junto da Fronteira, etcétera, isto são tudo instrumentos de de, de mobilização da sociedade Internacional para um problema que eu entendo que é legítimo e que deve ser atendido, mas a.
Boa gestão da crise é aquela em que eu consigo atingir os tais objetivos de reconhecimento político.
21:16
Sem ter que entrar em conflito ou guerra, isso é a boa gestão da crise.
Quer dizer, eu limitei ao mínimo aquilo que era o meu empenhamento.
Acabei por não ter que entrar em guerra e conseguia alcançar os objetivos políticos.
Já quando o Macron ou schulz vão a Putin?
21:33
Lembremo-nos do episódio daquela mesa enorme gigante.
Numa ponta?
Estava ali o que estavam a tentar procurar fazer era dentro do ambiente de crise que Putin tinha criado com a mobilização.
Os exercícios na Bielorrússia, com o deslocamento de de de tropas em em em já em dispositivo de combate para junto das Fronteiras da Ucrânia, e isso foi.
21:58
Isso é uma crise Internacional em que o em que Putin procurava assegurar sem ter que entrar em guerra sem ter que entrar em guerra, conseguir um conjunto de objetivos de natureza política.
Foram lá para se tentar perceber que objetivos políticos eram estes e se eram e se era possível ou não evitar a guerra.
22:22
Eram atendíveis e eram atendíveis, isto é, se eram considerados razoáveis, se a comunidade Internacional podia resolver o assunto sem que a guerra acabasse, por regressar ao continente europeu.
22:37
Portanto, é a gestão da crise.
É esta gestão que implica também meios, pode implicar também meios de natureza milicar, em que fazemos uma sinalização de intenções e do nosso desconforto perante uma determinada situação.
Estão a gostar da pergunta simples, estão a gostar deste episódio.
22:59
Sabia que um gesto seu me pode ajudar a encontrar e convencer novos e bons comunicadores para gravar um programa?
Que gesto é esse?
Subscrever na página perguntasimples.com tem lá tudo a informação de como pode subscrever pode ser por e-mail, mas pode ser ainda mais fácil subscrevendo no seu telemóvel através de aplicações gratuitas como o Spotify, o Apple ou o Google podcasts.
23:23
Assim, cada vez que houver um novo episódio, ele aparece de forma mágica no seu telefone.
É a melhor forma de escutar a pergunta simples.
Há.
Aqui, uma espécie de dança, uma espécie de retórica e de diálogo público e que é a informação um jogo de sombras, porque objetivamente eu, pelo menos não consigo ver ou antever o que é que nesse diálogo, o que é que Putin queria mesmo?
23:53
O que o que quer Putin?
Porque se a ideia é como Hitler, na Segunda Guerra Mundial é a ideia é invadir a Polónia, invadir a França, exterminar os judeus, se calhar isso é absolutamente inconcebível para.
24:09
As outras sociedades, não é que era um reconhecimento histórico para si e para o seu regime e todos os reconhecimentos históricos apontam sempre para passados de natureza imperial.
É preciso recuperar um Esplendor que foi partido.
A grande União Soviética.
A grande União Soviética.
24:26
O grande Império russo, isto é, os grandes, os grandes exemplos de quê de poder de poder, o poder na Rússia é um poder muito especial, que é um poder que nós temos dificuldade em entender.
24:43
Catarina segunda dizia que a segurança da Rússia é feita expandindo o seu território, isto é.
Afastando o inimigo.
Exatamente, afastando o inimigo das suas Fronteiras, ora.
Este é um princípio que, não obstante os regimes.
25:01
Na Na, naquela grande região euro-asiática, tenham havido vindo a mudar, passou do Império para o domínio da comunista, depois ieltsin e agora a era de de Putin.
O poder continua a medir-se naquela Terra em termos de território, e é isto que nós, na união europeia.
25:25
Desistimos há muito tempo de fazer.
E estamos com uma lógica diferente no.
Fundo, lógica diferente.
Da nossa hoje, quando aterramos em Paris ou em Berlim.
Eu.
Eu tenho uma sensação de que estou em casa.
Exatamente.
Apesar de não ser certo no meu territo meu território, mas é essa sensação abstrata, quase de dizer não.
25:41
Eu sinto-me em casa neste espaço comum europeu que é nosso.
Exatamente, nós construímos, nós construímos isto.
Foi um processo muito complicado e que também passou muito por muitas guerras, 22 grandes guerras, 2 grandes guerras e outras pequenas guerras que vão eclodindo aqui, ali, sobretudo nos Balcãs.
25:57
O que nós fizemos foi um processo de construção civilizacional.
Neste nosso processo de construção civilizacional, nós fomos buscar valores que eram valores de uma tradição.
Mais uma vez, como eu digo, como eu disse, de natureza judaico-cristã, portanto.
26:16
E, portanto, os os valores eram os mesmos.
É claro que a religião não é mesmo em todos os países da da Europa.
Não é a mesma, mas é a mesma, não é a mesma do ponto de vista dos seus ritos e das suas obediências, mas.
26:31
Depois, a lógica principal.
É mesmo, são as mesmas.
A mais uns aos outros, no fundo, os. 10 mandamentos são lá, estão lá e isso cria os tais valores de identificação cultural, que são os substrato sobre o qual crescem as civilizações.
26:47
Portanto, nós crescemos nesta civilização.
Ora, quando nós olhamos para aquilo que é o processo de nascimento da Rússia, o que nós assistimos é uma tentativa inicial de definir uma religião que seja diferente da religião do ocidente.
27:07
Isto é, marcar do ponto de vista civilizacional, uma diferença para com o ocidente.
A Rússia é construída.
De propósito para ser diferente do ocidente, porque a religião foi escolhida de maneira a que ela não fosse Coincidente com subordinações de natureza hierárquica, por exemplo, ao Vaticano, ao Vaticano.
27:32
Lá está.
Temos os ortodoxos que representam até mais do que 11 religião.
Seguramente uma cultura, mas representam uma orgânica interna do próprio do próprio estado.
É uma lógica, é uma lógica e portanto, nós nós vemos como, não obstante os regimes terem mudado e como, por exemplo, os grandes, as grandes tentativas de.
28:00
Reformulação da ideia da Rússia e de da sua modernização quer de Pedro grande?
Quer de Catarina?
Segunda, tiveram um grande obstáculo, foi a igreja ortodoxa.
A igreja ortodoxa é uma espécie daquele enorme Lastro que agarra a sociedade e que impede as grandes transformações.
28:22
Portanto, com Pedro grande e Catarina.
Segundo a igreja ortodoxa, é foi considerado 11 obstáculo à transformação e à modernização.
E porque é que foi porque a transformação que Pedro grande e na segunda queriam fazer era naquele sentido da modernização, que é um sentido que acabou por se difundir em todo o mundo, que se chama europeização, isto é, modernização é ficar com os valores, com as.
28:54
As capacidades.
Da Europa, ora AAA, igreja ortodoxa sempre resistiu a isto e resistiu também à passagem de todo o comunismo.
Assim que o comunismo caiu, a igreja ortodoxa lá estava outra vez para segurar a sociedade russa.
29:13
Portanto, foi no fundo, um mínimo denominador comum da da sociedade ao máximo.
E é curioso que é uma notícia de de este deste mês em que em que ouvimos que é uma das medidas que.
Do outro lado da guerra na Ucrânia, toma e toma é que.
29:30
O Natal passa a ser a 25 de dezembro e não no início de janeiro.
Lá está um sinal de corte daquilo que é o valor.
Padrão, isto é civilizacional, porque nós, quando passamos daquilo que era a órbita antiga soviética para aquilo que é a tentativa adesão às grandes instituições do ocidente que são, do ponto de vista económico e político, a união europeia e do ponto de vista militar, a nato.
30:00
Certamente que isso se traduz também numa mudança civilizacional.
E essa mudança civilizacional tem que ter marcas, tem que ter aspetos, tem que ter pontos de viragem.
Este é um ponto de viragem que significa que a Ucrânia quer abandonar do ponto de vista civilizacional, aquilo que era a órbita tradicional a que ficou sujeita durante o Império russo, durante a União Soviética e durante, enfim, parte do regime de Putin e abraçar definitivamente os valores europeus, portanto.
30:33
Aqui.
A?
Génese do conflito, no fundo, está a de que, entre Dois Vizinhos há um que diz eu não quero.
Estar sob a tua órbita, e por isso quero valores mais europeus.
Aproximo logo da união europeia e logo da nato e o vizinho grande que está do lado que é.
30:50
Eu não aceito.
Isto não aceito isso, e não aceito porquê, porque.
A federação russa tem um problema, nós.
Nós não podemos confundir aquilo que é a Rússia com aquilo que é a federação russa.
A federação russa.
São.
31:06
Dezenas e dezenas de entidades com regimes de autonomia.
Distintos e diferentes, há repúblicas que não têm nada a ver com a Rússia, não têm, do ponto de vista religioso e, portanto, também, natureza civilizacional e estão ali porque ficaram sempre naquilo, a pairar na órbita do Império, elas foram conquistadas.
31:31
Elas foram anexadas pela força e depois foram rucificadas.
Mas o problema da recificação é que o problema da russificação só resulta.
Dentro daquilo que é aquele aspeto.
Rússia ortodoxa, aí é que funciona o aspeto da recificação.
31:52
Quando nós saímos para outras civilizações.
Nomeada civilização islâmica, et cetera, OA recificação não acontece exatamente da mesma maneira e, portanto, o que nós encontramos aqui é uma Rússia, sobretudo receosa de que o exemplo de um país que sempre esteve ou que estava na sua órbita do ponto de vista imperial ou até essa era uma cidade importante para Catarina.
32:19
Segunda que sempre estive dentro da sua órbita de.
De controlo, de repente tenha decidido que, afinal essa órbita não era confortável, isto é, que havia outras opções.
32:34
Ora, isto é um enorme problema, não é para a Rússia, é para a federação russa porque a federação russa tem imensos componentes que têm identificação com a Rússia, identificações muito ténues e a e a federação russa tem e a Rússia tem medo que o exemplo é deixar.
32:53
Eu tiro um, seja um contágio para aquilo que pode vir a ser o desfazer da própria federação.
A federação transformar-se num cacos no fundo do partido.
Ficar num caos no caos.
Bom de este é um podcast em que falamos muitas vezes de comunicação EEEA, guerra, ou o conflito é desde a tensão até ao conflito?
33:16
11 bom palco para se falar de de comunicação.
E eu vou já o exemplo mais radical.
Não na não sei se a mentira de Putin, de até poucos dias antes da evasão, dizer eu não vou invadir e depois invade.
Este é um.
33:31
Só as a história mostra-o.
Por outro lado, volta e meia.
Putin diz, eu tenho aqui o marma nuclear e ou tem juízo, ou eu vou usá-la.
Depois, o tom pode ser muito diferente, isto é, para levar a Sério.
33:49
Ou isto faz parte dessa dinâmica de Conquista do poder e de.
Nós temos, nós temos no domínio nuclear.
Nós, quando estudamos o sistema nuclear.
O que vemos é que há um conjunto de regras de natureza escrita, traduzida sobretudo através de tratados.
34:10
E à chamada?
Doutrina, e depois há.
Há uma prática, digamos, uma prática.
Uma prática que é comum que todos adoptaram e que acharam que era razoável e da qual se não quer sair, qual é esta esta prática?
34:27
Bom, existem, portanto, AA parte escrita dos tratados.
Isto também lá podemos ir, porque é que estes tratados apareceram?
Apareceram porque a certa altura a paridade nuclear ocorreu e os as 2 grandes potências mundiais entenderam que era melhor ficarem só as 2 na Posse disso e limitar os acessos ao sistema nuclear por parte de outros de outros atores internacionais.
34:49
Mas o que interessa aqui para esta nossa conversa é sobretudo, a parte que não está escrita.
E a parte que não está escrita e, portanto, ninguém está agarrado a essa parte não escrita é a de que a arma nuclear só é justificável em caso de invasão do território, isto é, se um dos países for invadido por, por outro país, então, considera-se razoável que, esgotadas as capacidades de natureza convencional que a arma nuclear seja uma espécie do último recurso à disposição do país para defender a sua soberania.
35:27
Portanto, o recurso defensivo, o recurso.
Defensivo, essa é a.
Leitura Internacional que temos feito disso.
Ora, Putin, quando vem falar nas na, nas armas de natureza nuclear.
Vem colocar aqui 2 assentos que são um bocadinho diferentes desta leitura comum.
35:48
O primeiro é de que, então?
Mas se eu resolver apenas do ponto de vista tático, uma questão, um diferente que tenho com a Ucrânia, num determinada área geográfica precisa e lançar uma bomba nuclear.
36:05
Tática sobre a Ucrânia e as forças ucranianas, isto é considerado normal.
O legítimo ou, pelo contrário, AAA federação russa, vai ser agora alvo de ataques de natureza nuclear.
Este é um problema complexo.
36:22
Quando nós estamos a falar do tático, estamos a falar de uma de uma bomba mais pequena de.
Bombas, competências da ordem entre 1 e 100 kilotoneladas para termos uma ideia, as as bombas que rebentaram em hiroxima e Nagasaki são da ordem das 15 kilotoneladas, portanto, estamos a falar de bombas dessa intensidade um bocadinho superior.
36:43
Mas também de bombas táticas bastante mais inferiores, porque é que estas bombas foram criadas?
Estas bombas foram criadas porque a certa altura se descobriu que era impossível do ponto de vista convencional, fazer a nato.
36:59
Não tinha capacidade de fazer frente.
Frente a uma invasão de natureza convencional, com a dimensão que tinha que tinham as forças do pacto de Varsóvia, que estavam colocadas na Europa e viradas, pá e viradas para o ocidente.
37:17
Um mecanismo dissuasor.
Exatamente, se essas divisões blindadas e mecanizadas avançarem sobre a Europa, a Europa considera-se com legitimidade através do enfim, sobretudo do chapéu nuclear americano, de ativar bombas de natureza nuclear, tática para fazer face a estes objetivos de natureza militar.
37:42
Portanto, para neutralizar movimentos grandes de tropas.
Portanto.
Esta doutrina era definida e vieram armas nucleares, táticas para, para, para, para a Europa, estas armas nucleares táticas tinham uma potência muito pequena.
Porquê?
37:57
Porque elas não eram para ser lançadas por meios convencionais, que tinham distâncias de lançamento muito curtas.
Portanto, eu não posso lançar uma arma nuclear gigantesca depois exatamente se ela vai cair AA 15 ou a 20 km do sítio onde é lançada, porque isso depois vai acabar por afetar as próprias tropas.
38:17
Portanto, foi preciso diminuir o tamanho AA potência das bombas para as tornar utilizáveis no campo de Batalha.
Nunca foi isso, nunca foi, nunca foi.
Utilizado as bombas nucleares táticas nunca foram utilizadas.
38:33
O problema é que as bombas nucleares táticas criaram aqui 1111 situação muito, muito ambígua, que é esta de se isto permite ou não escalar depois para outros níveis de armas nucleares de natureza estratégica.
38:53
Portanto, o que Putin faz é, sobretudo viver num discurso de grande ambiguidade sobre o que é, para ele, a legitimidade da utilização da arma nuclear.
Isto.
Tem um?
Qual é o efeito é dizer, não se esqueçam que eu tenho uma arma nuclear que eu posso considerar legítima a sua utilização e que, portanto, se tudo estiver empatado e eu não tiver nenhuma maneira de resolver esta situação, eu posso eventualmente vir a socorrer-me disso e, portanto, a guerra está perdida para o ocidente.
39:30
Faça um favor de abandonar essa vossa ideia de que é possível continuar a sustentar militarmente.
A Ucrânia e deixem-nos tomar.
Rapidamente da Ucrânia e acabar com isto que está aqui, portanto, faz parte de uma lógica de ambiguidade que é a lógica que permite a flexibilidade de utilização, ou seja, nós hoje ainda não sabemos muito bem o que que é que o que é que do ponto de vista geográfico.
39:59
Putin considera anexável na Ucrânia porque ele anexou regiões inteiras que, do ponto de vista do controlo militar, não estão em.
Realizadas?
Portanto, até porque o território é gigantesco e é muito difícil de o fazer, não é?
40:16
E.
O de o fazer, sobretudo aos ritmos, aquilo que tenho feito atualmente.
Portanto, nós a ambiguidade é também uma arma importante de.
De de, de de nunca perder a face, qualquer que seja o resultado.
40:35
Como esse resultado foi sempre apresentado, não do ponto de vista geográfico, porque aí podemos confrontar se conseguiu ou não conseguiu.
Vou usar ou não para conseguir isto ou aquilo, não é o caso, não o eu.
Os objetivos são sempre tratados do ponto de vista do ponto de vista.
40:57
Menos territorial, isto é, desmasificação transformação do regime de Kiev é a desmilite desmilitarização, et cetera.
Mas do ponto de vista geográfico, o que é que Putin quer do ponto de vista da anexação, isso não ficou ainda claro.
41:13
Ou seja, Putin reserva para si.
A definição dos limites de natureza geográfica, de acordo com aquilo que forem as condições de natureza territorial que, à altura das negociações, se verificarem.
Quando nós olhamos para a para a Ucrânia e vemos, lá está o Rio de nipro, que está a fazer essa Fronteira geográfica para leste.
41:35
Lá está as províncias que Putin aparentemente reclama para Oeste, claramente zona mais ocidental, ou mais ou mais ou mais europeia.
Olhando para o mapa da guerra.
Aquilo não se mexe, aparentemente, se calhar, se calhar mexe e, se calhar, continuam a morrer pessoas, mas mas aquilo parece estar.
42:00
O que é que está a acontecer?
O que é que está a acontecer?
É, é que Oo que está a acontecer é que a tecnologia teve uma influência decisiva na paralisação das operações de natureza milita.
Estamos a falar de quê?
De drones, satélites?
Estamos a falar da observação do campo de Batalha, sobretudo através de.
42:16
Drones, eu consigo ver-te, tu consegues ver.
Eu consigo ver com muita antecedência o que vai acontecer.
Isto é, se a federação russa num ataque sobre aveka, por exemplo, vai lançar uma companhia de soldados acompanhada por 3 veículos de combate de infantaria, 2 carros de combate e um veículo qualquer de de de transporte de tropas.
42:42
Não há maneira de esconder.
Não há maneira de esconder isto é quando eles chegarem ao à zona do alcance da artilharia ucraniana, vão ser todos destruídos.
Não demora nem. 5 minutos.
A destruição de um grupo desta desta dimensão não demora 5 minutos, isto é, a preponderância que hoje em dia existe da vigilância do campo de Batalha, sobretudo através dos drones, permite antecipar com muita antecedência aquilo que vai ser a manobra do inimigo e, portanto, já vamos saber que estas forças vão passar neste cruzamento que a que a artilharia já está preparada para fazer fogo e sabor, aquele cruzamento.
43:23
E como estamos a observar em direto, sabemos o instante em que isso vai acontecer.
E o momento em que podemos, em que podemos fazer esse ataque?
E se temos que repetir ou não, porque vemos imediatamente quais são os resultados, já foram atingidos ou não foram ou não vamos gastar munições se já foram atingidos, mas se não foram, se há um outro carro de combate que está AA tentar sair dali para uma outra posição qualquer, é preciso tornar a repetir.
43:44
Ora, isto torna.
Torna torna, torna.
Faz desaparecer da guerra aquilo que era uma das grandes características de uma manobra vitoriosa era a surpresa.
Nós antigamente, como não tínhamos o domínio da terceira dimensão do campo de Batalha ou não o podíamos fazer em permanência, estávamos.
44:09
Havia muitas tropas de reconhecimento que iam lá ver e depois voltavam, mas.
Via-se, havia sempre muitas dúvidas sobre aquilo que eram umas intenções e a dimensão do ataque que o inimigo iria conduzir agora.
Nós já sabemos com antecedência quais são as tropas que vão atacar, por onde é que vão atacar, quais são os eixos, por onde vão seguir e em que sítio e em que local é que as vamos bater.
44:32
O que é que isto torna?
Isto torna a guerra imensamente destrutiva.
Quer do ponto de vista dos recursos humanos, quer do ponto de vista dos materiais?
Os drones na Ucrânia vieram alterar a forma como nós olhamos para a guerra, aquilo que eram as surpresas de natureza tática e operacional.
44:51
Deixaram de existir.
Neste momento, é possível antecipar aquilo que vai acontecer e estar preparado para isso.
É só por isso que a vedifica resiste há meses e meses consecutivos.
Portanto, é uma guerra.
Aldeia aldeia, estrada a estrada, cruzamentos a cruzamento que ainda por cima, é profundamente desgastante em termos de recursos, porque se há esta tensão, esta fricção entre as zonas de da da frente de combate significa 11 abrasão, uma erosão permanente entre.
45:21
É uma erosão completa.
Essa erosão traduz-se sobretudo.
Em perdas devidas, humanas.
Imensas.
É por isso que a Ucrânia está a passar neste momento, para a defensiva em todos os locais onde está presente, quer no leste, quer no sul, porque a defensiva permite, sobretudo, poupar seres humanos, poupar os seus soldados.
45:47
Quem está na ofensiva está muito mais exposto.
Quem está na defensiva, está dentro das trincheiras, está muito mais protegido e é por isso que a federação russa.
Tem a tem tem este tem um aspeto que é um aspeto particularmente importante.
46:04
Nós tínhamos, EEE, vou a ele antes, antes que me esqueça, nós tínhamos esta ideia de que a morte sucessiva e aos milhares de soldados russos iria ter uma influência sobre a decisão política no Kremlin.
46:23
Dentro da nação, porque a nação como estava anão suportar a ideia de não.
Suportar a ideia dos caixões que chegam dos salvados e toda a gente.
Oh, pá.
Essa ideia já desapareceu completamente.
A Rússia mostrou.
Moscovo mostrou ser absolutamente imune ao número de tropas.
46:43
Perdidas, não quero saber.
Não quero saber do número de tropas perdidas, não divulga isso e se não fossem os tais drones que nós temos para ver a quantidade de corpos, milhares de corpos espalhados No No campo de Batalha na zona de Bach, mut davifica de marinka et cetera, portanto, na parte leste, aí nós não tínhamos ideia de quantidade.
47:08
De de gente?
Tinha morrido?
O controlo da informação também não.
É o controlo, o controlo absoluto da informação, que torna, do ponto de vista político o sistema do Kremlin imune ao número de mortes.
Ora, isto não acontece do lado ucraniano e não acontece também.
47:26
Isto é um se um.
Se um general ocidental.
Fizesse uma manobra em que perdesse 10000 homens em 1 mês de combate.
Deixava de ser general?
47:42
De ser general e era julgado por crimes de.
Guerra era inaceitável para nós, enquanto.
Absolutamente inaceitável.
Ora, não só a federação russa fecha os olhos completamente a isto, como escolheu agora uma tática de aproximação?
48:00
Praticamente e exclusivamente utilizando infantaria.
A piada, porque está muito vulnerável.
Portanto, os soldados estão a caminhar sobre os soldados que já tinham morrido e que estão nesse campo de Batalha.
Isso parece-me missões suicida são completamente são.
48:16
Completamente suicidas, mas são estas vagas sucessivas que têm permitido, nomeadamente, conquistar marinca.
Agora olhamos para o que é isso, o que é a Conquista de marinca?
Marinho, que sempre esteve na Posse dos dos ucranianos, quando?
48:34
Quando já agora, porque é que maringa é assim tão importante?
Porque é que justifica tão tanto o interesse?
Bom, há uma cidade muito importante naquilo que é a zona ocupada pela federação russa no donbass é a cidade Donetsk, a cidade donets, digamos, é a capital da da do, do oblass, de de de donnetsky e é a grande cidade operacional no Don pass simplesmente.
49:01
Quando foi a sublevação russo?
Em 2014, das populações do Don Bass.
Quando começou a verdadeiramente?
Houve verdadeiramente esta esta parte da guerra.
O que aconteceu foi que a sublevação em donnets, que não teve o sucesso esperado, isto é, é como se nós tivéssemos uma subúrção isto para vermos do ponto de vista geográfico, não é?
49:24
Tivemos uma enorme sublevação em Lisboa, mas as tropas que estavam.
Inimigas que estavam na amadora aqui encostado, portanto.
A Lisboa tinham conseguido resistir na amadora.
49:39
Ora, o que acontece é que a proximidade entre marinca e donnetsk são cerca de 20 km em linha reta entre os centros.
Portanto, são verdadeiros.
Vizinhos, ora Donetsk é não apenas um enorme centro de natureza urbana, mas é também até do ponto de vista operacional importante pelo conjunto de ligações rodoviárias e ferroviárias que passam por donets.
50:07
Ora essas.
Esses centros de ligação Rodoviária e ferroviária estão ao alcance da artilharia da Ucrânia ucraniana, que está em marinca.
Portanto, é uma forma.
De marinka e impediu marincka, que é 11 Vila pequeníssima era 9000 habitantes 9000 habitantes, mas estrategicamente é.
50:30
Crítica?
Impedia a utilização pela Rússia do pleno potencial da cidade doneta.
Entenda-se as autoestradas, entenda-se as passagens.
Ferroviário, etcétera a vida normal a Indonésia e portanto, AA.
50:47
Aquilo que nós temos que entender, porque nós falamos muita gente muitas vezes em avediimar et cetera, estas, estas eram as posições avançadas que a Ucrânia tinha e que impedia a federação russa de tirar o máximo proveito daquela enorme cidade que era da, portanto, o que está a fazer?
51:07
A Rússia aqui não é reconquistar marinka, é a destruir a capacidade defensiva destas regiões, porque isso vai obrigada à artilharia ucraniana.
A recuar no terreno.
E, portanto, não ter acesso a atacar a doneska, ter acesso a.
51:23
A doneska depois, há uma parte simétrica que que que nem sempre tem sido vista e que me parece também importante aqui, chamar a atenção que é é isso, exatamente que a Ucrânia está a fazer.
Ao sul do do dnipro, em quersors porquê?
51:42
Porque nós.
O ano passado terminou com a retirada de milhares de tropas.
Que estavam na margem direita do dní pro e ocupavam a cidade de kerson o ano passado é fruto da da da da manobra ucraniana.
51:59
Essas forças Russas foram obrigadas a passar para sul do Rio de Nitro.
E aproveitar a Geografia para se defender.
Também, mas ficaram na mas ficaram nas margens do dnipro a conclusão a vida em kierston era impossível porque havia atiradores do outro lado do denipro, na margem sul do denipro.
52:17
Com fácil acesso ao.
Fácil acesso em tiro direto sobre as populações que viviam em caston e a artilharia.
Russa também não poupava que esta quer.
Não era das poucas idades, não tinha sido destruída porque é a tal diferença entre a Ucrânia que quer recuperar cidades vivas e a federação russa, que quer conquistar cidades, estejam elas vivas ou completamente destruídas.
52:40
Ora, portanto, o que o que temos agora na manobra ucraniana durante esta sobretudo esta segunda metade do ano, é a tentativa de conquistar posições.
A sul de Castro, na margem.
52:56
Sul do dnipro, exatamente para permitir a vida em Carson, afastando.
Quer aquilo que são a que é a artilharia russa, quer aquilo que é o próprio tiro direto que fazia os atiradores que estavam ali no.
Fundo, afastando a guerra e.
53:13
Afastando a guerra da cidade, isto é um detalhe que é um detalhe que é muito importante porque estes estes detalhes às vezes prenunciam AAA definição daquilo que é a Fronteira possível.
Já estamos aí.
Qual.
53:28
Qual?
Disto, isto é, é.
É.
É uma moldagem de natureza já mais fina, isto é, é considerar que a linha que divide neste momento que separa neste momento as 2 forças não tem tido progressos significativos nem para um lado nem para o outro, mas que há aqui zonas importantes que que permitiriam um retomar de uma vida mais calma que era a Indonésia.
53:58
Por parte da veração russa querem por parte da Ucrânia e, portanto, é como se se as forças tivessem a investir neste momento, numa se a guerra parar agora, era importante que eu tivesse posições a sul de caresson EE para a federação russa, ter posições em avika e em panim.
54:19
O que significa que podemos estar com esta guerra parada parada não está parada, mas de em que em que a.
Fronteira não se incomoda?
A frente tem-se movido.
Muito pouco, muito pouco poder.
Poder começar, se calhar eles já estão a acontecer e nós não sabemos a haver negociações para para tentar parar algo que já dura há tempo de mais.
54:47
A federação russa poderia clamar uma Vitória, isto é, se neste momento, se neste momento as Fronteiras ficassem como estão.
Isso significava que a Ucrânia tinha abdicado definitivamente da da Crimeia e que tinha abdicado também.
55:03
Daquilo que era o Don pass, talvez mais escrito para a para a Ucrânia, seja aquela parte toda que vai até à Crimeia, a sul de kerson.
A ligação no fundo, porque.
Isto porque isto tem sobretudo a ver com os acessos aos portos marítimos.
55:23
Da região de odessa, isto é, era para garantir a insegurança, o acesso a esses portos.
Era preciso garantir naquilo que é esta parte da do do sul, da da a sul, do denipro até à Crimeia.
55:40
Era preciso assegurar 11 presença ucraniana militar.
Aí para garantir também como eu digo, os tais acessos de natureza marítima aos portos da região de odessa, mas, contrariamente à à, à àquilo que é a guerra em Gaza, em que, desde a primeira hora apareceram negociadores e mediadores com capacidade credível de o poder fazer, e houve até libertação de mais.
56:06
Reféns houve sempre houve sempre operações militares e um diálogo ao mesmo tempo.
Houve sempre diálogo e houve sempre houve sempre aquilo que poderíamos dizer.
Mediadores credíveis em quem as partes?
Entregavam a capacidade negocial para para arranjar entendimentos em áreas.
56:27
Enfim.
Aqui, tentou, tentou-se Israel, tentou-se a Turquia, mas, mas nunca apareceu um nunca.
Apareceu um mediador credível para isto, a China não, porque sim.
Primeiro, porque a.
China, parece-me muito.
56:43
Há 2 há a China declarativa e depois há.
Existem os interesses da China.
Pronto.
Os interesses da China são os de que rapidamente esta coisa da da da guerra da da Ucrânia termina.
56:59
Mas a China também não gostaria que isto terminasse com uma Vitória ocidental, porque a Vitória ocidental iria permitir um reforço da Aliança Atlântica e, sobretudo, a crença de que é possível, do ponto de vista militar, fazer face àquilo que são as grandes.
57:15
Autocracias do mundo e lá estamos outra vez agora.
Usamos Taiwan lá está que é a grande China a dizer Taiwan é é minha EEO no fundo, quando eu me apetecer eu atravesso aqui o canal EE tomo.
Conta disto.
Vamos supor que o ocidente tem uma Vitória na Ucrânia, uma vez que o ocidente está do lado da Ucrânia e que a Rússia não consegue do ponto de vista militar, os seus objetivos, os seus objetivos estratégicos poderá, eventualmente.
57:48
Ter algumas concessões.
A ver, mas que não resulta daqui que a Rússia tenha tido uma Vitória de natureza militar.
Se não teve 1111 Vitória de natureza militar e tinha muitas condições para o poder fazer, porque tem continuidade territorial imensa com a Ucrânia, isto é muito fácil.
58:11
Projetar forças a partir da a partir do território da federação russa sobre muitos meios e muitos meios.
O mesmo não se passa em relação a Taiwan.
Já não é um objetivo natureza terrestre é um ambiente aeronaval e isto coloca dificuldades imensas.
58:34
Isto é uma operação de natureza, a aeronaval, sobre uma Taiwan defendida e, sobretudo, revigorada por um ocidente que ganhou confiança com aquilo que se passa na Ucrânia é de todo um cenário desagradável para a China e, portanto, aquilo que se passar Na Na, na Ucrânia e o resultado da Ucrânia não tem apenas consequências sobre a Europa.
58:58
Tem também sobre a geoestratégia mundial.
E àquilo que são as aspirações da China sobre o domínio de todo o mar da China, não podemos esquecer que os navios patrulha chineses continuam a chocar contra os navios reabastecedores das Filipinas, isto é, é, é.
59:18
É a guerra, não se faz com tiros, mas já se faz com encontrões.
Intimidação intimidados, isso é uma forma de intimidação.
É, é uma forma.
O abalroamento é claramente uma forma de intimidação, portanto, não se não se.
Não, se não passámos ainda a utilização de armamento de natureza ofensiva.
59:38
Isso é o bullying que isto.
É um bullying que é o exatamente o bullying, é o bullying e portanto.
O mundo está mais interconectado.
AAA russa a.
China está a beneficiar como a Índia daquela enorme necessidade da federação russa em vender os seus produtos energéticos a preço de saldo e, portanto, a China, que é uma potência industrial.
1:00:03
Naturalmente, que energia barata é ouro sobre azul, mas o envolvimento da China neste conflito da Ucrânia continua a ser.
Muito discreto, ela está disponível para apoiar diplomaticamente do ponto de vista do discurso do ponto de vista económico, em tudo o que for preciso, a federação russa, mas ela porque não está convencida.
1:00:33
Eu julgo que essa minha perceção.
A piscina não está convencida que a federação russa, com a sua ação de natureza militar, vá ganhar esta guerra, como anuncia, e a China nunca estará do lado dos predadores.
1:00:49
E, portanto, também não se empenha militarmente importante.
Para, não.
Para, não.
Perder também para não perder também.
Isto É Ela.
Ela observa com muita cautela o seu envolvimento, porque ela sente-se já.
Legitimamente, com aspirações.
1:01:06
A ser um dos grandes instrumentos da nova ordem mundial, é potencial de.
Emergente?
E não quer ficar do lado dos perdedores, portanto, não vai apostar do lado experdedor tal e qual, como na guerra entre Israel e Gaza, sempre uma distância prudente da China.
1:01:24
Vamos ver o que isto dá.
Antes de tomar qualquer decisão, ou qualquer.
Então, se formos até ao Oriente e nós estamos a terminar o nosso o nosso tempo, somos até ao Oriente.
E é lá que parece o palco do mais assustador dos conflitos entre os Estados Unidos e a China.
1:01:43
Ou o palco é o mundo inteiro?
Do ponto de vista da confrontação, há, há há.
Há 2023 foi um ano muito complicado.
Nós só tínhamos uma verdadeira guerra no início, que era a guerra entre AA federação russa e a Ucrânia.
1:02:02
Agora temos 2.
Em abril, abrimos uma outra frente que não se fala, andamos AAA frente do Sudão.
Portanto, a guerra civil no Sudão acaba por com já leva 10000 mortos, cerca de 5000000 de deslocados internos e 1000000 e meio de refugiados.
1:02:19
Uma catástrofe, uma catástrofe.
Nós não falamos nada do Sudão, e depois a guerra de Israel, portanto, nós começámos o ano com uma guerra.
Já levamos 3.
Por outro lado, o número de conflitos aumentou assustadoramente.
Temos os Balcãs que estão ali outra vez, outra.
1:02:35
Vez, temos Nicolas Maduro, que resolveu administrativamente ficar com uma parte da da Guiana, a zona de e temos o conflito dos UTIs no Mar Vermelho, que ameaça transformar-se numa confrontação também de natureza militar.
1:02:54
Séria?
Quando além disso, em África, por exemplo, desde 2020 já houve 7 golpes militares.
Alguns destes golpes de estado já foram repetidos 2 vezes.
Há países como o Mali ou o Burkina Faso, em que já houve 2 golpes militares no espaço de de 1 ano.
1:03:11
Isto é, há aqui uma espécie de um acordar outra vez mundial para a utilização do do instrumento militar como instrumento de afirmação de poder.
Isto é muito preocupante.
Isto revela 2.
Ou 3 leituras que nós temos que ter primeiro?
1:03:30
Há uma valorização através do instrumento militar a nível mundial como solução para um conjunto de conflitos que pareciam mais ou menos congelados, isto é, recorre-se mais à utilização do poder militar, da força, da força do que aquilo que se fazia até agora.
1:03:47
Segundo a segunda questão de.
Quase todos estes conflitos têm do lado daquilo que é o atingido daquilo que é o agredido, interesses ocidentais.
Isto é, há uma espécie de concertação a nível mundial contra os interesses de natureza ocidental.
1:04:11
É um proxy no fundo, estas várias batalhas que acontecem.
Exatamente.
É ir degradando a influência do ocidente, porque essa é uma questão muito importante que eu chamo também a atenção no meu livro e que tem a ver com nós.
1:04:27
Tínhamos uma perceção do mundo em que havia uma Batalha entre as democracias.
E as autocracias?
Essa.
Esse foi sempre o nosso grande fio condutor no ocidente, mas isso não é verdade.
A Batalha já não é autocracias e democracias.
1:04:44
Aquela qual?
É o mundo contra o ocidente.
O ocidente é que é o alvo de tudo isto, porquê?
Porque já começam a aparecer democracias que se escolhem como aliados preferenciais as autocracias apenas porque detestam o ocidente e a sua maneira de viver.
1:05:06
Bem na vida, que explorou recursos durante muitos anos e, portanto, uma ideia de reequilíbrio e de justiça.
Não eu.
Eu julgo que nós somos muito injustos nesta avaliação.
Quem levou o poder para a Ásia foram foi o ocidente, foi o ocidente?
1:05:24
Através do processo de globalização que entregou todos os instrumentos de conhecimento e os instrumentos de poder económico que permitiram à Ásia ser.
Bastante mais assertiva, transformar.
Ásia no na fábrica do mundo.
1:05:40
Exatamente.
Comprando, desenvolvendo economicamente.
Porquê?
Porque nós entendemos mal a globalização, só agora é que estamos a ver é que nós pensávamos que íamos transferir apenas aquilo que é daquilo na cadeia do valor, acrescentado aquilo que tem menos valor acrescentado são as fábricas, onde está o valor acrescentado é que são, é nas marcas, é no comércio, é na distribuição, eles.
1:06:06
Defendem, eles fabricam barato e a gente vendia mais.
Exatamente.
E nós ficávamos com toda aquilo que é a parte que é importante.
Valor?
Do valor acrescentado da mercadoria.
Só que o que é que correu mal aqui é que este foi um processo exclusivamente económico e não foi um processo pensado e regulado politicamente.
1:06:26
Conclusão, nós não transferimos apenas as fábricas com as fábricas, foram os engenheiros, transferimos e depois com os engenheiros levámos o conhecimento também.
O saber foi transferido.
Saber isto é, nós transferimos elementos de poder essenciais para tornar a Ásia hoje em dia.
1:06:45
Muito assertiva nós quando olhamos para aquilo que era Ásia, quando olhamos para aquilo que era a China no início do século 20, a China não era nada.
Quem levou para lá todos os instrumentos de poder que que que inseriu à força e à custa a China no sistema Internacional foi o ocidente.
1:07:07
Portanto, nós às vezes somos um bocadinho injustos com o ocidente.
Nós fomos explorar não nós levámos também muito conhecimento.
Difundimos muito conhecimento também nos outros países e o conhecimento também é 11 instrumento de poder.
Nos próximos 10 anos, a possibilidade de um conflito quente armado entre estas 2 potências, Estados Unidos e ou o mundo ocidental e a China é é.
1:07:33
Portanto, realista.
Pensar nisso.
AAA China só arriscará um conflito quando estiver convencida que sairá vencedora.
E como eu digo, esse conflito será certamente ou iniciado naquilo que é as suas aspirações.
Sobre Taiwan EE vamos ter eleições em Taiwan.
1:07:52
Agora a China não dispõe neste momento ainda de uma superioridade aeronaval que lhe possa garantir com toda a segurança que se utilizar o instrumento militar sobre Taiwan que ganha e, portanto, a China.
Como sempre, vais esperar pacientemente que chegue a sua hora.
1:08:09
Será que o nosso ocidente fez um erro de cálculo nesta coisa a que chamamos globalização?
E agora voltamos a proteger as Fronteiras e mercados ou vamos assistir a uma nova corrida ao armamento?
No fundo, vamos apostar na abertura ou no fecho.
1:08:25
Vamos falar mais ou menos todos entre todos os países, as pessoas.
A perturbadora ideia da inevitabilidade da guerra é cada vez mais presente e só o tempo pode responder à pergunta fundamental.
Cooperar ou guerrear, comunicar pode ser um bom caminho para tentar despressurizar esta tensão.