Hoje usamos o silêncio para provar que nem sequer são precisas palavras faladas para entender os outros.
Vamos Descodificar a Linguagem do Corpo.
É tempo de recuperar uma das conversas mais intrigantes e fascinante que tive para o Pergunta Simples.
Uma conversa com Alexandre Monteiro, um especialista em linguagem corporal e comunicação não verbal.
E eu tive um vislumbre sobre como os gestos podem falar mais alto que as palavras.
Alexander Monteiro é o autor do livro “Os segredos que o nosso corpo revela” e durante a conversa, ele nos conduziu por um caminho de descoberta onde aprendemos que o poder da linguagem não verbal na comunicação é inegável.
A discussão foi além, explorando o universo das mentiras e do poder do contacto visual. Aprendemos que a nossa resposta a uma pergunta é formada antes mesmo de a verbalizarmos e que mentir pode ser mais cansativo do que dizer a verdade. E todos temos um “radar” para detetar mentiras.
A conversa atingiu o seu auge quando exploramos a importância dos gestos em situações de negociação e a complexidade do beijo como um gesto de comunicação.
E ficam alguns conselhos para quem está à procura de emprego e precisa de se preparar para a habitual entrevista de seleção. Não basta apenas olhar e rever o resumo curricular, mas pode ser útil pensar igualmente na maneira como usa a sua à linguagem não verbal.
Alexander Monteiro oferece um conjunto de ferramentas valiosas para melhorar a nossa comunicação e leitura de gestos.
É uma conversa repleta de pistas e conhecimentos preciosos que não quererá perder!
No final, ficou claro que a linguagem corporal é uma forma poderosa de comunicação que todos usamos, muitas vezes sem nem mesmo perceber.
Se quer tornar-se um comunicador mais eficaz, entender a linguagem corporal e a comunicação não verbal é um excelente ponto de partida.
LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIOTRANSCRIÇÃO AUTOMÁTICA
JORGE CORREIA
Ora Viva-o. Bem-vindos ao Pregunta Simples, o Vosso Podcast sobre Comunicação. Esta edição tem como o tema principal os gestos e a maneira como lemos os outros num relance, apenas pela maneira como olham ou como se mexem Por falarem gestos. Basta um simples clica no site para se poder juntar a esta comunidade. Eu agradeço desde já aqueles que subscreveram ou partilharam com os amigos. É tudo gratuito Na página PreguntaSimplescom. Tem todos os episódios e ligações para as melhores aplicações do TeleMóvel que descarregam automaticamente cada novo episódio que for publicado.
Falar de gestos, numa espécie de programa de radio, é uma experiência radical. Não vão ver nada, só imaginar, e por isso mesmo preciso mais do que nunca da vossa ajuda. Hoje o tema de conversas, já perceberam, é a linguagem corporal. O corpo fala e fala primeiro do que a voz. E aprender a descifrar a linguagem corporal é todo o Mard. Quem souber o seu apcedário tem uma porta aberta para entender melhor os outros. Alexander Monteiro é um descifrador de pessoas, mistura saberes teóricos, com experiências documentadas como a da vida e trabalho dos espiões. Escreveu o livro Os segredos que o nosso corpo revela, uma espécie de manual de instruções para ler o movimento dos corpos, para ler os outros. A sugestão para confessar que o Alexander veio da minha mulher, psicóloga de formação e profissão, e como eu não conheci até agora o trabalho dele, do Alexander, confeça isso mesmo logo no arranque da nossa conversa. Agora ele tirou uma pinta e deixou-me desde logo um sério aviso.
0:01:59 – ALEXANDRE MONTEIRO
Quem está traumado é as mesmas noturnas, mas ninguém É. não é Porque se ela já sabe os truques, tu ainda não sabes aí é que há um desafio grande.
0:02:07 – JORGE CORREIA
Portanto estou sempre em desvantagem, sempre, sempre em desvantagem.
0:02:11 – ALEXANDRE MONTEIRO
Primeiro, é assim logo as mulheres são muito melhores de tentar os sinais. É logo aqui uma questão já da biologia e de evolução.
0:02:20 – JORGE CORREIA
Quem é que fez isso? Quem é que nos enganou? Quem é que disse que as mulheres da final conseguem fazer isso melhor que nós? É natureza.
0:02:26 – ALEXANDRE MONTEIRO
A própria natureza faz e a própria evolução fez com que isso acontecesse. Já vem desde a prostrona, desde a testosterona. Não é parte de comunicação, não é a parte neurológica. Faz com que as mulheres sejam muito competentes a comunicar e a própria necessidade delas de o fazerem. Porque isto é extraordinário. Por isso é que nós dizemos que elas tenham o 6º sentido. A palavra 6º sentido vem dessa habilidade delas de conseguirem perceber sinais não tendo consciência dos mesmos, mas sentem tanto que a visão delas é muito mais abrangente e a nossa é muito mais focada, por tudo, por uma questão de evolução e uma questão de biologia. Não é Porque nós temos testa austrona. A testa austrona está ligada à força, à luta, à guerra, à caça.
Elas têm prostrona. Está muito mais ligada à questão da reprodução, reprodução, que é que indicava? tinha que ficar mais em tribo Tribo, tinha que comunicar melhor com as crianças, comunicar melhor com os bebés, tinha que ler todas as expressões faciais. E isto gera uma competência neurológica para compreender os sinais e começar a criar novos caminhos para entender pessoas E como. Elas viviam mais em comunidade, porque elas estavam muito mais fixas do que o que acontecia. Tinham que comunicar mais com as outras mulheres. E então este filtro de evolucional e biológico faz com que elas sejam mais contentes. Nesta comunicação ao verbal, muitas vezes não entendo a percepção que o tem, mas tem.
0:03:45 – JORGE CORREIA
Então, e os pobres, coitados dos homens como nós dois que estamos aqui a falar, além de nos subjugarmos a essa evolução ao longo da espécie? podemos aprender alguma coisa com elas e com a maneira como se deve ou pode comunicar? podemos comprar um bocadinho deste 6 de sentido?
0:04:04 – ALEXANDRE MONTEIRO
Sim, pode ser. Este 6 de sentido é aprendido. Todos nós já temos esta competência para ler este 6 de sentido. Agora nós somos homens menos atentos, mas podemos nos tornar muito mais atentos e tomar na consciência destes sinais. Agora vai ser mais fácil para elas.
Aprenderem esta linguagem porque é mais natural a própria leitura, a própria proteção de sinais do para nós. Vamos ter que treinar mais, mas é tudo treinável e da forma que eu faço, o que é quando eu partilho esta questão dos sinais, eu não quero que as pessoas saibam de todo o universo não verbal. Não é isto o objetivo, porque é quase um manamento impossível. Tu conseguires ver todos os sinais? é muito difícil. E então, se não soubermos aqueles sinais que são importantes, que são mais padrão possível, que têm menos margem de erro, e sabendo os tímidos em que acontecem, quer dizer que você, tu ganhas de um poder enorme. E a maior parte das pessoas não sabem os sinais.
Isto é que é engraçado, só que compreendem todos os sinais, mesmo na questão da liderança. Eu falo muitas vezes a questão da liderança. A liderança não é falada, a liderança é sentida, é um presente que as pessoas te dão, quer dizer, quando tu te comportas como líder, as pessoas oferecem. Tu o presente, tu és o meu líder. Quando tu não te comportas como líder, as pessoas não te oferecem este presente. E escusam-te estar a pedir, a pedir, a pedir, ah, eu mando O pedido. O que é o pedido É eu é que mando aqui.
No fundo, isto é um pedido. Não é um pedido direto, é um pedido inconsciente que é quem manda aqui? quem manda aqui sou eu, eu aqui acredito às regras, eu aqui é que mando, eu aqui é que sei. Isto já é um pedido de liderança. Normalmente quem faz isto nem é líder, quer recorrer já ao verbal para mostrar que é líder, que é para mostrar que é competente para mostrar outro tipo de questões que são percebidas emocionalmente. Isto é uma compensação do nosso cérebro. Quer dizer, como eu não tenho, já vou compensar, ou verbal ou não verbal. Isto aqui é muito fácil de aprender. Agora por é prática. Aqui, como nós não lidamos bem com mudança, para mudar é ser muito difícil, porque o nosso cérebro não é estúpido, é preguiçoso. Então que aí faz uma mudança e implica logo mais energia. É de alguma maneira. Por que é que eu ida usar esta linguagem quando estou habituado a ouvir? E o cérebro é muito inteligente. É inteligente e palma ao mesmo tempo.
0:06:17 – JORGE CORREIA
Então o que é que este nosso cérebro preguiçoso de disto faz quando nós olhamos para este líder que se autoproclama? mas no fundo, de logo entenderte, nós não acreditamos muito.
0:06:32 – ALEXANDRE MONTEIRO
Podemos ter três hipóteses Ou paramos, não ligamos muito aquilo que está a acontecer, ou fugimos, não queremos ser guiados por aquele líder, ou então enfrentamos. vamos desafiar o poder dele Porque nós quer que fazemos a liderança. quando a liderança se torna vulnerável o que é que acontece Nós temos permissão para atacar.
0:06:54 – JORGE CORREIA
Isso é uma coisa quase de matilha, quase dos animais da selva.
0:06:57 – ALEXANDRE MONTEIRO
Sim, e é isto que o nosso cérebro que interpreta o mundo, é o cérebro de matilha, é o cérebro de mamíforo, é o que interpreta Nós quando olhamos para o mundo. nós não vemos o mundo de uma forma racional. primeiro Nós primeiro vemos de uma forma emocional, reagimos não verbalmente a essa forma emocional e depois aqui interpretamos o universo, ou toda a nossa realidade de forma racional.
0:07:20 – JORGE CORREIA
Portanto, primeiro temos medo, ou sentimos empenho, ou sentimos nestasiados, como a mensagem, e só depois é que vamos fazer uma interpretação racional daquelas coisas todas que nós vimos.
0:07:32 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato e desde aqui uma escolha que é ou tens uma interpretação racional ou então háis, de forma estúpida, por exemplo, o medo, e a minha linguagem é assim muito animal. Entradas para isso também que é muito direta Nós em medo temos atitudes estúpidas, temos atitudes não pensadas. A enraiva acontece a mesma coisa. Quantas vezes numa discussão, então, entre casais? isso acontece muitas vezes. Nós, quando entramos em raiva não é porque queremos discutir razão com a nossa parceira ou com o nosso parceiro. Vamos discutir razão e chegamos a uma altura da conversa, começamos aqui atacamos, ataca, ataca, ataca, ataca. Tanto que chega uma parte da discussão que nós já nem nos lembramos porque começamos a discutir. O que é isso é completamente, e depois dessa questão toda, o que é que acontece Ainda. Chegamos, passado um tempo, o que é que nós dizemos Podia ter ido aquilo, podia ter ido aquilo Ainda faltou dizer aquilo.
Ainda faltou dizer aquilo, mas inteligente.
0:08:25 – JORGE CORREIA
Começou-se mais uma pedra para atirar uma forma de agredir o outro.
0:08:30 – ALEXANDRE MONTEIRO
Sim, de uma forma inteligente e racional. Se calhar, são termos muito mais racionais e mais inteligentes para a discussão do que propriamente aquele ataque gratuito que acontece na discussão de razão. E todo o nosso não verbal, jorge, o que é que faz Corresponde às nossas emoções. Quer dizer, quando eu estou em raiva, toda a minha linguagem não verbal vai de acordo a aquilo que eu estou a sentir. Quando eu me sinto estasiado, a minha linguagem não verbal vai de acordo a aquilo que eu estou a sentir. Por isso, a linguagem não verbal é só sintomas deste cérebro inconsciente. Quer dizer que a tradução daquilo que nós estamos a pensar, daquilo que nós estamos a sentir, daquilo que nós estamos a intencionar, o corpo revela sempre O inconsciente. É que esconde, não o inconsciente, não o consciente. É que esconde. O inconsciente, revela tudo.
0:09:18 – JORGE CORREIA
Mas isso significa que nós, quando estamos a fazer qualquer coisa, por mais controlados que sejamos, há sempre pedaços de nós que vão saltitando aos olhos de alguém treinado para nos ler.
0:09:32 – ALEXANDRE MONTEIRO
Sim, salta sempre porque o corpo fala sempre primeiro. O corpo fala sempre primeiro Quer dizer que naquele período de 3 segundos a 5 segundos, quando tu ouves qualquer coisa, quando tu ouves uma pergunta, por exemplo uma das formações que eu tenho para as forças de autoridade, como me interrogar suspeitos, como me interrogar a outro tipo de pessoas?
0:09:48 – JORGE CORREIA
É bom saber.
0:09:48 – ALEXANDRE MONTEIRO
vamos lá saber os truques E então o que acontece Quando tu faz uma pergunta, aqueles 3 segundos a 5 segundos antes da pessoa responder, o corpo reage a uma reação E a pessoa nem tem perceção, porque quando tu vais pensar na resposta, o que é que tu faz Primeiro reage, depois pensas na resposta e depois é que vai reagir. Se quiseres inventar a resposta, são 3 tempos diferentes. Por isso estar atento a aqueles 3 a 5 segundos depois de uma pergunta é fundamental, porque lá está. Imagina eu faço-te uma pergunta, foste o que roubaste E a pessoa fica. O silêncio é uma forma não verbal. Para linguístico é uma forma não verbal. Se tu não roubaste nada, o que é que faz, logo o teu corpo Diz ou sim ou não, depende da resposta que for, e depois verbalmente diz logo sim ou não. Não vai ter que pensar, não vai ter que ter processo cognitivo. Por isso é que a resposta 3 a 5 segundos é tão importante. Pessoal roubaste e a pessoa diz não E acerna que não com a cabeça e diz que não com a boca.
0:10:50 – JORGE CORREIA
É coerente na sua comunicação.
0:10:52 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato, é coerente e rápido. Porque a verdade é simples. Por que é que se diz que a verdade é simples? Porque não vai ao neocortex, não vai a parte mais recente do nosso cérebro.
0:11:02 – JORGE CORREIA
Então vai daí que mentir é um processo cansativo.
0:11:06 – ALEXANDRE MONTEIRO
É muito cansativo. Por que? Porque quando nós dizemos a verdade ativamos uma zona do cérebro, só uma. Quando mentimos ativamos 3. Eu vou te dizer só aqui, explicando de uma forma simples, como é que se mente Mentir primeiro te descer a verdade. Depois de saber a verdade, tens de criar uma mentira. Depois de criar a mentira, tens de ter uma memória brutal para que conseguísse decorar esta mentira toda. Não é porque é contraditório à verdade, porque mentir é memorizar. Dizer a verdade é recordar. É muito mais fácil, o processo é muito mais fácil. Depois tens de saber quem é que sabe da verdade, depois tens de saber quem não sabe da verdade E depois tens de saber quem é que contaste a mentira e quem é que não contaste a mentira. E depois esta memória tem de ser ao longo de muito tempo. E depois ainda tens de esconder todo o que tem ou não verbal para que, para não denunciar as pistas de estás a mentir.
0:11:57 – JORGE CORREIA
E então significa que um excelente mentiroso a partir da tem que quase acreditar genuína e honestamente que a sua mentira corresponde a uma verdade Ou não. hoje está funcionando assim. São muito bons mentirosas.
0:12:11 – ALEXANDRE MONTEIRO
sim, Há pessoas que são muito bons, mentirosas. Primeiras são os poderosas. mentem melhor Porque a mentira, além de acreditar na mentira, também está à consequência da mentira. Quer dizer quanto maior for a consequência, pior eu minto. Por isso é que as pessoas poderosas mentem bem. Por isso é que nós às vezes dizemos mas como é possível aquele diretor, aquele presidente, aquele ministro, aquele CEO ou CEO mentir tão bem? Por que? Porque pensam eles que estão acima da lei. Quer dizer fácil, que eu faço, eu não vou ter consequências. Como não há este stress a acontecer, a mentira sai mais facilmente. E agora, por que é que assinais de mentira? Porque muitas vezes, quando nós mentimos, já temos medo que vamos sofrer qualquer coisa, ou vamos ser apanhados, ou vamos ser castigados, ou vamos ser punidos, ou vamos perder alguma coisa. Então o cérebro começa a entrar em stress.
0:13:01 – JORGE CORREIA
E fazemos mais crianças no fundo a dizer ai, se eu sou apanhado pela professora, ai, meu Deus, o que é que pode acontecer.
0:13:07 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato e entra aí de toda a parte repetir o ânus de cérebro em alarme, e aí que ficamos estúpidos.
0:13:14 – JORGE CORREIA
Então imagino que a tua televisão deve ser um desassocio todos os dias, porque aquilo que tu deve passar o tempo a fazer é ou encantar-se com pessoas que te contam belas narrativas, as narrativas honestas. Hora a dizer este, se calhar está a me enganar. Temos todos esse espírito, quase esse radar de deteção da incongruência, da mentira ou da narrativa que não está a colar com aquilo, sem percebermos exatamente o que está a acontecer.
0:13:42 – ALEXANDRE MONTEIRO
Não, nós somos muito maus de té de todas mentiras. Há um estudo que confirma que o té está a mentir. para pessoas não treinadas, é como tirar a moeda ao ar É o que calha É o que calha, É um calha é um calha.
Nós somos muito maus de té de todas mentiras, quando não treinados, mas nós acreditamos que somos muito bons de té de todas mentiras, o que não é verdade. Imagina, há toda esta parte biológica, porque o que eu trabalho é o não verbal, mas saber de onde é que ele vem, onde é que é a origem do não verbal E vê o seguinte esta bebedeira emocional faz com que as pessoas também sejam melhores mentirosas, não de nossa, mas do outro. Eu vou explicar porque é que eu criei confusão, porque a aprendizagem vem sempre antes da confusão. Então, o que acontece Quando nós estamos apaixonados é um exemplo. Quando estamos apaixonados e quando gostamos de alguém, o que é que acontece?
nós acreditamos mais na pessoa, mesmo que a pessoa não esteja a mentir, mesmo que seja óbvio que esteja a mentir. O que é que nós estamos sempre? Não, não é verdade, não, não é. Por isso é que a mentira passa bem, porque nós queremos acreditar nela. A maior parte dos mentirosas ou das mentirosas são boas a fazer aquilo que fazem, porque nós não estamos deles E como gostamos deles ou delas, não vamos associar a mentira. Agora, uma pessoa que tu não gostes, o que é que vais fazer automaticamente? quase é mentirosa, quase é má. Eu estou a tu dizer Há uma desconfiança.
Há logo desconfiança, por exemplo, obviamente, na parte das pessoas que é que dizem não, não mentem. vai, um senhor, não é o Obama, vai mentir. E se eu perguntar, o Trump mente a toda hora, a toda hora e tantemente o Trump, como momento o Obama mentira.
0:15:15 – JORGE CORREIA
Então, nós baixamos a guarda em relação a aqueles que atribuímos um crédito emocional.
0:15:21 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato, porque a própria biologia faz com que isso aconteça. Porque quando gostamos de alguém, libertamos oxitocina, libertamos dopamina, serotonina, fenilteramina, oxi, para esta combinação de substâncias criamos esta bobeteira. E esta bebideia é ser? para quê? Para nós mantermos relações com pessoas Porque se não houvesse esta combinação química, o que é que ia acontecer? Eu ia ser tão racional na análise que eu ia ter encontrado defeitos a ti, encontrado defeitos à minha mulher, às minhas filhas, encontrado defeitos a toda a gente. E esta bebideira é o que cria as ligações fortes, porque nós focamos mais naquilo que nós queremos da pessoa, para querer a relação do programa de encontrado defeitos, para não querer essa relação.
E a oxitocina, de onde é que vem? Vem porque nós precisamos destacar com os nossos filhos Qual é o link entre mães e filhos. É a oxitocina, porque se não houvesse esta oxitocina, esta parte biológica forte, as mães não queriam saber dos filhos. E o que é que acontecia? Os filhos morriam, não havia reprodução, não havia continuidade da espécie. Quer dizer que tudo está ligado. É impossível que nós olhámos para uma pessoa e dizer assim o não verbal é isto. Não, o não verbal é toda uma consequência da parte química, elétrica e emocional do nosso cérebro e do nosso corpo.
0:16:36 – JORGE CORREIA
Tu escreves sobre uma coisa que me interessa, que é aprender a ler os outros, e isso tem obviamente uma componente de estruturação de pensamento e de conhecimento. Pergunto-te esta coisa da primeira impressão conta, mesmo Aqueles primeiros segundinhos em que acabamos de ver alguém que não conhecemos de lado nenhum tirar-lhe a pinta, e isso funciona. Funciona. E nem os chegam a um segundo, Jorge, São 50 milis segundos. Estamos portanto feitos à vida, não é?
0:17:05 – ALEXANDRE MONTEIRO
Estamos feitos à vida, isto porquê Voltamos a ser bom mesmo Que é. O nosso cérebro precisa de que é sobreviver, reproduzir. É isto a primeira missão do nosso cérebro. A esta. Então, quando eu acho para alguém o que eu quero perceber é meu amigo ou é uma ameaça? Isto é a interpretação binária, que é a mesma binária, porque não chega a ser racional, nem temos tempo de racionalizar Depois o que é que pergunta A pessoa é competente ou incompetente? Que é? se é da minha tribo, se me vai ajudar ou não? Assim tão rápido, é muito rápido, sim, porquê? Imagina para saber se é da minha tribo se tivesse da mesma maneira que eu. É da minha tribo. Se tens um penteado parecido do meu, é da minha tribo. Se é do meu país, é da minha tribo. Se é da minha raça, é da minha tribo. É isto que o cérebro vê. O cérebro não tem carga lógica. Este cérebro emocional não tem carga lógica, só que se vê quando é igual a mim. É da minha tribo. Usas os mesmos acessórios, usas as mesmas cores, lejas os mesmos livros. Eu vejo este livro. Isto é automático. Quer dizer isto procura o quê? Se é da minha tribo, não é de uma ameaça e vais-me ajudar. Depois, o que é que eu procuro Se é líder ou é submisso. Para quê? Porque nós somos programados para andar atrás da liderança, para sobrevivermos mais e estarmos seguros. E tudo isto porquê? Como é que nós vemos isto? O gosto ou não gosto é pelo sorriso E pelos olhos? O da boca ou dos olhos? Os dois, os dois.
Ver os dentes é um comportamento primata. Quando nós vemos os dentes da pessoa, a sociedade não ameaça, não te vou atacar. Tanto que o macaco submisso com o macaco líder não é O que é que faz Quando enfrenta o macaco líder a dizer que não vai atacar. O que é que faz Me mostra os dentes. E isto me mostra os dentes. É uma memória genética que nós temos, que já vem do mundo primata para dizer eu não te vou atacar. Por isso é que é importante rir Agora, o que é que nós fazemos Humanos, conscientes, a sorrir, é felicidade.
Claro o sorrir já é uma consequência, mas no mundo biológico e animal é o que eu não te vou atacar.
0:19:00 – JORGE CORREIA
Se sorris não vais atacar, e com os olhos também, porque todos temos aquelas ruguinhas de pé de galinha aqui ao lado dos olhos dos que mais riem. nós olhamos diretamente para que quando alguém se rie, se se rie só com o boca ou só com os olhos, se aquele sorris é mais natural ou mais cínico.
0:19:19 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato. Nós percebemos a diferença, porque nós já sabemos interpretar isto, porque quando se sorris de uma forma verdadeira, os músculos que são ao volta dos olhos, que é orbiculares óculos, são ativos E estes músculos só são ativos de forma inconsciente. Quer dizer que tudo, uma forma consciente não consegue criar pé de galinha Só fazendo trucos que eu ensino às celebridades, aos políticos. Aquelas coisas dá para fazer, isso dá para fazer Agora, de forma consciente e natural e não aprendida. É muito difícil E eu não serem os já sabendo interpretar isto. Claro, e nós queremos andar com quem? Com pessoas que são felizes. Nós não gostamos de andar com pessoas que não são felizes. Claro que isto depois já são outras cargas. E a questão do olhar que tu dizia bem, nós associamos credibilidade e liderança a quem sabe fazer o contato visual Olhos nos olhos, olhos nos olhos, exato. Quem não faz o contato visual ou o contato olhos nos olhos é percebido como um incompetente como não líder, Como é que é isso?
0:20:11 – JORGE CORREIA
Portanto, quem não nos olha nos olhos ou quem nós percebemos que não nos olhou nos olhos, baixa logo no ranking da nossa avaliação Logo por credibilidade e por confiança e por liderança.
0:20:23 – ALEXANDRE MONTEIRO
Isto agora tanto que os mentirosos o que é que fazem, como já sabem disto aumentam e intensificam o contacto visual e os olhos dos olhos. Por isso nós temos de confiar mais de quem olha muito do que quem não olha. Por isso está aqui ao mito. Não é Quem não olha hoje nos olhos, está a mentir. Isto é um mito. Agora temos de ter cuidado. É quem não olha olhos nos olhos. No fundo, isto é uma batalha. Lembra-se de pequeno que tu jogais ao sério. Quando jogámos ao sério, o primeiro a desviar o olhar perdia. Quer dizer que este comportamento primata e este comportamento emocional é, eu sinto, liderança a quem enfrenta Quer desafio, É desafio. Agora nós não podemos intensificar muito, senão isto vai ficar assim muito estranho.
0:21:04 – JORGE CORREIA
Exato, é isso que eu tinha a perguntar que é contacto visual? sim, e portanto eu, por exemplo, fico muito perdido ou incomodado quando alguém está sempre a desviar o olhar e a fugir de mim, e tenho esta sensação, mas também a sensação contrária de alguém que ficou 3 minutos com o olhar espetado em mim. Também não é propriamente a sensação mais interessante do planeta.
0:21:27 – ALEXANDRE MONTEIRO
Não é, não assim. Primeiro, porque é que tudo se desconfuso quando a pessoa não faz contacto visual. Primeiro que você sente insegurança. Por que? Porque não sabes o que ela vai fazer. Tu já reparaste somos o único animal que tem a zona de olhos branca. Não é parte de animais, não tem. Porque nós evoluímos no sentido que eu tenho que avisar a minha tribo por onde é que eu estou a olhar, qual é o meu rumo. Quando eu não tenho a certeza e há muito movimento ocular, eu fico inseguro também, que é que vai ativar a zona do medo, a zona reptiliana, e isto não é saudável. Tal como quando eu faço muito contacto visual, eu vou perceber como um ataque que é demasiado e este ataque, o que é que vai ativar também a zona do desafio, a zona reptiliana, para que Para lutar.
0:22:08 – JORGE CORREIA
Quer dizer que é uma coisa intimidatória?
0:22:10 – ALEXANDRE MONTEIRO
Sim, muito, porque é muito desafiante para nós, porque ativa a sensação da minha se esta pessoa vai me atacar, porque o foco é sinal de ataque Quando eu olho demasiado, porque nós somos predadores, não somos presas e vejo de uma olhar até no predador. Presa é muito, é uma giro. Os presas como é que olham? O olhar é inconstante, olham sempre para os lados, olham sempre aqui. Tem este olhar, o olhar do predador como é, é muito intenso porque vai atacar nós humanos. Temos que ver aqui o meio, o termo, o equilíbrio é fundamental, que é 70% do tempo está aprovado, que o melhor contacto visual é feito 70% do tempo, que é a métrica seria olhas 7 segundos, desvias 3, olhas 7 segundos, desvias 3 durante a conversa. Claro que isto não é fácil. Uma pessoa estará a contar e estar a olhar, mas é bom quando fala, estar a olhar e quando o ovo vai desviando, às vezes é excelente fazer isto.
0:23:04 – JORGE CORREIA
E olhas para onde. Olhas para as mãos, olhas para o horizonte, olhas para onde, com certeza, você está a explicar alguma coisa num caderno.
0:23:16 – ALEXANDRE MONTEIRO
Olhas para o caderno, olhas para cima. É sempre melhor olhar para cima do que olhar para baixo, porque olhar para cima é preciso como um confiante, se olhar para baixo é preciso como um mais sumiço para se perder a guerra. Olhar para os lados não convém, porque parece estar a fugir, mas é sempre melhor aquele raciocínio de pensamento, de carga cognitiva que é deixando pensar sobre isso e olhas para cima, não olhas para baixo.
0:23:37 – JORGE CORREIA
Fazer condos filósofos por na mão, no queixo e olhar o horizonte. Eu estou a ver o futuro, que este ali está à frente.
0:23:43 – ALEXANDRE MONTEIRO
Isto porquê Há que tudo uma justificação, jorge. Isto é todo mundo, porque colocar a mão no queixo é sinal de reflexão. Quando nós estamos em uma reflexão, tendemos a colocar a mão no queixo. Por isso é que associamos esta parte de pensamento, filosofia e reflexão a que aqueles que colocam a mão no queixo são percebidos como mais sábios, mais pondrados, que pensam mais naquilo que vão dizer. E muitas vezes utiliza-se isso para também influenciar pessoas, porque isto não é só ler, é a questão de dar uma comunicação ou de partilhar uma comunicação que seja boa para as pessoas que quererem também estar conosco.
0:24:17 – JORGE CORREIA
Então, e agora? o contrário. Nós até agora falamos daquilo que são os gestos virgens, ou pelo menos que nos saem da alma. E tu? e o contrário, quando nós temos a perceção de estar a ver um espetáculo de alguém hipertreinado, quase plástico, o influencedor pós-moderno que tem o gesto certo, no momento certo, com a palavra certa, e isso trezando-nos mucois à plástica.
0:24:42 – ALEXANDRE MONTEIRO
Nós desconfiamos. Porque timing? porque o corpo fala sempre primeiro. Há aqui duas questões quando é trabalho com os políticos, temos que ter sempre enquanto ao que.
0:24:49 – JORGE CORREIA
São bons alunos. São bons alunos os políticos agora.
0:24:54 – ALEXANDRE MONTEIRO
O ego impede a aprendizagem, não é, e há pessoas que já saem muito. Ah, vamos falar sobre isso Exato, porque é aquela questão. Eu sei muito sobre isso, já estou aqui há muito tempo, eu já faço isto há muito tempo e os atenção, tudo mudou. A comunicação mudou brutalmente e nós não mudamos com a comunicação. Vamos perder este poder de transmitir a dançagem.
0:25:14 – JORGE CORREIA
Então agora deixamos fazer esta seguinte equação teoricamente, alguém que seja mais inteligente estará melhor preparado para fazer uma aprendizagem e uma comunicação. Todavia, vemos todos os dias, até no universo mediático, pessoas que têm uma inteligência extratosférica do tamanho quase equivalente ao seu ego, e esse ego quase que ponha em causa essa capacidade intelectual de aprendizagem. Isto é por quê? Porque acham que não vale a pena ou acham que a inteligência é per si um santo grau da boa comunicação.
0:25:51 – ALEXANDRE MONTEIRO
Isto é engraçado porque o ego é em segurança. o ex-cheque é em segurança Quando nós somos, porque há pessoas que são muito inteligentes e têm o ego normal. é bom ter ego. não é bom é ter um ego elevado. O que é que o ego faz? Qual é a razão do ego primitivo e evolucional? É protegermos O ego, é que serve para proteger e para reproduzir. Era parecermos os escolhidos pela parceira, para o parceiro, pois é que nós aumentávamos então as nossas qualidades, que isso é que servia ao ego. Quando o meu ego é exagerado, o que é que eu estou a dizer, Eu que mostro em seguro, tenho que compensar e mostrar à tribo que eu afinal sou melhor do que aquilo que eu sou. Por isso é que as pessoas que às vezes são muito técnicas, são muito inteligentes, mas podem ter baixa autostima, E esta baixa autostima vai fazer o quê Subir o ego para que, Para não serem desafiados, para não serem questionados, porque estão em seguro.
0:26:43 – JORGE CORREIA
Qual é o efeito dessa junção entre grande inteligência e ego descomunal?
0:26:50 – ALEXANDRE MONTEIRO
É igual a zero. É igual a zero Uma pessoa. Comunicar em ego é a mesma coisa que não comunicar, porque as pessoas tendem o quê? Tendem a não ouvir, porque o nosso cérebro emocional é o que faz. Quando uma pessoa está inteligente, está a mostrar que é inteligente, que é superior aos outros, que todos são burros. Nós também temos amor próprio e, de uma forma emocional, o que nós fazemos Rejeitamos a pessoa, por muito boa coisa que ela esteja a transmitir, por muito boa informação que ela esteja a transmitir. Como eu sinto aquela prepotência, aquela arrogância, aquela superiordidade, eu sinto que aquilo não é normal, não é natural, não é para ajudar. Então, o que eu faço Prefiro destruir, prefiro não ouvir ou prefiro me ir embora. Por isso é que o ego é prejudicial na comunicação.
0:27:33 – JORGE CORREIA
Então a única opção ou caminho é alguém que nos seduz.
0:27:39 – ALEXANDRE MONTEIRO
Sim, tanto que os espiões que é uma coisa que eu aprendo muito e tenho muita formação destas agências governamentais, tanto do FBI como da CIA, da Mossado, os espiões são os melhores vendedores do mundo, são os melhores sedutores do mundo. Por quê? Porque esta sedução, o que é que faz, cria esta bebedeira emocional. E a sedução nunca é sobre nós, jorge, é sempre sobre o outro É sobre audiência, sobre a pessoa.
Exato quer dizer, quando eu falo tenho que falar sobre ti ou falo sobre aquela pessoa que eu quero seduzir. Eu tenho que satisfazer as necessidades dessa pessoa. Primeiro, tenho que dar amizade, não ser ameaça. Segundo, tenho que dizer que eu vou ajudar, como E, terceiro, tenho que ser percebido como um liberto. Tenho que me comportar como um alfa. Se eu não der isto à pessoa, à pessoa, automaticamente receita. E isto é o que o ste-doutor faz. O ste-doutor é sempre Ok, eu sou como o teu amigo. Olá, sorriu, estou aqui, não te vou atacar. Depois, o que é que eu digo? O que é que tu precisas? Queres um ramo de flores? Toma um ramo de flores, ai. Queres subir na carreira? Se te ague na carreira, queres ser eleito? Ok. Queres resolver os teus problemas? Ok. E depois eu sou a pessoa que tenho estas competências, que sou confiante, que sou líder, que com isto tudo eu te vou ajudar a tirar as tuas dois, porque gosto de ti.
0:28:58 – JORGE CORREIA
A mensagem, portanto, é eu vou resolver o teu problema com o meu imenso talento para conseguir liderar para o caminho e o amanhã que cantará.
0:29:08 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato e é isto que torna perigoso alguns partidos políticos. É isto Clarices ouองas fazem isto Porque nós, em medo, somos estúpidos. Porque é que às vezes há partidos que surgem depois de crises e têm muito mais probabilidade de serem eleitos e terem melhor votação. Porque em medo somos estúpidos. E quem faz mais barulho ganha. E ainda por cima, se diz problemas que são comuns ou mortal, não é As pessoas mortais.
0:29:37 – JORGE CORREIA
Passou a ter uma audiência.
0:29:39 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exatamente, e depois temos um efeito de tribo e de rebanho.
0:29:43 – JORGE CORREIA
Quanto maior começa a ser aquela multidão, mais pessoas começam a ver aquilo e, como nós somos programados a seguir a tribo, o que é que nós fazemos, vamos atrás disso E se você é na quase como uma seita, entre alguém que faz uma promessa que resolve todos os problemas do mundo, que vai agregando seguidores e que para o bem e para o mal se forma uma comunidade ali.
0:30:06 – ALEXANDRE MONTEIRO
Sim, é isso que acontece e que cada vez acontece mais, porque as pessoas cada vez têm menos amor, cada vez têm menos toque, cada vez têm menos atenção e agarram-se estes conceitos de tribo para se sentirem amados e se sentirem seguros. Cada vez isto vai acontecer mais E eles fazem isto. E depois é aquela questão da bebê deira emocional e o medo que nos torna estúpidos. Nós narracionalizamos isso, jorge. As pessoas vão para as seitas ou vão para outros comportamentos e nem pensam e acham que equivo, é o que é. Temos a questão do papel higiênico antes da pandemia.
0:30:38 – JORGE CORREIA
Foi toda a gente a correr à procura de rolos, papel higiênico e sabe Deus para quem.
0:30:43 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato. Nem precisam Por quê? Porque a tribo estava a dizer que aquilo iria resolver um problema qualquer. Toda a gente começou a comprar e depois o que acontece É e nós fazemos isto em piloto automático. É muito engraçado. Apertemão, e agora, na altura da pandemia, antes de falarmos só do apertemão. Vê a coisa estúpida. Há necessidade das pessoas tocaram-se no cotovelo para se cumprimentarem? Há necessidade de darem um?
0:31:37 – JORGE CORREIA
murro. Isto é estúpido, então devolvo-te a pergunta, há necessidade?
0:31:41 – ALEXANDRE MONTEIRO
Não, não há necessidade nenhuma racional, mas já há necessidade de que, cada vez que eu toco em alguém, liberto o oxito e o sina.
0:31:48 – JORGE CORREIA
Mas nós precisamos de um abraço. Quer dizer eu agora. uma das coisas que me faz mais falta neste tempo de pandemia é poder abraçar os meus, não os que moram cá em casa, mas abraçar os meus que estão lá fora ou que estão no dos sites, ou os familiares que estão mais longe, porque nos disseram cuidado, isto é um risco para contagiarmos com a vida uns aos outros.
0:32:07 – ALEXANDRE MONTEIRO
Sim, mas uma coisa é gostar outra coisa é precisar-se De uma forma racional. tu não precisas, mas gostas. É como um apertemão e como um toque. Eu não preciso, mas vou lá com o cotovelo a tocar. para quê? Porque eu gosto, porque me sinto bem, dá-me moca, dá aquela moca da oxintocina, e nós precisamos disso como seres humanos. Por isso é a questão do apertemão. Acontece a mesma coisa o apertemão o mole e o mais firme Primeiro é para gerar esta ligação e depois entra a parte do cérebro que é Quanto mais forte o apertemão, mais eu quero mostrar que sou líder, porque a liberança está ligada à força. Só quando a força é exagerada já é uma compensação. quer dizer que eu já não sinto assim tão forte. Eu quero mostrar ao outro que eu sou mesmo forte. Então quer que eu vá-se Aperta, aperta, aperta, aperta quase a partir da mão. Dá cá esses ossos.
Exato, é o quebra ossos mesmo. E depois temos aquelas pessoas que não querem ligar, que até são mais técnicas, são menos emocionais, são menos sociais, elas, que é que, como não querem ligar com as pessoas, dão aquele apertemão gelatinoso Por quê? Porque não têm esta necessidade de ligar. E como não têm, o cérebro indica estes sinais e as pessoas nem se apercebem Por isso. Quem sabe este código consegue ler os pensamentos das pessoas, que é o que eu digo. Consegue interpretar as intenções e como é que a pessoa quer lidar desde ali até para o futuro?
0:33:28 – JORGE CORREIA
Olhem as nossas relações sociais. É um clássico, agora em pausa durante este ano, quando nós latinos nos encontramos dar um beijinho na cara. Entre dois beijos, o beijo. Estou a beijar à atmosfera muito longe de ti ou estou quase a reencar-te a bochecha. Onde é que? onde é que? onde é que pomos aqui o quanto da quilómetros? Invasivo, não invasivo?
0:33:53 – ALEXANDRE MONTEIRO
Há sempre uma questão cultural, é assim. há sempre aquele timing e o ideal para uma questão profissional é não encostar lábios, não encostar nada cara com cara, porque a progolábia é uma zona muito sexual. é muito sexual o lábio, e quando há aqui o beijo, encostar mesmo na bochecha, já tem que haver ligação, que é o que nós fazemos com os nossos filhos, com o nosso familiar No contexto profissional. se eu faço isto, eu estou a indicar o que Que não apetece mais do que aquilo que é o profissional. Portanto é um beijo guloso. É exatamente Por isso, quanto mais tempo durar o beijo, maior a minha vontade de criar ligação emocional com aquela pessoa. Se for filhos é uma coisa, se for mãe é outra, se for pai ou outro, se for do sexo contrário, é outro. é assim. nós temos que perceber é os contextos para interpretar o beijo. E agora, quanto mais tempo for, maior a necessidade de ligação e maior a vontade de ligação do beijo. Por isso basta e é uma questão cultural. A questão do beijo é uma questão cultural.
0:34:52 – JORGE CORREIA
Olha, este é um tempo em que muitas pessoas perderam o seu emprego e que seguramente estarão em entrevistas de emprego nos próximos tempos. e há sempre uma dúvida de quem está no mercado de trabalho ou está numa entrevista qualquer de pensar como é que eu bem me comporto para conseguir ser amado e contratado no fim a isto, Há aqui receitas para isso, para o candidato ou para o entrevistador? nem no caso contrário de querer contratar alguém.
0:35:23 – ALEXANDRE MONTEIRO
Aqui não há receitas milagrosas. Não é aumentar probabilidades de ser aceite e felizmente eu recebo muitas mensagens através das redes sociais. Ajudo-me neste interveste de trabalho, o que é que eu faço. Dou o meu número de telefone. Ligue-me para dar duas ou três dicas para funcionar E tem funcionado felizmente. A primeira dica que eu dou é Não ocupes tanto tempo com o currículo. É preocupa-te mais a preparar a entrevista do que a fazer o currículo. Maior parte dos candidatos ocupam 98% do tempo a fazer o currículo, 2% a enviar-lo, mas quando é na altura de comunicar o currículo, então tu és confiante. Ah, sou confiante, são mais ou menos. E pois tremem, mexem com as mãos, começam a tocar na cara exagero começam a mexer num papel, começam a savar na cadeira. Porque? Porque não treinaram a parte do não verbal. E depois, não treinando este não verbal, o que é que vai gerar? Vai gerar ansiedade, vai gerar medo. Então todo o nosso comportamento começa a ser muito de presa.
0:36:26 – JORGE CORREIA
Lá se foi o Willem.
0:36:28 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato vai tudo. O que é que eu recomendo sempre, porque a entrevista começa antes de entrevistar. Primeira coisa, preparar o não verbal. Como é que nós fazemos saber as perguntas mais normais ou mais padrão numa entrevista de trabalho? Onde é que trabalhar? porque é que deve trabalhar aqui? quais são os teus qualidades, quais são os teus defeitos? porque é que eu te devo contratar em relação aos outros? Preparar logo isto porque isto é calmo ao teu cérebro. Quer dizer, quando alguém te faz uma pergunta surpresa ao teu cérebro, em vez de entrar em medo e depois que começajas a roir unhas, começajas a tremer, a fugir, a olhar a porro, lógico, qualquer coisa não, o teu cérebro diz não, já estou preparado para isto Logo, o que é que vais fazer? Enfrentas mais facilmente a pessoa e a resposta sai logo porque a verdade é simples. E como é simples, mesmo que seja ensaiada, vai parecer verdade. Isto é primeiro. Depois temos que fazer a técnica sopa, que é entrar na entrevista e sorrir, mesmo que eu tenha medo, mesmo que eu esteja estressado. Devo mostrar os dentes porque a pessoa sopa é o acrónimo de que Sorrir.
Olhar, palmas das mãos visíveis e aparência visual. Tudo isto é do mundo não verbal. É teu sorrio, para não ser uma ameaça Olho para parecer mais competente, mostre as mãos para dizer que eu não te vou atacar ou que sou mais profissional. E a aparência visual que é que diz eu sou da tua tribo, pois é que nós nos devemos vestir conforme a empresa se veste Sempre. Há candidatos que se vão, que enviam currículos para a empresa A e a empresa A usa de Fata e Gravata e aparece na entrevista de Blazer e de Calça de Ganga que diz que não é de uma entrevistadora. Ok, tu não és da minha tribo. Logo que reduz os possibilidades. Ou então, ao contrário, pode acontecer. Ao contrário, toda a gente se veste mais informal e eu chegue o lado de Fata e Gravata ou vestido mais formal, quer dizer para aí, tu não és da minha tribo. Isto tudo inconscientemente vai te criar barreiras E por isso a forma mais simples é esta. E depois preocupa-se com a última impressão. Porque é tão importante a primeira como a última, se é o que fica?
0:38:26 – JORGE CORREIA
lá depois é aquela mensagem que as pessoas depois digam ah, este candidato que acabou de sair daqui era mesmo o candidato.
0:38:35 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato e como é que nós criamos esta última impressão? Criando o bebê deira emocional. Muito obrigado. Nunca tive um recrutador tão bom. Adorei as perguntas. Adorei a forma como conduziu a entrevista. É um gosto para mim estar aqui e aprender muito consigo. Muito obrigado, espero ver-lhe em breve.
0:38:49 – JORGE CORREIA
Estimular o ego do entrevistador.
0:38:51 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato o que é o que as pessoas querem. Claro que isto, agora eu dizendo isto, a pessoa, ah, não caiu nisso. Esqueço inconscientemente, as pessoas caem nisto e nem se percebem porque estão em piloto automático e nem se percebem. E a maior parte dos candidatos não vão fazer isto. Claro, eu vou me lembrar de quem me gerar um gatilho emocional, porque nós lembramos do que Do gatilho emocional, já, para não falar. Para levar o currículo, deve levar o currículo impresso numa capa mais pesada, que é normal. Não sejam tesos, não sejam furretas como a capa, umaquela capinha, ou levam só as folhas agrafadas. Isto é aparência também. Levem um caderno, tomem notas, mostram que são interessados.
Quer dizer que estes, todos os gatilhos não verbais, vai dizer o pai, este candidato ou esta candidata é o mesmo interessado. Já vejo, é mesmo organizado. Traz aqui um currículo numa capa e depois o peso a mais até vai criar de diferenciação. Que é engraçado. Eu pego numa capa e no outro esta mais pesada, que é que isto interessa racionalmente? nada, inconhecidamente. Ok, este parece melhor. Já reparaste que os sacos das lojas de luxo normalmente são mais pesados?
0:39:56 – JORGE CORREIA
E mais brilhante e com mais cor.
0:39:58 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato, porque nós o peso associamos a qualidade. Se compras uma coisa que é muito levezinha, dizem este não vale, o valor que vale, Isto não presta para nada. Exato. Quer dizer que estes gatilhos todos eu estou só a dar assim os gerais conseguem influenciar numa entrevista de trabalho inconscientemente. E o que é que isto faz Atenção não garante que entres para o trabalho ou que tenhas o trabalho, o que é que vai garantir a tua competência.
0:40:20 – JORGE CORREIA
Dá uns pozinhos ali na grana coisa.
0:40:23 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato. Quer dizer que o recrutador só te vai ouvir se gostar de ti. Quer dizer que, a tua competência em relação a do outro sendo iguala, tu vais ser excluído.
0:40:33 – JORGE CORREIA
Portanto, é uma maneira de abrir uma porta emocional para que depois o teu valor intrínseco possa surgir na montra.
0:40:41 – ALEXANDRE MONTEIRO
Perfeito. Nem eu diria melhor Jorge.
0:40:43 – JORGE CORREIA
É tu e o contrário, aquelas pessoas que o valor intrínseco é mais baixo, mas sabem vender-se como o diabo.
0:40:53 – ALEXANDRE MONTEIRO
É, lá está. Mas vale querer engraça do que ser engraçado. E isto aqui nós vemos isto em muitas funções e muitos cargos do nosso dia a dia, nas nossas empresas ou no nosso governo, seja o que for. Quanto mais eu queira engraça, mais probabilidade em seus colheres. E o que é que acontece Eu posso ser muito inteligente. Se eu não souber vender a minha inteligência, se eu não souber vender a minha competência, eu vou ser ultrapassado por quem sabe vender. Isto aqui é injusto, mas é assim que acontece. Por isso que nas minhas formações que é que eu digo ao pessoal que é atenção, vocês podem ser muito contentos, mas não chegam. Não basta ser, é preciso parecer Ah, mas eu sou contento, ok, mas tens que mostrar, tens que entrar no mesmo campeonato de quem sabe vender, porque quando chegar na altura de decidir, decidem de uma forma mais justa.
0:41:41 – JORGE CORREIA
Estamos a fechar esta conversa. O tempo correu, o tempo voou e a última pergunta que eu tenho para ti é independentemente da técnica ou do gesto ou da maneira como abordamos o mundo, quem são as personalidades ou as personagens que te apaixonam, que te dizes uau, este conseguiu ou esta conseguiu montar aqui um cóctel que eu gosto muito?
0:42:11 – ALEXANDRE MONTEIRO
O Obama O.
0:42:11 – JORGE CORREIA
Obama. O Obama é especial, todos sabemos. Mas o que é que ele tem de especial, Ele não é especial, ele tornou-se especial.
0:42:18 – ALEXANDRE MONTEIRO
É aquela questão. Mesmo David, mesmo tu dizia ele é especial, ele não é Ele. Através destes sinais, todos através destas técnicas, através desta aprendizagem, nós olhamos para ele como especial Que é. Ele sabe falar bem. A cadência que ele fala é o ritmo do coração. A nível do discurso, ele é treinado a falar ao nível do oitavo ano. Quer dizer como a criança do oitavo ano consegue perceber Lembras-te, o nosso cérebro não é estúpido, é preguiçoso. Quanto mais simples é o discurso, mais facilmente é. O pessoal recorre muita repetição e esse week-end e esse week-end o nosso cérebro aprende de repetição. E a voz E a voz, a voz grave. A voz grave indica segurança, tem a ver com o texto da Ostrona, toda a parte biológica. E depois tem a questão do sorrir, olhar, mostra a palma das mãos.
No início, aparência sempre em pecado. A nível de desovialidade, ele corre. Quando sobo o avião, quando subiu o avião para a força, onde dava aquele passo acelerado, quando faz, quando fala com crianças, ele baixava ao nível delas. Quer dizer que toda esta parte de ligação é o que ele trabalha, parte da sedução. Ele é exímio. Não nasceu assim, não, ele foi ensinado assim. Que é isto que eu faço com, seja CEO, seja político, nesta parte de o passidosir. Agora, depois temos a parte de influenciar, que ele também é bom, a parte do verbal, do não-verbal. Como se mexe isto. Aqui é tudo aprendido.
0:43:42 – JORGE CORREIA
Há cursos para isso. Tu dá os cursos sobre isto.
0:43:46 – ALEXANDRE MONTEIRO
Esses cursos consistem em que Já agora Tenho dois cursos só tenho um curso que é mais generalista, que é para a mãe, para o pai, para aquele vendedor, para o político que não quer investir muito tempo, não quer investir muito dinheiro, que é curioso, mas sou curiosa. Faz este curso e vai aprender o geral de como ler, interpretar e influenciar pessoas. É isto que eles fazem. Quer dizer que até para os filhos, para apresentar trabalhos, entrevistas de trabalho, aprendem isto tudo. Depois tenho um curso muito especial que é o chamado espião. É aqui onde eu entro na parte do sintoma do não-verbal e entro na parte da biologia, da química, da eletricidade. Para quê? Para influenciar pessoas. Como faz os espiões. Aquilo que eu aprendi, que é mais eficaz, seja com o FBI, seja com a CIO, é mais CIO pessoal, amonçado. Eu uso isto nos cursos.
Para quê? Para que as pessoas ganhem isto de poder, seja na liderança de empresas, por exemplo, um líder que não saiba influenciar tem muita dificuldade. Um treinador de futebol, uma CIO. Quer dizer que ganham um poder enorme porque vão saber e prever. Atenção, o poderoso é prever o comportamento das pessoas. Eu detesto dizer eu já sabia que isso ia ser, porque as pessoas que eu trabalho individualmente acontecem muito. Isto porque quando eu trabalho com as pessoas, o que é que eu digo Eu não resolvo problemas, eu antecipo problemas.
0:45:05 – JORGE CORREIA
Tu treinas pessoas para que elas se comportem.
0:45:08 – ALEXANDRE MONTEIRO
Exato, comportam e prevejam o que é que vai acontecer, porque nós somos todos H2H, humano para humano. Quer dizer que quando eu faço o negócio eu já consigo prever como é que aquele negócio vai desenrolar. Se eu colocar isto, se eu me jogar xadrez, se eu fizer isto e isto, a pessoa vai reagir assim Padrão há sempre xais atenção, e aí entra os criativos.
E aí entra os criativos e entra os técnicos, cabecino para contrariar todas estas xais. Agora eu prevejo uma negociação, prevejo massas, como é que elas vão comportar. Resolvo crises, que é o que vai acontecer. O misto. Como é que nós vamos fazer isto? Porque a nossa tendência natural é começarmos a defender e a fazer, que é um erro logo brutal para dizer isso, quer dizer, quando eu trabalho com as pessoas, é nisto, é antecipar problemas, para ou ler para ganhar uma negociação ou para prever também comportamentos.
0:45:58 – JORGE CORREIA
Uma negociação na política se é que for Portanto o olho vive e pele ligeiro. Agora que já temos o dicionário do Alexandre Monteiro, vai-l ficar mais observador e pensar no significado dos gestos? em caso de dúvida, sempre podemos usar a tática dada pelo professor Merabian. 55-38-7. Explico-me de forma significada quando está a comunicar alguma coisa, os outros entendem 55% através dos seus gestos, 38% através da voz, do tom, do ritmo e apenas 7% das palavras que disse e que cuidadosamente pensou ao longo de vários dias. Ficou o gesto de Deus e até para a semana. Ficou o gesto de Deus e até para a semana.